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Inefável - A Segunda Esposa Do Sheik

Ibrahim Maktoum

Eu me chamo Ibrahim Maktoum, e atualmente, sou o segundo maior Sheik do mundo, sendo o meu pai, o maior. Desde muito novo, eu sempre soube onde eu queria chegar, tudo o que eu queria conquistar. E, de fato, conquistei.

Atualmente, eu tenho 38 anos. Sou casado há quatorze anos com a Malika. A pessoa por quem sou apaixonado desde os meus dez anos. Porém, não somos um casal onde, um sempre ajuda o outro. Ela sempre foi uma pessoa, que nunca se interessou pelo que eu faço, pelos meus sonhos. Só tem interesse, pelo o que eu posso lhe proporcionar.

O motivo de eu nunca ter me separado dela? Simples. Ela se culpa muito por não conseguir engravidar. Já fomos em vários médicos, procuramos ajuda, até que descobrimos que, ela não pode engravidar. Ela ja teve diversos abortos, e infelizmente, será assim em todas as vezes que ela engravidar. Mesmo com todo o seu jeito, eu a amo muito. Sabe quando você tem aquela pontada de esperança, onde sente que a pessoa vai mudar? Então. É EXATAMENTE assim, que eu me sinto.

Os meus pais, me criaram muito bem. Sou o mais velho de 3 irmãos. Tenho o Omar, que é o meu irmão do meio, com quem, eu nunca me dei bem e a Yarin, com quem eu me dei muito bem, desde sempre. A Yarin é a princesa da nossa família. Mas, da minha família, o único que se simpatiza com a minha mulher, é o meu irmão. Fomos criados com muito amor, com muito carinho, e tendo sempre, os nossos pais bem presentes em nossas vidas, sendo nossos melhores amigos.

Quando decidi trilhar o meu próprio caminho, sem depender dos meus pais, eles me apoiaram. Não era o que eles gostariam, de fato, já que o meu pai sempre diz que, todo o império dele, foi criado para nós, os filhos dele. Sou muito grato á eles por tudo, e por tanto. O meu casamento não está na sua melhor fase. E, para ser sincero? Nem eu mesmo me lembro quando foi que estivemos numa boa fase!

Estava sentada no sofá, vendo alguns assuntos da minha empresa, quando a minha esposa chega repleta de sacolas, e se senta ao meu lado.

Malika: Querido, eu posso conversar com você?

Ibrahim: Claro. Sou todo ouvidos.

Malika: Eu estava aqui pensando... Por que não se casa de novo? Uma segunda esposa poderia lhe dar filhos. A criança seria como a minha filha também. Não é nada fácil para mim lhe dar essa sugestão, mas, eu quero que seja feliz. Eu sei bem como deseja ser pai, e eu não posso lhe privar disso. Poderíamos adotar uma criança, mas sei como quer acompanhar de perto uma gestação. E então, o que me diz?

Fico completamente perplexo com a sua sugestão. Ela está querendo que eu me case com outra mulher? É isso mesmo!?

Deixo o meu iPad de lado, e retirando os meus óculos, olho bem para ela, procurando algum vestígio de sarcasmos. Algo que, me mostrasse que era somente um teste uma brincadeira sem graça. Porém, o que me assustou mesmo, foi o fato de não encontrar nada disso. Pelo contrário. Encontrei vestígios da convicção do que ela queria, ao me sugerir aquilo.

Ibrahim: Deixa eu ver se compreendi... você quer que, eu me case novamente, para que a minha segunda esposa possa engravidar, e eu possa acompanhar a gestação de perto? E, essa criança seria como se fosse nossa filha? É isso?

Malika: Isso mesmo, querido! O que me diz?

Ibrahim: Em todos esses anos, essa é a maior barbárie que eu ouço, Malika! Por Alá.

Me levanto rapidamente, e para não perder a cabeça com ela, pela primeira vez na vida, pego as chaves do meu carro, e o meu celular. Saio dirigindo sem rumo, para poder refletir naquilo. Com toda certeza, só pode ser brincadeira.

Vou dirigindo, até que, por sinal, acabo encontrando uma moça correndo no meio da rua. Ela parecia fugir de algo, ou melhor, de alguém, quando ela acaba parando em frente ao meu carro e eu o freio de vez, para não atropelar a mesma.

Lila

Eu me chamo Lila, tenho 25 anos e sou órfã. Eu moro numa casa de prostituição desde que eu me entendo por gente.

A minha vida nunca foi fácil. Eu precisei aprender a me defender sozinha, já que trabalhei naquele lugar desde os meus oito anos. Raramente, eu tive a oportunidade de colocar os meus pés para fora da rua. Eu não conheço a dona desse lugar. A única coisa que eu sei, é que agora, a dona daqui assumiu o comando quando o pai acabou morrendo. Aqui, eu deixo tudo em ordem, e ainda sirvo as mesas. Eu nunca fiz programa. Nunca me obrigaram, e para falar bem a verdade, eu não sei se isso me conforta ou me assusta.

Eles não são as pessoas mais generosas desse mundo, e me mantém casta até hoje, com toda a certeza, algo muito ruim me aguarda. Aqui, tenho somente uma amiga. A Noura. Ela é garota de programa. Está nessa vida, porque acabou sendo enganada e traficada. Ela é da Itália, e veio parar aqui, acreditando ter sido escolhida para ser modelo.

Aqui, diariamente sou torturada. Eles tem o prazer de me torturar todos os dias, e me privarem de comer. Vivo um verdadeiro inferno aqui. Mas, eu juro, que ainda vou me livrar disso. Ainda vou me fugir desse lugar, para que nunca mais me encontrem. Mesmo que eu morra, mas para esse lugar, eu não volto mais.

Como hoje é sábado, eu levanto cedo. Preciso deixar tudo em ordem a tempo. Se não, apanho muito, e ainda vou ter que trabalhar depois de tudo. Sigo fazendo as minhas funções, ouvindo as piadinhas que eu sempre ouço, porém, ignoro. Eu estava limpando tudo, quando eu acabo passando em frente ao salão, onde o gerente daqui estava conversando com uma mulher. Eu não reparei muito, mas com toda a certeza, é muito granfina.

Passo direto, sem atrapalhar, ou sequer, olhar para eles. Como não tenho permissão para isso, sigo em frente, sem ao menos me dar o trabalho de fazer algo, que cause fúria no Samir. Esse homem é pior que o demônio. Assim que chego perto do bar, vejo a Noura sentada. Ela estava cabisbaixa e decido ir falar com ela. Odeio ver a minha amiga desse jeito.

Lila: O que aconteceu, minha amiga?

Noura: Hoje é aniversário do meu pai, amiga. Eu não vou poder nem ligar para ele e dar parabéns, porque eu vou estar fazendo algum trabalho em algum país nesse mundo a fora. Os meus pais acreditam que todo o dinheiro que é mandando para eles, é um dinheiro limpo. Pensam que é um dinheiro que eu ganho modelando. Quando na verdade, é fruto de noites sendo agredida, humilhada e me sentindo a pessoa mais suja desse mundo.

Lila: Ô, meu amor! Eu entendo muito bem como você está se sentindo. Eu não tenho uma família, além de você nessa vida. Mas, eu sei bem como é essa sensação de ser agredida e humilhada todas as noites. Mas, eu posso garantir que será por pouco tempo. Vamos mudar essa nossa realidade, e seremos muito felizes!

Ela me abraça, e eu dou um beijo na sua testa. Ficamos conversando, enquanto eu vou limpando o bar e tentando anima-lá. Aos poucos, ela vai sorrindo.

Noura: Dizem que, essa mulher que está aí, é a dona daqui.

Lila: A mesma granfina, que está sentada ali no sofá? Não tem como ser! Ela parece ser tão chique.

Noura: Mas, dizem que, ela quem é a dona. Ouvi boatos de que, ela tem uma vida dupla. Disseram que, ela tem uma vida, onde ninguém desconfia do que ela faz na real. Eu só não sei que vida é essa.

Lila: Dessa mulher, quero é distância!

Nesse momento, me avisam de que eu preciso limpar uma bagunça no salão principal. Quando chego lá, a mulher não está mais lá e foi melhor assim. O gerente não me diz nada. Ele está mega estranho, e nem para minha cara, ele olhou.

Começo a organizar, quando eu ouço uma conversa, que me deixa totalmente em pânico.

Segurança 1: O que aquela mulher queria?

Segurança 2: Comprar a doce Lila.

Segurança 3: Acha mesmo que, o patrão vai vender? Ela é o grande triunfo dele.

Segurança 2: Por que ele nunca leilou a Lila?

Segurança 1: Há anos, eles estão a beira da falência. Eles estão competindo com bordeis maiores que esse. Se caso eles chegarem a falência, a Lila será o triunfo. Vários homens são loucos por ela.

Segurança 2: Mas, por que ele quer vender ela?

Segurança 1: Porque, fizeram uma proposta muito maior e a dona daqui, está envolvida nisso. Foi dela que partiu essa lance de vender a Lila pra essa granfina. Só não sei o que ela quer.

Nesse momento, me faltam pernas. Eu estava em êxtase. Descobri por fim, o motivo de nunca terem permitido que me tocassem em todos esses anos! Como puderam fazer isso comigo? Ainda querem me vender pra uma pessoa, que eu nem sei o nome. Quem pagaria ainda mais caro por mim, sem querer algo em troca? Eu estou ferrada. Eu preciso ir embora daqui. Eu tenho que ir embora!

Continuo o meu dia, como se nada tivesse acontecido. A minha mente estava a milhão, e eu precisava dar um jeito de sumir daquele lugar. Era isso, ou iria parar nas mãos de uma pessoa, que com toda a certeza é muito pior que o gerente desse lugar. Quando a noite chega, eu vou até o quarto da Noura. A procuro por todos os lados, mas não a encontro. Quando entro no banheiro, a encontro dentro da banheira. A tiro de lá, e começo a massagem, para traze-lá de volta, e nada adianta. Ela tinha ido embora, para todo o sempre.

Lila: Noura? Por favor, amiga. Volta! O que eu vou fazer nessa vida, sem a minha única amiga nessa vida? Eu tinha o plano de fugir contigo, amiga. Vim aqui, para sugerir fugirmos, para bem longe. Eu iria lhe ajudar a se reerguer e ir embora para a sua terra, para a sua família. E agora, você se foi. Você se foi para todo o sempre. A maldade do mundo, tirou você de mim. Tiraram você dos seus pais, da sua família. Roubaram os seus sonhos, sem ter direito algum disso. Espero que você descanse em paz, meu amor. Que encontre o repouso eterno. Que desse plano que você estiver, esteja feliz e cuidando de mim, porque eu prometo, que serei forte por você, por cada menina que teve os seus sonhos roubados. Eu sempre vou te amar. Eu sempre, sempre, sempre terei você no meu coração.

Fico mais alguns minutos com ela, e a parte mais difícil, foi ter que deixar o corpo dela ali. Eu não poderia deixar a minha para trás. Ela merece um enterro digno. Eu estou perdida, sem forças. Peço uma luz, peço um sinal. E então, eu vejo uma luz linda. Mal podia acreditar quem era! Era ela. Era a Noura.

Ela estava bem mais feliz, estava bem mais bonita. Ela estende a mão para mim, e eu vou caminhando em direção a ela. Somente vou seguindo-a. As vezes ela some, mas logo, ela aparece. Continuo seguindo, e quando me dou por mim, eu já estava do lado de fora a boate. Eu não sei como sai dali. Mas, sentia a brisa da noite, batendo no meu rosto. Rapidamente, começo a correr, como se não houvesse amanhã. Por algum motivo, não vi ninguém correndo atrás de mim. É como se, não tivessem me visto, e então, eu vou aproveitando isso.

Eu estava correndo e o tempo inteiro, olhava para trás. Porém, acabo sentindo um impacto, e as minhas mãos batem com tudo no capô de um carro. Eu não vejo ninguém, porque os vidros estão escuros.

Capítulo III

...Ibrahim🔥...

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Logo,desço do carro e olho para a moça, que logo, me chama atenção pelos seus machucados pelo rosto.

Ibrahim: Está tudo bem? Você se machucou?

Mulher: Sim, estou. Obrigada. Me perdoe!

Ela diz rapidamente, e o tempo inteiro, ela olhava para trás. Era como se ela estivesse realmente fugindo de alguém, ou de algo. Quando ela tenta correr novamente, eu seguro no seu pulso, fazendo com que ela me olhe confusa, e ao mesmo tempo, como se estivesse suplicando por ajuda. Tento passar o máximo de segurança para ela, e guiando-a para dentro do carro, eu abro a porta para ela, que entra meio sem jeito.

Ibrahim: Está tudo bem mesmo? Precisa de ajuda?

Ela olha pela janela do carro, e arregala os olhos. Percebo que ela começa a tremer, e eu tento acalma-lá.

Mulher: Me tira daqui, por favor!

Sem dizer nada, dou partida no carro. Quando eu olho para trás, vejo alguns homens correndo atrás do carro, mas foi completamente em vão. Naquele momento, tenho a certeza de que, ela estaba sim, correndo perigo. Após ter me afastado dali, eu a olho, parando o carro em frente a um hospital.

Ibrahim: Está tudo bem agora, tá? Só vamos fazer uma consulta, para sabermos como você está. Ok? A próposito, como é o seu nome?

Mulher:Ok. Obrigada... eu me chamo Lila. É o senhor?

Ibrahi: É um belo nome, Lila. Pode me chamar somente de você. Eu me chamo Ibrahim.

Ela dá um sorriso e logo, entramos no hospital, que por sinal, o meu pai é sócio. Assim que entramos, sem muita demora, ela foi atendida. O médico fez alguns exames, e começou a questionar sobre algumas fraturas e luxações, que não foram tratas corretamente. Percebo que ela ficou um pouco nervosa e meio desconfortável com a situação e o médico muda de assunto, explicando como será o tratamento. Por estar um pouco desidratada, ela acaba precisando tomar soro, e em algumas horas, ela acaba sendo liberada. Ela precisa de um lugar para ficar, e eu a levo para o lugar em que eu mais confio deixa-lá: a casa dos meus pais.

Lila: Para onde estamos indo?

Ibrahim: Estamos indo para um local seguro, não se preocupe.

Dou um sorriso, e seguimos para a casa dos meus pais. Quando chegamos, desço do carro, abro a porta e ajudo a descer. Não demora muito, e logo, a minha mãe vai até nós, e me cumprimenta com um beijo no rosto.

Shadya: Olá, meu filho! Que surpresa maravilhosa!

Ibrahim: Olá, mãe! Realmente faz um tempinho que não apareço por aqui. Mãe, posso lhe pedir um favor?

Shadia: Claro, filho!

Ibrahim: Mãe, essa daqui é a Lila. Eu acabei machucando-a, por estar um pouco distraído e além de precisar de cuidados. Poderia por favor, me ajudar?

Shadia: Claro, filho! Prazer, Lila. Eu me chamo Shadia.

Lila: É um grande prazer, senhora! Muito obrigada.

A Lila dá um sorriso, e a minha mãe a puxa para um abraço delicado. Eu sei que, a minha mãe já gostou de cara da Lila. Até porque, a Lila exala uma energia positiva, algo bom, que irradia. Eu dou um sorriso, e a minha mãe logo nos convida para entrarmos.

Quando entramos, a minha mãe fica na sala com a Lila, enquanto eu vou conversar um pouco com o meu pai. Bato na porta do escritório, e entro.

Hassan: Boa noite, filho!

Ibrahim: Boa noite, pai. Como estão as coisas por aqui?

Hassan: Estão indo bem, filho. Eu consegui aumentar as ações, e fechar uma boa parceria com os russos.

Ibrahim: Fico feliz, pai. Os russos são ótimos para fechar negócios mesmo.

Hassan: E, como vão as coisas em casa? Como vai a minha nora? O seu casamento?

Ibrahim: Eu queria muito poder lhe dizer que, nós estamos bem, que está tudo bem, mas, a verdade, é que, nem eu mesmo sei se está tudo bem com a minha esposa. Acredita que, ela veio me propor que, eu me case de novo para termos um filho?

Hassan: Ela propôs que tivesse um segundo casamento?

Ibrahim: Em alto, e bom som.

Hassan: E, o que fez? O que disse?

Ibrahim: Eu nem disse muito, para não me estressar com ela. Achei absurda essa ideia. Casamento não é brincar de casinha. Não posso escolher uma mulher, me casar com ela, só para que ela me gere filhos. O senhor sabe bem a responsabilidade que é, ter que lidar com duas famílias, com duas esposas. E, conhecendo bem a minha esposa, ela faria birra, ela teria cenas de ciúmes. Então, eu não posso fazer isso, somente porque quero muito um filho.

Ibrahim: Bom, filho... você acabou de dizer exatamente, tudo aquilo que, eu iria lhe dizer. De fato, é um caso onde você tem que pensar muito, várias vezes. Não é brincadeira. Existem algumas regras, que devem ser cumpridas a risca, sem vacilar. O seu casamento com a Malika nunca tomou um rumo diferente, para que possamos conviver bem, porque a sua esposa é uma pessoa orgulhosa, ambiciosa, e somente você, quis que desse certo. Ela nunca fez esforço, nunca vi.

Ibrahim: Eu sei, pai. Eu estou confuso, sem saber o que fazer.

Hassan: É muito bom pensar, filho. Vale a pena. Se case 10, 20 vezes, mas, não fique anos empurrando um relacionamento com a barriga, somente para dizer que estão juntos.

Ibrahim: Sábias palavras, pai. Voltarei a analisar o caso.

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