Eu sempre soube que algo estranho estava acontecendo comigo. Sempre fui mais forte e ágil do que as outras pessoas da minha idade, e sentia uma conexão com a natureza, como se pudesse ouvi-la falar comigo. Cresci em uma pequena cidade onde todos se conheciam, e não havia muitas opções de lazer. Por isso, costumava passar meu tempo correndo pela floresta, observando a natureza e buscando respostas para minhas perguntas.
Foi durante uma dessas corridas que o vi pela primeira vez. Ele estava caçando, e apesar de usar roupas normais, parecia diferente de qualquer pessoa que eu já tinha visto. Era um homem alto e atlético, de olhos verdes penetrantes e um sorriso charmoso.
"Olá", cumprimentou ele quando me viu.
"Oi", respondi um pouco surpresa.
"Você costuma correr por aqui?" perguntou ele, se aproximando.
"Sim, eu gosto de correr e explorar a floresta", respondi.
"Eu também gosto", disse ele, sorrindo. "Meu nome é Damon."
"Ariella", respondi, estendendo a mão para cumprimentá-lo.
Conversamos um pouco mais e ele me contou que havia acabado de chegar na cidade para morar com a tia. Damon era intrigante e atraente, mas eu não tinha ideia de que minha vida estava prestes a mudar para sempre.
Depois daquela tarde no meio da floresta, não conseguia tirar Damon da minha cabeça. No dia seguinte, ele apareceu na minha porta, me convidando para dar uma volta de moto com ele.
"Ei, Ariella!" disse Damon, acenando da moto quando me viu na porta de casa. "Você está pronta para uma aventura?"
"Claro", respondi animada.
Subi na moto dele, e partimos para um passeio pelas estradas da cidade. O vento batia em meu rosto, e eu me sentia livre e viva.
"E então, o que você gosta de fazer além de correr pela floresta?" perguntou Damon, enquanto parávamos em um mirante para apreciar a vista.
"Gosto de ler, de desenhar e de tocar violão", respondi sorrindo.
"Você é uma artista", disse ele, admirado. "Eu sou mais do tipo que curte rock e filmes de ação."
Conversamos mais um pouco e descobri que ele também amava a natureza, embora fosse um pouco mais urbano do que eu. Foi um encontro divertido e eu mal podia esperar para ver Damon novamente.
Nas semanas seguintes, Damon e eu nos tornamos inseparáveis. Passávamos nossos dias juntos, explorando a cidade e conversando sobre tudo e qualquer coisa. Mas nem tudo estava perfeito. Comecei a perceber que havia algo de estranho acontecendo na cidade. Várias pessoas estavam desaparecendo sem deixar rastros, e havia rumores de que uma criatura perigosa estava rondando a floresta.
Damon
também tinha ouvido falar sobre os desaparecimentos, e começou a
investigar por conta própria. Ele me contou que havia uma suspeita
de que os desaparecimentos estavam relacionados a uma possível
presença de lobisomens na cidade.
Lobisomens? - perguntei, surpresa. - Você acredita nisso?
Eu não sei - respondeu Damon, hesitante. - Mas há algo
estranho acontecendo, e não podemos ignorar isso.
Eu fiquei um pouco assustada com a possibilidade de haver criaturas
sobrenaturais na cidade, mas Damon parecia decidido a descobrir a
verdade.
No dia seguinte, enquanto caminhávamos pela
floresta, ouvimos um uivo estranho. Ficamos em silêncio, tentando
identificar de onde vinha o som, quando um lobo enorme apareceu na
nossa frente.
É ele! - exclamou Damon, puxando a arma que tinha escondido
na cintura.
O quê? - perguntei, confusa.
Esse é o lobisomem que está atacando as pessoas - explicou
ele, apontando a arma para o animal.
Eu não conseguia acreditar no que estava
acontecendo. Eu nunca tinha visto um lobo tão de perto, e agora
Damon estava prestes a atirar nele.
Não, Damon! - gritei, tentando impedi-lo.
Mas era tarde demais. Damon apertou o
gatilho, e o lobo caiu no chão, ferido.
Fiquei horrorizada com o que havia
acontecido. Não sabia se Damon estava certo ou não, mas não
conseguia acreditar que ele tinha atirado em uma criatura inocente.
O que vamos fazer agora? - perguntei, olhando para o lobo
caído.
Damon parecia tão chocado quanto eu.
Eu não sei - disse ele, com a voz trêmula. - Mas precisamos
encontrar respostas antes que mais pessoas sejam feridas.
Nós ficamos em silêncio, olhando para o lobo ferido no chão. Damon
parecia profundamente abalado com o que tinha feito, e eu não
conseguia deixar de me sentir triste pela criatura.
Acho que precisamos levá-lo para algum lugar seguro - falei,
quebrando o silêncio.
Damon concordou com a cabeça, e juntos, com
muito cuidado, levantamos o lobo ferido e o levamos para a sua
caminhonete.
No caminho de volta para a cidade, o
silêncio continuou. Eu não sabia o que dizer para consolar Damon, e
ele parecia completamente distraído.
Quando chegamos à cidade, Damon estacionou
a caminhonete em uma rua deserta, e nos dirigimos a um lugar isolado.
O que estamos fazendo aqui? - perguntei, confusa.
Damon abriu a porta da caminhonete e, com
muito cuidado, tirou o lobo ferido.
Precisamos cuidar dele - explicou ele, colocando o lobo no
banco de trás da caminhonete.
Eu ainda estava confusa com tudo o que
estava acontecendo, mas não pude deixar de notar o quanto Damon
estava preocupado com o lobo.
O que vamos fazer agora? - perguntei, olhando para Damon.
Ele suspirou, parecendo exausto.
Não sei - respondeu ele. - Mas não posso deixar essa
criatura morrer sem tentar ajudá-la.
Eu não sabia como ajudar, mas fiquei ali
com Damon, observando enquanto ele tentava cuidar do lobo ferido.
Depois de algumas horas, o lobo finalmente
começou a se recuperar. Ele abriu os olhos, olhando para nós com
uma expressão de gratidão.
Foi nesse momento que eu comecei a perceber
que Damon não era apenas um caçador frio e insensível. Ele tinha
um coração gentil e preocupado com a vida de todas as criaturas,
incluindo lobos feridos.
E foi assim que eu comecei a me apaixonar
por ele.
**
Os dias seguintes foram intensos. Depois
daquela noite com o lobo ferido, Damon e eu começamos a nos
encontrar com mais frequência. Ele me levava para lugares isolados
na floresta, onde passávamos horas conversando sobre nossas vidas e
interesses.
Eu nunca havia me sentido tão conectada a
alguém antes. Damon era enigmático, mas ao mesmo tempo gentil e
carinhoso. Ele se preocupava comigo e me fazia sentir segura e
protegida.
Mas havia algo que me incomodava. Eu sentia
que havia algo que Damon estava escondendo de mim, algo que ele não
queria me contar. Eu tentava disfarçar minha preocupação, mas não
conseguia deixar de sentir que havia algo errado.
Damon, eu preciso te perguntar uma coisa - falei um dia,
enquanto caminhávamos pela floresta.
Ele olhou para mim, com uma expressão
séria.
O que foi? - perguntou ele.
Eu respirei fundo, tentando reunir coragem.
Por que você caça lobisomens? - perguntei, direta.
Damon parou de repente, parecendo
desconcertado com a minha pergunta.
O que te faz pensar que eu caço lobisomens? - perguntou ele,
com uma sobrancelha arqueada.
Eu olhei para ele, sem conseguir disfarçar
minha desconfiança.
Eu ouvi algumas coisas - falei, evasiva.
Damon suspirou, parecendo abatido.
Eu não gosto de falar sobre isso, Ariella - disse ele, com
uma voz cansada. - Mas, se é isso que você quer saber, eu caço
lobisomens porque eles são uma ameaça para a nossa comunidade.
Eles são perigosos e violentos, e eu não posso permitir que eles
coloquem em risco a vida das pessoas que eu amo.
Eu olhei para ele, tentando entender suas
palavras.
E você já matou algum lobisomem? - perguntei, com a voz
falhando um pouco.
Damon não respondeu imediatamente. Ele
olhou para mim, com uma expressão sombria.
Sim - disse ele, por fim. - Eu já matei alguns lobisomens.
Eu senti um nó se formando na minha
garganta. Aquela era a última coisa que eu queria ouvir.
Damon, eu... eu não sei se posso ficar com alguém que mata
outras criaturas - falei, tentando controlar as lágrimas.
Ele colocou a mão no meu ombro, com uma
expressão triste.
Eu sei que é difícil, Ariella - disse ele, com a voz suave.
- Mas eu prometo que vou fazer de tudo para te proteger. Eu não vou
deixar nada acontecer com você.
Eu olhei para ele, sentindo meu coração se
apertar. Eu queria acreditar em suas palavras, mas não conseguia
deixar de me sentir dividida. Eu estava apaixonada por um caçador de
lobisomens, e isso era algo que eu não sabia se seria capaz de
superar.
Eu
me perdi naquele momento em que nossos olhares se encontraram. Damon
e eu estávamos em um lugar lindo e romântico, um bosque ao lado do
rio, onde a luz do luar iluminava o ambiente. Eu podia sentir o
perfume de suas mãos em volta da minha cintura enquanto ele me
abraçava com delicadeza.
Ariella,
eu nunca me senti assim antes. Eu não consigo parar de pensar em
você - disse ele, com sua voz rouca.
Eu
senti meu coração acelerar, enquanto encarava seus olhos verdes
profundos. Eu sabia que Damon era um caçador de lobisomens, mas eu
não conseguia resistir a sua personalidade forte e carismática. Eu
o amava e isso era tudo o que importava.
Eu
também sinto o mesmo, Damon. Eu amo você - disse, sorrindo e
acariciando seu rosto.
Ele
me beijou com paixão, e a sensação de seus lábios nos meus era
incrível. Eu sabia que não poderíamos ficar juntos para sempre,
mas eu queria aproveitar cada momento com ele.
Eu
quero estar com você para sempre - disse ele, me olhando nos olhos.
Eu
também, Damon. Eu quero ficar com você para sempre - respondi,
sentindo uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
Ele
me beijou novamente e eu me perdi em seus braços. Nós nos
declaramos amor um para o outro naquela noite, e eu sabia que nunca
esqueceria aquele momento mágico. O amor entre nós era forte e
verdadeiro, mesmo que tivéssemos que enfrentar muitos obstáculos no
futuro.
O resto da semana passou rápido e, apesar
de todas as novidades que descobri, eu me senti feliz e animada.
Damon e eu saímos várias vezes, ele me levou para conhecer lugares
incríveis e me fez sentir amada como nunca antes. Eu não podia
acreditar que alguém como ele, tão bonito e corajoso, estava
interessado em mim.
No
sábado à noite, Damon me convidou para um jantar em um restaurante
sofisticado. Ele estava muito elegante e eu me senti tão sortuda por
estar ao seu lado. O jantar foi maravilhoso, conversamos sobre tudo e
rimos bastante
Eu fiquei sem palavras, emocionada e feliz
com as palavras de Damon. Eu o abracei e senti o calor de seu corpo.
Foi um momento mágico e inesquecível.
Damon,
eu também sinto o mesmo por você - eu disse, olhando em seus
olhos. - Eu nunca imaginei que alguém como você pudesse se
interessar por alguém como eu.
Não
diga isso, Ariella. Você é incrível, inteligente, gentil e linda.
Eu sou o sortudo por estar ao seu lado.
Eu
sorri e beijei Damon, sentindo que aquele era o começo de algo
especial entre nós. Eu não sabia o que o futuro reservava para nós,
mas eu sabia que estava apaixonada por ele e que faria qualquer coisa
para ficarmos juntos.
***
Damon narrando
Eu estava ansioso para chegar em casa e
descansar após um encontro incrível com Ariela. Ela era tudo que eu
sempre quis em uma garota, inteligente, engraçada e bela.
Entretanto, ao chegar em casa, fui surpreendido por minha família,
todos os meus irmãos estavam lá, incluindo meu pai.
Eu
sabia que algo estava errado, eles nunca se reuniam assim sem um
motivo sério. Minha mãe ficou em pé no canto da sala, olhando para
o chão, enquanto meus irmãos ficaram encarando-me com um olhar
sério.
"O
que está acontecendo?", perguntei, confuso.
Meu
pai finalmente quebrou o silêncio, com uma expressão fria em seu
rosto: "Damon, precisamos falar sobre a sua namorada, Ariela".
Meu
coração acelerou, sentindo-se imediatamente na defensiva. "Qual
é o problema com ela?", questionei.
"Descobrimos
que ela é uma descendente de lobisomem", disse meu pai.
Eu
engasguei, tentando processar essa informação. "O quê? Isso é
impossível!"
"Não,
não é", disse meu irmão mais velho, com uma voz fria e
calculada. "Ela tem sangue de lobisomem correndo nas veias. E,
como caçadores de lobisomens, precisamos tomar medidas imediatas."
Eu
olhei para cada um dos meus irmãos, incapaz de acreditar no que
estava ouvindo. "Vocês estão loucos! Ariela é apenas uma
humana comum, sem nenhum envolvimento com lobisomens. Vocês estão
enganados!"
"Não
podemos correr o risco de deixar uma possível ameaça viva",
disse meu pai, com uma expressão sombria em seu rosto. "Você
sabe o que precisa fazer, Damon".
Eu
senti uma raiva e frustração crescentes dentro de mim. Como
poderiam pensar em matar Ariela assim, sem qualquer prova concreta?
Eu estava furioso, mas também preocupado com a segurança dela.
Minha
irmã mais nova, Elizabeth, se aproximou de mim e sussurrou em meu
ouvido: "Eu vou cuidar dela, não deixarei que a machuquem".
Eu
senti um alívio momentâneo, sabendo que Elizabeth era uma das
poucas pessoas em minha família que tinha um coração bondoso.
"Eu
não vou matá-la", disse a todos, com uma determinação firme.
"Ela é uma pessoa inocente e não merece isso. Vou falar com
ela e descobrir a verdade".
Minha família ficou em silêncio, mas o olhar de meu pai me preocupava. Eu
sabia que a situação estava longe de ser resolvida, e que teria
muitas dificuldades pela frente. Mas eu não iria desistir de Ariela
tão facilmente.
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