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Sou Babá Da Minha Filha

CAPÍTULO 01

Olá, me chamo Bela Andrade e acabei de completar dezessete anos! Meu aniversário foi dias atrás, mas será comemorado hoje, motivo?

Meu irmão está voltando da Síria, ele é soldado do exército e o orgulho da minha família. Essa é a terceira viagem do Rodrigo e sempre que ele volta é uma alegria.

Minha mãe acordou cedo, arrumou a casa, recebeu as encomendas para a festa e agora está se arrumando para irmos buscar o meu irmão.

Bela...

Esmeralda (Mãe)...

Antônio (Pai)...

Minha mãe, meu pai e eu estamos neste exato momento esperando por ele, junto com tantas outras pessoas, que também esperam por seus filhos, pais, amigos, maridos...

Quando o trem chegou foi uma grande alegria, avistei o meu irmão de longe e fui correndo abraçá-lo, somos como carne e unha, ele é o meu verdadeiro herói.

(imagem ilustrativa)

Rodrigo : Maninha, que saudade...

Bela: Que bom ter você aqui comigo, senti tanto a sua falta.

Esmeralda: Filho, meu filho amado.

Meus pais foram até o meu irmão e eu me afastei emocionada, nem dava para acreditar. Depois de muitos abraços eu notei que havia um militar logo atrás observando tudo, ele parecia feliz em ver a nossa felicidade, mas com ele não havia ninguém.

Rodrigo: Mãe, pai e maninha, esse é o Marcelo, meu amigo e parceiro de guerra.

Marcelo: Olá.

Ele nos cumprimentou e Rodrigo nos explicou que ele ficaria um tempo na nossa casa, ele não disse os motivos, os meus pais confiam tanto no meu irmão que apenas aceitaram.

Quando chegamos em casa, peguei um avental e já fui ajudar a minha mãe na cozinha. A mesa estava caprichada, havia bolo, petiscos, salgados, doces e muita comida saborosa.

Alguns parentes e amigos aproveitaram aquela tarde com a gente e no finalzinho da noite batemos os parabéns, na verdade eu nem lembrava que aquela festa também era pra comemorar meu aniversário, só queria aproveitar aquele momento com o meu irmão.

Os dias se passaram e o tão temido dia estava chegando, o dia em que eu e o meu irmão nos separariamos novamente.

Esses dias com ele foram especiais, eu e Marcelo criamos um laço de afeto muito bonito também, agora somos amigos.

Rodrigo...

Marcelo...

Último dia com a família...

No último dia do meu irmão conosco antes da viagem, decidimos preparar uma surpresa, não só pra ele, mas para o Marcelo também.

Todos da vizinhança e os melhores amigos dele foram lá prestigiar os nossos guerreiros.

Marcelo: Festa bonita, tenho certeza que tomou muito do seu tempo.

Disse Marcelo ao sentar do meu lado, eu estava perdida em pensamentos, confesso não ter entendido muito bem o que ele falou, então apenas sorri.

Marcelo: Vou sentir saudade.

Bela: Logo vocês voltam.

Durante a festa notei alguns olhares do Marcelo para mim, mas acredito que seja coisa da minha cabeça, o que um homem como ele iria querer com uma garota como eu? Pensei.

Mais tarde o meu irmão e alguns amigos dele decidiram ir para uma festa, o Marcelo não aceitou ir, pois já havia bebido demais e precisava de energia para o dia seguinte não parecer despreparado.

Os meus pais foram dormir e eu decidi assistir TV, coloquei desenho animado e peguei alguns salgadinhos que sobraram da festa.

Marcelo: Esse desenho é demais.

Me assustei e por pouco não gritei.

Marcelo: Droga, te assustei?

Bela: Um pouco...

Rimos e ele sentou do meu lado, eu não disse nada, mas acabei ficando desconfortável na presença dele, as vezes eu sentia que ele queria falar algo, mas não falava.

Bela: Já está tarde, vou descansar...

Levantei e quando passei por ele senti aquelas mãos fortes tocarem meu braço.

Marcelo levantou e parou em minha frente, passou a mão nos meus lábios e eu não pude evitar, me aproximei ainda mais dele e com a mão na minha nuca, Marcelo me beijou loucamente, como se dependesse daquilo para sobreviver.

Me afastei dele quando me dei conta de que estávamos na sala e que a qualquer momento o meu pai ou a minha mãe podiam descer.

Marcelo: Bela, eu sei que sou um homem adulto e você ainda não alcançou a maior idade, mas estou perdidamente apaixonado por você, penso em você o tempo todo...Se me der uma chance, me caso com você assim que voltar.

Bela: O que? não podemos...

Marcelo: Porque não? Os seus pais gostam de mim e eu te amo, quero te fazer a mulher mais feliz desse mundo.

Aqueles olhos castanhos claros me deixavam perdida, me rendi a ele e voltamos a nos beijar, dessa vez o fogo estava tomando conta da gente.

Marcelo beijou o meu ombro e delicadamente tirou a minha blusa, eu mesma tirei a parte de baixo enquanto ele também se despia.

Fizemos amor ali mesmo, não existia mais ninguém além de nós dois, o medo de sermos pegos não existia mais.

Marcelo: Agora você é minha pra sempre.

Com um beijo profundo selamos o nosso amor naquele sofá de dois lugares, e eu não sabia, mas aquele dia mudaria a minha vida para sempre.

Despedida...

A noite foi curta, logo amanheceu e eu ainda sentia dores nas partes íntimas, afinal tinha perdido a virgindade na noite anterior.

Levantei da cama, tomei banho e me preparei para a despedida. Fomos até o local de embarque dos militares e só se via mulher chorando.

Esmeralda: Que Deus proteja os dois de todo mal.

Marcelo: Amém.

Rodrigo: Amém, te amo mãe.

Minha mãe abraçou eles e logo em seguida eu fui até os dois, eu e meu irmão nos abraçamos e eu não pude conter as lágrimas.

Rodrigo: Não chora maninha...O seu irmão vai voltar e te deixar muito orgulhosa.

Bela: Eu já tenho muito orgulho de você, se cuida maninho.

Rodrigo: Te amo.

Bela: Te amo, irmão.

Depois de um abraço apertado e demorado no meu irmão, fui até Marcelo. Decidimos deixar em segredo a nossa relação, até ele voltar e nós dois assumirmos.

Marcelo: Se cuida pequena.

Ele piscou e eu dei um sorriso fraco.

Bela: Se cuida.

Nos abraçamos rapidamente e depois de algumas trocas de olhares entre eu e Marcelo o superior do exército chamou a atenção de todos.

Depois de um lindo discurso, ele pediu para darmos o último abraço, pois já era a hora de partir.

Essa é a pior parte, por mais que tenhamos orgulho, nos perguntamos o porque de escolher esse destino, mas não há explicação que nos faça entender.

E então eles se foram, e eu voltei para casa com o coração apertado, como todas as outras vezes.

Os dias se passaram, já havia quase um mês que eles tinham voltado para a Síria. De duas em duas semanas eu, meu irmão e Marcelo, trocávamos cartas e a cada resposta deles era uma alegria minha.

CAPÍTULO 02

Voltando a escola...

As aulas voltaram e um novo ciclo se inicia, este ano tem que ser o melhor da minha vida.

Acordo bem cedo e sou uma das primeiras a chegar na sala de aula, reencontrei meus amigos de escola e estava muito animada.

Amanda: Que saudade que eu tava!

Amanda...

Diz Amanda enquanto me abraça fortemente. Amanda é uma grande amiga minha, nos conhecemos desde a sexta série.

Ela é uma pessoa maravilhosa e uma amiga verdadeira, por isso sempre me abro e conto as coisas que acontecem na minha vida para ela.

No primeiro dia de aula não faltaram assuntos, no segundo também não e no terceiro muito menos!

Quer descobrir o porque? Vou te contar...

Tudo começou quando eu e a Amanda fomos retocar a maquiagem no banheiro, me senti enjoada e corri para vomitar.

Amanda: Amiga, você está bem?

Levantei um pouco tonta e vi tudo girando, acabei desmaiando e acordei na enfermaria da escola. Quando olhei para o lado ainda confusa, vi a minha mãe conversando com o médico um pouco nervosa.

Bela: Mãe, o que está fazendo aqui?

Minha mãe veio até mim e ainda na maca fui atingida por um forte tapa no rosto.

Esmeralda: Levanta, vamos embora.

Confusa e tremula, eu me levantei e fui atrás dela. Fazia um tempo que ela não me batia, senti todos os meus medos e inseguranças de uma só vez naquele momento, o que eu fiz para merecer isso?

Entramos no carro e ela dirigiu até um lugar abandonado, não dizia uma palavra se quer.

Ela saiu do carro e mandou eu acompanhá-la, fui atrás dela e quando entramos o lugar parecia uma clínica clandestina.

Bela: Mãe, o que estamos fazendo aqui?

Esmeralda: Segure a minha bolsa e espere aqui.

Minha mãe entrou em uma sala e eu sentei em uma das cadeira empoeiradas daquele lugar macabro.

Em dez minutos que fiquei sentada naquela maldita cadeira, vi duas mulheres mortas saírem de uma sala e mesmo com medo eu levantei, fui até a porta da sala e olhei o que os médicos faziam por uma pequena abertura.

Bela: Meu Deus...

Esmeralda: BELA?

quando escutei a voz da minha mãe, senti um medo gigante, corri para o fundo da clínica e quando me esbarrei com uma enfermeira ela me segurou.

Enfermeira: Calma mocinha, com quem está?

Bela: Me solta!

Ela me soltou assustada e só então me dei conta de que ela não iria me fazer mal.

Enfermeira: Tá de quantos meses?

Bela: Como assim quantos meses?

A enfermeira me olhou intrigada.

Enfermeira: Quem te trouxe até aqui? Querem te obrigar a fazer isso?

Bela: Não sei do que está falando...E-eu passei mal na escola e a minha mãe me trouxe pra cá.

Enfermeira: Tem alguma possibilidade de você está grávida? Aqui eles fazem aborto garota.

Meu mundo caiu, não sabia o que dizer.

Esmeralda: APARECE SUA DESGRAÇADA!

Foi quando escutei a voz da minha mãe ainda mais próxima e implorei para que aquela mulher me ajudasse. Como um anjo enviado do céu, aquela mulher apareceu para salvar a minha vida, saímos pelos fundos e corremos até a estação de trem.

Bela: Qual o seu nome?

Enfermeira: Me chamo Flora, pegue esse dinheiro.

Com rapidez a mulher tirou algumas notas de dentro do jaleco e me entregou.

Bela: Não se preocupe, tem dinheiro na bolsa.

Flora: Mas fique com este também, se cuida menina...e se livre dessa bolsa ou vão te encontrar.

Bela: Obrigada,Flora...

Flora: Você tem para onde ir?

Bela: Tenho sim...

Flora: Deus te acompanhe e te livre de todo mal, não vou permitir que tirem de você o que me tiraram um dia.

Com um beijo na minha testa Flora se despediu e eu entrei no trem que veio em seguida.

O que aconteceu com ela depois? Bom, eu não sei... Mas uma coisa é certa, aquela mulher tem um lugar garantido no céu.

Flora...

Já dentro do trem, me sentei numa cadeira no canto e fiquei observando a vista pela janela, não sei o que estou fazendo, ou para onde estou indo, mas na minha cabeça uma pessoa que leva a filha para aquele lugar é capaz de tudo e eu não posso voltar.

Se algum dia houve alguma confiança da minha parte pela minha mãe, desse dia não me lembro.

O pai do meu irmão morreu na guerra, um ano depois ela conheceu o meu pai e eles ficaram noivos, mesmo o meu irmão não sendo filho biológico do meu pai, eles tem um carinho muito grande um pelo outro.

Minha mãe quase morreu no meu parto, ela me conta sobre esse dia desde que me entendo por gente, lembro das vezes que ela me batia por eu simplesmente querer ter a mesma vida que o Rodrigo tinha, mas não era inveja...eu só queria brincar, passear e me divertir...mas, ela nunca deixava.

Meu pai sempre foi dominado por ela, as vezes ele até tentava me defender, mas acabava sendo humilhadado por ela, Rodrigo nem sonhava que a nossa mãe me espancava, mas um dia a nossa antiga vizinha o contou e ele passou um bom tempo sem falar com a nossa mãe, por amor a ele, ela decidiu começar com as terapias e hoje em dia é uma pessoa menos desagradável.

Mais tarde...

Nesse momento estou tentando analisar o melhor a se fazer, primeiro pretendo passar a noite em um hotel barato e depois mando uma carta para os meninos, eles vão saber o que fazer...só espero que eles me respondam o quando antes e que a minha mãe não me encontre até lá.

Após sair do trem olho ao meu redor e vejo que a cidade não é qualquer uma, há prédios, lojas e automóveis de alto luxo, onde será que mora a classe pobre desse lugar?

Saio em busca de informações e resolvo pegar um ônibus com destino à uma cidade pequena e menos conhecida que fica apenas à meia hora de onde estava.

Já nessa cidade eu encontro um hotel barato e decido passar a noite ali mesmo, quando finalmente estou no quarto me doou conta de que tenho algo muito importante para fazer, saio do hotel e vou até uma farmácia próxima, compro dois testes de gravidez e quando estou voltando para o hotel vejo um bazar, compro duas peças de roupa e volto para o quarto.

A primeira coisa que fiz foi ir correndo até o banheiro fazer o teste, fiz tudo direitinho e esperei os minutos.

Já no primeiro constatou a gravidez, mas mesmo assim fiz o segundo e o meu mundo caiu.

Como vou dar conta? As únicas pessoas que poderiam me ajudar estão na Síria e a minha mãe quer que eu tire a criança...eu realmente me sinto perdida, esse dinheiro não irá durar muito, preciso mandar essa carta amanhã cedo e pedir a Deus para que eles me respondam o quanto antes.

Fiz a carta contanto absolutamente tudo! E demoraria mais ou menos duas semanas para chegar até eles, isso me deixa preocupada, pois o dinheiro que tenho paga só mais algumas noites no hotel e não daria nem para comer direito.

Bella: Meu Deus, me ajuda a passar por isso...

O meu maior medo nesse momento é que a minha mãe me encontre e me faça abortar esse bebê, a minha gravidez não foi planejada, mas não vou permitir que essa criança pague pela minha falta de responsabilidade.

Dia seguinte...

Logo cedo, me arrumo do jeito que posso e saio para procurar trabalho, chego em uma lanchonete, vejo que a quantidade de funcionários é muito pequena para a demanda de pedidos e tento convencer o dono a me contratar, digo que aceito fazer qualquer coisa e aceito até metade do pagamento, mesmo assim ele diz que não está precisando de funcionários e me manda sair.

Me sinto tonta e o infeliz nem pra me ajudar, uma funcionária me oferece um café e eu aceito, sento em uma mesa mais reservada bem no final da lanchonete e bebo o café.

Quando finalmente levanto para ir em busca de mais empregos olho uma reportagem sobre a Síria e as guerras que estão acontecendo por lá, me aproximo e vejo que houve uma grande chacina, muitos soldados morreram e eu nem consigo acreditar quando vejo a foto do meu irmão na TV.

CAPÍTULO 03

Garota?

Acordo com a visão completamente embaçada e aos poucos vou me lembrando do que aconteceu.

- Ela acordou gente! Me dê a mão menina.

Uma senhora me oferece a mão, mas não tenho forças para levantar e caio no choro quando lembro do que vi na TV antes de desmaiar.

O dono do estabelecimento começa a gritar que sou uma louca e as pessoas me ajudam a sentar, me recuso a ficar sentada, mas eles pedem para que eu me acalme.

- Calma menina, onde você mora?

Bela: O meu irmão, ele está morto...

O dono da lanchonete vem até mim e diz que vai chamar a polícia se eu não for embora, alguns clientes tentam convencê-lo a me deixar ficar, mas eu levanto ainda em choque e saio me segurando nas paredes.

Quando chego no hotel, me sento na escada e coloco a cabeça entre as pernas, meu Deus...nunca vou me esquecer desse dia. Além de abalada eu não tinha coragem de assistir mais aos jornais, com medo de que o Marcelo também tivesse entre um dos mortos.

Subo a escada com dificuldade e assim que chego no quarto me jogo na cama. Foram quase dois dias seguidos sem sair da cama, até que no terceiro dia eu já não aguentava mais, levantei e quando me olhei no espelho parecia que estava morta, tomei um banho, paguei as noites no hotel e antes de ir para a rodoviária tomei um café da manhã reforçado, já estava para morrer de fome.

Fui até a estação, mas era necessário a identidade para comprar a passagem, como eu era de menor não consegui comprar, então paguei para uma mulher comprar uma para mim e fui embora para uma cidade grande, ainda mais distante de onde eu vivia com os meus pais.

Durante a viagem me perguntava como as coisas estavam na minha casa, será que estão procurando por mim? O Marcelo também está morto? São muitas perguntas sem resposta nesse momento, mas acredito que nos próximos dias eu terei as respostas que preciso.

- Quer que eu segure a sua bolsa? Parece pesada.

Bela: Eu agradeço.

Como não tinha mais acentos acabei ficando de pé, um rapaz se oferece para segurar a minha bolsa e eu o entrego.

Horas depois o ônibus chega na grande cidade e eu vou a procura de um hotel barato, mas parece que nesse lugar não há nada acessível para pessoas pobres, mesmo assim continuo a procurar.

Bela: Olá?

Entro em uma pequena loja de decoração e não vejo ninguém, chamo e poucos segundos depois uma senhorinha simpática sai por uma porta atrás do caixa.

Senhora: Olá minha jovem! Como posso te ajudar? Acabou de chegar novas mercadorias, se aproxime!

A senhora fala empolgada enquanto tira de uma caixa vários itens de decoração, tento explicá-la que não tenho dinheiro para aquelas coisas e ela me puxa para um canto com coisas mais baratas.

Bela: Senhora, eu...

Senhora: O que foi meu docinho? ainda está alto para o seu orçamento? Não se preocupe bobinha, tenho algumas bugigangas por esses lados, espere...

Ela vai para o outro lado da loja e começa a retirar alguns produtos empoeirados de uma caixa, com o próprio avental ela limpa uma linda bola de cristal e me entrega.

Senhora: Faço pela metade do preço!

Sorrio, levo a bola de cristal até o caixa e ela vai atrás de mim vitoriosa, enquanto procuro o meu dinheiro na bolsa ela me observa inquieta.

Senhora: Você tem bom gosto, olha só que fofura.

Bela: Não pode ser...Não!

Senhora: O que foi docinho?

Bela: O meu dinheiro, não está na bolsa!

A senhora abriu espaço no balcão e tirei tudo da bolsa a procura do dinheiro.

Bela: Meu Deus, o que vou fazer sem dinheiro...

Senhora: Tem certeza de que não está no bolso?

Como uma luz o meu cérebro me faz lembrar da pior burrada que fiz na minha vida, depois de transar sem camisinha, é claro.

Bela: Filho da mãe!

Senhora: Calma menina, sente-se aqui.

Bela: Foi o cara do ônibus, ele pediu para segurar a minha bolsa e eu tola o entreguei...mas que droga, estou perdida agora.

Senhora: Ah menina, não se confia em qualquer um nos tempos de hoje.

Bela: Eu fui uma tola, agora estou sem teto e sem dinheiro.

Senhora: Onde estão os seus pais? Você me parece tão nova...O que faz sozinha criança?

Abaixei minha cabeça e ela levantou o meu rosto, a essa altura eu já estava vermelha de tanto chorar.

A senhora pede para que eu conte o que aconteceu e eu digo que perdi a minha família, estou grávida e preciso muito de um emprego, peço para ela não me entregar a polícia e ela me oferece ajuda. Não queria mentir, mas tive medo dela encontrar a minha mãe, seria impossível se sair das presas dela novamente, eu e meu bebê estaríamos perdidos.

Senhora: Você fica na loja todos os dias e terá direito a uma hora de almoço, fechamos cedo então fará a refeição da noite quando fecharmos.

Bela: A senhora é um anjo enviado de Deus, muito obrigada.

Senhora: Esse será seu salário.

Ela anota o valor em um pedaço de papel e me entrega.

Senhora: É o que posso no momento, estamos passando por dificuldades e só estou te ajudando porque Deus tocou no meu coração...Olhe, isso é pouco para alugar até mesmo um quarto e sala nessa cidade, aqui é tudo muito caro, ainda mais agora que você terá despesas com o bebê e comida...Então eu pensei que você poderia ficar no porão da loja por um tempo, tem colchão, geladeira e um fogão de uma boca.

Sinto meu coração acelerar, meu Deus! Eu realmente encontrei um anjo, como pode uma pessoa querer ajudar tanto um desconhecido? Eu nem disse o meu nome a ela.

Bela: A senhora não sabe o quanto estou feliz, muito obrigada dona...?

Senhora: Yuki, me chamo Yuki.

Ela segura o meu ombro e eu agradeço o máximo que consegui, antes de ser tomada mais uma vez pelas lágrimas.

Yuki: Calma menina, vai ficar desidratada do tanto que chora! Venha, vou te mostrar o seu lar provisório.

Me levanto e a dona Yuki me leva até o porão, o lugar é bem pequeno e escuro, mas limpo e aconchegante, será o meu novo lar graças a essa senhora de bom coração, farei o possível para recompensar toda a ajuda que ela está me dando.

Yuki

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