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Transformada Em Fúria

Capítulo 1. Fuga

Quando a cabeça começa a pensar, porque o corpo está padecendo, a dor até fica suportável, mas quando o corpo é tão massacrado, a mente recebe agressões com palavras afrontosas, sem conseguir compreender o significado e sentido do ataque, a alma se quebra, o coração se aperta e o inimaginável, acontece.

Sozinha, com frio, fome e dor por ter sido agredida, só dois sentimentos prevalecem: ódio e revolta. Dois sentimentos que concedem força de sobrevivência, onde não há força para mais nada. Algo corrói a alma, pela incapacidade de lutar contra o que a agoniza e a desesperança de não saber como escapar. Não há solução, só resistir, aguentar, até o milagre acontecer.

Mais uma vez ele a arrastou pelos cabelos, colocou para dormir na casinha do cachorro e sem comer, depois de lhe dar uma surra de toalha molhada, para não deixar marcas. Estava crescendo sem conseguir se livrar dessa vida e só não tinha sofrido o que considerava pior, nesta noite, porque está "imunda", como ele dizia.

Trovões bombavam estrondosos e relâmpagos, um atrás do outro, riscavam o céu. O cachorro a empurrou, para poder ficar mais à vontade e ela terminou por sair da proteção daquele lugar e se postar em uma poça de lama, formada logo que a chuva começou a cair. Ela viu uma luz e vislumbrou a porta do fundo da casa, abrir e alguém correu até ela.

— Vou te soltar, June, vá embora, fuja para a floresta, mas não apareça nunca mais, nem aqui, nem na cidade. Vá, filha e me perdoe.

A mulher, que apesar da aparência desgastada, ainda era nova, pois teve sua primeira filha, aos quatorze anos, levantou o corpo enlameado de sua filha mais velha, esfregou mais lama para disfarçá-la e a ajudou a pular o muro, já que o portão estava trancado. Voltou para dentro, sem olhar para trás. Se tivesse olhado, teria visto um carro fino, atropelar a pequena e um homem grande colocá-la no carro, seguindo para a floresta.

O milagre que June esperava, chegou. Não foi exatamente como ela imaginou, mas no momento, ela estava no mundo do esquecimento, a humilhação e a dor, não faziam mais parte de seu momento atual, só o alívio do nada.

— Traga ela para dentro, Kurt. Vou precisar lavá-la antes de ver seus ferimentos, está que é pura lama.

— Sim, doutor Malek.

Kurt pegou a garota e só sabia que era uma fêmea, por causa dos pequenos pontos duros que eram seus mamilos, no centro do pequeno monte que eram seus seios. Levou-a para a mesa de biópsias e lavou-a com o chuveirinho, deixando escorrer a lama. Parou e cortou sua roupa, um vestido roto, tirando-o e voltando a lavá-la, não usava roupas íntimas.

— Então, Kurt, como ela está? — veio vê-la o doutor, já aparamentado.

— Parece ter as pernas, um braço e costelas, fraturados. Não dá para identificar se as costelas perfuraram algum órgão, mas o braço parece ter quebrado em dois lugares e as pernas, logo abaixo dos joelhos, se quebraram as duas.

O médico, Dr. Malik, observou a franzina garota e percebeu sua desnutrição e pelo sangue ralo, escorrendo entre suas coxas, estava menstruada e anêmica.

— O estado dela é bem precário, vamos ver pelo ultrassom, como está por dentro.

Puxou o aparelho preso ao teto, ligou e foi sobrepondo ao corpo, a uma certa distância e a imagem do interior, aparecia na tela. 

— É, está muito grave, não sei se sobrevive e caso consiga, talvez não fique perfeita e levará muito tempo para cicatrizar tudo. As costelas perfuraram o pulmão e o baço, dará trabalho para consertar tudo isso.

— Também tenho a impressão, embora não tenha manchas muito fortes, que ela levou uma surra.

— É, caro Kurt, existem formas de se espancar uma pessoa, sem deixar marcas. Os humanos são capazes de inventar formas de tortura, inimagináveis.

— Posso saber o que está acontecendo aqui? — uma voz grave falou ao lado do doutor.

— Como sempre, muito silencioso, Don Ramon. Atropelamos essa pobre criatura na estrada. Mas seu estado é tão precário, que receio que não resistirá.

— O cheiro dela é diferente, seu sangue parece muito fraco, seu corpo debilitado e ainda não tem idade para uma transformação. — concluiu a voz grave.

— Talvez até tenha, mas parece bem mais jovem, devido aos maus tratos. Tem seios formados e está em seus dias de sangramento. O que o senhor decide.

— Trate o que for possível, se ela resistir até amanhã, eu tentarei transformá-la, para alívio de sua consciência, Malek, só por isso. Mas fique sabendo que ela será responsabilidade sua.

— Obrigado, Alfa.

— De nada, Malek, ela dará muito trabalho, me agradeça depois. — o Alfa saiu, estava bem arrumado, parecia ter um encontro.

— Vamos começar, Kurt. Primeiro, vamos drenar o sangue de seu pulmão e tórax, aproveitando que está nesta mesa. Depois a levaremos para a sala de cirurgia.

Passaram o restante da noite, trabalhando. A moribunda parecia querer muito, viver, pois resistiu bravamente às diversas cirurgias que precisou fazer. Lhe fizeram uma transfusão de sangue e anestesiaram.

Agora, estava com as duas pernas e o braço imobilizados. Um curativo grande, tampava o corte feito em seu peito, logo abaixo do seio, para consertar as costelas e os órgãos afetados por elas. De resto, só passaram um spray para dor muscular.

— Pronto, Kurt, agora é só esperar, fizemos tudo o que pudemos, vamos passar os cuidados para os dois que estão chegando e vamos para nosso merecido descanso.

— Sim  doutor, o senhor fez um excelente trabalho, principalmente por ser uma humana.

— Fizemos, Kurt, fizemos e confesso que me senti gratificado em exercer esse tipo de medicina, novamente.

Deixaram a paciente no leito de um dos três quartos, da clínica bem equipada, da Alcateia Flor de Lótus, pois não havia necessidade de tantos leitos, já que ninguém ali ficava tão ferido ou doente. Naquele dia mesmo, o Alfa viria vê-la e analisar a situação, se ele encontrasse força de sobrevivência naquela criatura, a transformaria, mas se não achasse que valia a pena, deixaria por conta da sorte. Seria noite de lua cheia, perfeita para a transformação.

Naquele momento, no entanto, o Alfa estava engalfinhado em seus lençóis e no corpo de sua companheira, queria um filhote com urgência e a lua cheia, deixava sua espécie em frenesi sexual.

Capítulo 2. Rejeição

Na noite seguinte, o doutor Malek e o jovem Kurt, foram averiguar o estado da jovem e constataram, por incrível que parecesse, que ela estava viva e resistindo bem. O Alfa também veio vê-la e não lhe agradou o estado dela,  mas como estava resistindo bem, não a desperdiçou, mas também não a transformou, pois seu corpo não aguentaria passar pela dor da transformação.

Devido aos diversos ossos quebrados, a transformação poderia não restaurar os ossos corretamente e quebrar de tal forma que não houvesse concerto. Foi permitido que ela ficasse internada ali, até conseguir se virar sozinha e depois seria mandada embora. Assim, o doutor e Kurt, foram cuidando dela e ela resistiu bravamente.

Quando acordou, finalmente, contou que se chamava June e morava na Casa da Cruz, um conhecido prostíbulo, onde todas as mulheres que vendiam seus corpos, eram filhas do dono. Iniciavam sua labuta, ainda crianças e eram agredidas, caso não agradassem os clientes. June havia sido agredida só por ter tido seu primeiro sangramento e não poder mais servir aos clientes que a preferiam infértil.

— Pobre criança, quantos anos tem?

— 14. Sou a mais velha de minha mãe, mas não sou filha do meu pai, minha mãe disse, que ele a pegou na rua, já grávida e por isso tinha tanta raiva de mim. Minha mãe continua lá, por causa de minhas irmãs.

O médico ficou horrorizado ao ouvir a história e saber que haviam crianças naquela casa. 

— Sua mãe não lhe falou nada sobre seu pai? — perguntou Kurt.

— Ela contou que foi como um sonho de fantasia e que meu pai era forte e pegou-a na floresta, quando ela fugia de casa, porque apanhava em casa. Depois de fazer o que fez, ele foi embora e ela ficou grávida, jogada na rua, sem casa e sem comida.

— É uma história muito triste e espero que você fique boa e consiga ter uma vida melhor. — disse o doutor.

— Descanse,enina e coma tudo que lhe dermos, assim seu corpo terá forças para se curar. — aconselhou Kurt.

Assim, os dias foram se passando e ela foi melhorando. As duas pernas, tinham ferros que ajudavam os ossos a ficarem no lugar, mas ela já conseguia mover as pernas sobre a cama, inclusive dobrar os joelhos. O Alfa foi visitá-la novamente e até gostou de vê-la bem, mas ordenou que ela fosse embora, assim que tirassem os ferros, ou ela serviria de pasto, para os homens sem fêmea. 

O doutor Malek ficou preocupado com a situação da jovem e conjecturou secretamente, um meio de salvá-la de um destino tão cruel. Levaria ela para sua própria casa e de lá, viajariam, assim que ela estivesse bem de saúde, para a cidade onde moravam seus irmãos, que amariam cuidar de uma jovem tão sofrida.

— Doutor, quando o senhor acha que ela estará bem? — perguntou Kurt.

— Não demorará muito, jovem Kurt. Ela está se regenerando muito rápido, diria até que parece uma loba, mas não é, o que é uma pena.

— Já marcou uma data para tirar os ferros?

— Você está me parecendo mais ansioso do que a paciente, Kurt. Gostou dela?

— É só preocupação, doutor.

— É bom que seja, ela é humana e você encontrará sua companheira, não será justo para com ela, que já sofreu tanto nas mãos dos homens.

— Claro doutor, eu sei de tudo isso e só quero vê-la bem.

— Você é um jovem bom e talentoso, terá uma excelente carreira e um dia me substituirá. — O doutor Malek deu uma palma nas costas do rapaz e foi para sua casa, terminando seu turno, assim como Kurt.

Mas Kurt também queria ajudar a garota e preparou para ela, uma cabana pequena na floresta. Seria bom que ela tivesse onde ficar e não vagasse na rua como aconteceu com sua mãe.  Sabia, através das fêmeas da Alcateia, como era difícil não ter um macho para protegê-las. Assim, se embrenhou na floresta para mais um dia de arrumação, faltava colocar a janela e a porta. Depois traria a cama com colchão e os utensílios.

O tempo de tirar os ferros finalmente chegou e June estava ansiosa. Ela havia se tornado uma menina alegre e saudável, bem diferente da que um dia foi trazida, toda ferida. O doutor Malik retirou os ferros e ajudou-a a ficar de pé e andar pelo quarto. Ela andou bem e ganhou roupas para se arrumar e no dia seguinte, sair, finalmente, do hospital.

— Esta será sua última noite aqui, mas não se preocupe, amanhã voltarei para buscá-la e a levarei para sua nova vida.

— Confesso que estou com um pouco de medo, doutor. Nunca vivi fora de casa.

— Entendo, criança, mas vou te ajudar, você vai aprender a viver uma nova vida.

— Obrigada, doutor, obrigada, Kurt.

— De nada, June, foi um prazer cuidar de você. — disse Kurt e se foi com o doutor.

Mas o rapaz não se distanciou, ficou esperando e quando viu que não havia ninguém pelas redondezas, pegou uma cadeira de rodas e entrou pelos fundos na clínica, seguindo até o quarto de June. A garota se espantou com a entrada dele no quarto, mas sorriu quando viu a cadeira de rodas, pensando que era uma brincadeira.

Ele pediu que ela vestisse a roupa que ganhou e depois sentasse na cadeira e foi empurrando até o lado de fora, saiu pela calçada cimentada e quando chegou a beirada da floresta, adentrou por um caminho de terra, que se transformou em uma trilha. Só então ele a tirou da cadeira, escondeu a cadeira no meio das folhagens e foram andando por um bom tempo até chegar a cabana.

— Esse será seu novo lar, June. Preparei tudo para você, com muito carinho.

— Você fez uma casa para mim, por quê? — falou ela, sorrindo, entusiasmada.

— É uma cabana simples, mas você ficará bem, aqui, cuidarei de você.

— Mas o doutor disse para eu esperar, que ele cuidaria de mim.

— O nosso líder não permitiu que você ficasse e o doutor a levará embora e te deixará na cidade sozinha. Não quero que vá e sofra, June.

—  Mas o doutor…

— O doutor obedece ao líder.

Ele abriu a porta com uma chave e entrou primeiro. Acendeu um lampião e chamou-a para entrar e conhecer o que ele preparou para ela. Aos olhos dele, era ótimo, mas aos dela, era um lugar precário, escuro, no meio da floresta, onde podiam aparecer animais e não tinha segurança ou conforto. Sentou-se na cama e o colchão era tão fino, que sentia as ripas do estrado, mas não reclamou.

— Amanhã, quando clarear, você poderá sair e ver que tem um rio atrás da cabana e poderá se banhar. Tem tudo o que precisa, sabonete, shampoo, creme dental, escovas de dente e para o cabelo, toalhas e algumas roupas. Também tem comida.

— Tem como fazer a comida?

— Tem um fogareiro, mas depois te ensino a cozinhar lá fora, com carvão ou madeira.

Para Kurt era tudo simples e fácil, como em um  acampamento, esqueceu que ela é uma mulher que  nunca saiu de casa, principalmente para ir à floresta.

Capítulo 3. Dificuldades

June não sabia que existiam lobisomens de verdade, nem que o que acontecia nas luas cheias e estavam perto da lua de sangue. A lua de sangue era a responsável pelo encontro dos companheiros e também a que dava forças para as transformações. A sexualidade dos lobos aflorava e muitos filhotes eram concebidos nesta lua.

Depois que Kurt se foi, deixando ela sozinha, iluminada apenas pela luz de um lampião. Andou por toda a precária cabana, que tinha espaços pelas tábuas que formavam as paredes e na palha seca do telhado. Mexeu nas coisas que haviam nas prateleiras e descobriu uns vestidos simples, de tecido barato, algumas calçolas e um chinelo.

Abriu a outra porta, que ele disse que dava para o quintal e que corria um rio próximo. Mas o quintal era uma floresta e não dava para ver nada, teria que esperar. Queria urinar, mas não tinha banheiro, então, se afastou um pouco e urinou no chão mesmo. Se molhou e não tinha como se limpar, voltou à cabana e resolveu esperar amanhecer.

Deitou na cama, estreita e dura e tentou dormir. Sentiu frio, mas não tinha com o que se cobrir. Kurt esqueceu que os humanos não são quentes como os lobisomens e não deixou lençóis, nem para forrar o colchão. Ela dormiu de exaustão e nem percebeu os uivos que inundavam a noite, já festejando a lua cheia chegando.

O doutor Malek chegou cedo ao hospital, querendo levar logo sua paciente sem que ninguém visse, mas ao não encontrá-la, entrou em desespero, perguntando aos guardas e enfermeiros da noite, se viram para onde foi, mas ninguém sabia. Kurt chegou e o acompanhou nas buscas, fingindo não saber de nada.

O Alfa viu a movimentação e mandou que parassem, se ela fugiu, o problema era dela. Malek se aquietou, mas não se conformou, passou a ficar mais atento, observando tudo e todos e foi no final da tarde, que fingiu ir embora e ficou vigiando. Viu quando Kurt saiu e pegou uma sacola no meio do mato e seguiu pela floresta.

— Malek, o que faz aí no meio do mato, ainda procurando a criança?

— Não, Alfa, estou sentindo algo estranho no ar e não é a lua de sangue chegando.

— Você também? É como um pressentimento. — disse o Alfa.

— Acha que ele vai atacar?

— Não sei, se o fizer, será derrotado, pois ainda é muito novo para isso.

— O senhor deve estar brincando — riu o médico — ele já não é mais um jovenzinho e sua força, só aumenta a cada ano que passa, sentindo raiva e dor pelo senhor.

— Menino desaforado, pensa que é meu filho bastardo, mas a mãe dele não era minha companheira e é sabido que lobisomens só procriam com suas companheiras.

Malik não disse nada, mas ele sabia de casos de Alfas de linhagem pura, como ele era, que fecundaram fêmeas fortes que o suportavam, pela força e ignorância dos machos. A maioria morria, mas não foi o caso de Rude, o filho bastardo e revoltado do Alfa.

Rude saiu da Alcateia Fogo Lunar assim que percebeu que era indesejado, um párea e que nunca seria nada. Saiu pelo mundo como um desgarrado e foi somando a si, vários outros desgarrados, mostrando seu poder e dominância de Alfa. Formou sua Alcateia e quando tinha um número suficiente, dominou uma Alcateia pequena, matando o Alfa. Rude cresceu em poder e fama e era conhecido como o Sombra da Morte.

O menino na verdade é um grande macho Alfa, um lobisomem grande e poderoso, por ter absorvido o poder dos Alfas que matou. Se Rude resolvesse invadir a Alcateia, Don Ramón, como gostava de ser chamado o Alfa, talvez não tivesse forças para resistir.  O Alfa se retirou sem dizer nada, do jeito que chegou e já era tarde para seguir Kurt.

O jovem macho chegou à cabana e não se agradou do cheiro que sentiu, como lupino, tinha o olfato bem apurado e não gostou de June ter feito suas necessidades tão próximo da cabana, devia ter ido ao rio. Entrou na cabana e olhou para a jovem, que também fedia e perguntou:

— O que houve, não gostou do rio?

— Eu nunca andei fora de casa, não sei como é um rio e aqui não tem banheiro e nem água pra beber.

— Vem, está escurecendo  mas vou te levar assim mesmo, pois você está muito fedida, assim vai ficar doente.

Pegou ela pelo pulso e saiu arrastando, usando força demais, marcando sua pele sensível. Levou ela por entre as árvores e pequenos arbustos, sem notar que cortavam sua pele. Chegaram ao rio e ele mostrou a ela como era raso e não precisava ter medo. Deu-lhe o sabonete que tinha levado e mandou que se lavasse.

— Agora limpe todo esse fedor que está em você. 

— Vire-se para eu poder tirar a roupa.

— Não seja ridícula, já vi você nua diversas vezes.

— Mas…

— Anda logo, trouxe comida para você e preciso ir embora. Você tem que aprender a se virar sozinha, não sou seu babá.

Ela não disse nada, se abaixou, tirou a roupa e se esfregou com o sabão. Foi um verdadeiro alívio. Na casa de La Cruz, se lavavam várias vezes,  não podiam estar cheirando mal quando chegassem os clientes. Terminou, lavou o vestido e vestiu, só para se cobrir até chegar à cabana.

Kurt achou ridículo aquilo, pois as lobas não tinham vergonha de seus corpos nus, era muito natural, por causa das transformações. Rasgou o vestido molhado e jogou longe, voltando a arrastá-la até a cabana e ela chegou lá, com mais arranhões pelo corpo. Correu para pegar outro vestido e vestiu, sujando-o de pintas vermelhas de sangue.

Kurt sentiu o cheiro e percebeu como ela estava e caiu em si, que cuidar de uma humana era mais difícil do que parecia. Mostrou a ela a comida que trouxe, as garrafas d'água e foi embora, contrariado. Demoraria um pouco mais para voltar, para ver se ela se virava para cuidar de si mesma.

Ele só não contava com o temporal que caiu naquela madrugada. O vento entrava pelas frestas da cabana levando a chuva e o telhado, também, não resistiu, uma parte caiu e a outra voou. Para June, foi boa a parte que caiu, pois ela se colocou sob ela e conseguiu se proteger, mas já estava toda molhada.

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