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NOVO MUNDO

Prólogo

NOVO MUNDO

prologo

Me sinto frio e isso é estranho pois não sinto meu corpo, não enxergo nada, ao meu redor só vejo escuridão, minha ultima lembrança foi em uma cama de hospital, provavelmente eu morri naquele lugar, bom sinto que foi uma vida boa, realizei meus sonhos e fiz a minha marca no mundo, eu tô pronto para o que vêm agora.

- Fico feliz que esteja aceitando tão bem a sua morte - diz uma estranha voz

- Quem falou isso - pergunto

Mesmo perguntando eu acho que ja sei a resposta, dada a situação não tem muito probabilidade alem de...

- Não e sim - diz a voz

- Eu não sou um deus mas sou algo próximo disso, acho que um conceito, bom existo por que posso existir, crio por que posso criar, acho que você consegue entender - ele diz

Ele sabe o que eu penso, não preciso falar, ele já sabe a resposta antes de eu abrir a boca, que nesse momento eu nem tenho.

- O que vem agora e além disso como posso te chamar - pergunto.

-Gosto de você, mesmo estando morto continua tranquilo, nem se importa com o que virá a acontecer agora, Pode me chamar de kalé - ele fala

Não a motivos pra eu temer, vivi uma vida boa e sem arrependimentos, eu estou pronto pra próxima parte.

- Sobre o resto de sua pergunta, você finalizou o objetivo de sua existência nesse mundo - diz kalé - depois de 15 vidas foi finalizado todos os objetivos de sua existência.

- Então o que vai acontecer comigo - pergunto

- Você não pode voltar ao seu mundo sem um objetivo para existir, na verdade muitos já passaram por isso, eu criei um pequeno paraíso para essas pessoas até poderem assumir uma nova missão de vida, porém elas não se agradaram de viver sem um propósito por isso criei um novo mundo - diz kalé com uma voz animada.

Um novo mundo, isso quer dizer mais historia pra se conhecer, lugares novos pra visitar, civilizações antigas para estudar. Eu não poderia estar mais ansioso do que estou.

- Senhor kalé o que existe nesse mundo, como ele é, eu preciso saber - grito animado

- Calma meu jovem filho eu vou te explicar, mas sem tanta formalidade, kalé ja esta bom, levaria muito tempo e trabalho pra construir uma civilização do zero por isso permiti que todos voltassem a esse mundo com suas lembranças, também dei a eles uma "arte", acho que arte é o melhor conceito pra definir, digamos um tipo de poder - diz kalé.

Isso me assusta um pouco, será que é como os desenhos que meus netos me pediam para assistir com eles, estou bem intrigado com isso.

- Existem três tipos de arte, eu as chamo de Ordem, Força vital e Alma, elas aceleram a evolução do mundo e além disso dou aos habitantes um dom - diz kalé.

- Existe muito pra aprender sobre esse mundo, há ruínas espalhadas por todo mundo, criaturas fantásticas, porem levaria anos até te explicar tudo por tanto teremos que pular para o básico - finaliza kalé

Eu estou ansioso pra poder explorar esse mundo e ver o quão incrível ele é, prefiro só saber o basico pois quero aprender tudo enquanto vivo nesse mundo.

- Vamos começar, você não sera humano nesse mundo, eu prefiro separar as coisas, existe o mundo humano e esse, continuando você recebera um livro que te guiara nesse mundo e pra finalizar sou muito fã do seu trabalho - kalé me surpreende com essas palavras.

Como assim fã do meu trabalho, ninguem tinha me dito isso antes, me sinto o homem mais feliz do mundo ouvindo isso.

- Um jovem tão novo que se esforçava tanto é surpreendente, você foi o primeiro da turma em arquitetura, e um arqueólogo/historiador fantástico, suas descobertas mudaram o mundo, por tanto quero que faça coisas grandes nesse mundo, aceita essa missão - fala kalé.

- Não tem como eu não aceitar, eu quero isso kalé - digo animado

Eu quero mudar o mundo como sempre busquei em minha outra vida, esse sempre será meu objetivo.

- Muito bem, você dominara a arte da Ordem, porem tera um poder absurdo sobre essa arte, e te darei o dom de tradutor, pode traduzir tanto texto quanto pessoas e suas emoções, esses dois poderes te tornarão grandioso nesse mundo meu garoto - diz kalé

- Acho que estou pronto kalé, me falta saber de algo? - digo

- Não, você pode ir agora mesmo, mas sinto que tem algo que quer me perguntar - fala kalé.

- Na verdade eu quero saber qual é o meu nome, é a unica informação que me foge a mente - falo curioso.

Eu me surpreendo com isso, de tudo que eu poderia esquecer, esqueço logo meu nome.

- Certo, sobre isso apaguei entre todas as suas lembranças apenas seu nome, pois não é mais necessário, você pode se chamar Mequiel, o que acha?

- Mequiel certo! Eu gostei do nome, agora estou pronto pra ir kalé - digo extremamente animado e ansioso.

- Certo, se prepare, você se sentirá um pouco estranho, mas logo vai estar nesse novo mundo - kalé fala suas últimas palavras.

Eu me sinto realmente estranho, antes me sentia frio e agora quente. Junto disso uma sensação de paz e tranquilidade, acho que nunca senti tantas emoções quanto eu sinto agora.

Continua

CAPITULO I: A CABANA

CAPITULO I

Arco I (O vilarejo)

Abro meus olhos e me deparo com uma vista magnifica, estou em uma planice coberta de um lindo verde, cheia de árvores frutiferas que nunca antes tinha visto, o clima aqui é bastante ameno e a luz do sol não machuca os olhos.

Depois de observar a paisagem percebo uma coisa, meu corpo está diferente, minhas pernas estão cobertas de escamas verde claro igualmente ao meu braço direito, tenho dentes parecidos como de cobra saindo da minha boca e próxima ao meu ombro tem uma espécie de marca escrita 5/5, não faço ideia do que seja isso.

De qualquer forma eu preciso focar eu não posso simplesmente ficar parado, reparo que amarrado a minha cintura a um tipo de bolsa, checando dentro dela encontro o livro que kalé me falou, Eu não sei nada sobre esse mundo, ler o livro é minha melhor opção nesse momento.

Abrindo ele me assusto, sua primeira página tem um mapa em preto e branco porem é como se estivesse vivo, posso ver os pássaros se movendo e os animais pastando. Kalé consegue me impressionar muito fácil.

Segundo o mapa o lugar que estou se chama campo de zafé, é de fato um lugar lindo, passo para proxima pagina e vejo o livro começar a escrever no papel em branco.

Lendo começo a entender melhor esse mundo, pelo que entendi eu agora sou um kardir que é um tipo de pessoa serpente, a marca no meu braço é na verdade meus pontos de ordem, aparentemente essa é a "arte" que kalé me deu.

Esse poder me permite usar algumas ordens que segundo o livro são: A ordem da caça, a ordem da pesca, a ordem do lenhador, a ordem do construtor, a ordem do mineiro, a ordem do agricultor e a ordem do assassino.

Eu gasto um ponto de ordem sempre que usar uma dessas e a cada uso meu corpo fica mais cansado, se usar todos os pontos eu desmaio.

O mapa do livro mostra que o vilarejo mais próximo fica a dois dias de viagem, portanto acho que por tempo vou me fixar aqui. Eu preciso de um abrigo, e para isso devo usar as ordens ao meu favor.

Começo a andar até achar uma área aberta perto de um pequeno morro, há um lago, pedra, madeira e frutos, tudo que é necessário para minha sobrevivência.

Marco um circulo no chão com um graveto em uma parte proxima de um lago e com uma bela vista para o por do sol, é lá que quero me abrigar.

Vou até uma região cheia de arvores e levanto minha mão apontando para elas e penso em usar a ordem do lenhador.

- Você deseja ativar essa ordem - diz uma voz parecida com a de kalé.

- Sim - digo em voz alta.

Em minha frente dezenas de árvores são cortadas e meu braço começa a doer. Eu agora tenho madeira, só preciso levá-las até onde eu marquei, Por sorte consigo carregar os troncos com facilidade (coisa que um humano não seria capaz de fazer), levo pedras e um tipo de planta que parece algodão em grande quantidade.

O livro diz que a ordem do construtor permiti construir qualquer coisa dependendo da

capacidade e conhecimento do usuário, pelo que kalé falou capacidade eu tenho e por ter me formado em arquitetura conhecimento também.

A ordem do construtor pode apenas construir, mas pode ser usado como uma ordem de transformação e criação se feito por usuarios mais fortes, se tudo der certo poderei criar um abrigo mobiliado para mim.

Aponto pra marcação onde estão os materias e de novo tento usar a ordem.

- Aí - grito.

Eu consegui mas meus dois braços estão com câimbra.

- Ficou perfeito - falo olhando para o abrigo.

É uma cabana com dois andares, eu não necessariamente precisava de algo assim mas levou tão pouco tempo para fazer que não faz diferença, com essas novas habilidades poderia criar um vilarejo em poucos dias.

Entrando na casa existe uma sala com uma mesa e sofá de madeira ao redor dela, nela existe uma escada para o segundo andar onde tem o meu quarto, la tem uma cama que usei a planta desse mundo pra produzir um tipo de colchão, há uma porta na sala que leva a cozinha que tem duas mesas quatro cadeiras e um forno de pedra, do lado da cozinha existe uma dispensa com caixotes para guardar comida.

Nesse momento possuo um abrigo mais me falta comida, coisa que pode ser bem fácil de conseguir, me aproximo do lago perto de casa e uso a ordem do pescador. Me impressiona que dessa vez foi diferente, em vez da ordem só se ativar apareceu um tipo de lança de pesca na minha mão. É até bem intuitivo o que devo fazer, lanço a lança no lago e ouço um barulho parecido com uma explosão vindo debaixo dágua, logo após começa a chover dezenas de peixes, todos caindo na minha direção.

Minha sorte é que leva semanas até estragar comida nesse mundo. Tendo finalizado o abrigo e a comida eu decido vasculhar os arredores em busca de mais coisas úteis.

Continua

CAPÍTULO II: O CASAL DE DRUIDAS

CAPITULO II

arco I (o vilarejo)

Volto logo no anoitecer com um cesto cheio de coisas que encontrei pelo caminho, muito disso deve ser inútil, mas acredito que tem muita coisa boa aqui.

Coloco um pouco de lenha no forno junto com uma pedra alaranjada cujo nome é flajerita, ela queima quando entra em contato com material inflamável, pego alguns peixes para assar e uma fruta chamada osar pra comer enquanto o peixe não fica pronto. Ela tem um gosto muito doce e desde criança sempre odiei coisas muito doces, mas foi a fruta mais bonita que encontrei, ela tem a aparência de uma maçã só que amarela e com folhas vermelhas saindo dela, falando assim não parece muito bonito, mas se olhar de perto vai ver sua beleza.

Ouço barulhos fora de casa, segundo o livro, monstros saem das cavernas a esse horário. É nesse momento que fico feliz de ter o livro, tem que ser muito sem noção para ficar lá fora a essa hora da noite.

- Mattias cuidado - grita uma voz feminina

Pelo visto existem pessoas sem noção em qualquer lugar. Vou até a janela em meu quarto para observar, vejo uma garota e um garoto, os dois de pele clara, cabelos verdes, roupas brancas e olhos verde claro, os dois não aparentam ter mais do que quinze anos.

- tem muitos deles - diz mattias

- a gente tem que sair daqui - diz a garota

O dois estão cercados por um tipo de morto vivo armadurado com ossos de animais. Desço as escadas e abro a porta.

- Entrem rapido - grito para eles.

Eles entram ofegantes dentro de casa

- Obrigado - diz os dois quando já estão dentro.

- se não fosse por você estariamos mortos em pouco tempo - diz mattias.

Sorriu para eles. Eu fico feliz deles estarem bem, não ia querer que pessoas tão jovens morressem.

- Meu nome é Lia e esse é meu marido Mattias - diz ela me dando a mão para me cumprimentar.

Apertei a mão dela confuso, eles nem aparentam ser adultos e já estão casados.

- Eu te entendo, você não foi o primeiro a estranhar - diz Mattias - no outro mundo nos tinhamos por volta de trinta anos.

- Não somos tão jovens quanto você pensa - continua lia

- Pelo visto somos mais velhos que você - brinca mattias.

isso não é bem verdade, eu morri com noventa anos porem nesse mundo aparento ter apenas vinte. Pensando nisso percebo que é bem idiota da minha parte cogitar que isso só ia acontecer comigo.

- Meu nome é Mequiel e desculpa eu não deveria deixar transparecer tanto assim - digo envergonhado - mas me surpreende que é possivel vir a esse mundo acompanhado.

Eu não conheço muito do mundo, então não sei quais são as regras para alguem poder vir para cá.

- acho que isso tem há ver com termos morrido juntos - fala Lia

Me assusta um casal de apenas trinta anos ter morrido tão cedo.

- eu tenho um pouco de peixe assando, vocês vão querer - pergunto para eles imaginando que estão com fome.

- Desculpa mas não comemos nenhum tipo de carne - Diz lia.

Pelo rosto dela ela parece ter medo de parecer rude.

- eu tenho algumas frutas também se quiserem podem pegar - falo para eles

- Obrigado nos aceitamos - fala Mattias.

- Se quiserem podem dormir essa noite aqui, vão ficar confortáveis no meu quarto - digo

- Não nós já atrapalhamos demais - diz Lia.

Mattias segura no ombro dela e olha para a porta, ele sabe que graças aos monstros vão ter que ficar aqui.

- A gente aceita, mas nós vamos ficar na sala, não queremos atrapalhar sua noite - finaliza Lia.

Olho para eles sorrindo. Nesse momento meu peixe ficou pronto então levo ele para mesa e depois busco um cesto de frutas para eles comerem.

- O que levou vocês a passarem a noite fora de um abrigo - pergunto

- Nós estivemos viajando pelo mundo em busca de alguma vila de druidas para a gente se fixar - Diz Mattias - as vezes é dificil de achar um abrigo durante a noite.

Olhando agora percebo que os dois são druidas, segundo o livro é uma raça que vive em planícies e se concentra em vilas, eles também são extremamente sociáveis e próximo da natureza.

- Existe um vilarejo a dois dias de viagem, mas não sei se é de druidas - falo

- tudo bem, eu e Mattias estamos viajando a duas semanas desde que chegamos a esse mundo - diz Lia animada - estamos prontos para viajar mais.

Nós passamos boa parte da noite conversando, até eu começar a me sentir cansado, então subi pro meu quarto para dormir e enquanto estava na cama eu ouvi ele conversando na sala algo que parecia ser importante porem preferi ignorar, seria desrespeito da minha parte ouvir a conversa deles.

Ao acordar noto que a mesa da cozinha estava cheia de frutas.

- Finalmente você acordou, colhemos alguma frutas para você - Diz Lia

- Esse lugar é muito bonito, seria muito bom morar aqui - fala Mattias

- vocês podem - falo pegando uma fruta - e obrigado pelo café da manhã.

- Não seria incomodo demais - diz Lia

- Eu não ligo de mais gente por perto, alem disso com a arte da ordem que Kalé me deu poderia construir uma casa hoje mesmo pra vocês - digo com um sorriso no rosto.

- Lia se a gente ficar podemos ajudar um aos outros, se lembre da conversa de ontem - fala Mattias - esse lugar tem tudo que a gente precisa para começar a plantar - diz mattias.

Pelo que eles falaram ontem a Lia trabalhava com redes sociais abordando o veganismo e a agricultura, seria bom ter alguem para me ajudar a fazer uma horta.

- Eu sei muito pouco sobre plantações, seria bom ter a ajuda dos dois - falo de forma alegre.

- tudo bem, mas vamos ficar só por alguns dias para ajudar o mequiel - finaliza Lia.

Continua

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