Henry Costa acabou de se casar com Ellen, no que ele considerou ser o pior dia de sua vida, já que era apaixonado por outra mulher e foi forçado por sua família para cumprir um acordo feito há mais de uma década.
Apesar de também estar obrigada nesse casamento, Ellen sofrerá nas mãos de seu marido, que tem como objetivo fazer com que ela desista desse casamento e assim ele fique com o caminho livre. Porém, o destino irá trazer uma reviravolta, pois uma paixão inesperada surgirá. Será que o amor vai ser capaz de superar tudo o que aconteceu?
Ellen
Hoje é um dia em que quase todas as mulheres consideram ser o mais feliz da vida, mas não para mim. Apesar de ter à minha espera uma festa digna de uma princesa, não há nada de nobre nesse casamento, já que eu nem conheço o homem que se tornará o meu marido.
Enquanto recebo os retoques finais em minha maquiagem, me esforço o bastante para segurar as lágrimas que desejam se libertar da minha face, assim como eu gostaria de me ver livre desse compromisso feito sem mesmo me consultarem.
Acredito que o meu noivo também não está satisfeito com isso tudo, já que não fez questão de me conhecer e pelo o que eu soube ele já estava há mais de uma semana na cidade.
De qualquer forma, eu não o culpo. Nossas famílias guerrearam pelo poder por muitos anos, juntas, elas mandam no país praticamente todo e quando a disputa entre elas ficou sangrenta demais, nossos pais mediaram um acordo de união, que seria selado pelo casamento de seus filhos. Nós não podíamos resistir, já que havia muita coisa em jogo. De qualquer forma, me entregar a um desconhecido era doloroso demais.
Eu tinha acabado de completar dezoito anos e morria de medo do meu noivo ser um velho asqueroso, já que a única coisa que eu sabia dele era que tínhamos uma diferença de idade.
Assim que tudo ficou pronto, meu pai veio me buscar para me levar até o altar. O nosso casamento estava sendo realizado em uma das nossas fazendas e seria ao ar livre. Nós caminhamos por um pequeno espaço e quando chegamos no local que contava com uma pequena multidão de convidados, o meu pai abaixou os olhos e rompeu o silêncio entre nós pela primeira vez:
ㅡ Desculpe-me por isso. Espero que você consiga ser feliz.
Eu engoli o choro mais uma vez, a minha garganta ardia com a intensidade dos sentimentos que queriam se externar, se eu tivesse forças, iria retrucar dizendo que não era possível ser feliz daquela forma, mas no fim, permaneci em silêncio e começamos a caminhada que mudaria todo o meu destino.
Eu estava em um vestido de noiva que custava uma fortuna e valorizava todo o meu corpo. Apesar de me sentir bonita naquele momento, o vazio tomava conta do meu interior.
O meu noivo estava me esperando no altar, mas por causa do véu que cobria o meu rosto, não consegui ver as suas feições, apenas quando o meu pai me entregou a ele e o véu foi retirado do meu rosto, que pude vê-lo.
Em um primeiro momento tomei um susto, pois diferente do que eu imaginava, ele era lindo, o seu rosto angulado combinava perfeitamente com o seu corpo forte e másculo. Ele realmente era mais velho, mas nada que passasse de cinco anos, já que a juventude exalava em seu rosto.
Depois de ter passado o susto com a aparência do meu marido, percebi que ele mal me olhou e comecei a imaginar que ele não havia gostado de mim, o que me deixou um pouco nervosa. Depois que o Juiz de Paz disse algumas palavras, que sinceramente não me lembro e de fazer os nossos votos, senti as mãos quentes daquele homem segurando a minha cintura e puxando o meu corpo para junto do seu e com o olhar, pela primeira vez, fixo no meu, de forma que parecia que estava vendo em meu interior, me beijar, selando a nossa união.
Uma semana atrás...
Henry
Eu acabei de chegar à cidade da minha noiva. O meu pai disse que eu tenho que conhecê-la e tentar fazer uma política de boa vizinhança, mas sinceramente, estou com tanta raiva desse casamento que não encontro disposição para isso, mas ainda sim devo fazer. Vou apenas fazer check-in no hotel e enfrentar a fera que me espera. Aposto que é uma garota mimada e chata que mal saiu da adolescência
Assim que subo ao meu quarto, percebo que ele não está vazio, já que escuto um som vindo do banheiro. Eu deveria dar meia volta e chamar a segurança, mas alguma coisa me dizia que eu devia verificar o que era.
Assim que abro a porta do banheiro, que estava destrancada, percebi que alguém estava tomando banho e então eu disse:
ㅡ Quem é o idiota que acha que pode invadir o meu quarto e sair ileso?
Dessa forma, a porta do box se abre e uma ruiva linda e nua que eu conhecia muito bem, surge, como uma beldade e diz:
ㅡ E quem te disse que eu quero sair ilesa?
ㅡ Não acredito que você está aqui, Rachel ㅡ disse enquanto me jogava nos braços daquela mulher e me deliciava em seu prazer.
Era para eu me casar com ela, a mulher por quem sou apaixonado desde a minha adolescência. Nós até chegamos a namorar, mas os meus pais sempre reprovaram a nossa relação porque diziam que ela era gananciosa demais para mim. Eu sei que a verdade era que eles tinham medo que eu não cumprisse o acordo de paz que eles fizeram. Eu confesso que me sinto usado com isso tudo, mas já estou conformado, pelo menos estava, já que a Rachel estava fora do país para estudar há quase um ano, coisa que eu acho que tem o dedo dos meus pais, mas agora com ela aqui ao meu lado, não sei se vou conseguir suportar deixá-la ir novamente.
Já haviam passado algumas horas desde a minha chegada, mas eu não estava com pressa de sair de dentro daquela mulher que dominava os meus instintos.
Estar com Rachel era intenso e prazeroso e naquele dia, me permiti ficar trancado no quarto com ela.
Já era noite quando paramos para comer um pouco e conversar. Eu estava feliz por saber que Rachel não era como os meu pais diziam ser e que estava disposta a lutar por nosso amor. Eu pensei que ela iria me pedir para desistir do casamento e cogitei propor fugirmos do país, mas o que ela me disse jogou um balde de água fria nos meus pensamentos.
ㅡ Querido, estava morrendo de saudades de você. Que bom que cheguei a tempo do casamento. Queria conversar com você.
ㅡ Mas você podia ter me ligado.
ㅡ Esse tipo de coisa precisa ser dita pessoalmente ㅡ disse Rachel em tom de mistério.
ㅡ Por acaso quer que eu desista do casamento? Perguntou à espera de uma confirmação.
ㅡ Claro que não! Sei que isso tiraria todo o seu poder e prestígio com a família, que com certeza tomaria os seus bens.
ㅡ Mas eu posso trabalhar, isso não é um problema. Além do mais, tenho algumas economias que me permitem viver confortavelmente.
Rachel largou os seus talheres, sentou no meu colo e enquanto enterrava a sua cabeça em meu peito, disse:
ㅡ Jamais pediria algo tão sacrificante assim para você. Você precisa se casar, mas acho que sei de uma forma de você conseguir o divórcio.
ㅡ Do que você está falando? Em casamentos arranjados não existe divórcio. Os Limas jamais permitiriam que a filha deles quebrasse o acordo.
ㅡ Tenho certeza que sim ㅡ disse Rachel com convicção.
Eu já não sabia o que pensar, mas depois que eu ouvi com detalhes a proposta de Rachel, descobri que poderia dar certo.
ㅡ Tudo o que você falou pode funcionar, mas se me casar, terei que ser um marido presente. Essa é uma das cláusulas. Você não se importa?
ㅡ Não seja bobo! Não tenho ciúmes porque sei que você me ama e isso não será abalado por ficar com outra mulher. Além do mais, vai ser um sacrifício temporário, pois logo você estará livre para se casar comigo. De qualquer forma, sempre estarei por perto para te satisfazer.
Rachel queria que eu me tornasse o pior marido possível, claro que eu não planejava ter uma vida romântica com a minha esposa, mas ignorá-la já estava de bom tamanho para mim. Rachel acreditava que se a vida da minha esposa fosse um suplício, ela não iria resistir e pediria o divórcio em pouco tempo, o que seria ótimo, pois ficaria livre do acordo e ainda não traria problemas para a minha família.
Depois de relutar um pouco eu aceitei e a primeira coisa que decidi fazer foi ignorar a existência da minha noiva. Com toda a certeza ela queria me conhecer, pelo menos para saber como eu era, mas eu não daria esse gosto a ela.
Eu passei com a Rachel os dias que antecederam o casamento. Ela sabia como me agradar e fazia de um tudo para me deixar satisfeito. Parecia que ela tinha um feitiço, pois tinha de mim tudo o que queria.
Quando chegou o dia do casamento, percebi que toda aquela tranquilidade e frieza que eu parecia ter, foram embora, me deixando apenas com o nervosismo e a ansiedade.
Quando terminei de me arrumar, fui conduzido por meus pais para o local da cerimônia e fiquei em pé no altar esperando por ela, minha futura ex-esposa.
Eu estava impaciente, já que ela estava um pouco atrasada. Eu estava louco para terminar logo com aquilo. De repente, ela surge com o rosto coberto por um véu e começa a caminhar na minha direção. Eu não estava nem um pouco curioso para conhecê-la, mas quando a recebi do meu sogro e tirei o seu véu, fiquei surpreso com o que vi.
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