Reunião de família.
A família Galesa espanhola.
- Não tem discussão aqui Manuel, é casamento ou a empresa vai parar nas mãos de seu primo imprestável. Seu avô exige que você esteja casado.
- Não e justo papai. Eu trabalho duro nesta empresa, deveria contar o meu desempenho e não meu status civil.
- Seu avô é de uma época diferente. Mas neste assunto tenho que concordar que a imagem de um homem de família passa uma impressão melhor aos futuros sócios.
- Não tem nada haver uma coisa com a outra papai. Eu não posso me casar somente para agradar ao meu avô e aos sócios. É a minha vida em jogo... sou jovem e tenho muito a curtir.
O pai respira fundo.
- Na sua idade eu já estava casado, Manuel.
- Vinte e seis anos naquela época era quase quarenta. Hoje é mais para adolescente ainda. Eu não posso me casar aos vinte seis anos.
- Pense positivo filho. Você poderá escolher a moça, na minha época não podíamos.
- Fala sério! Pai eu não quero me casar.
- Seu avô já decidiu Manuel, ou casa ou seu primo imprestável será o novo Presidente da Gales.
Manuel bufa.
- Droga!
***
Longe dali em outro continente.
- O que há de errado com essa menina? (pergunta o pai)
- Eu não sei meu velho, ela esta a horas assim olhando para o teto, parada e sem falar nada.
- Acha que deveríamos chamar um médico?
- Eu acho que sim.
- Ela não precisa de médico nenhum padrinhos, Laura está assim por causa disso aqui. (fala Diogo)
Os três estavam em pé perto do sofá.
- Me de isso deixa eu ver. (fala o pai)
Ele pega e lê a carta que a filha anteriormente tinha nas mãos.
- O que é? (pergunta a mãe)
- Nossa filha passou em primeiro lugar para a universidade da Espanha. Ela conseguiu.
- Louvado seja o Senhor. Parabéns filha. (fala a mãe)
- Já pode parar de fazer essa cara de espanto Laura. Reage. (fala Diogo)
- Agora está explicado porque ela ficou em choque... essa menina é dramática. (fala a mãe rindo)
- Filha, você vai para a Espanha. Tenho que organizar tudo, vou pedir um adiantamento ao meu patrão. (fala o pai)
Laura que estava paralisada vendo o teto depois de ler a carta de aprovação, sai do transe e olha o pai.
- De novo adiantamento? Não pai. Já temos dívidas demais.
- Seu pai sabe o que faz Laura. (fala a mãe)
- Filha o único jeito de você estudar fora e ter dinheiro para se manter durante um tempo. Juntamos um pouco, mas ainda falta para alguns gastos necessários que vai ter lá. Não estaremos por perto e nem posso imaginar você passando necessidade. (fala o pai)
- O dinheiro que juntamos para meus estudos e mais que suficiente.
- Não é não. (fala Diogo)
- Cala a boca Diogo. (diz Laura)
- Ele tem razão Laura. Vou pedir dinheiro emprestado com o Sr Vitorino e assim você terá um pouco a mais para ir a Espanha.
Laura beija a mão do Pai.
- Eu não posso pedir que se sacrifique por mim pai.
- Nos pais fazemos tudo para a realização do sonho de um filho. Você conseguiu essa bolsa por seu mérito e esforço Laura, já imaginava que conseguiria. (fala a mãe)
Laura se candidatou a bolsa por insistência de Diogo, por ela mesma não teria participado da seleção. Laura tirou a maior nota e mesmo assim queria ficar com os pais, sentindo que se fizesse faculdade em seu país teria menos gastos.
- Posso fazer faculdade aqui. ( fala ela)
- Não mesmo. Você vai fazer no exterior e voltar com o diploma internacional nas mãos. (fala a mãe)
- Estamos orgulhosos de você filha. (fala o pai)
Eles se abraçam.
Diogo fica olhando. Ele diz:
- Eu nem cheguei perto de conseguir. Terei que ficar aqui mesmo. (diz rindo)
- Pare de drama Diogo. Vem aqui.
Agora os quatro estavam abraçados.
***
Laura conseguiu resolver as questões do visto e passaporte. Embarcou para a Espanha seis meses depois de receber a carta se admissão na faculdade.
Assim que chegou na Espanha, Laura foi até alojamento dos estudantes e lá conheceu Vanessa.
- Estamos aqui há duas semanas de aula e não consegui um namorado. (fala Vanessa)
- Você está tão desesperada assim?
- Sim.
Laura caiu na risada. Até que alguém esbarrando nela a faz parar de rir.
- Não olha por onde anda não? (fala o rapaz)
Laura achou aquela atitude desnecessária.
- Olhe aqui! Você também não me viu ou não teria esbarrado. Os dois estão errados. (fala Laura)
- Eu não tenho tempo para perder com você estrangeira. (fala ele dando as costas)
- Idiota! (fala ela)
Vanessa ouviu tudo em silêncio. Depois que o rapaz partiu ela diz:
- Você não poderia ter insultado a ele.
- Por que? Aquele imbecil também esbarrou em mim.
- Laura, aquele ali é o Manuel Gales, cara mais rico da cidade e posso afirmar também que do país. A família dele tem um império gigante.
Laura olhou com desdém para o homem parado ao longe com os amigos. Ela fez cara de nojo.
- Eu não ligo. Ele pode ser o Rei da Inglaterra e mesmo assim não o dá o direito de ser grosseiro.
- Laura, mal chegou ao país e já quer arranjar problemas! A família Galesa vai te engolir viva.
- Eu não tenho medo deles. Vamos embora que ainda temos aula no prédio D5.
As duas andam para fora do prédio na direção do outro lado.
***
Manuel bufa.
- Quem era aquela pessoa irritante? (pergunta ele)
- Pelo que sei é nova aqui. (fala Mário)
- Pelo sotaque deu para perceber que nem é deste país. Estamos aceitando estrangeiros agora? (fala Manuel irritado)
- Ouvir dizer que o nome dela é Laura. (fala Adolfo)
- Laura! Hum. (diz Manuel com um olhar intimidador)
Ele queria muito vingança pelo jeito arrogante que ela falou com ele. O sangue espanhol dele gritava por isso.
***
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Laura terminou a aula de economia e vai na direção do prédio D8 a onde aconteceria a próxima aula. Até que ela é parada bruscamente por alguém.
- No seu país de origem, não te ensinaram a ter bons modos e cumprimentar os demais. (fala Manuel)
Laura revira os olhos ao notar de quem se tratava.
- Pode deixar-me passar. Não estou com humor para papo. (diz Laura)
- Eu sou o dono deste lugar estrangeira.
- Não vi seu nome na placa de entrada. Dono!
Ele abre um sorriso malicioso.
- Aqui estrangeiros não são bem-vindos.
- Fale por você. Eu fui muito bem recebida. (diz ela rindo)
- Sonsa. (diz ele)
- Irritante. (fala ela)
- Vamos nos encontrar de novo Estrangeira. E não será legal para você.
Laura engoliu a seco.
Manuel olha Laura de cima a baixo mordendo os lábios, e sai em seguida.
Após a saída de Manuel, Laura respira normalmente.
"Babaca, Irritante." Pensou ela.
***
- Eu me recuso a fazer isso. (fala Vanessa)
- Não é o fim do mundo Vanessa.
- Fale por você Laura. Pra mim, é.
Laura ri da amiga. E os seus pais diziam que ela era dramática, se eles conhecessem Vanessa iriam passar o troféu dramaturgo para a amiga.
- Sua mãe só te pediu para ir jantar em família.
- Você não conhece eles, vão ficar me criticando por tudo. Jantares da minha família são uma tortura.
- Nenhuma família e perfeita Vanessa, mas é nosso lar. Eu sinto muita falta da minha.
- Tive uma ideia. Por que não vem junto?
- Eu?
- Sim, Laura. Com você lá será menos penoso. Vamos? Por favor.
- Eu aceito. Mas fique a saber que vou pela comida.
- A comida espanhola é a melhor. Vai ver Laura.
Laura esfrega uma mão na outra, demonstrando expectativa.
- Então o que estamos a esperar? Vamos logo! (fala Laura animada)
Laura chegou na casa da amiga super animada, ela novidade para ela participar de um tradicional jantar com a comunidade espanhola.
- Então menina está gostando do nosso país? (perguntou o pai de Vanessa)
- Estou sim. A cultura de vocês é incrível.
- Mesmo após anos algumas das tradições permanecem enraizadas em nossa vida. Principalmente a música, eu amo cantar.
- E eu amo ouvir você cantar querido. (fala a esposa)
O pai se levantou da mesa. Pegou o violão.
- Pai não!
- Deixe seu pai Vanessa. Ele quer mostrar a sua amiga nossa cultura.
- Ahhh! (fala Vanessa)
O pai afina o violão e dedilhando as cordas começa a cantar.
Como quisiera
Poder vivir sin aire
Como quisiera
Poder vivir sin agua
Me encantaría
Quererte un poco menos
Como quisiera
Poder vivir sin ti
Pero no puedo
Siento que muero
Me estoy ahogando sin tu amor
Como quisiera poder vivir sin aire
Como quisiera calmar mi aflicción
Como quisiera poder vivir sin agua
Me encantaría robar tu corazón
Como pudiera
Un pez nadar sin agua (no, no, no)
Como pudiera
Un ave volar sin alas
Como pudiera
La flor crecer sin tierra (oh, no)
Como quisiera
Poder vivir sin ti (oh, no)
Pero no puedo
Siento que muero
Me estoy ahogando sin tu amor
Como quisiera poder vivir sin aire
Como quisiera calmar mi aflicción
Como quisiera poder vivir sin agua
Me encantaría robar tu corazón
O mundo desaparecer ao redor e Laura foi levada a uma atmosfera diferente. Algo dentro dela ansiava por um amor que fosse arrebatador, que lhe tivesse o fôlego ao olhar para a pessoa amada. Enquanto a música era cantada, Laura pode sonhar.
Quando as últimas notas foram tocadas, Laura suspirou e bateu palmas.
- Lindo. (falou a esposa)
- Muito bonita essa canção. (falou Laura)
- Uma bela canção, cantei anos atrás para a minha amada esposa.
- Foi com ela que me conquistou. (fala a esposa)
- Vamos embora Laura, amanhã temos aula e os meus pais vão ficar nesse romantismo a noite inteira.
- Nos amamos filha. O amor é encantador. (fala a mãe)
- Sei... Vamos Laura.
- Foi um prazer estar aqui. Amei a comida e a canção. (fala Laura)
- Volte sempre que quiser. (fala o pai de Vanessa)
- Obrigado.
As duas se despedem do casal e vão embora.
De braços dados as amigas voltam andando para o campus.
- Gostou da noite?
- Eu amei Vanessa. Parabéns pela sua família, são ótimas mesmo.
- Eles são sim. As vezes Irritantes, mas na maioria normal. (Vanessa ri)
- Sinto falta de casa. Estou feliz por estar aqui realizando um sonho, mas não vejo a hora de voltar para casa.
- O tempo vai voar rapidinho e logo estará de volta.
- É. Por enquanto vou aproveitar minha estadia aqui na Espanha e aprender o máximo que puder.
- E quem sabe, não conhece um espanhol bonitão. (fala Vanessa)
Laura faz cara de nojo.
- Não quero nenhum Namorado espanhol, a distância não dá certo o relacionamento.
- Nisso tem razão. (Vanessa ri)
Família Gales.
- Somos Galeses e como um verdadeiro Gales nossa palavra é uma só. (fala o avô)
- Pai, mas Manuel não aceita essa sugestão de casamento. (fala o pai)
Francisco bate a bengala no chão.
- Essa nova geração pensa que pode desobedecer aos mais velhos. Aconselho a por juízo na cabeça do seu filho.
Luiz Bandeira respira fundo.
- Eu prometo que vou conseguir. (diz ele)
- Exijo que meu neto esteja casado ao anunciamos a sua aposentadoria. Ele ocupará o seu lugar e fechará o negócio com os alemães.
- Pai, mas isso é loucura. Estamos falando de poucos meses.
- Então é melhor ele correr para achar uma noiva. Que seja digna de ser uma Gales. Não será tão difícil a procura, aqui temos mulheres Galesa lindas no nosso país.
Francisco bate a porta ao sair. Deixando Luiz Bandeira apreensivo com a missão de casar o filho.
***
- O que seu pai queria? (pergunta Inês)
- O mesmo assunto de sempre, casar nosso filho.
- Manuel está demorando muito para se decidir. Daqui a pouco Augusto chega aqui casado e toma a frente de Manuel.
- Minha preocupação é o tempo que meu pai está querendo. Manuel está irritado em casar e se souber que o avô quer em poucos meses, ele irá surtar.
- Qual a sua ideia?
- Não sei o que fazer ainda.
Luiz senta na cadeira com a mão no braço.
- A dor de novo?
- Sim. Mas não se preocupe que já tomei os remédios.
- Por um lado eu entendo a pressa de seu pai, você não está mais em condições de ficar na presidência. Já ficou internado duas vezes e o médico recomendou-te descanso.
- Meu coração não é tão forte como pensava.
- Melhor e se afastar e deixar o seu filho tomar o seu lugar. (fala Inês)
- Para isso acontecer, ele terá que casar.
***
Dias passaram.
- Não sei qual é a guerra entre vocês dois. (fala Vanessa)
- É o Manuel que não me deixa em paz.
- Vocês vivem discutindo. Se eu não te conhecesse acharia que os dois podem se apaixonar.
- Tá maluca Vanessa? Euhem! Nunca me apaixonaria por Manuel, aquele arrogante.
- Por que amiga? Porque foi arrumar rinxa logo com o Manuel Gales. Sabe que ele não vai te deixar em paz.
- Eu não vou abaixar a cabeça para esse esnobe.
- Falando nisto, meus pais querem que você vá a uma festa com a gente.
- Festa? Tradicional? (fala Laura com brilho nos olhos)
- Eu sabia que você ia gostar, e sim as festas da alta sociedade são tradicionais. Eles querem que você além da comida típica, veja como é nossa cultura em todos os aspectos. (diz Vanessa)
- Eu amei a ideia. aceito ir.
- Ótimo. Então hoje vamos as compras para achar nossos vestidos e quero te mostrar tudo o que a Espanha tem a oferecer.
- Eu aceito tudo. (fala Laura rindo)
***
Na casa dos Gales.
- Uma festa?
- Sim, meu filho. (fala o pai)
- De quem foi a ideia?
Manuel olhou de relance para a mãe. Ela bufa.
- Foi minha mesmo.
- Mãe, estou entediado com tantas festas.
- Mas essa e especial. (fala a mãe)
Ela e o marido se entreolham.
O pai de Manuel acabou acatando a ideia da esposa, ela sabia que Manuel tinha dificuldades em arrumar uma noiva.
Mais cedo no escritório:
- Tem certeza que essa é uma boa ideia? (pergunta Luiz Bandeira)
- Sim marido. Nesta festa podemos ver como nosso filho interage com as moças, e quem sabe não tem a escolhida para ser a futura senhora Gales.
- Se ele souber que estamos manipulando ele vai querer sumir no mundo para nunca mais voltar.
- Não vai haver nada. Siga as minhas instruções e faça tudo o que te mandar, tenho certeza que depois deste dia, Manuel vai fazer o que o avô exige dele. Ninguém irá tomar a presidência de nosso filho.
- Tomara que saiba o que está fazendo e essa festa não acabe em confusão.
- Manuel não irá fazer cena na frente de todos os nossos amigos, só não posso garantir depois.
***
- Mãe?
- O que?
- Perguntei porquê disse que essa festa é especial? (pergunta Manuel)
A mãe sorrindo fala.
- Seu pai queria uma ajuda com alguns investidores e eu o fiz convidá-los, é uma boa maneira de estreitar laços comerciais.
- Sua mãe tem razão. E você já pode começar a aprender a lidar com eles, essa festa é uma ótima oportunidade.
- Tá bom. (falou Manuel)
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