Dakota Borba Gato
Me chamo Dakota Borba Gato, tenho dezessete anos e estou preparada para fugir de um casamento forçado com o filho de um empresário do ramo de gado leiteiro. Que nunca vi o rosto. Essa é uma tradição desde que as duas famílias se mudaram para Campinas há mais de cinquenta anos e como não conheciam ninguém para casar seus filhos acabaram casando entre si criando essa tradição. Ambas as famílias sempre foram bem sucedidas na produção de gado leiteiro, e casam seus filhos para manterem sua posição e não colocar pessoas desconhecidas na família.
Para vocês terem uma noção, o contrato de meu casamento foi acertado com a família Tavares no dia em que nasci, sendo engavetado no escritório de meu pai, um lugar a qual eu não tenho acesso, pois vive de porta trancada.
Quando eu era menina eu achava a ideia de ter um noivo escolhido linda, mas conforme fui crescendo essa ideia não me atraiu em nada e eu aos dezoito anos não quero me casar, quero sair, minhas amigas, ir ao cinema, passear, tomar sorvete e curtir um pouco a minha adolescência, e me é pouco atrativa a ideia de dizer sim para um homem que só vou conhecer o rosto do dia do casamento, se isso já me dá um frio na espinha, se eu imaginar que ele vai me levar para o quarto tirar meu vestido de noiva e me possuir para consumar o casamento me dá um mal-estar tão grande que parece que vou desmaiar. E sim, eu tenho medo da noite de núpcias e se puder nunca ter essa experiência para mim já é uma grande coisa.
Meu casamento para meu azar está marcado para daqui a duas semanas, bem na data em que completo 18 anos, nunca entrei em conflito com meus pais por causa dessa ideia de tradição, porém desde o quinze eu tomei a decisão de que vou fugir antes da data do meu aniversário, eu quero de presente um anel, ou mesmo uma roupa talvez um urso de pelúcia, mas uma noite de núpcias com quem eu vou conhecer apenas no dia de me casar, isso jamais, só de pensar em um homem sem rosto se deitando em cima de mim, afastando as minhas pernas e me fazendo sentir dor para me tornar sua esposa. Socorro, esse fato me dá calafrios e eu vou fugir.
Meu pai não sabe que penso em fugir e minha mãe está animada e já planeando para essa semana irmos comprar o meu vestido de noiva.
Minha mãe também se casou no dia do aniversário dela de dezoito anos e me contou que seu pai foi super carinhoso com ela na primeira vez.
_Filha não se apavore, o seu pai foi super carinhoso comigo na hora de nos unirmos e tenho certeza que o seu noivo também será, anime-se Dakota, em poucos dias você deixará de conquistar amigos ou paqueras para conquistar o coração de um homem que será o seu marido. Conquistar vários amigos fácil quero ver cativar todo o dia o amor de uma só pessoa.
Minha mãe fala com conhecimento de causa, ela cativa esse amor do meu pai diariamente e o mesmo ele faz com ela.
É um tal de mela para cá, mela para lá, um chocolate ou uma bala debaixo dos travesseiros um do outro que me irrita.
Não levem a mal, eu amo os meus pais, mais tem hora que eles exageram nos chamegos um com o outro. E sinceramente eu acho que não teria essa, paciência toda com o meu marido.
_Mamãe, você ama o papai?
_Sim, filha e amo muito, me apaixonei a primeira vista no dia em que o conheci no altar. O contrato de meu casamento foi lavrado entre os Borba Gato e os Tavares no mesmo dia que nasci. Eu tive muito medo de não gostar do meu marido, pois assim como você eu nunca tive contato nem se quer um oi, mas quando vi no dia do meu aniversário aquele homem lindo eu quase perdi o ar, para você ter uma vaga ideia filha eu assinei o contrato de casamento tremendo. Eu me lembro desse momento até hoje e sou muito grata aos meus pais que continuaram com a tradição e hoje sou extremamente feliz.
Minha mãe é otimista demais e quem acha que eu vou amar logo de cara esse fantasma, que para mim é um fantasma, pois não conheço o rosto, estão muito enganados. Se eu ficar para o meu aniversário, serei obrigada a me casar, por isso vou fugir o mais tarde até o final de semana. Tenho sorte que o ano Letivo no colégio terminou se não esse seria outro problema.
_Filha em que está pensando?
_Em nada, mamãe, acho que vou cavalgar um pouco. Andar a cavalo me relaxa, me sinto livre.
Saio para a cocheira e deixo minha mãe dentro de casa. "Vou fugir sem dinheiro e só com algumas peças de roupas, e meu cavalo? Vou, mas prefiro isso a me casar com quem não quero."
Jônatas Tavares
Sou Jônatas, tenho 21 anos e estou a espera de me casar em duas semanas com uma jovem que nem sei mesmo o nome, e não tenho ideia de como é seu rosto. Essa é uma tradição familiar de décadas da família Tavares, a única informação que tenho dela é que ela faz parte da família Borba Gato. A ideia não me atrai muito, pois eu quero viver a minha juventude, passear, aprender mais sobre os negócios de minha família que lida com a produção de gado leiteiro. Aliás, as duas famílias trabalham com gado e são sócias tanto nos negócios como no amor. Se é que eu possa me apaixonar pela minha esposa após casado. Meu pai me explicou quando eu tinha 12 anos essa tradição das duas famílias, a qual lavra um contrato de casamento assim que uma criança nasce na família. Como são pessoas riquíssimas, elas escolhem o sexo da criança antes de nascer, no caso a família Tavares ficou responsável por só gerar homens e a família Borba Gato as mulheres. Com essa prática meio louca a família se tornou uma família que para mim se resume há um monte de primos que se casam, eu posso estar enganado, mais sinceramente é essa a impressão que tenho de toda essa situação que os primeiros Borba Gato e os primeiros Tavares criarão. O contrato funciona da seguinte forma, os pais da noiva deixam ele pronto e quando a jovem completa dezoito anos, mais respectivamente no dia de seu aniversário, ela se casa com o rapaz da outra parte do contrato. Meu pai definiu esse contrato como um pré-casamento. Na época em que eu tinha 12 anos, eu achei a ideia o máximo, já tinha uma noiva e não precisaria jogar o jogo da sedução. Claro que conforme os anos foram passando, eu fui amadurecendo e percebi o quanto essa prática corta etapas importantes para que um casamento dê certo. A fase gostosa do namoro em que a gente se apaixona e passa a conhecer melhor a outra pessoa, essa não existe entre os Tavares e os Borba Gato. Pois eles acreditam que o casamento tem que vir primeiro e a fase da conquista depois. Para mim essa é uma forma que a família Borba Gato encontrou para diretamente vender suas mulheres. Quando nascem essas meninas, não tem o convívio com seu futuro marido, a família Tavares para não haver esse perigo, manda os meninos estudarem fora desde a segunda infância em outros países, só veem seus filhos nas férias escolares. Eu, por exemplo, estudei na Rússia, e voltei estudado na área da pecuária. As meninas estudam por aqui mesmo e como se casam aos dezoito, são seus maridos que decidem se elas irão cursar o ensino superior ou não. Quanto a isso não há maiores problemas, pois todas as mulheres da família Tavares são graduadas em alguma faculdade. Tentei ao menos saber o nome de minha noiva, mas meus pais não falaram seu nome, dizendo que se o revelasse seria um insulto maior do que ver a mulher de outro sem roupa.
_Ao menos ela é bonita? Pai?
_Jônatas, beleza não se põe na mesa, o que importa é o caráter filho e essa jovem tem caráter, mas já que perguntou, sim, ela é uma jovem muito bonita, um botão de rosas que vai se desabrochar e se tornar uma linda mulher no futuro e sua mulher.
_Dificil de acreditar que eu me casarei com uma mulher que eu não conheço nem o rosto!
_Quando você tinha 12 anos, achava o máximo.
_Pai, eu era um pré-adolescente, cheio de espinhas no rosto, é claro que eu ia achar o máximo. Mas agora eu cresci e a ideia não me parece nenhum pouco atrativa. Meu pai acha uma indolência o que eu estou falando e me diz sendo firme em suas palavras:
_Você irá se casar e ponto final, desce por contente que você será o primeiro a tocá-la. _O senhor é nojento pai!
_A minha palavra final está dada, e eu não quero que meu único filho seja a vergonha dessa família. Percebi que não adiantava eu argumentar, então sai para dar uma volta pela fazenda. "Como pode essa família ser desse jeito maluco?"
Bom, pelo menos meu pai disse que ela é bonita, mas será que será o suficiente para que eu possa amá-la?
Não quero fazer uma jovem sofrer pela falta de amor, isso seria uma crueldade com ela. Eu sou homem e teria que me deitar com ela mesmo sem amor, os homens, tem instinto de caçador, então conseguem ter uma experiência mais íntima mesmo sem amor, mas e para a mulher não será nada fácil satisfazer as luxúrias de seu marido, principalmente se ela não amá-lo isso seria uma violação do psicológico dela. Se houvesse escolha algum jeito de escapar, eu escaparia. Não quero fazer uma jovem sofrer por toda a sua vida, pois uma das cláusulas do contrato não permite o divórcio, ou seja, as pessoas ficam presas umas, as outras mesmo sem amor devido a uma tradição idiota.
Dakota
Estou apavorada com essa ideia de me casar sem amor e espero conseguir fugir essa semana, meus pais são muito cru eis e não me disseram ao menos o nome de meu noivo. Para eles isso tudo é normal, mais quando eu paro para analisar eu percebo que a família Borba Gato não vendem eles dão suas mulheres, eu não tenho muitas amigas, pois meus pais não deixavam tudo por medo de eu sair com ela para conhecer rapazes e perder a preciosa virgindade.
Posso garantir que a minha virgindade está intacta, seladinha no meu mais profundo íntimo.
Falo com a minha amiga por videochamada, ao menos isso meus pais permitem e graças há Deus eu posso ver essa minha amiga contanto que ela venha em casa.
_Dakota, não sei o que está passando amiga, pois meus pais me deixam livre para fazer as minhas escolhas, mas estou imaginando o seu pavor.
_Eu nem conheço ele, Samanta e meus pais, nem ao menos me disseram o nome dele e o casamento é daqui à doze dias, pensa no meu desespero e eu não sei o que vou fazer, e se ele for um velho e estão me enganado dizendo que é o filho jovem do fazendeiro. Como eu não o conheço, posso até imaginar que seja até o próprio fazendeiro?
"Minha amiga tem que ter calma ela está está devaneando agora, qual sentido que teria para os seus pais mentirem dessa maneira para ela."
Começo a chorar devido ao desespero e imagino aquele velho feio e fedido me forçando a ter relações sexuais com ele. E me usando como se eu fosse um objeto.
_Amiga calma, o pouco que conheço da tia Bernadete e do tio César, jamais eles iriam te entregar para um homem, com a idade de ser seu pai, avô e bisavô. Dakota, eu não sou boba e sei que algo mais te incomoda, te conheço desde o pré me conte pode confiar em mim.
Peço para a minha amiga esperar um pouco e vou até a porta do quarto para fechar.
_Fui fechar a porta do quarto, esse assunto é meio constrangedor.
_Conta Dakota, eu vou entrar em síncope!
_Um dia antes do casamento a família do noivo vai me levar ao GEO para me examinar para atestar a minha virgindade. E não serve a GEO da minha mãe, pois eles alegam que ela pode mentir, então quem vai atestar essa condição e a médica da mãe do noivo e a mãe do noivo e a avó vão estar presentes.
_Bem, amiga, quanto a isso eu sei que você não terá problemas, então o que é tão constrangedor assim?
_Samanta o problema não é esse exame em si, e que a médica vai mostrar aonde fica a virgindade explicando para elas e minha mãe me falou que se a médica desconfiar vai colocar até uma lente de aumento, ou mostrar num video.
_Dakota que babado. Mas já que não tem como você fugir desse casamento aceita você vai evitar mais dores de cabeça.
_E permitir que um homem que eu nunca vi na minha vida e nem sei direito o seu nome me toque para consumar o casamento? Isso nunca!
_Dakota!
Escuto a minha mãe me chamar e encerro a videochamada. Destranco a porta do quarto e grito:
_Estou indo mamãe!
Ajeito meus cabelos, passo um brilho nos lábios e vou até a sala.
Lá estão os pais de um noivo que nem conheço para trazer o papel da consulta para atestar a merda da virgindade.
Minha mãe me pede para que eu não me sinta constrangida que é um exame normal, eu fiz e sua avó também é um exame tranquilo.
Ela fala como se fosse a coisa mais natural do mundo como comer.
_Já posso me retirar?
_Há, querida, eu e sua sogra te levaremos para escolher o vestido de noiva depois de amanhã, portanto quero ver você bem animada.
_Vou fazer o meu melhor.
_Pode sair querida.
Fui em direção ao meu quarto decida, coloquei algumas roupas na mochila, meus documentos.
"Depois de amanhã, depois que eu escolher o vestido que vou para o sacrifício, eu vou fugir."
Escondo minha mochila embaixo da cama e me deito.
_Só de pensar em um homem me tocando eu sinto náuseas, respiro fundo para não vomitar.
_Eu vou tornar a vida do meu marido um inferno até que ele me devolva, serei a primeira Borba Gato que não irá se submeter.
"Para de pensar essas coisas, Dakota! Você vai conseguir fugir."
Prefiro fugir e ser deserdada do que me casar com alguém que eu não amo.
Arquitetando o meu plano de fuga, eu acabo dormindo.
Acordo com minha mãe afagando os meus cabelos.
_Mamãe, o que quer?
_Eu ia te chamar para sairmos para comprarmos o que falta para a recepção de seu casamento, mas você estava dormindo. Amanhã vamos acertar isso, Dakota, daqui doze dias você se casa e eu quero que saia tudo perfeito.
Para mim vai ser mudar do céu para o inferno.
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