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Querido Jensen

Sinopse.

Escapei da minha vida.

Deixar tudo para trás não foi fácil, mas consegui.

Virei a página e voei sobre o oceano.

Este é o meu novo começo.

Minha nova vida.

Meu novo ser.

Ou assim esperava antes de conhecer Jensen Ackles.

Rico, inteligente e atraente, minha perdição.

Ah, e a razão pela qual escapei dos meus demônios interiores.

Marbie Fergus.

Choque de realidade.

“ Limpe suas próprias feridas. Chore calado e desabafe com as paredes. Suporte em

sigilo. Resolva-se em silêncio. E mesmo que demore, saia quando estiver forte outra vez. Vai ficar tudo bem. Sempre fica.”

Marbie Fergus.

A estrada até aqui...

"Carry on wayward son" tocou nos despertando de uma boa noite de sono, desligo o despertador do celular, e levanto errando o passo e quase indo ao chão.

Tirei três segundos para me recompor e, enquanto segurava o celular, o fitei, ele exibia o dia da semana e a hora, era sábado, e não conseguia lembrar porque d*abos o despertador tocou tão cedo.

Levantei mesmo assim, talvez depois de uma boa xícara de café recobrasse a consciência.

depois de um bom banho quente fui até a cozinha.

Coloquei uma xícara de café bem quente e andei em direção a porta da sala, e coloquei uma de minhas mãos contra o vidro gelado da janela, caía uma tempestade lá fora, o que parecia deixar marcas na cidade que tanto amo.

Vestia apenas uma camisa duas vezes maior que meu tamanho, que pertencia a Jensen, e que desde o primeiro dia que a vesti, não fiz questão de devolver.

Meus cabelos estavam presos num coque no alto da cabeça e apenas uma calcinha como peça de baixo. Look perfeito para a ocasião.

Sentia-me forçando um sorriso. A noite anterior deixou meu coração em perigo e ansioso, e finalmente, tomei minha decisão.

Diria a Jensen o que tanto guardei e o que tanto queria. Talvez ele entendesse. Talvez ele realmente compreendesse. Talvez ele

o quisesse.

O barulho da chuva chamou minha atenção

e saí de meu cenário perfeito de um sonho acordada, fui até a cozinha, peguei uma torrada e por um segundo, um pequeno flashback se passou por minha mente.

Sobre tudo o que vivi nos últimos

meses, e que sequer entendi por onde andava.

Apenas fui. Naquele momento, finalmente, entendera os porquês.

A caneca em minhas mãos era uma das provas de que o caminho apenas

surpreendeu, mas não foi um erro.

Passei a mão por minha barriga e senti meu coração disparar. Apenas alguns dias, e tudo mudara, e começara a entender que existia uma vida ali.

Quase três meses, e pela primeira vez, buscava nele ou nela a calma que

precisava.

Sentia-me ansiosa de repente, mesmo que nunca planejara ser mãe. Aconteceu... Isso era o bastante para unir-me a Jensen para sempre.

Não teria como imaginar que estava grávida, ainda mais, por não ter nenhum sintoma óbvio, além do atraso da menstruação, que era algo comum de me acontecer. Porém, ali

estava eu.

Começando a querer algo como olhá-lo de uma vez, além das imagens esquisitas do primeiro ultrassom.

Queria olhar para ele ou ela, e saber se os olhos teriam o castanho claro profundo do

pai que assumia novas tonalidades dependendo de seu humor, ou o verde claro dos meus.

Se o cabelo sairia loiro clarinho como o da

mãe, ou até mesmo, os tons mais escuros de Jensen.

Respirei profundamente, pegando-me pensando nele mais uma vez.

Era como um vício. Entretanto, uma realidade.

A caneca com os personagens da minha série favorita, que ganhei de presente quando Jensen voltou do Kansas, dizia mais sobre ele, do que a respeito de mim.

Ou melhor, falava muito a respeito de nós. Levei a caneca a boca e tomei um longo gole

de café. Barulhos vindos do quarto chamaram minha atenção e tentei imaginar como começar aquela conversa.

As coisas poderiam sair de um jeito inesperado. Ainda mais, por minha decisão ser tão pensada, ao contrário de está grávida de um homem no qual mal conhecia.

Naquele momento, o conhecia. Os meses me mostraram aquilo, assim como, sua forma de ser nada parecido com o que um dia tive.

Ele já conhecera a dor com alguém, que simplesmente, não conseguia colocar como um relacionamento. Não mais.

Porém, já conhecera o amor em uma outra ocasião, mas nada comparado ao que vivi nos últimos tempos. Suspirei fundo, no

momento em que meus olhos se depararam com a visão de Jensen saindo do corredor, em direção a sala.

Era como seu ritual matinal. Deus, até aquilo decorara!

Um passo para perto do sofá, e ele levanta os braços e espreguiça. Feito. Mais um passo, e ele simplesmente se joga sobre o estofado. Feito.

Ele leva a mão direita e passa pela barba rala, como se pensando a respeito da vida e ao mesmo tempo sobre nada.

Um dia lhe perguntaria o que tanto fazia ali, por cerca de cinco minutos, claramente, fechado em seu mundo.

Os minutos passaram, e feito. Ele então se levanta e logo seus olhos, recaem sobre os meus.

Analisei sua expressão e notei o franzir em seu rosto por um segundo.

Talvez ele quisesse tudo, menos a minha visão em sua cozinha depois da noite anterior.

Entretanto, ali estava eu, em pleno sábado de manhã. Como ele mesmo diria: surpreendente e imprevisível.

Talvez eu fosse. Naquele momento,

por um bom motivo.

— Bom dia, Marb.

Apenas aquela simples fala em português com o sotaque americano, pegou-me completamente desprevenida.

Não era o Jensen brincalhão e bem-humorado pela manhã. Era a versão mais perto de fria que já conhecera dele.

Ele geralmente gritava "good morning, Sweet" e me dava um beijo na testa. Em que momento perdemos tal coisa?

Minha mente me castigava, assim como, cobrava que fizesse algo. Aquele era o momento. Olhei diretamente em seus olhos e tomei coragem.

Vamos lá! Não era algo tão difícil assim.

Talvez fosse, para mim. Deveria seguir seu conselho e não me forçar. Porém, não era um esforço, era mais o fato de está sufocada com meus próprios sentimentos.

Abri a boca para falar, ao mesmo instante que a campainha soou alta. Paralisei e soltei o ar que mal sabia que segurava.

Jensen me encarou por alguns segundos, e então, o som da campainha soou mais uma vez.

Vi-o se virar e praguejar algo em inglês. Sorri, pois era completamente engraçado vê-lo se

enrolar com as duas línguas.

Permaneci com a mão em minha barriga e pensei o que poderia fazer para confessar meu amor e para ele acreditar.

Sentia-me pronta para aquilo.

— Olha, Jensen, eu...

Minha frase morreu, assim como aquele momento. Tinha uma mulher sobre Jensen, abraçando-o carinhosamente, e poderia mentir que não a reconheci, mas a conhecia de fotos em seu notebook. Lisa.

Esperei que Jensen a afastasse prontamente, porém, ele não o fez. Pelo contrário, ele passou as mãos em suas costas, como se assegurando-a de que ali era seu lugar.

De que ele esperou por ela. Abaixei a cabeça e fui para o quarto no mesmo segundo.

Finalmente entendendo, que entendi completamente errado.

Eu era o suficiente para ele, até que ela chegasse. No fim, talvez ele duvidasse de meus sentimentos, por não ter certeza sobre os próprios. Não era sua insegurança, era por conta de seu verdadeiro amor.

Aquilo explicava a forma como me olhou minutos antes de ela aparecer. Ali não era o meu lugar. Era o dela. Sorri sem

vontade, e senti as lágrimas descerem.

Arrumei-me rapidamente, e joguei a mochila que deixara com algumas coisas, nas costas.

Precisava sair dali. Não era a protagonista daquela história.

Como sempre. Tinha que aceitar a realidade de que aquele homem fizera uma escolha bem antes de nos conhecermos.

E eu mais uma vez estava sozinha, amando mais uma vez, alguém que não era para ser meu.

Holofotes

“Amor é apenas uma transição. Somos todos conectados pelo desejo.”

Marbie Fergus.

Jericoacoara - ce

Antes...

Subi no pequeno palco e me ajeitei, cantar era a única coisa que me fazia esquecer minha triste realidade.

— Você gostou dos holofotes, Marbie?

— Não precisava disso tudo, Luh.

Minha melhor amiga e cunhada sorriu abertamente e deu de ombros, saindo em seguida, sem dar muita atenção ao que falava.

Bufei baixinho e ajeitei o microfone na altura necessária. Olhei rapidamente ao redor e sorri, pois, aquele restaurante era como ela descrevera, misterioso e aconchegante.

As pessoas comiam e conversavam,

sem dar atenção ao redor, era como se cada um estivesse em seu próprio mundo, ou compartilhando algo apenas para os

companheiros de mesa.

Encarei no celular mais uma vez as músicas escolhidas para aquela noite e sorri, era completamente apaixonada por cada uma delas.

Coloquei uma mecha insistente em cair no rosto, atrás da orelha, e me sentei no banco alto, ajeitando-me ali.

Encarei o relógio e faltavam cerca de cinco minutos para começar.

Suspirei fundo e olhei para o lado, vendo Luh fazer um sinal de positivo com as mãos, assenti com a cabeça e logo uma

fraca, mas suficiente luz, iluminou o pequeno palco até então vazio.

Ter música ao vivo era o que diferenciava alguns barzinhos de muitos outros, as pessoas se sentiam curiosas a respeito, e se o cantor fosse bom, sentiam-se ainda mais parte do lugar.

A música unia as pessoas, e era por isso, que tanto amava passar as noites cantando em lugares diferentes.

— Boa noite a todos.

Saudei-os, me preparando para cantar. Segundo Luh o som estava ótimo, resolvi me apresentar.

— Me chamo Marbie. Esse leve sotaque, ou não tão leve, se deve ao fato de ter passado muito tempo fora.

Expliquei-me e notei alguns sorrisos condizentes nas mesas mais próximas.

— Fui convidada por um dos donos a

cantar aqui hoje, e espero que possa contribuir para a melhor noite de suas vidas.

Sorri e peguei o violão que estava ao meu

lado.

— A primeira música tem um toque todo pessoal, admito, e como a acho incrível, resolvi fazer uma versão. Espero que gostem!

Muitas pessoas não tinham sua atenção no palco, e era acostumada com tal coisa, até porque não era a estrela da noite, nunca quis ser. Era mais como colocar o coração para fora de um jeito saudável, colocar as emoções mais perturbadoras em viva-voz.

Cantar me fazia sentir livre.

Liberdade era a palavra com maior significado em minha vida, e estava marcada em minha pele como lembrança constante de como cheguei até aqui.

Toquei os primeiros acordes e muitas cabeças se viraram para o palco.

Aquela música realmente conquistava, o tanto quanto, intrigava.

Não existia a forma certa de definir como era

bonita, ao menos, em minha concepção.

De certa forma, ela me ajudava a colocar várias verdades íntimas para fora. Uma forma

de protesto muitas vezes.

"Someone You Loved

Lewis Capaldi

I'm going under and this time

I fear there's no one to save me

This all or nothing really got a way

Of driving me crazy

I need somebody to heal, somebody to know

Somebody to have, somebody to hold

It's easy to say, but it's never the same

I guess I kinda liked

The way you numbed all the pain

Now the day bleeds into nightfall

And you're not here

To get me through it all

I let my guard down

And then you pulled the rug

I was getting kinda used

To being someone you loved

I'm going under and this time

I fear there's no one to turn to

This all or nothing way of loving

Got me sleeping without you

Now, I need somebody to know, somebody to heal

Somebody to have, just to know how it feels

It's easy to say, but it's never the same

I guess I kinda liked

The way you helped me escape

Now the day bleeds into nightfall

And you're not here

To get me through it all

I let my guard down

And then you pulled the rug

I was getting kinda used

To being someone you loved

And I tend to close my eyes

When it hurts sometimes

I fall into your arms

I'll be safe in your sound

Till I come back around

For now the day bleeds into nightfall

And you're not here

To get me through it all

I let my guard down

And then you pulled the rug

I was getting kinda used

To being someone you loved

But now the day bleeds into nightfall

And you're not here

To get me through it all

I let my guard down

And then you pulled the rug

I was getting kinda used

To being someone you loved

I let my guard down

And then you pulled the rug

I was getting kinda used

To being someone you loved."

Abri os olhos novamente e notei que praticamente todos estavam conectados ao violão e minha voz, e não quis decepcioná-los.

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