Depois de um fim de semana na casa do Luchó (meu namorado), finalmente a segunda-feira chegou. Não me entendam mal, mas é que eu prefiro o meu doce lar.
Estou deitada na cama dele, planejando um jeito de me levantar sem fazer barulho para que ele não acorde, mas o que torna minha tarefa impossível é ele estar totalmente grudado a mim.
Conto mentalmente até três e tento me levantar, e sei que falhei miseravelmente quando sinto mãos fortes me apertando e escuto uma voz rouca no meu ouvido.
— Bom dia, amor - ele diz, ainda de olhos fechados, me apertando mais contra ele.
— Oi, Luchó... (digo da maneira mais carinhosa que consigo)... Sabe, não que eu esteja reclamando, mas você poderia me soltar só um pouquinho para eu respirar? (sorrio ao dizer)
E torcendo mentalmente para que ele não esteja afim de sexo matinal, mas já ciente de que o volume que estou sentindo roçando nas minhas costas diz totalmente o contrário.
— Nossa, amor, ainda está cedo... Mas assim dá para a gente aproveitar bastante, né? - ele fala em um tom bem sugestivo, enquanto faz carinho nos meus cabelos.
— Amor, eu realmente preciso levantar e ir ao banheiro - falo, enquanto me desvencilho dele e corro para o banheiro.
Depois de 20 minutos trancada no banheiro, saio com a maquiagem pronta, os cabelos secos e penteados, agradecendo mentalmente por Luchó ter um banheiro tão espaçoso e confortável, que abriga todos os meus produtos necessários para eu ficar minimamente apresentável.
Mas ao ver a cara dele de insatisfação, sei que virá reclamação.
— Sério? Você sai da cama correndo para o banheiro dizendo que precisa usar urgente, e só volta 20 minutos depois com maquiagem e cabelos prontos. Você poderia ao menos dizer que não estava a fim de transar - Luchó diz isso com tanta insatisfação que até me sinto culpada (só que não).
Calmamente, eu me aproximo dele, sento ao seu lado e dou um beijo em seus lábios, que prontamente é interrompido antes que ele pense em aprofundar o beijo. Digo:
— Amor, para de drama, por favor. Esse fim de semana a gente transou bem mais do que qualquer casal transa em uma semana... Se continuar assim, vou terminar ficando assada. - Eu falo e ele sorri, provavelmente lembrando de todas as nossas transas que terminam assim que ele goza.
— Amor, mas eu nunca me canso de estar dentro de você. - Ele diz e dá uma piscada para mim.
— Eu sei, mas eu preciso voltar para casa, trocar de roupa e pegar algumas pastas que vou precisar hoje. Você sabe o quanto a minha chefe é exigente, né? - Eu falo sorrindo para ele.
Eu caminho até o guarda-roupa dele, visto o meu moletom e organizo as minhas coisas, enquanto ele se aproxima de mim e me dá um beijo no pescoço.
— Romi, vou tomar um banho. Ele diz, pegando calmamente a minha mão e levando até a sua ereção, e acrescentou:
—Preciso resolver isso sozinho, já que você não quis me ajudar.
Foi nesse momento que peguei as minhas coisas, dei tchau e um rápido selinho nele, e saí.
Ao sair do apartamento, pedi mentalmente para que não houvesse trânsito, que eu chegasse rapidamente em casa, pegasse as benditas pastas e que minha roupa estivesse organizada.
Cheguei no prédio e, após estacionar o carro, a primeira pessoa a me cumprimentar foi o seu João.
— Bom dia, sra. Romina. Como foi o fim de semana?, ele disse todo sorridente, e a única coisa que eu queria era chegar nessa idade esbanjando essa alegria.
— Bom dia, seu João. O fim de semana foi normal. Mas e a família, como está?Perguntei, tentando ser o mais gentil possível, mas esse velhinho me conhece muito bem e não sei como, mas ele sabe que estou com pressa.
— A minha família está ótima. Depois nos falamos, eu tenho que resolver mais um problema.
— Claro, vai lá então. Isso é tudo que eu respondo antes de correr para o meu apartamento (que não é muito grande, mas é bem confortável).
Assim que entro, a primeira coisa que faço é pegar as pastas e deixá-las junto com a minha bolsa em cima do sofá.
Em seguida, corro para o meu quarto e agradeço por ser uma pessoa super organizada e deixar as minhas roupas de trabalho em um espaço separado no meu guarda-roupa.
Pego o primeiro look que encontro (blazer azul, saia social azul, blusa de alcinha branca e scarpin preto) e estou pronta.
Pego as coisas em cima do sofá e corro para o meu carro. Parando nos semáforos, aproveito para conferir a agenda da semana e faço uma nota mental para parar e comprar o café da Sra. Bovier, e já aproveito para tomar o meu café da manhã.
Em 40 minutos, já estou estacionando no pátio da empresa e agradeço mentalmente por ter uma padaria incrível ali em frente.
Eu corro até lá, faço os pedidos, que em 15 minutos já são entregues, e volto para a empresa. Ao chegar, já cumprimento alguns colegas. Me encaminho até minha sala e já preparo tudo que vou usar durante o dia.
Depois, deixo o café da Sra. Bovier em sua sala e agora reviso toda a sua agenda da semana, respondo aos e-mails e aproveito para organizar os compromissos da sua agenda pessoal (que não tem muita coisa, só um final de semana por vez ela vai visitar a filha).
Não passa meia hora e escuto o elevador avisando que a mulher mais importante do mundo da moda está chegando. E não preciso nem dizer que ela é a minha maior referência.
- Bom dia, Romina, tudo bem? - ela me cumprimenta cordialmente.
— Bom dia, Sra., está tudo bem sim. E a senhora, como está? Deseja passar a sua agenda agora? - eu pergunto.
— Daqui a pouco passamos a agenda. Eu gostaria de ver as pastas, você fez as anotações conforme eu pedi? - ela me pergunta, e é nesse momento que eu fico feliz por ter lembrado das pastas.
Eu pego as pastas e entrego, e ela dá uma breve olhada. Quando ela ensaia um sorriso, é que eu tenho certeza que fiz um belo trabalho. Ela confirma isso quando diz:
— Parabéns, você faz um trabalho impecável. Continue assim, não tenho a menor dúvida do seu potencial.
E é com essa bela frase que eu trabalho alegre e satisfeita pelo resto da semana.
Hoje foi mais um longo e exaustivo dia, onde tive que lidar com um monte de cantadas idiotas. Garotos que não sabem a hora de parar forçam tanto a barra para parecerem legais que acabam passando a visão errada.
Mas a melhor parte, sem dúvida, é que estudo o que gosto, tenho tempo livre e posso me dedicar a outras tarefas. Minha mãe vem me visitar e passar um final de semana comigo, o que não mata a saudade, mas alivia um pouco. Ela é a mãe que todo mundo quer ter, aquela que dá bronca, mas que dá muita atenção e carinho.
A propósito, amanhã ela chega e, segundo ela, tem assunto sério para conversar comigo; sinceramente, não sei sobre o que é, mas espero que sejam boas notícias.
Sexta-feira
Acordo e faço minhas higienes. Aproveito que hoje não terá aula na faculdade e preparo meus patins. Hoje, resolvi praticar uma das minhas maiores paixões: patinar.
E é com esse pensamento que eu vou para a pista de patinação, onde fico horas patinando, até ter a sensação de que estou sendo observada.
Eu paro de patinar e sento para descansar, e sinto alguém se aproximando, até que finalmente ele quebra o silêncio.
— Você estava maravilhosa, Vick. Devo admitir que você roubou toda a minha atenção - Edgar fala, me fazendo corar.
— Obrigada, Edgar. Você sempre usando as palavras certas - ele responde, dando um lindo sorriso, e me convida para almoçar, o qual prontamente eu aceito, porque até agora não comi nada.
Tivemos um almoço agradável, onde ele não perdeu a oportunidade de me passar cantadas. Admito que ele é um charme.
— Posso te acompanhar até em casa? - ele me pediu com um olhar de cachorro abandonado.
Eu sei que deveria dizer não, mas a verdade é que eu gosto muito dele, não da maneira que ele espera, mas eu gosto da companhia dele.
— Pode. Mas hoje é o dia que a minha mãe vem, então não pode demorar, hein? - eu digo, e ele sorri confirmando.
Ao chegar no apartamento, assim que entramos, ele vem como um animal faminto, pronto para devorar a sua presa. Ele se aproxima, me prende na parede e me beija.
Um beijo intenso, ao qual eu correspondo. Após separarmos os nossos lábios, ele traz a sua boca ao meu pescoço, onde deixa uma trilha de beijos e chupões.
E tudo que eu faço é retribuir da mesma maneira. Arranho a sua nuca, desço pelas suas costas, arranho o seu abdômen e vejo ele se contorcendo de prazer.
Não sei como a gente chegou no meu quarto. A única coisa que eu sei é que agora ele está entre as minhas pernas, se esforçando para fazer sexo oral. Mas ele é muito apressado e não se dedica o suficiente no processo.
E cerca de meia hora depois, estamos os dois suados na minha cama. A única diferença é que ele parece muito satisfeito. Eu, por outro lado, me sinto péssima. Não porque eu não goste de estar com ele, mas porque sinto que estou usando ele para satisfazer algo que nem sei explicar.
— Vick, você estava incrível. Eu adorei e você gostou? - Ele me pergunta com a voz cortada devido ao cansaço, e é nessa hora que eu mais me sinto mal.
Porque é agora que eu olho bem dentro dos olhos e minto descaradamente pra ele e digo em voz alta tentando a convencer a mim mesma.
— Eu adorei, achei incrível.
E é com essa mentira que eu me despeço dele e caminho em direção ao banheiro. E durante o banho eu me sinto vazia, como se faltasse algo que eu nem sei explicar.
Caminho a passos lentos em direção à minha cama, troco os lençóis, deito e durmo tranquilamente.
Acordo com o toque irritante do meu celular, observo o número desconhecido e em seguida atendo.
Chamada on
— Alô?
— Oi, boa tarde. Desculpe incomodar, mas este é o número da Sra. Bovier? - Uma voz doce pergunta do outro lado da linha.
— Depende, se for da Polícia a resposta é não. - E o que eu escuto é uma risada abafada do outro lado da linha.
— Não se preocupe, senhorita. Eu sou apenas a secretária da sua mãe, e ela mandou informar que você deve buscá-la no aeroporto. O voo dela chega às 8 da noite.
— Ok, obrigada.
Chamada encerrada.
Eu levantei ainda atordoada, verifiquei que já eram seis horas e resolvi preparar um incrível jantar para esperar a minha mãe. Só que, ao chegar na cozinha, lembrei que só sei fazer macarrão.
Bom, como a intenção é o que vale, eu fiz o melhor espaguete ao molho que sabia fazer.
Em 30 minutos, estava pronto.
Aproveitei e dei uma leve organizada na casa e parti rumo ao aeroporto. Cheguei lá às 7:30 e o voo atrasou, então esperei mais 40 minutos até ter o vislumbre da minha mãe.
Corri até ela e lhe dei um longo abraço. Após nos soltarmos, ela me inspecionou de cima abaixo e me deu um olhar bem sugestivo. Foi aí que percebi que tinha amarrado o meu cabelo em um coque alto, dando a ela total visão do meu pescoço. Tudo que fiz foi perguntar:
— Mamãe, fez boa viagem?
Enquanto disfarçadamente desfazia o coque e cobria o meu pescoço, ela deu um sorriso de lado, percebendo o que eu estava tentando fazer, e disse:
— Sim, meu amor, a viagem foi boa, não tanto quanto a sua, mas foi boa . respondeu, dando-me uma piscadinha.
Tudo que fiz foi pegar a mala dela e andar o mais rápido que pude até o carro. Dentro do carro, quando pensei que as marcas no meu pescoço não voltariam a ser pauta na nossa conversa, fiz minha pergunta:
— Vick, você não acha melhor eu ficar hospedada em um hotel? Olhei surpresa para minha mãe e perguntei:
—Porquê?-Confesso que a resposta que recebi me deixou mais vermelha que a cor do meu cabelo.
— Sei lá, amor, vai que o morcego que te atacou ainda esteja por lá! -Ela disse isso e caiu na gargalhada, e a única coisa que fiz foi sorrir junto com ela e pensar o quanto sinto falta disso.
40 minutos depois
— Pronto, mãe, chegamos, e olha só, não tem nenhum morcego. Eu disse sorrindo.
— Que bom. Só que eu vou querer detalhes desse seu acidente com os morcegos. Ela disse fazendo uma cara de brava que daria medo a qualquer um, mas eu sabia que era só pose.
— Claro, mamãe. Após o jantar, eu te conto tudo, inclusive os detalhes sórdidos. Eu disse, dando uma piscadinha pra ela e seguindo com a mala até o quarto dela.
Mamãe foi tomar um banho e eu fui esquentar o jantar e organizar a mesa. Vinte minutos depois, ela voltou linda e cheirosa.
Eu a convidei para se sentar à mesa e observei o seu olhar de admiração para o espaguete. Para ser bem sincera, não sei se ela ficou admirada pelo espaguete (que, modéstia à parte, estava lindo) ou pelo simples fato de ter cozinhado para ela.
Só sei que, nessa noite, o meu simples espaguete ganhou o inigualável sabor do prato mais requintado do mundo.
Após jantarmos, minha mãe se sentou no sofá e eu deitei no colo dela. Ali, eu contei toda a história do "morcego que me atacou". Após esse momento de descontração, foi a vez dela falar sobre um assunto sério.
— Sabe, amor, eu pensei que seria mais fácil. ela disse, enchendo os olhos de lágrimas. Devo admitir que, nessa primeira frase, passaram um milhão de pensamentos pela minha cabeça e todos eles me aterrorizaram. Mas eu não disse nada, apenas segurei em sua mão e a deixei continuar.
— Eu me enganei muito, amor. Sinto a sua falta. Eu sei que aqui você já formou uma vida, frequenta uma excelente universidade. Só que você ainda é o meu bebezinho. Por isso, filha, eu vim te implorar para que você volte.
Quando olhei para a minha mãe, não sabia quem chorava mais. Boas instituições em todos os países existem, mas a oportunidade de estar ao lado da minha mãe só um país me proporcionaria.
Finalmente, a sexta-feira chegou. A minha chefe iria viajar e pediu que eu informasse à filha dela que deveria buscá-la às 8 da noite no aeroporto.
Durante a ligação, pude perceber que a filha da sra. Bovier é bem diferente do que eu imaginava. Não sei se foi a voz sonolenta ou a forma brincalhona com que me respondeu. Mas com certeza, eu devo parecer uma doida falando dessa forma, como se em um único telefonema pudéssemos conhecer uma pessoa.
Durante a semana, mandei mensagens para o Luchó convidando-o para sairmos para jantar, cinema ou qualquer outra coisa que pudéssemos fazer para passar um tempo de qualidade juntos, e obtive em resposta um "estou muito ocupado, não vai dar."
Enquanto eu estava encerrando o expediente, a Vanessa do RH apareceu e me chamou:
— Romi, vamos nos reunir para irmos àquele barzinho que inaugurou há pouco tempo. E você não pode faltar. - ela me disse, e pelo seu olhar, eu sabia que não podia recusar.
— Vamos então, você pedindo com tanto jeitinho assim. - eu disse a ela.
E saímos nós duas rumo à recepção, onde alguns dos nossos colegas nos aguardavam. Após cumprimentar a todos, ficou decidido que nos encontraríamos lá, já que eu estava de carro.
Chegando no estacionamento, pude observar Luchó encostado no meu carro. Fiquei surpresa e fui cumprimentá-lo. Fiquei ainda mais surpresa quando ele rejeitou o meu beijo.
— O que você estava fazendo lá dentro até agora? Já faz 20 minutos que era para você ter saído - ele disse, totalmente autoritário.
— Que mau humor, hein? Eu estava conversando com os meus colegas, e combinamos de sair...
— Você não vai - ele disse, me cortando totalmente.
— Por que não? - eu perguntei, tentando manter todo o meu autocontrole.
— Você me perturbou a semana inteira para passarmos um tempo juntos e agora que eu estou aqui, você quer sair com um bando de macho - ele disse, como se estivesse me fazendo um grande favor por estragar totalmente a minha noite.
— Você, até onde sei, estava muito ocupado. Mas curiosamente, nos finais de semana, você fica totalmente disponível para mim. Ou será que eu tenho que ficar totalmente disponível para você? - disse eu, já ficando vermelha de raiva.
— Você não enten... - começou ele a dizer, mas eu o cortei.
— O que eu não entendo é o seu jeito obsessivo. Ou você está me acusando de querer sair com um "bando de macho"? -Eu já tinha perdido totalmente a vontade de sair, e tudo que eu queria agora era um remédio para dor de cabeça e minha cama.
Afastei-me dele, contornando o carro e abrindo a porta. Antes de entrar, ele segurou minha mão com força, não o suficiente para me machucar, e disse:
— Amor, desculpa. Eu só fiquei com ciúmes. Vamos para casa, eu prometo que vou te compensar por tudo isso - ele disse, tentando parecer sincero.
Soltei sua mão do meu pulso e a única coisa que disse antes de entrar no meu carro e ir embora foi:
— Amanhã a gente conversa!
Quando cheguei em casa, joguei as minhas coisas no sofá e fui tomar um banho. Depois, procurei um bendito remédio para dor de cabeça e deitei para descansar.
Quando finalmente peguei no sono, acordei com o barulho da minha porta sendo esmurrada. Ainda sonolenta, olhei no relógio e já eram 23 horas.
Pensei em ignorar quem quer que fosse que estivesse batendo, mas pensei que esse babaca poderia acordar o prédio todo. Com esse pensamento, me levantei e fui abrir a porta e me arrependi assim que vi o Luchó completamente bêbado e falando um monte de palavras desconexas. "Amor, eeeuu...." de tudo que ele disse, essa foi a única parte que entendi.
Com muito custo, o levei até o banheiro, tirei suas roupas e dei um banho de água fria nele. Ele reclamou muito da água gelada, eu até acharia aquilo cômico se não fosse tão tarde da noite.
— Amor, deita aqui. (eu disse, levando-o até a cama) Fica quietinho aqui que eu vou fazer um café amargo para você.
— Romi, eu te amo demais - ele disse, agora um pouco melhor da bebedeira. Eu o cobri com o lençol e fui fazer o café para ele.
Depois do café pronto, voltei para o quarto e o encontrei dormindo tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. Deixei o copo de café em um cantinho qualquer e me deitei ao seu lado, adormecendo pouco tempo depois.
Acordei com alguém fazendo cafuné nos meus cabelos. Isso me fez lembrar de quando começamos a namorar, o quanto ele era atencioso e dedicado ao nosso relacionamento, o quanto nos esforçávamos para fazer dar certo.
Agora, o nosso relacionamento se resume a sexo e discussões infantis.
— Bom dia, Luchó. Está melhor? - eu disse, ainda de olhos fechados, apreciando o carinho que eu recebia.
— Sim, e desculpa-me por ontem? - ele disse com um tom de voz baixo, parecendo pensativo, como se não estivesse se desculpando somente por ontem.
— Eu te desculpo se a gente ficar aqui quietinho e sem brigas durante o fim de semana, hein? O que você acha? - eu pergunto, olhando nos olhos dele, que dá um longo suspiro e concorda.
— Eu faço tudo que você quiser - ele diz, beijando os meus lábios calmamente.
Eu aproveito e aprofundo o beijo, arranho levemente as suas costas, enquanto afastamos os lábios por falta de ar. Quando os nossos olhares se cruzam, a única coisa que eu vejo é desejo.
Ele retira com cuidado o meu pijama e quando finalmente ambos estamos completamente desnudos, o telefone dele começa a tocar insistentemente no bolso da calça, que estava perdida em algum canto do quarto.
— Desculpa amor, mas eu preciso atender. - Isso é tudo que ele diz, enquanto vai até o bendito telefone.
— Eu tenho que ir, amor, eu sinto muito. - Ele fala e começa a vestir a sua roupa apressadamente.
E eu continuo com a cara de quem não está entendendo nada. Ele nem sequer atendeu o telefone, apenas verificou quem era, juntou as suas coisas e foi embora.
Mas, como combinamos de não discutir, eu simplesmente deixei isso passar, mesmo tendo a certeza de que há algo errado.
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