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A Preceptora

A preceptora!

"Estou destinada à solidão?"

A jovem pensava segurando uma carta recém lida que a tia havia mandado. Então ela respirou fundo é olhou ao redor era hoje, hoje ela iria embora daquele lugar. O último dia no internato.

Uma voz energética a arrancou de seus pensamentos, é sentou-se de uma vez do lado da jovem que rapidamente escondeu a carta.

— Estava a procurando... Luana!

— Estava tomando sol, Clotilde — desconversou Luana. Uma jovem de cabelos longos é castanhos levemente ondulados é olhos cor de café um rosto harmônico é um sorriso contagiante, cada traço de Luana Oliveira era unicamente belos.

— O sol é aquele rapaz que está olhando para a nossa direção? — falou Clotilde, girando as suas atenções para amiga.

— Credo!

— Credo? Todas querem namora‐ló!

— Alto lá! — exclamou Luana, irritada por ter sido incluída no delírio da amiga. É olhou a jovem morena com uma careta.

— Luana ele é lindo é rico — retrucou a morena que tinha um rosto redondo, cabelos curtos encaracolados, de pele bronzeada é olhos cor de mel, é nada menos que 1,55 de pura energia.

— Não importa, esse senhor não tem o mínimo de decência, Clotilde. — Luana falou olhando para o homem do outro lado do jardim, o tal era filho do dono do internato que as duas jovens estudavam. era do tipo galanteador, mas não valia muito, mas era bonito, olhos claros é pele de porcelana, terno sob medida é um rosto que já dizia Clotilde, que havia sido esculpido pelos anjos.

— Talvez, você tenha razão...

— Talvez? pergunte a Margarida. — Afirmou Luana

— Você acredita mesmo nisso? — Clotilde falou com a voz carregada de dúvida.

— Claro, porque não acreditaria?

— A reputação dela está... você sabe, manchada. — a jovem morena aproximou-se da amiga é sussurrou.

— Não fale assim, ela apenas foi mais um garota ingênua... poderia ter sido uma de nós, mas de certo você cairá facilmente...

— Alto lá! Eu não tive a reputação manchada! — disparou a amiga cruzando os braços.

— Ótimo, se quiser continuar assim afaste-se dele, entendido? — Afirmou Luana encarando a amiga.

— Sim senhora!

— Ótimo, vamos estamos atrasadas. — Luana levantou-se é estendeu a mão para a amiga que a agarrou.

Ah! o internato Luana gostava de lá, por parte é claro, a parte boa era a amiga já a ruim, era a administração, tornava o lugar horrível é diretor era um ditador é as regras só serviam para as garotas, mas nunca para o filho do próprio, Elias o pior perigo para as moças da cidade.

...♡♡ ★♡♡...

...Toc toc...

— Senhor Antônio? — Falou a mulher enquanto dava leves batidinhas na enorme porta de madeira do escritório.

— Entre! — falou o homem sem tirar os olhos do papel o qual segurava, apenas ouviu os passos da mulher ao entrar no escritório. — então senhorita Bárbara, conseguiu uma substituta?

— Sim, tenho uma sobrinha que se encaixa perfeitamente no trabalho.

— E qualificada para ser preceptora? — falou o homem ainda sem olhar para a mulher, que parecia desconfortável, constrangida talvez pois seu rosto foi ficando levemente vermelho o que combinava com a cor de seus cabelos, é destacava o azul de seus olhos.

— Certamente, ela sai do internato hoje!

— Então a traga aqui para que possa conhecê-la.

— Trarei

— Se eu reconhecer que ela é capaz de instruir a minha filha, a senhorita pode a repassar as funções dela, antes de partir? — O homem pediu de um jeito calmo, mas ao olhar para a mulher sentiu-se desconfortável.

— Sim, Luana é inteligente um dia será o suficiente, se for do seu agrado parto ao anoitecer. — A mulher falou rápido olhando para o lado, mas antes observou seu patrão sentado com os braços apoiados na mesa é um olhar distante como se quiser fugir daquele lugar.

Antônio era um homem sério, mas cavalheiro é o mais marcante era sua beleza a cor de seus cabelos é de seus olhos negros, destacavam-se no seu rosto calmo, seus traços eram indescritíveis era finos como ouro é a cor de seus lábios de um vermelho convidativo, no seu rosto destacava-se um bigode espesso.

— Como queira. — Deu de ombros Antônio.

— Com licença. — a mulher olhou para o chão é retirou-se do local.

Antônio olhou para a porta preocupado.

...♡♡ ♡♡...

— Mal posso acreditar!

— Eu que o diga não vejo a hora de voltar para minha casa. — falou empolgada Clotilde rodopiando no quarto cujo dividia com Luana a muitos anos.

Luana sorriu feliz por a amiga, mesmo querendo chorar por si.

— Luana, está me ouvindo?

— Sim, estou felicíssima por você.

— Obrigada. — Clotilde correu é se jogou na cama onde Laura estava é a abraçou. — Desculpa eu sei que sua tia resolveu viajar, não acredito que vai embora... com quem vou conversar?

— Clotilde, eu não sei se a tia Bárbara, me levará com ela — falou Luana olhando para os dedos da mão, com o semblante triste.

— Como assim? você vai ficar com quem?

— Ela me mandou uma carta... ela quer que eu a substitua como preceptora

— Eu não entendo, mas, por que ela quer ir embora, ela sempre adorou aquele emprego a garotinha é... o patrão. — Clotilde falou em um tom hesitante a última palavra.

— Clotilde! Não fale assim da tia Bárbara — repreendeu Luana, cruzando os braços é arfando.

— Desculpa, mas ela é jovem pode sim, casar — falou baixo a jovem.

— Sim, você está certa

— Será que ela fez algo que ele não gostou?

— Não, ela pediu demissão — afirmou Luana

— Por que ele fez algo errado com... ela — perguntou Clotilde baixinho olhando para o chão.

— Não, claro que não ela apenas achou um emprego melhor em São Paulo. — constatou Luana, mas com dúvidas.

— Tão longe, poderia ser aqui mesmo no Rio de Janeiro, a nossa cidade já é tão grande...

— Sim, mas não o suficiente para tia Bárbara... — Sussurrou Luana.

— Então, veja pelo lado positivo, você vai poder ficar aqui podemos nos ver todos os dias! — exclamou Clotilde com um sorriso.

— Sim, será bom, mas espero que ela venha me ver nas férias... — sussurrou Luana.

— Ela virá — Clotilde falou com um sorrisinho querendo apoiar a amiga, mas sabia da verdade.

Poucos minutos depois as duas estavam arrumando as malas, rumo a novos desafios é aventuras.

O patrão!

O sol estava quase se pondo, Luana estava sentada de baixo de uma árvore no jardim do internato, de vez enquanto uma lágrima caia.

Mais cedo a moça chorou ao despedir-se da amiga cujo os pais haviam feito questão de buscá-la pessoalmente, todos pareciam tão felizes, no final Luana sentiu um pouquinho de inveja por não pertencer aquela família perfeita.

" A céus! eu sinto tanta falta da minha mãe, tia Bárbara não vai ficar comigo... estarei sozinha em uma casa com estranhos que me trataram como serva."

Derepente a jovem ouviu pisadas vindo em sua direção é levantou o olhar viu um belo rosto com madeixas ruivas bem conhecidas por ela.

— Tia Bárbara — A jovem levantou empolgada é correu em direção a tia a abraçando.

— Olá, Luana vim te buscar — a mulher falou afastando a moça.

— Minha mala já está pronta, podemos ir!

— Então vamos

No meio do caminho Laura pensou em perguntar algo mais a tia parecia chateada então ela resolveu ficar em silêncio, até que a mesma falasse.

— Pensou no que te pedi? — perguntou Bárbara, olhando pela janela da carruagem.

— Sim, mas eu não posso mesmo ir com a senhorita?

— Não, está fora de cogitação afinal eu vou a trabalho.— respondeu Bárbara de um jeito ríspido.

— Então eu não tenho outra opção, a não ser aceitar. — retrucou com desgosto a jovem.

— Ótimo vai ser melhor assim, eu voltarei logo é sempre mandarei cartas é você fará o mesmo, entendido? — a pergunta da preceptora saiu como uma ordem.

— Sim, tia Bárbara.

— Não fique chorosa, cuide bem da garota é tome cuidado!

— Com ela? — Luana perguntou lembrando da insinuação de Clotilde, o que a fez ficar angustiada.

— Com ela é o pai, não fale com ele se não for necessário. — Ordenou a tia.

– Certo.

— E não confie nele é muito menos na garota. fique de olhos abertos para tudo é para todos, se acontecer algo de estranho me mande uma carta. — A mulher falou rápido encarando a sobrinha o que a deixou desconfortável.

— Certo, entendi não confiar em ninguém, é as cartas. — Luana falou baixo olhando para as luvas de renda nas mãos.

— A senhorita Oliveira, será uma ótima preceptora assim como a tia. — E pela primeira vez a mulher sorriu, Luana sorriu junto, olhar para tia a fazia lembrar da mãe elas eram tão parecidas.

O caminho foi longo a casa era distante do internato. Quando Luana avistou a casa ainda havia um longo caminho desde do portão até a residência, que era enorme assim como os arredores com bastante árvores é um pequeno lago.

Os donos com certeza era bastante ricos, Luana sabia que o dono era um viúvo solitário morava sozinho com a filha é os empregados era um advogado bem sucedido é com uma fortuna enorme, herdada da família Gonçalves.

Luana olhou em direção da casa é fez o sinal da cruz é pediu a Deus que a protegesse naquele lugar.

...♡♡ ♡♡...

Antônio entrou no quarto da filha é a avistou conversando com a empregada Ana, uma mulher madura com cabelos curtos é pele negra.

— A senhorita Oliveira, ainda não chegou? — Antônio perguntou.

— Não senhor. — respondeu Ana

— Quando ela chegar me avise.

— Sim senhor, com licença. — A mulher retirou-se sem dizer mais nada.

— Papai quem é a nova preceptora?

— E sobrinha da senhora Oliveira — o homem falou sentando-se na cama, ficando de frente para filha.

— E jovem?

— Não sei

— Espero que sim, é que não seja rabugenta como a tia. — sussurrou a garota.

— Maria! — o homem encarou a garotinha que tinha cabelos castanhos claros, um rostinho redondo é olhos negros como os do pai, tinha na faixa de dez anos.

— Desculpe.

— Eu vou avisar apenas uma vez, olhe para mim. — O homem falou em um tom ríspido. — Eu não quero problemas com a preceptora, a mocinha sabe como é difícil achar uma?

— Não, eu prometo que irei me comportar.

— Ótimo! — o homem falou ainda sério é seguiu em direção a porta.

— Papai?

— Fale?

— O senhor ainda está bravo comigo? — perguntou a garota em um tom baixo.

— Sim, Maria me diga onde já se viu, uma menina brigar com um menino? — sibilou o pai com a mão na testa.

— Mas papai ele ofendeu minha mãe.

— Minha filha, não de ouvidos a esses moleques me prometa que não fará mais isso. — o homem suspirou é segurou a mão da garota.

— Tudo bem, Papai — Ela sorriu é o abraçou é ele correspondeu com um sorriso.

— Ótimo.

Uma voz cautelosa foi ouvida no corredor.

— Senhor Gonçalves?

— Sim

— As senhoritas Oliveira, chegaram estão o esperado no escritório.

— Obrigado Ana, estou indo. — o homem despediu-se da filha é foi em direção do escritório.

...☆☆☆☆...

— Boa noite senhoritas — falou Antônio ao entrar sem menos olhar para as duas é sentou-se na sua poltrona.

— Boa noite senhor Antônio — Falou Bárbara, enquanto Luana observa o homem que não era tão velho quanto ela imaginava, muito pelo contrário ele era jovem talvez tivesse um pouco menos que trinta.

— Boa noite. — Falou Luana olhando para o lado.

— Essa é Luana minha sobrinha.— falou com um sorrisinho sem sal Bárbara. Já Antônio observou a moça que era mais jovem que ele imaginava, talvez tivesse uns dezoito anos não muito mais que isso.

— E um prazer senhorita Luana, espero nos darmos bem. — falou Antônio com o semblante sério.

— Igualmente senhor Antônio.

Adeus!

Foi rápido, Antônio realmente confiava na indicação de Bárbara, mas fez algumas perguntas para Luana apenas para evitar problemas.

— A senhorita sabe os requisitos da função? — perguntou o homem, como sempre sem olhar para nenhuma delas.

— Sim, preceptora é auxiliar no bem estar de Maria. — respondeu Luana.

— Senhor Antônio, Luana tem disponibilidade é inteligência, suponho que o senhor é nem Maria terão divergências com ela. — interferiu Bárbara.

— Pois bem, está contratada a senhorita pode ocupar o antigo quarto da senhorita Bárbara.

— O senhor não irá se arrepender, vamos Luana — afirmou Bárbara.

— Com licença. — Luana falou é levantou-se em seguida.

Antônio começou a mexer nos papéis sobre a mesa é pensou consigo mesmo.

" Espero que essa moça não me traga problemas! "

...♡♧♡♧♡...

— Entendeu? — Bárbara perguntou a jovem que estava sentada na cama de seu novo quarto era grande é aconchegante com paredes pintadas de nude é cortinas verdes com uma pequena janela, haviam também uma cama de solteiro é uma escrivaninha é um banheiro do lado.

— Decerto que sim — respondeu Luana.

— Você tem que ficar de olho na garota

— Ela não tem babá?

— Sim, mas essa não vai durar uma semana — retrucou Bárbara com desdém.

— Porquê?

— A garota é difícil!

— Então eu tenho que cuidar dela o tempo todo?

— Se ela mandar essa babá embora, sim!

— Entendi, mais alguma informação? — perguntou Luana.

— Não brigue com ela ou senhor Antônio ficará uma fera.

— Certo, não farei

— Você sabe o que acontecerá se perder esse emprego? — falou a tia encarando a sobrinha

— Sim tia. — Luana baixo a cabeça.

— Irá para o olho da rua, ninguém lhe estenderá a mão — falou ríspida

— Eu sei

— Ana a empregada a meu pedido lhe ajudará — falou Bárbara levantando — Antes que eu me esqueça não saia no meio da noite, o seu patrão é homem não de motivos para falarem de você... Ou será o seu fim!

As palavras da tia fizeram Luana tremer, morar na rua? Deveria ser horrível! E ela sabia que o único lugar além da rua que aceitava mulheres faladas era... O bordel.

" Céus, eu não tenho casa! Se esse homem me mandar embora eu vou para... Deus me livre!"

— Tia Bárbara, quando irá voltar?

— Não sei, agora durma acordará cedo amanhã.

Luana deitou a cabeça naquele travesseiro é pensou em tudo, o único bem que ela é a tia tinham era uma casa pequena, mas a tia havia vendido a alguns dias atrás para conseguir o dinheiro para a viagem, se algo desse errado as duas ficariam na rua da amargura.

É no fim a jovem com medo dormiu de cansaço.

...♡♡♤♡♡...

Luana acordou com a tia a sacudindo, mal havia amanhecido é Bárbara já parecia irritada.

A jovem não relutou e arrumou-se para começar os afazeres, mas antes a empregada bateu na sua porta de um jeito apressado parecia que havia vindo correndo.

— Olá senhorita Oliveira, sua tia já está de partida

— Céus ela nem me avisou

— Acho melhor a senhorita se apressa se quiser se despedir.

— Não acredito que ela vai sem se despedir — Luana sussurrou olhando pela janela vendo a tia despedir-se de Antônio é entrar na carruagem.

Por mais que doesse Luana queria apenas abraçá-la é dizer adeus, então a jovem correu em direção a entrada da casa segurando o vestido.

— Tia Bárbara... — Luana sibilou ao ver a carruagem se afastar é a tia olhar para trás com um olhar frio — TIA! — Luana gritou é a tia virou as costas, depois disso Luana não viu mais nada a sua visão embaçou é uma vontade incontrolável de chorar apossou-se da jovem, que quis gritar mais a única coisa que ela conseguiu disser foi...

— Por que... ela não gosta de mim?

Alguém pigarreo atrás de Luana que assustou-se é olhou para trás de uma vez é lá estava ele o patrão com um semblante sério é as mãos cruzadas.

— A senhorita Bárbara, estava atrasada...

— Desculpa eu não havia percebido sua presença, com licença. — Luana falou envergonhada é saiu sem esperar resposta.

Antônio ficou em pé por alguns segundos pensando no rosto triste da moça em seus olhos marejados.

" A senhorita Bárbara é tão cruel... faltam exatamente duas horas até o embarque dela no navio, porque não se despedir da própria sobrinha? "

Luana andou apressada até o quarto é lavou o rosto esperando melhorar, mas aquele peso no coração não saiu, continuou a apertá-la como se a quisesse sufocar, e seus olhos ainda ardiam é insistiam em transbordar.

" Não se preocupe tia Bárbara, farei de tudo para não precisar da senhorita... um dia terei meu próprio lar, Deus é justo, não me deixará desamparada."

A nova preceptora respirou fundo, ajustou o vestido levantou a cabeça é tentou sorrir.

" Eu preciso me sair bem, a garota precisa gostar de mim... Ou, ou nada é apenas uma criança criança são fáceis de se conquistar..."

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