^^^Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. — 1 João 4:8^^^
^^^Florianópolis, 21 de maio de 2020.^^^
^^^Giovanna Rinaldi^^^
Quando meus professores faziam perguntas do tipo: "Qual a sua religião? Ou você acredita em Deus? Minha resposta era sempre a mesma: sim, eu acredito em Deus e quando eu dizia que era católica, eu ouvia que no catolicismo não existem tantas restrições, como em outras religiões, porém isso não é verdade, pelo menos não quando se trata da minha família. Os Rinaldi's descendem de italianos, as más línguas dizem que minha família guarda grandes segredos. Nem sempre os Rinaldi's foram ricos, um eufemismo meu dizer que somos apenas ricos, quando essa fortuna que temos acabaria com a fome do mundo sem muitas preocupações, não se sabe muito da origem desse dinheiro todo, reza a lenda que meu tataravô era um assassino de aluguel que trabalhou para pessoas com muito dinheiro até que se casou com a filha do chefe dele, mas isso são apenas histórias, outra coisa maluca na minha família é que os casamentos são arranjados, eu cheguei a pensar que meu pai faria diferente comigo, afinal, ele sempre diz que eu sou a sua garotinha amada. Entretanto, eu me enganei, meu casamento arranjado será daqui quatro meses com um cara que eu nunca vi e depois do casamento voltarei a morar na Itália com o meu marido.
As minhas melhores amigas, Ana e Elisa Fiore, as gêmeas com ascendência italiana, me deram a opção de fugir, porém isso jamais seria possível, meu pai sabendo dessa minha aversão ao casamento arranjado tratou de colocar alguns seguranças na minha cola, ele conhece a filha que tem e sabe que a qualquer oportunidade de fugir disso, eu faria, nem que a chance fosse mínima, ou seja, minha única saída foi aceitar esse casamento. Hoje à noite vai acontecer o jantar de noivado, não vou negar que estou um tanto quanto curiosa para conhecer meu noivo, Lorenzo Bianchi.
— Giovanna, o almoço vai ser servido, sua família está te esperando.
— Obrigada Lupita, eu já vou descer — falei para a ajudante da Mariam que concordou e saiu do meu quarto, termino de colocar os brincos e me dirijo à sala de jantar, onde me esperavam.
Assim que cheguei todos me olharam, era bom ver minha família toda reunida a casa ficava cheia e eu adorava isso, só estava faltando as pessoinhas que eu mais amo nesse mundo, meus sobrinhos. Na mesa estão meus pais, Antonella e Romeo, meus irmãos e ambas esposas, Ettore e Bianca, Renzo e Elena e meu irmão mais novo, Pietro, me sentei ao seu lado, Bianca e Elena são italianas assim como nós, porém nascidas e criadas aqui no Brasil, ao contrário de Ettore, Renzo e eu, exceto por Pietro, que nasceu quando já morávamos em Fortaleza, Pietro tem dezesseis anos, ele foi adotado por meus pais quando tinha cinco anos, Pietro é filho da irmã do meu pai, ela acabou engravidando antes de casar e meu avô a expulsou de casa, foi um caos.
— Está ansiosa para hoje à noite Gio? — Elena, minha cunhada me perguntou extremamente feliz, Elena tinha uma coisa estranha, ela sempre faz de tudo para parecer a pessoa mais feliz desse mundo, mas há uma certa tristeza em sua felicidade eterna.
— Não, eu não estou. Elena, eu estou sendo obrigada a isso. — digo
— Querida, você está cansada de saber que na nossa família os casamentos são assim, seus irmãos estão felizes porque pensa que também não será feliz? — Antonella Rinaldi me chamando de querida é nojento, ela nem deveria ser considerada mãe, pelo menos não a minha.
— Mamãe, caso tenha esquecido eu só tenho 23 anos, com uma vida inteira pela frente, eu tenho sonhos para realizar, mas a minha própria família fez questão de massacrá — los na primeira oportunidade que tiveram. — digo a chamando de mamãe, eu sei bem como irritar essa maluca, Antonella ri ironicamente.
— Filha, você ainda poderá realizar seus sonhos, a única diferença é que estará casada. — meu pai diz sorrindo.
— Pai, não me venha com essa, não fale como se eu fosse viver um conto de fadas. — falei num tom amargo
— Mais respeito comigo Giovanna, sou seu pai e você uma moça de família, esse vocabulário não é coisa de uma garota de classe como você. — papai e seus discursos elitistas.
— Você mimou demais essa garota Romeo, agora ela pensa que pode fazer o que quiser. — aqui está a verdadeira Antonella, não é
segredo para a família que eu e minha mãe não nos damos bem.
— Ela é minha única filha Antonella, não deveria esperar menos de mim, você não deveria culpá - la pelo que aconteceu, Giovanna não teve culpa foi uma fatalidade. Dez anos se passaram, você deveria agradecer a Deus por uma de suas filhas estar viva. — meu pai disse e ela o olhou indignada.
— Perdi a fome! — ela adorava esses joguinhos para chamar a atenção, Antonella ama me culpar por algo sem pé nem cabeça. Ela saiu da mesa e o silêncio reinou.
Minha história é um pouco trágica, por anos me culpei pelo que havia acontecido com a Giulia, minha irmã gêmea, que morreu aos nove anos. Estávamos no carro com a Antonella em um cruzamento perigoso, papai não gostava que ela pegasse aquele caminho, mas segundo Antonella aquela era a maneira mais rápida de chegar em casa, quando um caminhão bateu em cheio no lado do carona que era onde a Giulia estava sentada, nosso carro capotou algumas vezes, ela ficou em coma durante duas semanas e depois acabou falecendo, eu quebrei a perna, um braço, algumas costelas e além disso no acidente uma barra de ferro entrou na minha barriga, ninguém soube explicar de onde veio essas barras de ferro, tive sorte, isso poderia ter causado algum dano nos meus órgãos, eu tenho uma "bela" lembrança desse acidente, fiquei com uma cicatriz enorme na barriga, sinto uma falta enorme da minha irmã, ela me protegia da nossa mãe, depois que ela se foi passei a sofrer com as crueldades dela. Antonella me culpa pelo acidente, ela insiste em afirmar que eu sou culpada por todas as coisas de ruim que aconteceu e acontece em sua vida, isso é um belo exemplo de mãe, não é?
...
^^^Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. — 1 João 4:8^^^
^^^Florianópolis, 21 de maio de 2020.^^^
^^^Giovanna Rinaldi^^^
Quando a noite caiu, eu sabia que era a hora de colocar um sorriso no rosto e ir para o meu jantar de noivado, enquanto eu terminava de me arrumar, eu podia ouvir uma música calma na sala, ouvia também uma conversa agradável, eu diria.
Estou pronta, hoje optei por com um vestido longo azul claro, calcei um salto nude. O jantar está marcado para às 20:30, com toda família e alguns amigos dos meus pais, meus e do noivo, preciso descer para recepcionar os convidados no jardim onde ocorreria a festa. O relógio marcava oito horas em ponto, precisava descer em pouco tempo, os convidados começaram a chegar e eu preciso conhecer meu noivo antes disso. Saí do meu quarto e andei pelo corredor até chegar nas escadas que me levariam até à sala, assim que desci o primeiro degrau, toda atenção veio para mim, mas só um me prendeu o bastante para que eu não desviasse os nossos olhares, Lorenzo Bianchi. Fui até os meus pais sorrindo.
— Você está linda, minha jóia — meu pai disse chamando a atenção de todos.
— Pai, eu não sou mais um bebê para ficar me chamando assim. — argumento sorrindo, meu pai é o meu herói e por ele eu aceitei esse casamento ridículo, mas fiz uma promessa a mim mesma, que eu não farei isso com meus filhos, jamais vou impor isso a eles.
— Para mim sempre será o meu bebê. — ele me abraçou. — Querida, quero te apresentar seu noivo e a família Bianchi. — fala ao me soltar.
— Claro pai. — respondo com um sorriso forçado.
— Minha jóia, essa é Branca, Armani e Lorenzo, seu noivo. — ele me apresentou todos, Branca e Armani me cumprimentaram com um abraço, e o Lorenzo apenas sorriu, esse sorriso vai ser a minha completa perdição, com certeza.
— Você continua linda Giovanna, ficou ainda mais bela com o tempo. — Branca fala.
— Obrigada Branca, mas não me lembro de você.
— Você ainda era pequena desde a última vez que te vi, mas vi algumas fotografias suas com o passar dos anos, está tão parecida com uma amiga.
— Entendo, que amiga?
— Uma velha amiga, você se parece com ela quando mais nova. — ela sorri de maneira misteriosa.
— Lorenzo, acho bom você cuidar muito bem da minha filha, afinal você sabe que tenho uma espingarda em meu escritório e tenho certeza que você não gostaria de conhecê-la — meu pai claramente quis mudar de assunto, Lorenzo por sua vez ficou assustado pela fala do meu pai.
— É claro que cuidarei muito bem dela, Romeo, não há com o que se preocupar. — se eu disse que o sorriso dele era a minha perdição, eu estava enganada, porque a voz dele era um pecado total, e eu não quero correr o risco de me apaixonar e amar sozinha.
— Vamos para o jardim, em breve os convidados vão começar a chegar. — minha mãe disse e começou a andar até a jardim, Lorenzo está ao meu lado enquanto o restante da família estava mais a frente.
— Minha mãe tem razão, você está linda. — ele se dirige a mim pela primeira vez na noite.
— Obrigada, você também está lindo. — respondo cordialmente.
— Você não me parece o tipo menina mimada.
— Isso é porque eu estou longe de ser isso, não nego que fui criada com tudo que eu sempre quis, mas nada disso conseguiu corromper minha essência.
— Sua simplicidade me encanta. — ele sorriu, esse sorriso também me encanta Lorenzo, respondo mentalmente.
— Obrigada, convidou muitas pessoas para vir aqui? — mudo de assunto.
— Não, só alguns amigos e você?
— Também não, apenas minhas melhores amigas e um casal de amigos que eu não vejo a um tempo, aproveitei que eles estão na cidade. Eu sei que meus pais convidaram os sócios das empresas também.
— Os meus também, convidaram os sócios da companhia e das empresas a parte.
— Huum…
— Você não é muito de falar, não é?
— Não muito, gosto mais do silêncio, mas uma boa conversa consegue me prender por horas.
— Vou falar uma coisa que você talvez não goste muito, mas isso está engasgado.
— Devo me preocupar?
— Não sei depende de como vai encarar isso.
— Já percebi que você é bem sincero, gosto disso, sinceridade é uma das minhas qualidades também, mas diga qual é o problema.
— Antonella, sua mãe, parece não gostar de você. — realmente ele é bem sincero.
— Por que está perguntando isso? De onde você tirou isso?
— Não estou perguntando Giovanna, estou afirmando, é tão nítido que qualquer pessoa pode perceber, eu entendi no momento em que você desceu aquelas escadas, a maneira que ela olhou para você, com certeza não é de uma mãe amorosa, mas por quê? — perguntou sem desviar o olhar do meu rosto.
— Acho que sua sinceridade me afetou um pouco agora. — respondi um pouco sem graça.
— Perdão, não quis ser indelicado, mas Antonella me causa um certo tipo de estranheza.
— É, ela é assim mesmo. Minha mãe não é do tipo que demonstra muitos sentimentos.
— Só com você? Sou muito observador, eu vi a maneira que ela interagiu com seus irmãos antes de você descer, quando você chegou o rosto do seu pai se iluminou com a sua presença, quanto a Antonella parecia que alguém tinha morrido naquele exato momento.
— Fico me perguntando como você percebeu tudo isso em pouco tempo? Eu vi que seus olhos não desviaram do meu em nenhum momento, como pode? — questiono em dúvida.
— Como eu disse, sou um ótimo observador. — responde com orgulho.
— Percebi. É uma história simples, ela me odeia desde que eu me lembro, a Giulia era o xodó dela, enquanto eu era a esquecida, a gata borralheira como eu gosto de dizer.
— Giulia era má com você também?
— Não, a Giu era a minha melhor amiga, minha companheira, minha protetora. — respondo sua pergunta, acabo derramando algumas lágrimas, falar da minha irmã me deixa emocionada, ele tirou um lenço do seu paletó e secou minhas lágrimas carinhosamente.
— Desculpa, não queria te fazer chorar.
— Tudo bem. Você deve estar querendo saber como foi o acidente, não é?
— Se você não se importar, eu sou bem curioso quanto a histórias.
— Eu, Giulia e Antonella, estávamos no carro quando passamos em um cruzamento perigoso, papai não gostava que ela pegasse aquele caminho, mas segundo Antonella aquela era a maneira mais rápido de chegar em casa, e foi quando um caminhão bateu em cheio no lado do carona que era onde a Giulia estava sentada, nosso carro capotou algumas vezes. A Giulia ficou em coma durante duas semanas e depois acabou falecendo, eu quebrei uma perna, um braço, algumas costelas e além disso no acidente uma barra de ferro entrou na minha barriga, ninguém soube explicar de onde veio essas barras de ferro, tive sorte, isso poderia ter causado algum dano nos meus órgãos, eu tenho uma "bela" lembrança desse acidente, fiquei com uma cicatriz enorme na barriga, depois que a Giulia morreu eu passei a sofrer com as crueldades da Antonella.
— E ela te culpa pelo acidente?
— Sim.
— Nem sei o que dizer...
— É, não é fácil saber disso tudo por isso que essa família guarda segredos a sete chaves, o que a mídia iria pensar se soubesse todos os podres da minha família.
— É, não seria nada legal. Parece que os convidados estão chegando. — comentou olhando para a entrada da minha casa.
^^^Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor. — 1 João 4:8^^^
^^^Florianópolis, 21 de maio de 2020.^^^
^^^Giovanna Rinaldi^^^
Com o passar do tempo mais convidados foram chegando e a cada pessoa que chegava Lorenzo e eu íamos cumprimenta - los, falávamos sobre o casamento e sobre a empresa que está na minha família a gerações e da companhia que tem sede na Itália e do quanto eles estavam ansiosos por uma nova gerência, foi descido que eu e Lorenzo vamos dividir a presidência, quanto as outras empresas da família fica a carga dos meus irmãos. Alguns amigos do Lorenzo tinham chegado e ele estava radiante, ele disse que iria me apresentar a eles.
— Quero te apresentar a alguns dos meus amigos, tudo bem? — pergunta sorrindo
— Claro, vamos lá. — caminhamos até um grupo de quatro pessoas.
— Boa noite pessoal, quanto tempo!!
— E aí, cara! Tudo bem? Faz um bom tempo! — falou um rapaz ao virar para nos encarar.
— Estou muito bem, faz alguns meses que eu não venho ao Brasil, o trabalho tem me consumido e agora tem o meu casamento também, está tudo uma correria. Essa é minha noiva, Giovanna, Gigi, esse é Filippo, sua esposa Mary - Anne e Vittorio e Alícia, meu melhores amigos desde a infância, eles se casaram e estão morando aqui no Brasil por um tempo. — ele sorriu apresentando os amigos.
— É um prazer conhecer vocês, fiquem à vontade e sejam bem vindos. Aproveitem a festa.
— O prazer é todo nosso, Giovanna, com certeza vamos aproveitar bem. — Mary - Anne sorri.
— Espero que gostem de tudo Mary - Anne. — respondo sorrindo.
— Apenas Anne, Giovanna.
— Como quiser, Anne. — concordo sorrindo.
— Precisamos falar com os outros convidados agora então nós voltamos depois e vocês fiquem à vontade e aproveitem a festa! — ele sorriu empolgado.
Falamos com outros convidados, eu apresentei alguns dos meus amigos, e ele os dele, as gêmeas ainda não chegaram e isso me deixa preocupada, mas vou esperar mais um pouco, Lorenzo foi falar com os pais dele e me deixou aqui falando com uma mulher que eu nem conhecia, depois dela me parabenizar pelo noivado saiu me deixando sozinha.
— Gigi! — ouvi me chamarem, estava de costas para essa pessoa e, ao me virar, vi minhas amigas.
— Meninas, achei que não fosse vir mais, estava quase surtando aqui. — disse feliz, abracei as duas.
— Gigi, achou mesmo que eu ia perder um banquete de graça? Jamais, e de quebra ainda irritar aquela maluca da Antonella. — Elisa gargalhou com suas próprias palavras.
— É tão bom ter vocês aqui. — falei sorrindo.
— E como é o noivo? Lindo, gostoso, pedaço de mal caminho? — Ana perguntou rindo de sua própria fala.
— Ele é tudo isso Ana, não conversamos muito, acredita que ele disse que a Antonella não gosta de mim.
— Sabe que isso não é nem um pouco difícil de perceber.
— Segundo ele, é perceptível aos olhos de qualquer pessoa, ele me deu um fato que talvez me faça acreditar na explicação.
— Explica melhor isso Gigi. Minha curiosidade está me matando.
— E quando você não está curiosa não é Ana?
— Sempre Gigi!
— Ele disse que quando eu apareci na escada, o rosto do meu pai se iluminou e quanto a Antonella parecia que alguém havia morrido, palavras dele, não minha.
— Já gostei dele, ele entendeu exatamente com a doida é!
— Não vai me apresentar os suas amigas Gigi? — disse Lorenzo ao me abraçar por trás.
— Claro, mas não se preocupe em demonstrar algo na frente das meninas, elas foram criadas comigo e viram todo o desenrolar do casamento dos meus irmãos e está vendo o meu. Lorenzo te apresento as minhas melhores amigas/irmãs do coração, Ana e Elisa Fiore. — disse sorrindo
— É um prazer conhecer vocês meninas, sejam bem vindas e se divirtam. Gigi não fiz o que fiz para impressionar as meninas, fiz porque gostei de você assim que te vi, sabe disso, será que podemos conversar um minuto? —perguntou e aceitei.
— Gostei dele Gigi, espero continuar assim porque sabe como é, ouse machucar o coração da minha amiga que eu te caço até no inferno querido. — Elisa fala amigavelmente
— E eu achando que você era a mais tranquila pela sua cara.
— Dessa vez você errou Lorenzo, não parece mais a Ana é a mais tranquila embora seja doidinha, Elisa por sua vez é a mais protetora, se você soubesse o que ela fez com um carinha por quem me apaixonei na adolescência…
— Fiquei curioso quanto a história.
— Isso fica para outro momento, meninas vão comer, já estão servindo.
— Vou com o maior prazer do mundo, aproveito para falar com o tio Romeo. — Ana sorri ao finalizar sua fala e sai puxando Elisa
— Vou te levar em um lugar onde podemos conversar sozinhos e sem essa barulheira.
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