NovelToon NovelToon

Portal Pra Nightmare Vol 01

Prólogo

...Welcome to...

...Portal pra Nightmare The series...

Quando o egoísmo dominou um coração, a humanidade encontrou seu fim. As marcas que hoje o solo , são provas vivas de um tempo de luta e esperanças.

Os sinais eram claros, mas eu me recusei a enxergar; o amor me implorava por ajuda, mas eu virei as costas para eles, e a culpa me consome de dentro para fora

O campo que protagonizou o fim da vida que conhecíamos, permaneceu intacto até hoje; depois que fomos invadidos pelos Mulionianos, uma raça alienígena muito superior, a humanidade teve que se adaptar a essa nova vida, ou então deixaríamos de existir. Os que sobraram se esconderam e aprenderam a sobreviver, mas não fora nessa era que tudo começou, já caminhávamos para o fim, a muito tempo.

Mas a grande pergunta é por quê? Por que o mundo ficou assim? Devastado e coberto pelo caos de toda uma era?

Conforme os anos foram se passando, sobravam cada vez menos de nós, a esperança se esvaia, não existia uma só pessoa que pudesse nos salvar; mas a salvação surgiu dos céus, logo após o fim pairar em negro sobre nossas cabeças; e inexplicavelmente eles voltaram a mim, não estava escrito, Teledom não previu isso...

Eu estava lá quando eles juraram se amar em todas as vidas, e assim foi, depois que eles se foram, depois que a idade de ouro nos deu a paz, seu amor continuou, perdurou por todas as vidas, e eu assisti eles se reencontrando em todas elas.

Mas eu fico feliz de poder compartilhar essa história com você, mesmo que você não acredite que a esperança dominou o mundo algum dia, mesmo que as lembranças de um tempo melhor estejam cada vez mais distantes nos corações de quem viveu em outrora.

Eu não consigo não imaginar como tudo teria sido se tivesse acontecido de uma outra forma, se eles não tivessem se conhecido por exemplo. Mas lamentar não vai mudar nada, pois eu sabia, a história já estava escrita desde muito antes do tempo ser tempo; só devemos aprender com esses erros. Eu acreditava que seguir as regras deles, fosse melhor para humanidade, a lei de não interferindo no destino dos humanos fora soberana por muito tempo, mas eu não pude ignorar, quando ele veio até mim, e me pediu ajuda, eu não pude deixá-lo morrer; mesmo que eu tenha falhado, mesmo que eu tenha sido amaldiçoado a viver para sempre, com a agonia de nunca poder me juntar aqueles que amei, e que tanto tentei proteger, pois fora o desejo de amar que acabou com o mundo.

E eu não consigo deixar de pensar como tudo aconteceria se tivesse ocorrido da maneira correta. Se Petter não tivesse matado aquele menino por exemplo, ou se Jimmy não fosse quem ele é, talvez as coisas estivessem diferentes agora, talvez se a incessante batalha entre a luz e a escuridão tivesse sido protagonizada por outras pessoas, seria mesmo, o amor, capaz de salvar o mundo? O que você acha? Acha que Petter e Jimmy, seriam capazes de salvar o mesmo mundo que os condenou?

Eu sei que você não deve estar entendendo nada, não seja precipitado, eu vou lhes contar a história, mas o fato é que em um piscar de olhos eles se foram, tão rápido quanto o cair de uma gota de chuva. E não restou mais nada para nós ali.

Nos aprendemos que lutar é inútil, e ter esperanças sobre o egoísmo de alguém é perda de tempo. A vida se esvai em um milésimo e tudo o que você fez até aquele maldito segundo não significa nada.

Assim eles se foram, com a certeza de que não mudaria nada. Levaram consigo o amor e a esperança do mundo.

E cá estou eu, um dos únicos sobreviventes desse período, cinco anos depois, ainda estou aqui, sozinho, rezando para que a morte me leve o mais rápido possível, para que eu possa rever meus amigos. Quero estar com eles uma vez mais, e toda vez que fecho meus olhos, eu me imagino novamente naquela época, a muito tempo atrás, quando as coisas eram incríveis e a gente não percebia, quando existia esperança e uma rua para gente brincar, quando a vida era muito mais do que maravilhosa, quando lutávamos em vão.

A grande verdade da vida, é que só damos valor as coisas depois que perdemos, e ter perdido tudo de uma vez só, foi muito difícil, mais você também sofreu não é mesmo?Também sofreu muito com tudo isso.

Talvez cheguem dias melhores, talvez a gente acorde um dia e se depare com algo bom, algo que nos faça caminhar novamente, talvez o amor renasça nesse mundo, e traga consigo a esperança de dias melhores. Ou talvez não, talvez esse tenha sido nosso destino desde os primórdios dos tempos, talvez tenhamos caminhado juntos rumo a destruição, talvez nunca tenha havido esperanças, talvez nada disso tenha realmente importado.

Mas você ainda quer saber o que houve, quer saber porquê estou falando essas coisas, e quer saber como acabará, e se Gliatru será capaz de nos devolver a paz.

Eu vivi muitas e muitas eras, desde que Teledom criou os Itaxhaks, eu vi o nascimento da humanidade, assisti vocês se destruírem, sem poder fazer nada para impedir. Sim, eu devia ter feito algo, devia ter ignorado os pedidos de do Deus da vida e guiado a "vida" de uma maneira diferente. Mas não foi o que eu fiz, eu garanti que Jimmy cumprisse o papel que fora escrito para ele, separei Petter do escolhido e condenei a humanidade ao destino que compartilhamos juntos hoje.

Sim, é minha culpa... e tudo o que aconteceu comigo depois disso, os horrores vividos em Asleepcity, a esperança que depositaram em mim, e mesmo que as coisas tenham ficado bem por um tempo, eu sabia que não poderia ser assim...

Mas peço que se sente confortavelmente agora

Meu nome? Bom, isso não importa por hora; hoje vou lhes contar a história de Petter e Jimmy

Mas antes quero lhes perguntar uma coisa.

— O que você tem feito da vida?

O garoto da ferraria

...Certa vez, alguém me disse, que é melhor ter amado, e ver seu amor despedaçar frente aos teus olhos, do que nunca ter sentido tal felicidade dolorosa, mas se eu pudesse escolher, preferiria nunca tê-lo conhecido. Mas comecemos do início...

Woodwell, Nigthmare 1870

Os raios de Sol refletiam pela janela aberta, e iluminavam a penumbra gélida daquele quarto quase vazio, trazendo consigo uma manhã de primavera, mas ainda eram sentidos os ventos álgidos do inverno. Woodwell estava vazia, as pessoas começavam a se preparar, escolas abriam, tabernas e as incontáveis guildas de assassinos do grão Mestre.

O garoto se levantou, cambaleando com dificuldades, adentrou o pequeno comodo a esquerda dele, esfregou seu rosto e preparou seu banho, a água da tina estava em uma temperatura agradável, o que fizera ele não querer mais sair dali; mas ele saiu, vestindo em seguida seu uniforme de aprendiz de ferreiro em Woodwell, apesar de não ser um ramo visto com bons olhos naquela pitoresca cidade, era de estrema necessidade. A cidade de Nightmare não era igual às outras, os daqui eram proibidos de estar lá, e para sair da província, era preciso portar uma permissão especial dos anciãos, mas os de lá, não entram aqui, a cidade não pode ser encontrada, apenas por aqueles que já a conhecem - ou pelos escolhidos - pessoas comuns nem se quer sonham com nossa existência.

Agora falando dos escolhidos, são aqueles cuja cidade chama, aqueles que tem um propósito a ser cumprido aqui, seja para o bem ou para o mal.

Ele se manteve em frente a superfície que mal refletia alguma coisa, observando sua própria feição; Petter era um rapaz alto e atlético, com cabelos castanhos, longos na altura dos ombros, e olhos estranhamente acinzentados, qualquer um que o olhasse, diria que o jovem Nightano era um gato. O tempo se esvaiu, e o jovem saio para enxugar seus cabelos, com um pedaço de pano a parte, e descera em seguida para tomar seu café da manhã; pensando por um estante, em toda sua rotina, e concluiu, que se ainda morasse com seus pais, tudo seria bem mais fácil, mas ele se vira...

Passando-se os minutos, ele já havia terminado seu café e subiu para terminar de se arrumar; logo correu pelas escadas em direção a porta, e entrou em seu barco, que era a única maneira de se locomover, caso estivesse indo a outro setor da cidade, e logo o jovem seguiu para iniciar o dia que mudaria sua vida para sempre

Assim que chegou, foi direto para os fundos da ferraria do senhor Edwin Rein - ele era seu mestre e seu pai - um senhor de poucos amigos, bravo e austero, alto, forte e de cabelo parcialmente grisalho. Passou seus olhos por todo o ambiente, em busca de seu melhor amigo Bean, que se não fosse hétero, já seria o senhor Rein. Ele não tinha nem chegado na porta e já pode ouvir os gritos chamando por ele, Bean também era alto, mas um pouco menor que ele, seus cabelos cortados castanho e olhos da mesma cor o deixam com um ar meigo.

— Petter! — Grita Bean no meio do corredor.

— Meu Deus! Bean! Que vergonha! — Falou o ignorando e adentrando os fundos do lugar.

— Credo! Que mau-humor logo cedo. Você precisa de sexo para melhorar sua vida! — O menor diz com a mesma mente pervertida de sempre.

— Nem todo mundo é pervertido igual você. — Petter logo cortara o assunto.

Não se sentia muito confortável falando dessas coisas, mas logo o professor adentra a sala, e fala por diversos minutos e logo chega a terrível hora da prova prática, onde seria decidido quem passaria, e Bean como sempre não havia prestado atenção em nada, e estava desesperado lhe perguntando o que fazer.

— Não, eu falei para você para de sair com essas putas e estudar.

— Não seja tão mal com seu amigo lindo aqui — Ele faz bico tentando parecer fofo

E para Petter fora impossível resistir, mesmo que se odiasse internamente por isso; o moreno já nutria essa paixão secreta pelo seu melhor amigo a anos, e sim, ele passou tudo o que sabia a ele.

Tudo estava em um silêncio perturbador, seu pai com cara fechada logo ditou como seria a prova

— Vocês irão fazer uma Bracamarte de lâmina curva, com aço de damasco. Vocês tem três horas.

Em seguida, saiu para atender seus clientes, quando de repente, Petter tem sua atenção roubada por um cara de cabelos pretos separados ao meio levemente caídos em sua face e olhos pretos penetrantes, pedindo seu martelo emprestado.

— Ei! Petter! Me empresta seu martelo ai, por favor? — Pediu Chan, o valentão da turma.

Petter não falou nada, apenas entregou o mesmo a ele, e voltou a se concentrar na prova.

Quando terminou a aula e todos já haviam finalizado a prova, o garoto procurou por todos os lados seu martelo, para depois se lembrar que havia emprestado o mesmo, indo até Chan para perguntar sobre o objeto, mas sua resposta o surpreendeu.

— Que martelo? Esse é meu.

Chan fazia o tipo folgado, mas apesar de ser bonito, essa marra toda o deixava completamente insuportável.

— Não finge demência, você pegou meu martelo durante a prova — Indagou já alterando sua voz, sem perceber o que estava prestes acontecer.

Petter nunca fora de brigar, mas hoje, ele estava especialmente cansado, e não estava disposto a aturar as birras do garoto a sua frente.

— Qual é Petter? Vai querer brigar por um martelo? Se você quer tanto ele, então toma — Chan arremessa com força o mesmo em direção a Petter.

O martelo havia batido em seu peito, logo caindo ao chão, e a essa altura, todos já estavam fixos neles; suas atitudes desencadearam uma reação irracional para qualquer ser humano normal, e em questão de segundos, estava ele, partindo para cima do garoto, dando um soco em seu rosto, o fazendo cair ao chão, e sem tempo de reação, Petter abaixou, agarrando a blusa do garoto com uma de suas mãos, e começou a socar e socar aquele rosto, repetidas vezes; só se ouvia gritos dos arredores incentivando a briga sem parar, até que o senhor Edwin, aparecera correndo na direção da briga, com semblante raivoso, na intenção de separar os garotos atracados ao chão.

— PETTER, PARA! JÁ CHEGA! JÁ CHEGA! — Grita sem ser ouvido.

Ele agarrou aquele corpo por trás, na tentativa de o tirar de cima do rapaz, que já estava gravemente ferido, mas foi inútil, pois Petter, em um acesso de raiva, virou e desferiu um chute na barriga do mais velho.

As coisas começaram a mudar depois daí, ele sentiu seu corpo queimar e ser eletrificado conforme batia naquele ser; quando de repente, algo surge, como uma luz fraca de inicio, mas que fora se intensificando, raios começaram a sair de suas mãos ensanguentadas, e então, foi quando aconteceu - o último soco - aquele que mudaria o rumo de sua vida para sempre, e se ele soubesse, jamais teria brigado por um martelo. Fora então que direcionado com toda sua raiva que parecia só aumentar, juntou-se os raios em suas mão, e explodiram aquela maldita cabeça...

E do nada tudo virou escuridão, ele era um assassino agora, milhões de pensamentos inundaram sua cabeça, o que acabara de acontecer? Ele não entendia, estava tudo tão confuso...

Assim que levantou, sentiu uma calma inexplicável, mesmo todo sujo com o sangue do Chen, ele sorriu, isso mesmo, ele sorriu

— Eu matei... matei ele, eu sou eu assassino! — Murmurou paralisado, quase em um estado catatônico.

Não conseguia tirar seus olhos do corpo morto do Chen, seu crânio despedaçado e o chão da ferraria totalmente manchado de sangue e a massa encefálica, era uma visão perturbadora, que ficara gravada em sua mente para sempre. E apesar de praticamente venerarem os assassinos ali, graças ao grão Mestre, também existem leis. Assassinatos em instituições de ensino eram terminantemente proibidos pelos anciãos.

Perdido em seus pensamentos, ele teve seu momento de contemplação interrompido, pelos gritos de medo e desespero, estavam por todos os lados, olhou a sua volta, não havia mais ninguém ali, caminhou em direção a entrada da ferraria, onde havia pessoas por todos os lados, correndo em direção a saída, chorando e se perguntando o que havia acontecido.

Ele estava caminhando com o olhar fixo em suas próprias mãos, se questionando, de onde viera esse tal poder e desde quando tinha ele? Eram tantas perguntas, mas nenhuma delas tivera o tempo de ser si quer pensadas, pois no final do corredor, uma voz forte veio em sua direção lhe roubando a atenção.

Nova realidade

Bangkok, Tailândia 2019

O amanhecer surgiu uma vez mais, denunciando o início de mais um dia infernal naquela delegacia, a manhã estava fria com raios de sol tímidos. Algo se movia inquieto na cama, entreabrindo os olhos devagar, permanecendo algum tempo ainda deitado a mesma, apenas a observar o semblante adormecido do garoto que repousava tranquilo agarrado a seu corpo, e subitamente, muitos pensamentos inundaram sua mente, como o seu casamento, que já tinha data marcada; mas dúvidas o assombravam.

Permaneceu fixo no teto, mas logo tratou de levantar para ir trabalhar na delegacia de polícia Civil tailandesa.

Caminhou em direção ao banheiro, onde ficou debruçado na pia, olhando seu próprio reflexo no espelho, e concluiu que estava mas cansado do que nunca, e rezou internamente para que hoje o dia fosse tranquilo. Passou a mão em seus cabelos pretos, para tirá-los do seu rosto magro, ele não se achava bonito, apenas uma pessoa normal, baixo e magro para um policial.

Quando finalmente tomou seu banho, demorou mais do que o previsto. Saiu já com sua farda, pegando o secador para arrumar seu cabelo, depois de tudo feito, seguiu para cozinha, para preparar seu café da manhã; o apartamento não era tão grande, bastava passar por um corredor, e já chegava na mesma. Alguns minutos sozinho no escuro da cozinha, cuja a unica iluminação fraca, vinha apenas da pequena janela, mas não demorou para que ele percebesse que passos se aproximavam de si.

— Amor? Por que está aqui sozinho no escuro? — Mark pergunta enquanto esfrega os olhos

Mas ele não respondeu, apenas o observou se aproximar, com o corpo parcialmente desnudo, a mesma calça jeans aberta da noite passada e seus cabelos pretos levemente bagunçados; deslizou seus olhos por suas tatuagens, a do peito, pescoço e em especial a do braço, cujo havia estampado ali em letras elegantes o seu apelido "Jimmy"; e mais uma vez duvidas apertavam seu peito.

Mark se aproxima, e o abraça por trás, entrelaçando uma de suas mãos, aos  finos dedos do menor, enquanto a outra abraçava sua cintura. Mark deixava leves selares em seu pescoço e o fazia arrepiar levemente. Mas antes que pudesse acontecer algo a mais, Jimmy se desvencilha de seus braços, pegando a xícara de café já pronta, e andou a passos apressados até a mesa.

Mark apenas o seguiu em silêncio, se sentando na cadeira a sua frente e logo começa a falar sobre o suposto casamento.

— Já está quase tudo pronto, temos que decidir o sabor do bolo — Ele dizia com um largo sorriso — Temos que ir esse final de semana para a prova, se não, não haverá bolo em nosso casamento.

A mente do menor vagava na incerteza, enquanto ele tentava inutilmente prestar atenção ao que o maior dizia; o som de sua risada fraca o inebriou, mas antes que ele pudesse dizer algo, o som de um notificação rouba a atenção. Uma mensagem em seu celular fora o suficiente para romper a tenção

Parceiro homofóbico |Vamos florzinha, está atrasado! já temos trabalho a fazer, vocês bichinhas acham que podem fazer o que quiser|

O  ser encantador que o apressava, era seu parceiro Pound, e para a infelicidade do pequeno, ele tinha que aturá-lo diariamente o dia inteiro, mas poderia ser pior, não é?

— Quem é? — Mark pergunta sério

Jimmy apenas ignorou a mensagem e saiu correndo, antes que ele resolvesse o tirar de casa, mas de longe, ouviu Mark gritar algo, que o fizera parar para observá-lo.

— Eu te amo.

Jimmy se virou parcialmente, encarando de canto, os olhos castanhos a fitarem os seus, em busca de uma resposta, algo que pudesse lhe trazer acalento; mas a mesma não é dita, pois o pequeno, apenas saíra imediatamente em direção ao corredor, pegou o elevador e para surpresa de todos — ou de ninguém — lá estava ele, o esperando na viatura

— Finalmente florzinha. Pensei que iria ter que subir! Anda logo, se o chefe brigar comigo eu mato você — Reclama o mais velho

Ele apenas entrou correndo no carro, pois sabia que suas ameaças não eram infundadas, ele o mataria mesmo, se tivesse chance. Já no carro, um silêncio constrangedor tomou conta da viagem inteira, demorou cerca de quarenta minutos para chegar a delegacia.

Chegando a delegacia, o menor fora direto a sala do delegado, explicar o motivo de seu atraso, e para sua sorte, seu chefe também era seu único amigo homossexual, casado com seu marido a quatro anos; Jimmy o invejava, apesar de também ser homossexual ninguém zombava ou fazia "bullying" com ele, os outros policiais o respeitam e até temiam ele, por ser o nosso chefe a anos. Desde que iniciou ali, ninguém conseguiu tirar seu cargo, e não fora por falta de tentativa.

— Desculpe pelo atraso senhor, não vai acontecer... — O menor diz em referência, tentando se desculpar, mas é cortado antes de terminar a frase

— Que isso Jimmy, não precisa me tratar assim, quando estamos a sós, você sabe, nos somos amigos a anos, estudamos juntos, lembra?— Diz sorrindo quebrando totalmente o nervosismo fazendo Jimmy sorrir de volta.

— Certo, me desculpa! — Sorriu fraco

— Então, me conta, como foi ontem a noite? E os preparativos do casamento? — Diz Ming curioso.

— MING! — Indagou sorrindo e cobrindo seu rosto de vergonha e tristeza ao mesmo tempo

— Ah! Suas bochechas ficaram coradas, significa que a noite foi boa, não é? — Ele sorriu alegre apontando para o rosto do menor que já estava todo vermelho de vergonha.

Mas antes de sanar sua curiosidade, algo estranho ecoa no ar, um som que os interrompe, parecido com um chamado, mas o mais estranho, era que mais ninguém parecia ouvir, era especialmente para ele, seu nome era chamando pelo rádio, repetidas e repetidas vezes; ele estranhou, mas não se omitiu, respondendo logo em seguida.

Desconhecido |Um homicídio dentro de uma ferraria em Woodwell, Nightmare, policial Jimmy por favor comparecer ao local|

Mas que diabos era Nigthmare? E onde ficava Woodwell? Fora só ele pensar, que números aleatórias começaram a ser falados

Desconhecido |Norte +06˚ 15′ 35″S -80˚ 10'5 O|

Eram coordenadas muito estranhas, não correspondiam a nenhum local conhecido, e movido pela curiosidade, ele pegou a viatura, e seguiu até o local mais próximo do ordenado; chegando lá, era um terreno abandonado, não tinha ferreira nenhuma, e parecia armação, então o menor resolveu entrar e examinar o lugar. Mais para frente, havia uma elevação, com uma estrada de pedra, e assim que subiu, se deparou com um grande portão, era apenas isso, não havia nada atrás, e confuso ele murmurou comigo mesmo.

— Isso sempre esteve aqui? Nightmare? O que esta acontecendo?

Eram muitas perguntas, mas antes de fazer qualquer coisa, o portão se abriu, e de lá saiu um senhor já de idade e bengala, perguntando se o mesmo queria uma passagem; assustado ele deu dois passos para trás com medo, mais resolveu verificar aquele chamado e respondeu.

— Por favor senhor, que lugar é esse? — Disse franzindo o cenho

— O barco sai em cinco minutos, se quiser entrar em Nightmare, é melhor correr, tome, vai precisar disso — O guardião do portão diz o entregando uma moeda de ouro.

Apenas agradeceu levemente, e seguiu em direção ao barqueiro no convés

— Com licença, eu preciso ir à cidade

— Tem certeza? Aqueles que entram, não podem mais sair — Comenta o barqueiro

Aquele comentário assustou muito menor deles, como assim não saem mais? Ele pensou, estava com medo e confuso, mais mesmo assim, encarou.

— Tenho certeza sim!

Era o certo a se fazer

— Então só um twon! — Falou estendendo a mão 

Entregou a moeda a ele, mesmo não sabendo o que era um twon, logo em seguida, entrou no barco, seguindo o rio em direção a cidade, e durante a viagem o barqueiro falava...

— Esse é o Rio das Almas, ele carrega todos aqueles que morrem na cidade, e suas almas, depois de serem julgadas, vão direito ao mar morto, onde serão devoradas por Boru pela eternidade.

— Isso é horrível!

— É o preço a se pagar meu jovem, e logo você também entenderá isso, é o que os anciãos dizem.

— Quem são os anciãos?— Perguntei

— São os responsáveis pelo regimento da nossa realidade, são sempre quatro, o grão Mestre, o guardião das Almas, o juiz do limbo e o líder da Vila, cada um é responsável por um lado da cidade, mas nada acontece sem a permissão do grão Mestre.

— Ele parece uma pessoa importante — Falou logo encerrando o assunto, pois haviam chegado em Rivergate

Ao descer do barco, seguiu sem rumo pela cidade, percebendo que era tudo tão estranho, a começar pela diferença de época, a cidade parecia ter parado no tempo; o clima escuro e a neblina sinistra que pairava, como se tivesse escondendo algo. O local era dividido em setores, com o Rio das Almas separando tudo, e todos os lados estavam ligados no grande castelo bem no centro de tudo, com uma bandeira que balançava com o vento, e não se via nada além da floresta, até as pessoas pareciam diferentes.

Ele não sabia como, mas sabia exatamente onde precisava ir, então pegou outro barco e foi em direção a Woodwell; chegando lá, havia um alvoroço, pessoas por todos os lados, e cheio de "policiais locais", ou seja lá o que eram; de longe, ouviu uma voz  chamar.

— JIMMMYY! — Grita apontando em sua direção.

Caminhou até o desconhecido de cabelo e olhos castanhos, longos que batiam em seu ombro. Seu uniforme era incrível, uma manta longa com o emblema dos guardiões e uma corrente de ouro, um terno preto, uma blusa verde, um relógio de bolso e o símbolo de Oldport, que consistia em uma estrela de esmeralda envolto em um círculo com asas

 — Quem é você? Como me conhece? — Perguntou confuso enquanto analisava o estranho

— Fui eu que te chamei, lembra? Prazer meu nome é Derek White, sou o líder do gabinete das almas, servimos ao guardião das Almas, vamos, eu vou te explicar tudo!

Sua voz era doce e acalentadora, e Jimmy o seguiu até o interior da ferraria, onde ele mostrou a cena do crime, horrível e perturbadora, o menor jamais havia presenciado algo assim; depois Derek começou a explicar o motivo do mesmo estar ali.

— Sabe que nossa cidade não é igual às outras, você só está aqui por que é um escolhido, se não, nem suspeitaria da nossa existência

— Escolhido? Mas para quê? — O olhou com semblante curioso

— Isso nem eu posso dizer, você vai ter que descobrir sozinho, eu só cumpro ordens — Sorriu e logo continuou — Como você já deve saber, ninguém sai daqui, e uma vez dentro, não existe mais vida lá fora para você.

— Como assim não existe mais vida? — O menor altera o tom de voz

— Olha! Vai ser difícil no começo, mais você vai entender, assim que você pisou dentro de Nigthmare, sua vida lá fora foi apagada, como se nunca tivesse nascido, seus pais e familiares não se lembram de você, não existe mais nada lá, você não pode voltar, esse é o preço que todos os integrantes do gabinete das Almas pagam, todos nós somos escolhidos, fomos tirados de nossa realidade, agora essa é nossa vida, mas não é tão ruim assim — Termina com um sorriso

Aquilo o chocou muito, ele não existia mais, não tinha mais família, mais ninguém se lembrava dele; Jimmy já estava em prantos, e por alguns minutos, se permitiu ser confortado pelo estranho que agora seria seu superior, e quando voltaram, Derek o mostrou a entrada da ferraria, e lá estava ele, um menino todo ensanguentado, fitando suas mãos, cercado de guardiões; e Derek insistia que esse caso teria que ser dele, não havia escolhas nem como negar, já que o mesmo não tinha mais nada, a única coisa que podia fazer agora, era aceitar seu novo destino. Então pegou a arma e partiu dando voz de prisão.

— Parado, mãos ao alto! — Indagou pegando as algemas e colocando em seus braços.

Ele estranhou...

Fora mais fácil do que pensou que seria, ele se rendeu logo de primeira, e em questão de segundos estava ele, cuidando de um caso, em uma cidade estranha, o que mais poderia acontecer?

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!