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Retorno À Máfia — Mas Desta Vez Ao Lado Da Pessoa Certa!

Estou Grávida

Me olho no espelho procurando alguma protuberância na minha barriga, mas nada que chamasse a atenção. De hoje não passaria ao final do evento eu iria contar que finalmente consegui lhe proporcionar um herdeiro.

A celebração semestral da máfia era um evento muito importante e demonstrava aos aliados e soldados quem detinha o poder era sempre feito em algum complexo que apresentasse o melhor resultado.

Charles aceitou se mudar para Foz do Iguaçu contra a sua vontade, pois o melhor território para movimentação era em Chuí que fica na extrema divisa, até onde escutei ele reclamando foi que o Don já havia se instalado no local o proibindo de se aproximar.

Como esposa deveria estar sempre impecável e disponível para resolver qualquer imprevisto, porém Charles não fazia questão da minha presença ao seu lado e sempre me empurrava para longe. Ele nunca foi carinhoso, na verdade, desde a morte do meu pai, fui entregue a ele como a sua futura esposa, porém esse casamento nunca ocorreu.

— Astrid, você quer me humilhar? Como pretende se tornar a minha esposa sendo incompetente dessa forma? — Charles me puxa pelo braço enquanto fala entre os dentes.

— Eu não fiz nada, apenas entrei aqui — a minha voz era apenas um sussurro, não queria que ele se irritasse comigo e me trancasse novamente no quarto como fez semana passada, não poderia mais passar os dias sem comer.

— Os grandes Capos e até o Don estão nesta sala e não quero um verme como você perto deles — Charles me joga para fora da sala me fazendo cair no chão — Imprestável levanta logo e vai fazer algo de útil — ele me chuta quase acertando a minha barriga, mas me viro o fazendo acertar as minhas costelas e certamente deixará marcas.

— Me perdoe, mas precisamos conversar.

— Não tenho nada para conversar com você, agora saia da minha frente — ele veio na minha direção e com medo dele me bater recuo saindo do prédio segurando as minhas lágrimas.

O evento estava correndo muito bem, mas eu sentia que não era ali o meu lugar. Todos me olhavam com desprezo e não me escutavam, eu era tratada como a empregada, não... Eu era considerada a escrava.

Muito diferente da minha vida com o meu pai antes da sua morte, ninguém ficou ao meu lado, foi neste momento que Charles surgiu como um salvador, o meu pai não fazia ideia do que me aguardava no futuro.

Cresci sem a minha mãe que faleceu no meu parto, então fui criada para servir. O meu pai sempre me disse que eu deveria ser uma ótima esposa e assim eu não iria sofrer, mas sua morte em uma missão me deixou sem chão e completamente refém de Charles hoje.

Não era segredo para ninguém que ele não me queria, na verdade, ele já tinha um relacionamento antes, mas quando o meu pai faleceu, ele me acolheu como a sua noiva para que eu não ficasse na rua.

Ou pelo menos era o que me foi dito, mas Charles nunca me tratou com carinho e atenção, até mesmo no s€xo eu era proibida de tocar ou falar com ele. A minha esperança é que com o meu bebê possa me ajudar a ser feliz nesse quase casamento.

Ando por todos os lugares enquanto estou perdida nos meus pensamentos, mas em nenhum consigo ficar sozinha, ou no mínimo, não ser humilhada. Me escondo nos fundos de um prédio onde finalmente consegui ficar em segurança.

Por ser alto, eu conseguia ver quando todos estivessem indo embora, ou pelo menos quando os chefes estivessem indo, pois era somente nessa hora que eu conseguiria me aproximar de Charles.

Ali era impossível da minha mente não retornar na minha infância, teve um tempo que éramos uma família, o meu pai sempre recebeu diversos homens relacionados a máfia, mas tinha um que sempre vinha conversar comigo e até mesmo me trazia livros escondidos.

Passávamos horas lendo e conversando, ele se importava comigo. Mas isso foi há muito tempo, não sei nem se ele está vivo ainda, o máximo que consigo fazer é manter aquela sensação que sentia sempre perto dele, ela era a única que mantinha o meu coração aquecido.

Mesmo com Charles bêbado ele me levaria para casa, era só ficar de cabeça abaixada e calada. Eu havia desistido de tentar mudar ele nos primeiros seis meses, onde fiquei trancada sem comida e água por dias até que não o desafiasse mais.

Ao entrar no prédio vejo que ele não está no salão e todos me olham estranho, não era um olhar de desprezo como sempre me davam. Esse olhar estava diferente… Era pena. Mesmo confusa vou até o seu escritório e ao chegar perto escuto g€midos, o meu coração se aperta e a minha respiração acelera a cada minuto.

Fico parada em frente a porta pensando se realmente queria abrir e comprovar o motivo dos olhares. O meu corpo se moveu sozinho, não me deixando escolher e quando dei por mim, estava no escritório observando os dois tr@nsarem intensamente.

Os dois g€miam tão alto que nem perceberam que entrei no cômodo. Ele nunca tr@nsou comigo assim, fico paralisada olhando os dois e quando Charles finalmente percebe a minha presença ele apenas me olha mortalmente sem parar os seus movimentos.

— Veio conferir como nunca será tocada? Então veja como tr@nso gostoso com a Hanah e como ela me satisfaz — Hanah me olhava com malícia enquanto fazia questão de g€mer mais alto.

— Estou grávida — a minha voz é apenas um sussurro, mas ele parece entender, pois, para seus movimentos.

— Repete — ele fala com o seu maxilar trancado vindo na minha direção, apavorada vou dando passos para trás até bater na porta — MANDEI REPETIR — ele grita de frente ao meu rosto me aterrorizando ainda mais.

Ainda vou lhe encontrar Volpe

Leio aquele relatório pela décima vez e em todas essas vezes o nome dela aparece com a condição “noiva”, porém ninguém nunca mais a viu ou os meus homens conseguiram identificar quem é seu noivo.

— Don, temo que se não se apressar irá se atrasar — escuto um dos meus homens me chamar novamente.

— Vitório já chegou?

— Não senhor.

— Então tenho mais alguns minutos — volto a minha atenção novamente para aquele relatório.

Somente com a chegada de Vitório que consigo largar aquele relatório incompleto. Faz anos que estou à procura dela, as palavras do meu pai nunca saiu da minha mente e a culpa por perder o contato me amargurava a cada dia.

Dou ordem para ir até o túmulo do meu pai, ninguém contestava as minhas ordens, nem mesmo quando meu pai estava vivo, mas essa lealdade cega veio apenas quando assumi o poder.

Nunca consegui me relacionar emocionalmente com alguém, tanto que as brigas com o meu pai sobre o meu casamento eram muito frequentes enquanto ele estava vivo. Para assumir precisei matar muitos e provar a minha força, não admito e nunca vou admitir que alguém ocupe o lugar da minha Volpe.

— Seu velho cretino, se não tivesse me impedindo agora eu estaria casado e cheio de filhos, mas não você tinha que acreditar nessa lenda tosca e me fez perder a única pessoa que amei.

“ — Você não ir ao encontro dela.

— Por que pai? Eu gosto dela… — não consigo terminar a frase, pois ele me acerta com um soco, eu era novo naquela época tinha apenas quinze anos, não poderia desafiar o meu pai…

— Nunca mais repita uma barbaridade dessa, você vai crescer e se casar com uma mulher normal.

— A Volpe não tem nada de anormal — novamente outro soco que me fez cuspir sangue desta vez.

— Ela é uma aberração, tem o sangue amaldiçoado.

— A lenda não é uma maldição e sim uma benção.

— Você nunca vai saber se realmente ama ela ou se… — vejo o meu pai vacilar na voz e acaba se afastando de mim.

— Termina, me conta o motivo de nunca saber se a amo ou não.

— Ela já te enfeitiçou — o seu olhar era vago — Eu condenei você, quando te levei comigo até aquela aberração.

Com essas palavras ele saiu da sala me deixando sozinho, deste dia nunca mais vi a minha Volpe, no começo eu me senti tão mal que chegaram chamar médicos, mas era emocional.

Eu já a amava e ele a tirou de mim, após anos, ou melhor, quando completei dezoito anos ele acabou me contado sobre a raposa, era a maldição, a raposa iria me manipular, por isso ele me proibiu de ficar perto.”

O que ele não sabe era que eu amo aquele ser pequeno de cabelos morenos, a minha Volp nunca irá me abandonar, mas eu a abandonei… Essa culpa já doía desde daquela época e por isso quando completei os meus vinte e um anos, matei o meu pai e vários outros que entraram no meu caminho.

Assim me tornei o Don mais cruel vivo, ninguém ousa me desafiar com medo das consequências. A minha fama me precede e isso já chamou atenção de vários oportunistas que tentavam empurrar as suas filhas e até mesmo filhos para se casarem comigo.

Mas se não posso ter a minha Volp ao meu lado eu não aceito mais ninguém, por isso ainda mantenho essa equipe tentar encontrar ela, ninguém sabe disso nem mesmo o meu Consigliere.

— Don, precisamos ir — a voz de Vitório me traz de volta das minhas memórias e pensamentos.

— Velho imbecil, se não tivesse me proibido ainda estaria vivo… Ou não.

Me viro de volta para o carro e finalmente indo com Vitório até aquela festa de merda de Platen, nunca gostei dele e mantenho as aparências apenas por um acordo de cavalheiros feito assim que assumi com o Don de Platen.

O infeliz queria ocupar o local que mantenho a minha equipe segura, ele pensa que não sei das suas ambições, mas para conseguir ocupar o meu lugar ele terá que me matar primeiro.

Para ser mais rápido fomos com um pequeno jato que utilizo apenas para curtas distâncias aqui no Brasil, quando preciso realmente ir conferir alguma encomenda  ou até mesmo negociar com algum cliente no exterior ele já não me serve por chamar atenção.

Ao chegar no seu complexo é sempre a mesma coisa, ele enche a casa de mulheres para nos divertir, muito realmente aproveitam, mas Vitório permanece firme ao meu lado não direcionando o seu olhar para nenhuma outra mulher.

Platen não estava com a sua noiva e sim com aquela v@dia que já tentou se vender para mim pelo menos umas dez vezes, mas não tenho interesse em lixo, fiz uma promessa a Volp que a única no meu coração será sempre ela.

Claro que sempre me alivio com alguma mulher, mas nunca me envolvo ou permito que toque no meu corpo, nem beijos são permitidos e mesmo assim várias se jogam aos meus pés.

— Don… — a voz de Vitório me lembra que já fiquei o necessário para não arrumar encrenca e sem nem me importar em me despedir ou não me retiro finalmente daquele complexo e voltar rápido para casa.

— Cuidado — é a única coisa eu falo com Vitório assim que ele me deixa em casa e sai correndo as pressas, cretino está correndo para os braços da noiva, posso não demonstrar, mas me sinto muito feliz por saber que pelo menos ele pode ficar com quem ama.

— Ainda vou lhe encontrar Volpe e fazer de você a minha esposa, não importa quem eu tenha que matar.

Uma Kitsune

— Estou grávida —nem termino de falar, ele me acerta com um tapa tão forte no meu rosto que vou parar no chão já chorando.

— Sua v@dia inconsequente, quem mandou engravidar? — Charles me puxa pelos cabelos, mas não ergo o meu olhar para ele — Olha para mim e me fala onde é o seu lugar.

— O meu lugar é ao seu lado, com esposa e mãe dos seus filhos — não sei de onde tirei tanta coragem, mas as palavras saíram sem controle da minha boca, sinto outro tapa arder o meu rosto.

— Minha esposa? Você não serve nem para tr@nsar — Charles me joga no chão, ele conseguia me humilhar a cada conversa e me diminuía em tudo que eu fazia.

— Você não consegue nem o fazer g0zar, sua inútil — Hanah fala o abraçando por trás — Aposto que ela se deitou com outro e está te enganando meu amor.

— Não, a criação dela não permitiria — olho para os dois, como assim trair? — Aquele merda me deu trabalho para me entregar ela.

— O que você está falando? — levanto encarando os dois com ódio por tocar no nome do meu pai.

— Você só não está morta como o seu pai, por conta do seu sangue — Charles segura forte o meu maxilar e mesmo lutando contra o choro as lágrimas escorrem pelo meu rosto.

— Posso dar um jeito nesse bastardo — Hanah fala m@sturbando Charles e olhando para mim apenas para me provocar.

— O meu filho não é nenhum bastardo, já você… — sinto a mão de Charles no meu pescoço me enforcando.

— Resolveu me enfrentar novamente? Pois, dessa vez eu não serei bonzinho como prometi ao seu pai — tento me segurar na sua mão para não perder a consciência.

— O que prometeu? — Hanah estava curiosa sobre o assunto, já que Charles nunca permitiu que fosse revelado naquela noite.

— Ele não queria me entregar seu tesouro — Charles olhou para mim com nojo — Então fui obrigado a tomar dele, nem mesmo quando eu estava o estrangulando, nesta mesma forma ele me permitiu se casar com a sua filhinha querida.

Não era possível, ele matou o meu pai… Charles não era meu salvador, ele era o assassino, a culpa por tudo que passei e sofri é exclusivamente dele, sinto o meu corpo formigar e consigo chutar ele o obrigando a me largar.

— Sua p*ta — ele se levanta e me chuta forte a minha barriga me jogando contra a porta, mas antes dele conseguir vir atrás de mim a porta é aberta por seu irmão mais novo e aproveito para sair engatinhando para fora.

— Você está louco? Todos estão ouvindo — seu irmão o empurra para dentro, pois Charles estava vindo atrás de mim.

— Saia da minha frente, por sua culpa ela saiu dessa sala.

— Onde pensa que ela vai toda machucada daquela forma?

Enquanto escutava os dois gritarem lá dentro, o meu corpo ainda formigava e uma pontada na minha barriga já avisava que o meu bebe não estava nada bem, mas eu precisava correr… Correr pela minha vida.

Saio do prédio enquanto as lágrimas escorriam sem controle dos meus olhos. Nunca sai do complexo de Charles e não sabia para onde poderia ir ou se eu poderia ir e para minha sorte quase ninguém me conhecia como noiva de Charles.

Afinal ele me escondia de todos os outros fora do complexo, agora eu sei o motivo… Foi ele quem destruiu o meu lar, matou o meu pai e ainda abusou de mim de todas as formas possíveis, sinceramente não sei como aguentei por tanto tempo.

Correndo pela estrada completamente escura e perdida nos meus pensamentos e lamentações, eu não percebi se aproximar e quando um me segurou pelo braço solto um grito de susto seguido de um gemido de dor me fazendo cair de joelhos.

— Meu Deus, ela está sangrando — foi a última coisa que ouvi.

Acordo estou num lugar completamente escuro, o chão tem uma fina camada de água fazendo que tudo fosse espelhado e por conta disso percebo um ser branco me olhando astutamente.

— Não tenha medo de mim, mocinha — sua voz era melodiosa, mas escondia os seus verdadeiros sentimentos e intenções.

— Onde estou? Quem é você?

— Sempre as mesmas perguntas, vocês são patéticos — ele faz uma careta se levantando e vindo até mim, e percebo que é não… não pode ser — Pelo seu olhar você me reconheceu, a primeira em gerações.

— Uma Kitsune…

— Uma não — ele, ou melhor, ela, me repreende severamente com o olhar — Eu sou a Kitsune, estou presa na sua família por várias gerações.

— Olha eu…

— Você está no limbo, entre a vida e a morte, o seu corpo foi encontrado pelo seu amado noivo — faço uma careta arrancando gargalhas do ser a minha frente — Calma que o melhor ainda está por vir, ele picou o seu corpo e deu para os cachorros comerem.

Cretino, imbecil, tirou tudo de mim, minha família, meu sossego e agora a minha vida, a raiva crescia sem controle dentro de mim, só voltei em mim quando o ser pegou a minha mãe a levando até a boca, escorria sangue, devo ter apertado tanto a minha mão que as minhas unhas chegaram a perfurar a minha pele.

— Maravilhoso… — ela havia acabado de lamber o sangue que escorria ali, logo um sorriso cresce nos seus lábios — Minha menina, tenho algo a lhe propor.

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