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AMORES TROCADOS

Cap 1 Fazenda Serrão Fortes

Meu pai é o dono desse lugar, nossa fazenda é uma das maiores da região e um dos maiores produtores de laticínios do país, fornecemos para muitos estados..., sempre venho para a fazenda nas férias da escola, passo a maior parte do ano em nossa casa na cidade, não só pelos estudos, mas também por minha saúde, minha mãe diz que tenho o pulmão fraco, é extremamente cuidadosa e me proíbe de aproveitar o melhor de nossa fazenda, mas sempre dou um jeitinho de fugir pela janela do meu quarto, finjo estar descansando e vou até o riacho, é onde gosto de passar o tempo.

O ano letivo acabou, a rotina de exames e consultas medicas do mês indicaram que estou melhor e podemos passar o verão na fazenda, chegamos há dois dias..., aproveito que minha mãe está distraída com os preparativos para comemorar meus 13 anos e dou minha fugida para o riacho.

Dessa vez trouxe um estilingue, sou proibido de machucar os animais..., nunca faria isso, já falei para meus pais que não machucaria nem uma formiga, quero ser veterinário.

Sento à beira do riacho e lanço minhas pedras na água, quero ver a máxima distância que consigo alcançar..., estou concentrado, mas atento aos barulhos a minha volta, não posso ser visto por nenhum funcionário da fazenda, eles tem ordens para me delatar.

Ouço sons de alguém correndo sobre as folhagens..., me escondo..., caminho devagar para não fazer barulho, olho por trás de uma árvore..., é só uma garotinha..., mas não a conheço, não é filha de nenhum dos nossos empregados..., ela senta encostada em outra árvore e começa a folhear um livro..., aposto que nem sabe ler, só fica olhando as gravuras...

Me aproximo com cuidado para que não me perceba..., pego o estilingue e lanço uma pedra próximo aos pés dela a assustando..., ela olha para os lado e para o alto da árvore, deve achar que foi um fruto..., lanço outra pedra bem na perna dela, não tão forte..., não é para machuca-la, só estou me divertindo.

Ela passa a mão na perna, aproveito a distração, corro e tomo o livro de suas mãos...

Menina:_ Me devolve..., por que me balou?

Benício:_ Você é muito lerda..., se fosse uma onça a teria engolido...

Menina:_ Me dá o livro...

Benício:_ Você nem sabe ler..., de onde roubou?

Menina:_ Não roubei nada..., riquinho idiota...

Benício:_ Roubou sim ou não estaria se escondendo...

Falo rindo da cara dela..., já está com raiva, ela tá vermelha ..., pelas roupas e o modo de falar, deve ser filha de algum empregado da fazenda vizinha...

Menina:_ Se não me devolver agora, vou te encher de porrada.

Benício:_ Se me bater, mando meu pai expulsar você..., sua pirralha.

Menina:_ Não tenho medo de nada..., me dá o livro...

Benício:_ Nem era para está nas minhas terras, esse riacho é da minha fazenda..., e você não é daqui.

Menina:_ TÔ NEM AÍ..., ME DÁ MEU LIVRO...

Ela corre na minha direção para tomar o livro, mas sou mais rápido..., corro na frente rindo da cara de raiva que tá fazendo..., ela me segue xingando..., a provoco mais ainda...

Benício:_ Que boca suja..., não deve..., ter nem 10 anos..., pra chamar todos esses palavrões...

Menina:_ Claro que tenho..., seu...

Dou volta nas árvores, na beira do riacho, nem eu sabia que conseguia correr assim..., isso que é diversão..., mas minhas forças acabam antes de conseguir irrita-la mais um pouco..., paro de correr deitando sobre as folhas, preciso respirar, meu peito pesa..., a maluca se joga sobre mim tomando o livro, sem perceber que estou quase passando mal..., começa a se afastar me deixando sozinho..., ela não pode me deixar assim...

Benício:_ EI!!!, ME AJUDA...

Menina:_ NÃO...

Benício:_ NÃO..., CONSIGO...,me ajuda...

A menina me olha ainda irritada, mas volta para me ajudar..., foi assim que conheci Tininha, e nos tornamos amigos.

Ela realmente não sabia ler, então, eu fugia para encontrá-la no riacho..., brincávamos com o estilingue, contava sobre a cidade e fazia leituras para ela, depois comecei a ensina-la algumas sílabas, no final do verão ela já conseguia soletrar muitas palavras..., foi divertido fazer amizade com aquela pirralha...

Mas, piorei de saúde, meus pais descobriram e me proibiram de falar com ela..., não pude mais voltar a fazenda nas férias por três anos seguidos, viajamos para fora do país e quando voltei, não vi mais a Tininha.

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OI 😘

TENTAREI LIBERAR UM OU DOIS CAPITULOS POR DIA, TENHO ESTADO MEIO SEM TEMPO, MAS VOLTEI.

AGRADEÇO OS COMENTÁRIOS, AS CURTIDAS..., AJUDA MUITO..., E ESPERO QUE GOSTEM DESSA NOVA TRAMA..

ÓTIMA LEITURA ❤️

Cap 2 Fazenda Trevisan

Temos um haras dentro da fazenda, trabalhamos com treinamentos de cavalos, montaria turística, essas coisas..., nossos cavalos são lindos e muito bem cuidados, meu pai faz questão de manter a qualidade dos nossos serviços.

Somos vizinhos da Fazenda Serrão Fortes, mantemos uma boa convivência, a amizade entre nossos pais é tão boa, que entraram em um acordo em benefício dos filhos dos empregados das duas fazendas, ouvi dizer que foi ideia do filho do Sr Benedetto.

Estão construindo uma escola rural entre as duas fazendas, mas grande parte da construção está dentro da fazenda vizinha, meu pai apenas está contribuindo com metade das despesas da construção e oferecendo mão de obra..., acho legal a escola, mas me irrita que Antônio acompanhe o pai , gosto de te-lo por perto, me divirto com ele e algumas vezes as custas dele, coitado..., está sempre fazendo minhas vontades...

Admito que as vezes abuso da proteção dele, já aconteceu de meu pai o advertir por minha causa, já até chegou a me proibir de andar com ele, mas ignoro..., gosto de Antônio de verdade, é um bom amigo. A mãe dele fugiu com um pião de uma fazenda vizinha quando ele era só um menino de cinco anos, foi criado pelo pai e dona Rosário, a avó.

As férias no haras são as melhores, amo os cavalos e a liberdade daqui..., nossa infância sempre brincamos juntos, eu e Antônio, porque Tininha é muito fechada, está sempre na cozinha ajudando a avó de Antônio, que é nossa cozinheira e a mãe dela na arrumação da casa grande ou simplesmente some..., ela gosta de ficar sozinha, me acha mimada e cheia de vontades, já falou isso..., não dou importância.

Minha infância foi muito boa ao lado de meu pai na fazenda, mas quando fiz 13 anos, meus pais se separaram, minha mãe prefere a cidade, ama os shoppings, lojas, fazer compras, viajar..., precisei morar com ela após o divórcio, por causa dos estudos..., aprendi a gostar dessas coisas...

Quando fiz 16 anos, pude enfim passar as férias na fazenda, não pisava lá desde o divórcio, meu pai ia a cidade me visitar nesse meio tempo..., tinha saudades de tudo, queria rever meu amigo de infância, mas quando cheguei, percebi que muita coisa havia mudado...

A mãe de Tininha virou minha madrasta, pois é..., meu pai se encantou pela empregada e a transformou em senhora da nossa fazenda, a filha dela, ele mandou para um colégio interno de freiras, sabe-se lá aonde, e não me interessa...

E Antônio, está um homem feito, como dizem por aqui..., nem parece que só é um ano mais velho do que eu, ainda é menor de idade, mesmo que se ache adulto..., se transformou num rabugento, sério, calado..., procurei saber o que tinha acontecido, me disseram que ficou assim depois que o pai morreu, agora só tem a avó...

Os empregados da nossa fazenda tem casas na comunidade próxima, mas os mais chegados tem casas aqui mesmo, meu pai mandou construir, e o pai de Antônio era responsável pelos estábulos, ganhou uma pequena casa próxima, fica um pouco afastado da nossa..., uma das empregadas me disse que Antônio costuma dormir num colchão, no armazém do estábulo, ele acorda cedo para alimentar os cavalos.

Tentei me aproximar dele durante o dia, como antes, mas sempre diz que está ocupado, nunca pode me dar atenção ou me acompanhar em um passeio a cavalo. Não desisti de me aproximar..., pedi que a empregada me avisasse quando ele estivesse dormindo..., não tem desculpa para fugir de mim.

É tarde da noite, meu pai e minha madrasta já estão dormindo..., consegui sair da casa grande sem ser vista, vou até o estábulo e entro devagar, olho pela fresta e consigo vê-lo deitado, bato na porta..., assim que ele abre me olha assustado..., olha para fora, como se estivessemos cometendo um crime, de certa forma, ele está certo...

Antônio:_ O que faz aqui?..., seu pai vai me açoitar se ver você aqui a essa hora...

Naomi:_ Queria falar com você...

Antônio:_ Sobre o quê?..., pode falar amanhã, agora, volte para sua casa...

Ignoro completamente o que ele diz, entro e olho em volta..., não sei porque ele dorme assim depois de ter uma casa confortável..., é pequena e humilde, mas muito mais confortável do que isso...

Naomi:_ Por que você dorme aqui?

Antônio:_ Gosto daqui..., vai embora Naomi, seu pai não vai gostar...

Naomi:_ Só vou se você prometer que irá comigo amanhã andar a cavalo.

Antônio:_ Não posso, tenho muito trabalho.

Naomi:_ O que aconteceu?..., você tá um chato, não é mais meu amigo?

Antônio:_ Não sou mais criança..., não tenho tempo para ficar correndo atrás de você...

Naomi:_ Tá se achando o "homem"..., você é um garoto, não tem que ficar tentando imitar seu pai...

Ele me olha sério, irritado, segura forte em meu braço me levando para a porta..., não devia ter falado do pai...

Antônio:_ Não sou mais uma criança..., e nem você...

Era o que eu queria ouvir..., não sou mesmo e gosto dele..., o abraço e o beijo..., ele me afasta, o peguei de surpresa..., mas sei que ele gosta de mim também..., e faço uma das maiores burrices..., me entrego a ele..., foi nossa primeira vez e única..., já que as consequências desse ato foram as piores possíveis.

Cap 3 Benício

Assumir a fazenda e os negócios é uma grande responsabilidade, mas quero provar ao meu pai que sou capaz..., meu sonho de criança era ser veterinário, mas as coisas mudam..., e muito...

Me formei em administração, hotelaria e voltei para assumir tudo..., tenho planos para a Fazenda Serrão Fortes e isso vai mexer com algumas pessoas, só espero conseguir o consentimento do meu pai..., sei que posso convence-lo e vamos triplicar nossa fortuna.

Sou jovem para os negócios, mas tenho muitas ideias. No período em que me afastei da fazenda para me dedicar a faculdade, curti muito: baladas, mulheres, só não abuso da bebida, sou muito cuidadoso com minha saúde..., mas, nada disso tirou meu foco, sempre me concentrei em crescer e expandir os negócios de nossa família..., me dediquei aos estudos, meu pai, Benedetto Serrão Fortes e minha mãe Dora, investiram alto na minha educação e em meus tratamentos, hoje, aos 27 anos, tenho uma ótima saúde, só mantenho os cuidados...

Carrego o nome do meu avô: Benício Serrão Fortes Neto, sou obstinado, e quando quero algo, não meço esforços para conseguir..., foi assim com minha saúde e sou assim nos negócios.

Assim que retornei a fazenda, descobri que um detalhe está atrapalhando meus projetos, o pior é que esse detalhe fui eu mesmo quem idealizou quando ainda era criança, convenci meu pai a dar a melhor área da fazenda para construi-la, tudo por uma amizade boba de infância que só durou um verão, e agora, está atrapalhando o futuro dos meus negócios..., a escola.

Preciso tirar ela daquela área de nossas terras, mas isso implica mexer com muita gente, pessoas humildes..., e com os Trevisan, os donos da fazenda vizinha, já que a escola também atende os filhos de seus empregados.

Meu pai é amigo do senhor César Trevisan, vou ter que apelar para meu velho marcar uma reunião ou um jantar com nossos vizinhos, preciso sonda-lo ouvir a opinião dele, o que tenho em mente é muito bom para os negócios deles já que trabalham com um haras e recebem turistas..., tenho que admitir, sou ambicioso, quem sabe o convenço a fazermos uma sociedade..., além disso, ele tem uma bela filha, seria a união perfeita e eu assumiria os negócios das duas famílias, não seria mal...

Chega de pensar alto, preciso me concentrar no primeiro objetivo, ter o consentimento de meu pai para tirar a escola daqui..., podemos ver outra área mais para o final da fazenda, um local que não tenha importância...

Sr Benedetto:_ De onde tirou essa ideia de mexer com a escola?, ela está há anos e tem sido muito boa para as crianças, nossos funcionários trabalham mais satisfeitos sabendo que seus filhos tem o mínimo de educação...

Benício:_ Pai..., não quero acabar com a escola..., é só aquela área que me interessa..., vai concordar comigo quando ouvir e ver meu projeto.

Sr Benedetto:_ Beni..., foi você quem deu a ideia da escola, como agora, quer se livrar dela?

Benício:_ Não vou me livrar..., só vamos afasta-la.

Sr Benedetto:_ Pelo que entendi, quer afastar para bem longe..., as crianças terão dificuldade para chegar nessa área..., tem uma parte que é no charco...

Benício:_ Pai..., não se preocupe com isso, construiremos uma ponte, uma passarela..., farei tudo para elas terem sua escola melhor do que a que tem hoje..., só preciso do seu consentimento.

Sr Benedetto:_ Tem certeza que vale a pena todo o transtorno e os gastos?

Benício:_ Absoluta..., vamos ficar conhecidos mundialmente...

Sr Benedetto:_ A verdade é que não sei se quero tanta gente por aqui...

Benício:_ Pessoas significa dinheiro..., vamos triplicar nossa fortuna...

Sr Benedetto:_ Já tenho tudo o que preciso.

Meu pai tá sendo mais resistente do que eu previa, mas sei que se insistir só mais um pouco ele irá ceder...

Benício:_ Confia em mim..., sempre tem algo mais...

Sr Benedetto:_ Tá certo..., mas, ainda terá que convencer César..., e tem os funcionários...

Benício:_ Pode deixar, eu consigo..., só preciso que me dê seu sim...

Sr Benedetto:_ Está bem..., faça seu projeto...

Benício:_ É isso aí..., não vai se arrepender.

Sr Benedetto:_ Chame Antônio para te ajudar, confio nele e conhece bem as terras dessa região...

Benício:_ É funcionário novo?, não lembro dele...

Sr Benedetto:_ Sim e não..., nasceu e se criou na fazenda Trevisan, mas teve uns problemas por lá..., passou um tempo sumido e veio pedir emprego aqui há alguns anos, ele é muito competente...

Benício:_ Se o senhor tá falando..., Antônio será meu guia.

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