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Quando os Corações se Apaixonam

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A vida é um aglomerado de acontecimentos,  para uns, serve de aprendizagem,  para outros apenas lamentações,  e assim,  segue o curso da vida,  dependendo das escolhas que fazemos, se boas ou más.

Mas nem tudo na vida depende de nossas escolhas,  não se escolhe quem se ama...

Cristina era uma moça simples, os pais morreram num desmoronamento causado por chuvas quando ela ainda era um bebê apenas, eles moravam numa área de risco em um morro em São Paulo.

Cristina era muito pequena, em meio ao desmoronamento, ela acabou atingida pelos escombros,  e perdeu sua visão, Cristina perdeu os pais e a visão quando tinha apenas  5 anos,  o tempo foi passando e Cristina foi criada pela sua avó materna dona Teresa,  em meio a muita pobreza e dificuldades.

Cristina cresceu e se tornou uma linda mulher,  Sua avó tinha muito medo de morrer, e deixar Cristina sozinha, já que era muito bonita, e tinha medo que alguém se aproveitasse dela.

- Cristina filha! Vamos até a casa do seu padrinho Rafael, ele e sua madrinha nos convidaram para jantar com eles hoje.

Cristina: Vó Tereza, eu não quero ir...

Vó Tereza: Por que minha filha? Seus padrinhos amam você!  saiba que se algo acontecer a mim... eles vão cuidar de você,  não temos ninguém mais no mundo, desde aquela tragédia...

Cristina: Vó... não gosto quando a senhora diz esse tipo de coisa, eu também gosto do meu padrinho, da minha madrinha, mas ...eu quero que a senhora viva pra sempre!

Vó Tereza: Minha filha,também queria te cuidar pra sempre, mas a vida é cruel, o tempo não espera...

Cristina: Vó,  eu queria tanto ser como as outras meninas , queria enxergar , ver a luz do sol que tanto ouço dizerem ser bonita, queria saber como são as flores, os pássaros...

Vó Tereza: Minha filha...

A avó de Cristina, escondia um segredo de Cristina,  ela tinha sim, uma chance de voltar a enxergar, mas era muito caro, a cirurgia,  e elas às vezes mal tinham o que comer, os padrinhos de Cristina eram pobres, também,  e ajudavam como podiam, Rafael e Natália eram amigos dos pais de Cristina,  os pais de Cristina vieram do Piauí para tentar a vida na cidade grande, Rafael e Natália também eram nordestinos vindos do Maranhão,  eles acolheram os pais de Cristina quando chegaram do Piauí com Cristina ainda bebezinha,  logo Carlos  , o Pai de Cristina conseguiu um emprego e foram morar em um barraco, na área de Risco, quando aconteceu a tragédia,  Os pais de Carlos viajaram quando souberam do acidente, os corpos deles nunca foram encontrados... Então a avó de Cristina e seu esposo resolveram ficar em São Paulo,  pois não queriam que Cristina  e mesmo eles ficassem longe do corpo do filho e dos pais de Cristina.

Vó Tereza: Vamos minha filha, alegre-se ... seus padrinhos estão esperando a gente...

Cristina: Tudo bem vovó,  vamos...

Cristina então segurando no braço de sua velha avó,  foram para a casa dos Padrinhos, que ficava a mais ou menos 15 minutos dali.

Cristina e sua avó eram muito bem quistas por todos, por onde passavam, recebiam elogios,  eram muito respeitadas...

- Boa noite dona Teresa! Boa noite Cristina!

Vó Tereza: Boa noite!

- Cristina, como você está linda! se tornou uma linda mulher… disse outra vizinha.

Cristina: Obrigada..

Vó Tereza: Realmente minha netinha se tornou muito bonita... seus pais iriam ficar muito felizes de ver você...

Niko era um garotinho que adorava conversar com Cristina, ele ia na casa dela, ficavam horas conversando,  ele gostava muito de descrever a Cristina as coisas que via, as coisas que existiam...e que ela não podia ver .

Niko sempre corria ao encontro dela sempre que a via...

Niko: Cristina....!!!!

Cristina: Oi Niko!

Niko: Como sabia que era eu?

Cristina: Você acha que eu não reconheceria a voz do meu melhor amigo?

Niko: Vó Tereza... onde vocês estão indo?

Vó Tereza: estamos indo jantar na casa dos Padrinhos de Cristina...

Niko: Amanhã posso ir brincar com a Cristina?

Cristina: Claro que pode...aliás por que você não foi hoje?

A mãe de Niko se aproxima..

-Niko meu filho... deixe de amolar Cristina e a vovó dela!

Vó Tereza: Carmen ele não amola nada, Cristina e ele se dão muito bem...

Carmen: Ele não foi hoje porque deixei ele de castigo , ele anda muito brigão na escola...

Cristina: Niko... não deveria brigar... é feio...

Niko: Eu sei...prometo que não vou mais brigar na escola...

Carmen: Vamos meu filho,  dê um abraço na Cristina e na vó Tereza... Amanhã, se você se comportar na escola, você vai conversar com elas...

Niko : Eba! Thau Cristina... Tchau vó...até amanhã...

Cristina: Vou ficar te esperando viu...

Vó Tereza: Tchau meu querido...

Carmen: Thais Cristina... Tchau dona Teresa...

Cristina: Tchau...

Vó Tereza: Boa noite...

Vó Tereza: Viu minha filha... existem pessoas que amam e admiram você...

Cristina: Vó... sei que a senhora diz isso para tentar me alegrar... Mas eu lembro vagamente,  como era quando eu enxergava... quando eu era pequena... lembro que gostava de correr...de brincar...

Cristina e sua avó iam caminhando pela avenida quando foram abordadas por 3 marginais...

- Vai onde vovó?

Vó Tereza: Por favor... me deixem passar ... não tenho nada de valor, minha neta não enxerga...

- Olha só que gatinha... é velhinha... Vamos querer nos divertir com sua netinha... não é rapazes...

Vó Tereza: Não por favor... eu imploro... não façam nada com minha neta!

Cristina: Vó o que tá acontecendo?

Cristina estava em pânico,  um dos marginais  puxa Cristina agarrando ela.

Cristina: Me solta! Vovó!!!

Vó Tereza tenta puxar a neta de volta,  mas além da idade avançada,  lhe faltava força,  e eram três, um deles empurrou a velhinha que caiu por cima de uma lata de lixo que estava ali.

Um homem ia passando de carro e viu aquela situação,  a velhinha no chão,  Cristina aos gritos, e os 3 tentando arrastar Cristina para um beco escuro,  este homem era Francisco Manuel,  um empresário dono de uma grande indústria de alimentos do estado, ele passava pela avenida, quando viu aquela situação mandou seu segurança parar o carro.

Francisco Manuel: Tony,  olha aquilo! encoste o carro.

Tony: Sr deve ser briga de família,  coisa de bêbados,  não vai querer se envolver nos.

Francisco Manuel: Não perguntei a você o que você acha que é,  estou dando uma ordem para parar o carro , tive um dia difícil,  aqueles acionistas idiotas me encheram o saco na reunião,  estou mesmo querendo extrapolar e odeio injustiças,  e aqueles 3 covardes estão mexendo com 2 mulheres não vou ficar aqui parado e fingir que não vi nada!

Tony parou o carro,  eles desceram.

Francisco Manuel: Larguem a moça agora!

Vó Tereza: Meu Deus,  obrigado por enviar este anjo aqui pra socorrer minha netinha...

- Vai fazer o que  playboy se agente não soltar a garota?Somos 3, vai encarar um agente com sua segurança? ou é seu namorado?

Francisco Manuel: Tony, ajude a velhinha a se levantar... E se você entrar nesta briga...está demitido.

- Olha o playboy ficou machão...

Francisco Manuel em um piscar de olhos mandou um chute no meio da cara do agressor que segurava Cristina...ele afasta ela do agressor.

- Corre garota! disse Francisco Manuel.

Os outros 2 avançaram nele, mas Francisco Manuel com um salto acrobático no ar derrubou os dois com um chute aéreo , os 3 estavam no chão inconscientes.

Tony: Patrão,  O senhor exagerou..

Francisco Manuel: Que nada Tony,  estes idiotas mereciam,  isso foi pouco, agora chame a polícia,  estes imbecis tem que estar presos.

Vó Tereza: Meu filho... Muito obrigado... você é um anjo de Deus...Nem sei o que seria de nós,  caso você não tivesse chegado.

Francisco Manuel: Odeio injustiça, senhora,  não iria me sentir bem caso não tivesse parado aqui, mas o que vocês faziam por aqui, esta hora?

Vó Tereza: Moramos num barraco perto daquele morro,  estávamos indo para a casa dos Padrinhos dela jantar,  somos pobres,...

Francisco Manuel: Entendo, vocês não tinham o que comer?

Vó Tereza: Minha neta é cega desde um acidente quando ainda era criança...

Francisco Manuel: Por isso ela não correu quando eu mandei.

Cristina: Muito obrigada moço,  por nos salvar...

Francisco Manuel  com a adrenalina já mais baixa, observa que Cristina embora com aquelas roupas simples, cabelo meio descuidado,  era uma moça muito bonita,  era com certeza a mulher mais linda que ele já havia visto em sua vida.

Vó Tereza: Vamos ver minha filha... seu padrinho deve estar preocupado ...

Francisco Manuel: Como vocês se chamam?

Vó Tereza: Me chamo Teresa,  minha neta se chama Cristina.

Francisco Manuel: Eu me chamo Francisco Manuel,  gostaria de lhes dar uma carona até a casa de seu compadre... Tony vai ficar com aqueles três ali esperando a polícia chegar, não é mesmo Tony?

Vó Tereza: Não Dr... não queremos causar nenhum incômodo...

Francisco Manuel: Não é incômodo algum não é mesmo Cristina?

Então Cristina e sua avó entraram no carro, Francisco Manuel foi deixar elas na casa do padrinho de Cristina,  deixando Tony vigiando os meliantes até a polícia chegar.

Tony: Sempre assim, eu sempre me dou mal nestas situações...

Vó Tereza: Meu filho... você nos salvou de um grande perigo, ainda perde seu tempo nos trazendo em seu carro.

Francisco Manuel: Não estou perdendo tempo nenhum, gosto de ser útil às pessoas,  estas Ruas são muito perigosas para duas mulheres andar assim sozinhas.. afinal, como Cristina perdeu a visão? A senhora disse sobre um acidente..

Vó Tereza: Cristina tinha 5 anos de idade, morava junto dos pais numa área de Risco, em um desabamento de terra, os pais ficaram soterrados, o pai dela é meu filho, nem ele e nem a mãe de Cristina foram encontrados,  eu vim do Piauí com meu falecido marido,  que descanse em paz. resolvemos ficar por aqui, primeiro por que não tínhamos dinheiro para voltar,  e depois por que meu filho foi sepultado aqui, meu marido faleceu, e ficamos só eu e Cristina sozinhas nesse mundo,  os padrinhos dela são quem mais nos ajuda, mas também são pobres...

Francisco Manuel: De hoje em diante,  vocês também tem a mim, eu faço questão de ajudar de alguma forma.

Cristina: Tá bom...

Vó Tereza : Minha filha...!

Cristina: É isso mesmo vó,  esse mundo é difícil,  ninguém se importa com ninguém...

Francisco Manuel: Deixe dona Tereza,  ela tem seu direito de pensar assim..

Vó Tereza: é ali meu filho aquela casinha verde...

Francisco estaciona o  carro, ajuda Cristina e sua avó a descer do carro.

Rafael e Natália vão de encontro a elas.

Rafael: Meu Deus, comadre,  pensei que não vinham mais, estávamos preocupados...

Cristina: Padrinho fomos abordados por homens maus, mas o Francisco nos ajudou...

Francisco Manuel: Boa noite!

Rafael: Ai meu santo Deus!!! você...

Natália: É você !!!

Conhecendo melhor...

Os padrinhos de Cristina ficam abismados diante de Francisco Manuel, sem conseguirem acreditar que se tratava mesmo daquela pessoa que estava ali diante deles...

Rafael: Patrão.... O senhor.... O que faz por aqui...

Natalia: Meu Deus é o seu patrão Rafael...

Francisco Manuel: Sou seu patrão? Não lembro de você...

Rafael: Claro patrão,  eu sou apenas um simples peão...

Francisco Manuel : Qual setor você trabalha...?

Rafael: Ah patrão... eu sou dos serviços gerais....

Francisco Manuel: Bom... trouxe estas duas moças que quando eu ia passando, estavam sendo importunadas por dois marginais, eu fui ajudar elas, e ensinar aqueles homens como respeitar uma mulher...

Natalia: Vocês estão bem... Cristina? comadre Tereza?

Cristina: Sim madrinha, não se preocupe, o Francisco apareceu bem na hora...

Vó Tereza: Foi um anjo de Deus...

Francisco Manuel: Apenas fiz o que qualquer homem de verdade faria... trouxe elas até sua casa...

Rafael: Bom... O pior já passou não é... Vamos jantar? O senhor aceitaria  comer na casa de um humilde empregado seu?

Natalia: Homem... você desrespeita seu patrão assim? Acha que um homem tão importante vai jantar com pessoas pobres?

Francisco Manuel: E por que não? Já que tocaram no assunto, estou faminto... aceito o convite...

Rafael: É uma honra patrão...

Francisco Manuel: Sou seu patrão lá na empresa... por favor me chame de Francisco não é Cristina? Dona Teresa?

Cristina: Sim padrinho, o Francisco é até bem legal!

Vó Tereza: É um homem muito humilde...

Natália: Pois então vamos... vou servir a comida...

Todos sentaram-se à mesa, Francisco ajudou Cristina e sua avó como um cavalheiro.

Rafael: Patrão me desculpe , não sabíamos que o senhor estaria aqui, afinal quem imaginaria tal situação...

Francisco Manuel: Quer dizer que você ajuda Cristina e sua avó?

Rafael: Sim, Eu era muito amigo dos pais dela quando chegaram do Piauí,  com Cristina ainda bebezinha...

Natália: Os pais dela nos deram ela para ser nossa afilhada... fazemos o que está ao nosso alcance para ajudar...amamos ela como se fosse uma filha para nós...

Vó Tereza: Cristina nunca foi a escola, ela tem poucos amigos, não que as pessoas sejam hostis... Mas como pode ver Cristina é muito bonita,tem um coração puro,  ela não tem malícia...tenho medo que alguém se aproveite dela...

Francisco Manuel: Hum... isso está muito bom... que prato é esse?

Natalia: Dr..isso é só comida de pobre... Um arroz com salsicha ...

Francisco Manuel: Comida pobre? isso é um manjar...nunca comi nada parecido....

Cristina: Minha madrinha tem mãos de fada para cozinhar... você ainda não viu nada Francisco...

Francisco estava cada vez mais fascinado com o sorriso de Cristina,  com seu rosto,  suas expressões,  ele apenas desejava conhecer mais da história dela, daquelas pessoas.

Francisco: Bom dona Teresa,  aquela área que a senhora mora com a Cristina... me parece ser uma região de risco não ?

Vó Tereza: Meu filho... perigoso é,  mas não tenho onde morar, não temos condições de ir para outro lugar...

Francisco Manuel: Entendo...

Rafael: Ainda não consigo imaginar que o senhor esteja aqui, comendo na minha mesa, que coincidência!! e que orgulho sinto trabalhar para o senhor...que pessoa humilde...

Francisco Manuel: Não diga estas coisas,  eu sou uma pessoa igual a você,  somos todos iguais...a propósito,  quanto tempo você trabalha na minha empresa?

Rafael: 10 anos patrão...sou muito agradecido...pois sem meu trabalho... nem sei como seria ...

Então eles conversaram diversas horas, Francisco Manuel colheu informações sobre Rafael... sobre Cristina,  sua vó...

Dona Tereza: Está ficando tarde...acho que está na hora de voltar pro meu barraco... Vamos filha?

Francisco Manuel: Eu vou deixar vocês...

Dona Teresa: Não se incomode Dr ... você já fez ...

Francisco Manuel: De modo algum...eu faço questão... e digo mais , de hoje em diante eu vou fazer o que puder para ajudar vocês todos, eu aprendi muita coisa aqui hoje, conheci uma realidade difere da minha, soube um pouco a visão da minha empresa por um funcionário... conheci Essas pessoas que quero próxima a mim...

Cristina: Amanhã talvez nem lembre de nós...

Francisco Manuel: Veremos... Vamos indo?

Rafael e sua esposa os acompanham até fora de casa, Francisco observa um anúncio de vende-se em uma casa próxima da casa de Rafael.

Francisco Manuel: Uma casa à venda !

Rafael: Uns vizinhos que foram embora...

Francisco Manuel: É... Rafael foi um prazer... Natalia, adorei sua comida...

Rafael: Prazer foi todo meu patrão...

Natália: Fique à vontade para voltar...

Cristina: Boa noite padrinho... boa noite Madrinha. . .

Vó Tereza: Boa noite meus amores...

Rafael: Boa noite minha afilhada... boa noite comadre...

Natalia: Boa noite Cristina... boa noite comadre...

A caminho da casa delas...

Francisco Manuel: Eu não tenho palavras... Embora a gente saiba que existem pessoas que passam dificuldades... O dia de hoje ... eu estava muito estressado,  com raiva mesmo, ando tendo dificuldades na minha empresa pelas ideias que gostaria de implementar...

Cristina : Você é o dono! por que você apenas não impõe ?

Vó Tereza: Minha filha, ele deve ter os motivos.

Francisco: Sim, na verdade eu sou dono apenas de 40% da empresa, o restante é dividido entre outros acionistas para aprovar algo, eu preciso da maioria.

Cristina: Não entendi muito não...

Vó Tereza : Ali dr,  aquela é nossa casinha, nosso barraco.

Francisco Manuel: Pronto... estão entregues.

Vó Tereza: Eu não tenho palavras para te agradecer por hoje , você foi um anjo, um herói pra mim e minha neta...

Cristina: Obrigada...

Francisco Manuel: Eu posso vir outra vez aqui?

Vó Tereza: Pode sim.... pode meu filho,  a casinha é simples, mas sempre estará a sua disposição...

Cristina: Eu duvido que ele venha...

Vó Tereza: Minha filha... não diga isso com o rapaz...

Francisco: Deixe dona Teresa,  compreendo que ela ache que não voltarei, mas quando eu vier .... quero um sorriso nesse lindo rosto , ouviu Cristina...

Cristina : Tá bom...eu vou acreditar em você...obrigada...

Francisco Manuel: Tchau..boa noite...

Cristina e a avó entram no barraco.

Vó Tereza: Meu Deus minha filha... foi Deus quem colocou aquele homem ali naquele momento... ele foi tão bom, atencioso... e é patrão do seu padrinho filha...

Cristina: Vó...me fala como é o Francisco...

Vó Tereza: Filha, ele aparenta ter uns 25,26 anos, um pouco mais alto que você,  forte,  muito bonito...

Cristina: Será que ele vem mesmo , vou ver a gente novamente?

Francisco ia no carro, com a imagem de Cristina em sua cabeça.

Francisco: Meu Deus,  não consigo tirar Cristina do meu pensamento... eu , claro que voltarei aqui, quero fazer o que puder para ajudar ela.

Até que ele pega o celular... várias ligações perdidas de Tony.

Francisco: Meu Deus! Eu esqueci o Tony...

Francisco retorna a ligação.

Tony: Patrão,  o Senhor me esqueceu...

Francisco: Desculpa Tony,  não era minha intenção...

Francisco: A polícia foi ? Você está onde?

Tony: Sim,  a polícia levou eles, estavam bem agressivos quando a polícia chegou , mas resolvi tudo, peguei um táxi. estou em casa já.

Francisco: Desculpa meu amigo...mas fiquei apaixonado por aquela garota...

Tony: Ela não enxerga patrão,  mora perto do morro...

Francisco: Eu não ligo para isso, eu vou ajudar ela, tenha certeza .

Tony: Patrão,  sempre se apaixona , toda semana um amor diferente.

Francisco: Aquela garota é diferente... ela tem uma magia ... uma doçura...vou ajudar ela e a velhinha...

Tony: Essa eu pago pra ver... você acha que vai seduzir ela, não vai ser fácil...

Francisco: Não é assim, acho que dessa vez o amor me pegou de vez..

Ajuda

Os padrinhos de Cristina ficaram em êxtase, sem acreditar em tamanha coincidência, justamente Francisco ir passando no momento de apuro de Cristina e sua avó.

Rafael: Eu imaginei que ele fosse diferente...por ser rico...

Natália: Homem...ele comeu Arroz com salsicha...e repetiu!

No dia seguinte...

Rafael chegou cedo à empresa,  ele até tinha esquecido a noite passada, achando que tinha sonhado, que nada daquilo foi real.

Rafael estava limpando o chão na recepção,  acontece que cada setor da empresa de Francisco,  possui um encarregado, e o chefe encarregado da limpeza é um homem muito cruel, gosta de humilhar os seus comandados...

- Então sr Rafael... O senhor chama isso de limpeza? O emprego está difícil... deveria fazer por valer o seu! e pegou o cesto com o lixo e jogou no chão...

- Apanhe isso... passe o pano, tudo novamente...

Rafael: Mas Sr...

- Nem mais,  nem menos... Só quero ouvir 2 tipos de resposta , que são: " Sim senhor" , "não senhor".

Nesse Momento Francisco chegou onde eles estavam....

Francisco: Ah... você está aí... estive te procurando ...desde a hora que cheguei...

O encarregado,  então achou que Francisco estava falando com ele...

- Senhor...em que posso ajudar?

Francisco: Não,  eu estou falando com meu amigo Rafael...

Rafael: Patrão! Em que posso lhe ajudar?

Francisco: Rafael, vamos na minha sala, tenho que te perguntar umas coisas,  desde ontem , quando jantei na sua casa, vim com muitas coisas na cabeça... Vamos!

Rafael: Sim senhor...

Francisco: E você assume o trabalho dele, ok?

- Mas senhor... eu não sou zelador... sou encarregado dos serviços gerais...

Francisco: Ótimo,  então se encarregue disso que estou lhe pedindo, assuma o trabalho do Sr Rafael, talvez assim você aprenda a respeitar as pessoas,  ou não reparou que estava humilhando Rafael...

- Me desculpe senhor Francisco...não sabia que ele era conhecido seu...

Francisco: Que esse comportamento não volte a repetir... com ele e com ninguém... entendeu?

- Sim senhor...

Francisco: Vamos... quero lhe fazer umas perguntas...Rafael acompanha Francisco até sua sala, as perguntas não eram sobre outra pessoa senão sobre Cristina..

Francisco: Rafael, você é padrinho de Cristina,  quero lhe dizer que minhas intenções são de ajudar ela e sua avó,  fiquei imensamente comovido pela situação em que elas vivem... E desejo muito poder fazer algo que possa ajudar elas..

Rafael: Patrão, eu fico feliz em ouvir isso, eu queria tanto fazer mais por elas...mas as condições não me permitem... eu vi a forma que o senhor olhava para ela...

Francisco: Você percebeu!..

Rafael: Sim patrão,  quem não perceberia...o Senhor deixou transparecer o que sentia ..

Francisco: Não quero que...

Rafael:  O senhor deixou transparecer sua preocupação,  seu desejo de ajudar ...

Francisco: Sim... isso mesmo! desejo de ajudar...( achei que ele tinha notado que fiquei  apaixonado pela sua afilhada).

Rafael: A avó de Cristina tem 73 anos,  tem saúde frágil,  é uma velhinha que já sofreu muito... O maior medo dela é morrer e deixar Cristina sozinha.

Francisco: E não existem outros parentes lá no Piauí?

Rafael: Se existem.... são todos pobres... eu como padrinho,  amo aquela menina como se fosse minha filha...

Francisco: Eu desejo muito ajudar, olha,  sabe aquela casa que está à venda do lado da sua?

Acabo de mandar meu encarregado de negócios ir lá comprar a casa, vou dar de presente para Cristina e sua avó,  para elas morarem mais perto de vocês,  para saírem daquela casa que é praticamente uma barraca de lona..

Rafael: Meu Deus... patrão,  O senhor está falando sério? nossa... eu não acredito....

Francisco: E quero também levar Cristina para fazer alguns exames, consultar com um Oftalmologista,  curioso que ela não enxerga, mas os olhos dela são lindos...cheio de vida, de repente pode haver algo que possa ser feito...

Rafael: Patrão , quando levaram ela na época do acidente, disseram que havia chance de que Cristina voltasse a enxergar,  mas como nós não tínhamos recursos para pagar a cirurgia...

Francisco: O que? por que não fizeram algo para levantar os fundos, meu Deus... privar uma pessoa de ver o mundo...

Rafael: Patrão,  a avó dela na época ficou arrasada, com a morte do filho, da nora, os corpos soterrados,  nunca foram encontrados...

Francisco: Rafael,  você vai comigo agora lá na casa da Cristina,  vamos conversar com a vó dela,  convencer a velhinha a deixar levar Cristina no oftalmologista...

Rafael: E o trabalho chefe...?

Francisco: Ora Rafael! Seu patrão sou eu, aliás,  você vai nos acompanhar o dia todo caso Christine aceita a consulta,  e outra, você trabalha 10 anos aqui não é mesmo? A partir de amanhã,  você está promovido! será o novo encarregado do setor de serviços gerais, observei que sua esposa está grávida não é? vai ganhar um pouco melhor, agora , para poder melhorar o padrão de vida para seu filho

Rafael chora, emocionado com a bondade de seu patrão,  depois de tantos anos humilhado,  limpando o chão,  aguentando tanta coisa...

Rafael: Obrigado patrão,  eu nem sei como lhe agradecer tamanha generosidade...

Francisco: Apenas continue sendo um bom funcionário... agora vamos... falar com Cristina e a vó dela.

Rafael: Sim senhor... Vamos...

Francisco: Marta, vou sair para resolver um assunto importante, cancele a reunião agora de manhã e remarque tudo para amanhã,  já que amanhã a agenda está livre mesmo...

Marta : Sim senhor.. ( Marta é a secretária de Francisco).

A caminho da casa de Cristina,  Rafael, o padrinho de Cristina, resolve fazer uma pergunta.

Rafael: Patrão,  eu gostaria de fazer uma pergunta ao senhor... como padrinho da Cristina,  tenho o dever de cuidar da minha afilhada, é meu dever de padrinho...

Francisco: Pode perguntar,  eu lhe responderei.

Rafael: Olha, patrão,  O senhor se apaixonou por minha afilhada não é verdade? Não minta pra mim,  e se sua intenção for brincar com ela, minha comadre já é bem idosa, elas sofreram muito nessa vida, então,  não posso permitir nada que machuque elas.

Francisco: Não vou negar a você,  desde quando  vi Cristina, não paro de pensar nela , eu nunca vi um olhar, um sorriso assim, tão doce e inocente. Mas não é por isso que eu quero ajudar, eu sempre tive tudo, eu e meu irmão,  sempre tivemos tudo, mas se deparar com uma realidade assim, de uma moça que deveria viver , desfrutar as oportunidades da vida, ver a beleza do sol, das flores... se a vida me deu tanto, eu devo fazer algo pelo meu semelhantes, por isso que também dei a promoção  você,  eu não sabia que o encarregado era tão cruel com meus funcionários,  fique tranquilo, tudo que quero é ajudar , vamos ver o que o futuro nos reserva...

Isso tranquilizou mais o coração de Rafael.

Rafael: Eu sei que minha afilhada é muito linda, qualquer homem se apaixonaria,  esse na verdade é o medo que minha comadre tem  dentro de  si,  que alguém faça mal a Cristina, ela é uma boa garota,  muito inocente.

Francisco: Você tem minha palavra, que não farei mal algum para Cristina. Apenas quero o seu bem.

Uma mensagem de texto no celular de Francisco  chega.

"COMPRA EFETUADA"

Francisco: Acabo de comprar uma casa.

Rafael: Tomara que minha comadre aceite.

Eles então chegam até o barraco onde Cristina e a avó moram.

Eles descem do carro, batem palma.

Cristina: Vó! Temos visita! É o Francisco, vó! ele veio!

Vó Tereza: Calma minha filha... calma... Meu Deus... Francisco! compadre! O que vocês dois estão fazendo aqui?

Francisco: Como a Cristina sabia que era eu?

Rafael: Patrão... quando se perde a visão...os outros sentidos ficam mais aguçados...

Vó Tereza: entrem... por favor... O que vocês aqui?

Cristina: Ora avó ... eles vieram porque gostaram da gente não é?

Francisco: exatamente... dona Teresa,  Cristina...eu não consegui dormir ontem, pensando em vocês duas, nos perigos que estão sujeitas, como aqueles malandros idiotas da noite passada, bom, Eu fui agraciado por Deus com muitos recursos... E eu disse que iria ajudar...

Rafael: O patrão é um homem de muito bom coração,  ele me procurou hoje cedo para saber mais sobre a senhora e sobre a Cristina... meu patrão é um bom homem...

Francisco: Dona Tereza,  primeiro quero que vocês saiam desta casa, a senhora e sua neta moram numa área de risco,  talvez em um inverno muito rigoroso, possa acontecer a mesma tragédia que houve no passado, a senhora sabe...

Vó Tereza: Não posso aceitar... lhe agradeço muito, mas ninguém ajuda ninguém assim em troca de nada...

Rafael: Não se preocupe comadre... eu já perguntei sobre as intenções dele... Ele apenas quer ajudar...

Cristina: Eu não quero sair daqui... além do mais,  tem o meu amigo Niko...

Francisco: Eu comprei uma casa ao lado da casa do seu compadre, ali é uma área mais segura, poderá receber visitas do Niko seu amiguinho...

Vó Tereza: Não,  o senhor me desculpe,  é bem vindo aqui no meu barraco, mas não podemos aceitar uma casa assim do nada de um estranho.

Francisco: Mas eu quero apenas ajudar... queria levar Cristina num oftalmologista... Rafael me falou sobre...

Vó Tereza: Não! Fracamente compadre... eu confiei em você...sobre este segredo.

Cristina: O que é um Oftalmologista...?

Francisco: Um médico que pode lhe devolver a visão...

Vó Tereza: Não iluda minha neta ... por favor... somos pobres, mas não estamos à venda !

Rafael: Comadre...

Vó Tereza: fora da minha casa os dois, minha neta não está à venda! obrigado por sua gentileza... mais..

Cristina: Vó! não fale assim com eles...

Vó Tereza: você fica calada aí, você não sabe nada da vida!

Francisco: Quer saber... vou falar a verdade,  desde ontem quando as vi não consigo parar de pensar em sua neta, Cristina é a mulher mais linda,  mais incrível que já vi na minha vida, eu não quero ajudar vocês para me aproveitar dela, eu apenas quero que ela tenha uma vida com oportunidades  , não é justo uma jovem como ela viver assim,  privada de tanta coisa...

Cristina: Vó o que o Francisco está dizendo...

Vó Tereza: Cale-se ! e vocês... vão embora!

Rafael: Vamos patrão,  discutir agora não vai adiantar..

Cristina: Francisco! Padrinho ... não vão embora...

Francisco: Eu voltarei Cristina,  juro pra você que voltarei...

Vó Tereza: Fora daqui!

Rafael: Vamos, patrão,  vamos até minha casa...

Francisco e Rafael saem do barraco, eles vão para  o carro, e seguem para a casa de Rafael.

Cristina: Por que você falou assim com meu padrinho e com Francisco? eles não fizeram nada pra merecer isso, eles só queriam me ajudar.. Só isso..

Vó Tereza: você não sabe de nada menina tola, acha que ele iria te ajudar a troco de nada?

Cristina: Eu cansei de viver prisioneira de você! eu não posso enxergar,  não posso ir a lugar nenhum... eu só queria viver a minha vida! só isso...

Vó Tereza: Eu sei o melhor para você...

Cristina: Não sabe, você não sabe o que é viver presa na escuridão...

A avó de Cristina cai em si.

Vó Tereza: Perdão minha neta, me desculpa por não poder te dar aquilo que você merece... eu só queria te proteger...

Cristina: Eu não quero ser protegida, eu só quero viver...

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