Hoje está sendo um dos piores dia da minha vida, perdi o meu pai na noite de ontem num acidente de carro, a polícia disse que estava sem freio, chocou com o muro na ladeira que passávamos para vir para casa, ele sempre foi o melhor pai do mundo, sempre esteve comigo, sempre me apoiou, a dor que estou sentindo no momento está sendo inexplicável, essa dor está me sufocando, ao ver seu caixão descendo naquela cova aberta, desabo mais ainda em lágrimas de tanto chorar a minha garganta doía, me ajoelhei naquela terra molhada o meu mundo acabou naquele momento, um abraço me envolveu percebo ser Gael, meu melhor amigo, ele me envolve em um abraço confortante e quente, mas nunca que aquele abraço faria com que o meu coração e a minha angústia passasse.
— Vem Liz! Precisamos sair daqui. Diz Gael, com sua voz doce e calma, ele estava muito preocupado comigo, até porque ele nunca me viu assim.
— Não quero ir para a casa da minha mãe agora! O interrompi desesperada.
— Passa a noite lá em casa! Não tem problema... mas amanhã terá que enfrentar ela. Gael informa-me.
Eu não gosto do meu padrasto, a minha mãe está separa do meu pai há mais de 10 anos já, eu era apenas uma criança, o meu pai foi na justiça e pegou a minha guarda, dificilmente eu vejo a minha mãe, ela não veio no funeral dele, mas já me mandou mensagem avisando que o meu quarto está pronto, abraço forte o gael, saindo do enterro do meu pai, os meus avós não são mais vivos, o que restou foi apenas a minha mãe, que na justiça era a última opção, as lágrimas não paravam de percorrer pelo meu rosto.
O caminho inteiro fomos em silêncio. Gael já tinha 21 anos, os seus pais eram maravilhosos, conheço ele desde os meus 8 anos, eu não conseguia controlar as lágrimas oque já estava me incomodando, sempre que eu conseguia parar de chorar, o rosto dele aparecia na minha cabeça e a dor simplesmente voltava... Ao chegar na casa dele sinto uma tontura horrível, oque me faz acabar desmaiando. As vozes estavam cada vez mais longe, sentia ele apoiar o meu corpo, mas não conseguia me mexer.
Desperto ao sentir o cheiro forte de álcool invadir o meu nariz, abro os olhos lentamente e me deparo com Gael na minha frente, tento controlar o choro, a sua mão passava lentamente sobre o meu cabelo sem conter deixo lágrimas percorrerem pelo meu rosto, me sento lentamente na cama e abraço o meu joelho forte, Gael me estende um copo com um líquido branco gelado. Acredito que seja água com açúcar, pego com um pouco de dificuldade as minhas mãos tremiam, ele me ajuda a levar o copo até a boca sem derramar dou um gole enquanto cuidadosamente ele vai erguendo o copo para que eu bebesse tudo.
Gael pega uma toalha e uma camisa dele para eu me vestir, mas eu estava travada, não sabia o que fazer, como me mexer, parece que desaprende a fazer tudo, ou apenas o meu corpo não queria me obedecer Gael me pega não braços e me leva até o chuveiro, eu estava suja e cheia de bactéria do cemitério, também não sai de lá desde que o meu pai chegou, não comi não bebi, apenas chorei... Gael retira a minha roupa com todo cuidado me deixando apenas de lingerie, se fosse outra ocasião eu não deixaria que ele me desse banho, essa foi a primeira vez que um homem chegou tão perto do meu corpo seminu, a minha cabeça se mantia baixa, ao sentir a água começar a molhar a minha cabeça, sinto como se um peso tivesse sendo lavado da minha alma, já não havia lágrimas percorrendo pelo meu rosto, Gael me deu banho com todo cuidado e respeitou cada parte do meu corpo, após terminar ele me secou inteira com a toalha e vestiu a blusa que havia separado em mim, ela ficou enorme, gael tinha 1,90 e eu apenas 1,52 batia um pouco abaixo do seu ombro. Ele ajudou a me deitar e sentou-se ao meu lado ainda me olhando
— Precisa se alimentar Liz, tenta comer algo! Diz completamente preocupado
Sem pensar duas vezes nego com a cabeça o seu pedido, por mais que o olhar dele ficou triste não consigo ceder a esse pedido, não vou conseguir comer sem vomitar, ainda estou completamente abalada e talvez essa dor que está me corroendo por dentro, não passe tão cedo, ele simplesmente se levanta e me cobre, ele estava bem chateado por me ver assim e pelo que conheço ele, Gael não faz a mínima ideia de como agir nessa situação, eu no lugar dele também não saberia, após ele sair do quarto fecho os meus olhos e tento dormir.
A luz que entrava pela janela do quarto do Gael me fez acordar, ele havia dormido na sala, ele sempre foi muito respeitoso comigo, nunca deu em cima de mim nem nada, somos como irmãos, muitos se perguntam se eu já desejei ele ou algo do tipo e eu sempre respondo que eu sou nova demais para pensar nisso, mas sim eu já desejei ele sim, não tem como olhar para ele e não pensar em nada... os meus olhos estavam tão inchados que doía, o pior de tudo é acordar e não vê-lo, observo Gael entrar com uma bandeja de café da manhã, estou faminta, mas julgo que não vou conseguir segurar isso no estômago.
- Bom dia pigmeu! *Diz em um tom alegre
Não consegui conter o sorriso, o que deixou ele ainda mais feliz, levo as minhas mãos até meu cabelo e faço um coque, pego um pão de queijo que estava muito cheiroso e dou uma mordida "humm como eu amo pão de queijo" apreciando o sabor escuto uma risada breve
— Tá tão gostoso assim pigmeuzinho? *Diz brincalhão
— Sabe que é minha comida preferida, tá maravilhoso!
— Você está pronta? — indagou sem tirar os olhos de mim
Termino o meu pão de queijo pensativa com a pergunta, pronta eu nunca vou estar, mas tenho que encarar os meus medos e insegurança uma lágrima sem querer escorre do meu rosto, a qual ele passa o polegar para secar, respiro fundo levantando a cabeça para olhar para ele.
— Ei não quero você assim! Se precisar de mim, é só me ligar que te busco na hora! Sabe disso, não sabe?
— e se pegarem o meu celular? Como vou te avisar? — O questiono com pavor na voz
Ele me abraça forte fazendo com que eu encostasse a cabeça no seu peito, deixo algumas lágrimas percorrerem pelo meu rosto, retribuo o abraço, porém um pouco fraco.
— Confia em mim? Vou sempre estar de olho em você ta bom?
Após concordar com ele, me levanto ajeitando a camisa dele no meu corpo, como ela parece um vestido não vou me importar de rouba-la, pego o meu celular
— Acho melhor colocar as suas roupas íntimas, não arruma sarna para se coçar com a sua mãe.
— Tem razão, quero evitar ao máximo problemas com ela, do jeito que é louca! — digo em um tom triste
Vou até o guarda-roupa dele, abro a parte que só tinha coisas minhas, pego uma calcinha e um sutiã, ao olhar para ele, percebo que ele já está de costas, deixo me escapar um sorriso e coloco as minhas roupas íntimas, logo coloco a camisa dele novamente
— Vamos Gah? Antes que eu comece a chorar de novo...
Observo ele se virar para mim e assentir, coloco meu celular no seio e vou até a garagem da casa dele, entro em seu carro que era uma Tucson 2022 preta! Ele trabalha em uma empresa multinternacional com seu pai o senhor Pedro, ele sempre foi legal comigo e com meu pai, eles eram melhores amigos, mas por conta da viagem que ele está fazendo a negócios não conseguiu ir no enterro do meu pai...
Ao chegar na casa da minha mãe, levo a mão até a maçaneta do carro, sinto um desespero sem motivo tomar conta de mim, as minhas mãos tremiam e vê-la na porta me aguardando só piorou a situação, a minha mãe Júlia nunca fez nada comigo, mas quando eu passava mais de um dia com ela, era insuportável sinto a mão do Gael no meu ombro enquanto lágrimas aleatórias percorria pelo meu rosto, não sei porque meu corpo estava reagindo assim, encosto a cabeça no peito dele permitindo que as minhas lágrimas molhasse a sua camisa 100% Algodão da cor branca, a sua mão percorria pelo meu cabelo, era uma das únicas coisas que me acalmava.
— Vai ficar tudo bem! Você é uma menina forte, o seu pai sentiria orgulho da pessoa que você está prestes a se tornar — Gael me motivou
— Promete que se eu precisar você vem correndo? — perguntei um pouco aflita
— Confia em mim! Largo tudo para vir te socorrer!
— Até a rebeca? — O questionei.
— Até ela pequena, qualquer coisa me liga, vou estar mais perto do que você pensa — Gael me tranquilizou
Dei um sorriso para ele após sentir seu beijo no topo da minha cabeça, respiro fundo secando cada canto do meu rosto com a blusa que eu estava, e saio do carro observo minha mãe vir correndo até mim e me abraça, por mais que eu tente, não consigo corresponde-la meu corpo não me obedece, observo Gael sair com o carro vou entrando para dentro de casa, nada havia mudado, mesma decoração antiga, mesmo cheiro de mofo, mesma bagunça, espirro após colocar minha mão na boca, esse cheiro vai atacar minha renite, vou ter que dar um jeito nessa casa, se não, eu não passo dessa noite...
Limpei toda a casa, acredito que inalei a minha bombinha de asma umas 3 vezes para conseguir terminar de limpar, minha mãe era uma imunda, ao observar o meu padrasto chegar olho-o com desdém, ele me olhava de cima a baixo, e isso me dava medo e nojo em simultâneo, vejo uma criança de cerca de uns 4 anos corre até mim, fico sem reação, não sabia que a minha mãe havia tido outra filha.
— Oi me chamo mellanny! Qual é o seu nome?— Me questiona com uma voz fofa.
— Me chamo Liz.– respondo curta e grossa, não estou a fim de papo.
— você tem nome de princesa!— continuou o assunto.
— É mesmo fod@-se— respondo brava
— Essa palavra é muito feia, igual a você— ela fala e sai correndo
— Respeita a sua irmã!— Diz bravo
— Ela não é minha irmã!— respondo ele na mesma intensidade
Vou em direção ao quintal e me sento na beirada da piscina, era onde eu preferia pensar, a água batendo no meu pé, me transmitia paz, sei que não devia ter tratado mellany assim, até porque ela é uma criança, mas estou super chateada que a minha mãe não em contou isso, acredito que estou muito sensível ultimamente, por outro lado, eu não ligaria, sinto tanta falta do meu pai, ele era meu melhor amigo, naquela noite chorei até dormir.
Na manhã seguinte, acordei ao som do despertador levantei e coloquei uma blusa de manga longa, a dor era tanta ontem que tentei me aliviar de alguma forma, como se isso fosse dar certo, fui até a cozinha estou sem fome então julgo que já vou indo para casa
— Faça o meu café!— o meu padrasto fala da mesa que ele estava
olho-o com desdém e viro de costas para sair, sinto uma mão no meu braço solto um gemido de dor, deixo umas lágrimas escorrer pelo meu rosto
— Faça a porr@ do meu café!— gritou comigo
Estava doendo mais ele apertando o meu braço, observo ele me soltar, coloco o café para fazer enquanto ele voltava a ler o jornal, "vida dos infernos" termino o café dele, me viro para sair novamente, sinto ele segurar o meu braço novamente, olho para ele sem entender
—Me solta! Eu preciso ir para aula— disse triste
— Me sirva!— Ordenou
Tento me soltar oque machuca mais o meu braço, pego o café e sirvo-o, observo ele me soltar e segurar no meu rosto olhando nos meus olhos
— continue obediente assim que vamos nos dar bem— insinua após soltar o meu rosto
Sem pensar duas vezes, pego a minha bolsa e saiu correndo, pego o primeiro ônibus que passa. Lágrimas percorriam pelo meu rosto, eu já não sei mais o que fazer, depois de um tempo chego na escola, tento correr para dentro, mas sinto alguém segurar no meu braço, grito assustada ao me virar vejo Gael, sem pensar duas vezes abraço ele forte desabando nos seus braços, sinto a sua mão passar pelo meu cabelo.
— Ei o que aconteceu?— pergunta preocupado
— Eu não quero mais ficar lá!— digo desesperada
— Alguém te machucou? me fala!— questionou-me
— Ele me obrigou a fazer café para ele, eles têm uma filha, ele me ameaçou falando que tenho que se eu continuar obediente vamos nos dar bem!— disse embolando todas as palavras desesperadamente
Observo ele me olhando, vejo a sua camisa suja de sangue, olho os meus braços, merda! A blusa gruda no meu braço, Gael me olhar e logo olha a sua camisa, ele pega no meu braço e tenta levantar a manga da blusa, mas está grudada
— por que fez isso Liz? Já conversamos várias vezes sobre isso não adiantar nada!— fala bravo
— Desculpa e-eu não... Eu juro que tentei não fazer isso, mas foi mais forte que eu.— tentei me explicar
— você vai ter que ser forte Liz, não sei como te ajudar, você ainda é de menor, se eu te levasse para casa eles podem mandar me prender! Preciso que seja forte pequena— Ele me explica a situação
Eu sei que sou de menor e que ele não pode fazer nada, mas não sei quanto tempo mais vou aguentar aquele inferno de casa, preciso me limpa tento me afastar novamente sinto Gael segurar na minha mão, olho para ele com os olhos cheios de lágrimas
—eu te ajudo a limpar vem!— fala já me puxando pro banheiro
me apoio na pia com o braço esticado, observo a água molhar minha blusa e a mesma se soltar dos ferimentos que causei em mim, respiro fundo por estar doendo, aperto o braço dele com a outra mão retiro a minha blusa ficando só de sutiã, vejo Gael perder o olhar em mim, me encolho um pouco tímida, observo ele desviar o olhar tirar a camisa e me dar, visto -a e agradeço, o seu tanquinho estava cada dia mais definido, escuto um barulho na porta do banheiro, empurro ele para uns dos banheiros para não verem ele, até por que estamos no feminino.
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