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Duquesa De Sangue

Reencontro

Reencontro

No final do século XIX, precisamente em dezembro de 1888, em uma remota aldeia nas proximidades do lago Ciric, na província da Moldávia, Romênia, morava o Duque Albert Drummond. Um atraente e misterioso homem que vivia isolado, tendo por únicas companhias seus criados e seu jovem filho e herdeiro Eduard.

Albert estava viúvo a poucos anos e desejava reencontrar uma mulher que ele jamais esquecera. Agora haviam indícios que sua procura havia finalmente chegado ao fim. Sua solidão era um tormento, porém seria necessário um plano para aproximar-se da moça, pois revelar que ele é um vampiro e que estava amaldiçoado seria uma tarefa difícil para qualquer um, até para um homem sedutor como ele.

— Filho, finalmente a encontrei, ela renasceu e trabalha na taberna do vilarejo, mas ainda não sei como me aproximar dela...

A possibilidade de ser rejeitado o amedrontava, entretanto, seu filho em sua inocência infantil lhe sugeriu:

— Traga-a para o castelo pai... depois de te conhecer melhor, com certeza ela te dará uma chance!

— Eduard... relacionamentos não são simples assim... se ela descobrir quem realmente somos, não terei nenhuma chance.

— Então busque-a enquanto ela dorme pai, e se precisar, hipnotize-a. — Sugeriu o garoto com tranquilidade.

Ainda pensando em como se aproximaria de sua amada, Albert decidiu que precisava observá-la de perto. Desejava conquistá-la e almejava que ela o acompanhasse por vontade própria, sem precisar usar nenhum artificio. A ideia de seu filho além de inadequada, poderia surtir resultados contrários aos que ele ambicionava, poderia afastá-la dele definitivamente.

Mesmo sem ter um plano em mente, após vigiá-la por mais de um mês, resolveu de forma impulsiva que deveria ir vê-la, sem se importar que naquele mesmo dia a primeira noite de lua cheia o aguardava, e com ela a maldição.

Disfarçou-se para não chamar atenção, prendeu os longos cabelos loiros, deixou a barba por fazer e por fim, pegou com os empregados roupas simples, óculos e uma cartola.

Dirigiu-se ao vilarejo e entrou na pousada Sweetspell. Como

tratava-se de um local público, não foi preciso ser convidado, sentou-se em uma das mesas e rapidamente a avistou. Aparentemente, sua amada era a única trabalhando no local.

— Boa tarde senhor! O que deseja? — Perguntou Wynnie educadamente.

A palavra “você” quase pulou de seus lábios entreabertos, conteve-se e gaguejou procurando disfarçar a voz:

— U-uma g-garrafa de v-vinho.

— Alguma preferência, meu senhor? — Indagou afável.

— S-surpreenda-me. — Respondeu com a voz falha.

— Já retorno com seu vinho Milorde. — Afirmou docemente.

Albert sorriu acompanhando-a com os olhos, ela retornou alguns minutos depois, trazendo em uma bandeja o vinho e um copo, ele, mais calmo, pagou a bebida aproveitando para tocar de leve sua mão com o indicador, dizendo sem gaguejar:

— Fique com o troco.

— Tem certeza senhor? É muito...

— Tenho! Compre algo bonito para você.

Ela agradeceu sorrindo com timidez e foi até o caixa guardar o dinheiro do vinho, a tia da jovem, Dorina, viu a generosa gorjeta que Albert havia lhe dado e perguntou com rispidez:

— O que é isso?

— Ganhei do cavalheiro de óculos e cartola.

— Está se prostituindo menina?

— Claro que não tia...

— Pois ficarei com isso! Além do mais... para que você precisaria de tanto dinheiro? Não lhe falta nada aqui.

Wynnie preferiu não responder, engoliu o choro, deu adeus ao vestido novo que compraria com aquele dinheiro e seguiu trabalhando, terminando de passar o pano no chão.

Ela havia acabado de limpar os banheiros e precisava trocar a agua do balde, mas estava cansada de mais para ir até a fonte na praça do vilarejo, o balde estava tão pesado e faltava tão pouco para terminar a limpeza das mesas do salão... decidiu que trocaria a água mais tarde, quando fosse limpar os quartos.

Usando sua audição aguçada Albert ouviu todo o diálogo de sua adorada dama com a tia, mas isso não era nada comparado ao que ainda estava por vir.

O vampiro bebeu o vinho de seu copo de um gole só enraivecido, pensando em tudo que ela devia estar passando e em como ele a libertaria daquela vida servil.

Enquanto a moça limpava um dos frequentadores da taberna

propositalmente derramou sua bebida e a chamou:

— Mocinha... aconteceu um acidente aqui.

A jovem inocentemente aproximou-se para secar o chão, não notou o cliente rindo, nem que o mesmo, a olhou com maldosa cobiça quando ajoelhou próxima a ele.

Wynnie terminou de limpar, o homem malicioso, sentado na frente dela virou a garrafa de vinho em seu colo:

— Faltou aqui mocinha... — Disse ele com desdém e vulgaridade.

Wynnie sentiu nojo, mas infelizmente situações como aquela eram corriqueiras, ela ia se afastar daquele ser repulsivo, mas o homem a puxou pela cintura e colocou a mão dela sobre seu órgão genital. Ela tentando se esquivar acabou caindo. Todos no salão, com exceção de Albert, riram dela. Encabulada tentou se levantar, mas o balde de água suja virou e ela novamente caiu no piso molhado. Aproveitando-se que Wynnie estava caída no chão, o vulgar homem a molestou tocando suas partes intimas.

A pobre moça impregnada pelo cheiro de vômito e urina, completamente encharcada pela água imunda do balde começou a chorar. Com dificuldade e extremamente envergonhada, ela se levantou em meio aos risos e olhares irônicos.

Albert assistiu a tudo com indignação. Com evidente desequilíbrio, apertou o copo de vinho na mão com tanta força que o mesmo se despedaçou.

Wynnie olhou aquele homem com asco, tratando de sair dali rapidamente sem se preocupar com as consequências, sabia que a tia brigaria com ela, mas depois de toda aquela humilhação não conseguiria mais permanecer no local. Agarrou pela mão a pequena irmã Wendy, que brincava com uma boneca de trapos e voltou para casa.

O Duque ficou descontrolado, pegou a garrafa de vinho pelo gargalo e a quebrou na borda da mesa. Subitamente todas as risadas irônicas sessaram. Ele desejou segui-la, confortá-la, mas deu-se por conta que logo anoiteceria e que era a primeira noite do ciclo de lua cheia e tão logo a lua brilhasse sua maldição se manifestaria.

Precisava sair dali urgentemente, distraiu-se e agora estava correndo contra o tempo. Sua carruagem e seu cocheiro estavam longe da taberna, dirigiu-se até lá o mais rápido que pode, finalmente embarcou pedindo apressado:

— Retorne ao castelo Olivier.... Rápido! Estamos ficando sem tempo.

Surge Albertus

Surge Albertus

Enquanto retornavam a lua surgiu e Albert iniciou sua transição. Tessália, sua falecida esposa, em um ato de desespero e possessividade, havia o amaldiçoado com dupla personalidade.

Em agonia o nobre gritou, tentou lutar contra a maldição para ter tempo de chegar ao castelo, foi acometido por dores alucinantes que pareciam destroçá-lo. Finalmente, sem forças, foi vencido. Seus tranquilos olhos azuis tornaram-se vermelho-sangue e seu cabelo loiro escureceu até ficar negro como as penas de um corvo, já não era mais Albert... era Albertus, nome maldito cujo Tessália, a bruxa Herege, o batizou.

Chamou o cocheiro e ordenou tranquilamente:

— Olivier... dê meia volta... tenho assuntos inacabados na aldeia...

— Tem certeza Milorde? — Indagou surpreso.

— Não me desafie rapaz! — Respondeu sombrio.

O empregado com medo, resolveu obedecer a seu senhor e retornar à aldeia. Albertus esperou o homem deixar a taberna, pois já não tinha pressa... enquanto esperava pensava em como acabaria com a raça daquele bêbado miserável, já não estava mais com os óculos nem com a cartola... queria que aquele homem desprezível visse o rosto de quem poria fim em sua existência inútil. Finalmente o sujeito deixou o estabelecimento. Albertus o seguiu até um beco escuro, o alcançou, o segurou no ombro e com uma força brutal o girou e bateu as costas dele contra a parede de pedra.

— Ei! Está louco? — Disse o homem surpreso.

— Você que está louco se pensa que sairá impune ao que fez aquela moça na taberna da pousada... a humilhou para se divertir e profanar seu corpo!

— É por isso que está zangado? — Desdenhou o homem gargalhando.

— Está tendo um caso com aquela vagabunda maltrapilha? Desculpe... eu não sabia. — Prosseguiu.

Albertus pegou o homem pelo colarinho da camisa, novamente o bateu contra a parede de pedra com muito mais força que da primeira vez, dizendo furioso e aterrador:

— De que você a chamou miserável? Essa mulher que você

está insultando é minha rainha... e você acabou de assinar a sua sentença de morte!

Albertus fez suas presas surgirem ainda mais proeminentes e ferozes, quando o molestador viu que se tratava de um vampiro mudou completamente sua postura:

— Perdão senhor... eu... eu prometo que jamais a importunarei novamente!

— Tenho certeza disso seu bastardo! Afinal... homens mortos não mentem!

O vampiro rasgou o pescoço do homem a dentadas como um animal selvagem, bebendo seu sangue sem deixar uma única gota para trás, dessa forma, herdou sua aptidão para manusear punhais. O Duque abandonou seu corpo dilacerado no beco, assim as autoridades pensariam que sua morte foi causada por um ataque de lobo. Arrumou a gravata e satisfeito retornou a carruagem, suas mãos, seu rosto e sua roupa estavam sujas de sangue. O cocheiro amedrontado observou tudo em silencio... o nobre entrou no coche e disse com tranquilidade:

— Podemos ir Olivier.

Retornaram ao castelo, Albertus estava inteiramente saciado e cantarolando sua canção de ninar favorita.

Nos dias que se sucederam, Albert continuou a observá-la, entretanto, manteve-se um pouco mais afastado, precisava retornar mais cedo ao castelo, não permitiria que novamente a maldição o pegasse desprevenido pondo sua amada em risco. Pediu a seu mordomo, Jean Pierre, que o trancasse em seu caixão com correntes de prata. Comportou-se com esse cuidado durante todo aquele período lunar, na última noite do ciclo ele quase conseguiu escapar, mas exausto, desistiu antes de conseguir romper as correntes.

Passou a vigiá-la constantemente todos os dias, Wynnie não dava nem um suspiro sem o olhar atento de Albert a invadir sua privacidade. Sem jamais falar com ela novamente, o nobre acompanhava todos os seus passos. Notou que não era o único interessado nela, um outro homem também a cercava sem trégua... não queria disputá-la, não poderia perdê-la, estava ficando sem tempo.

Naquela manhã o Duque a seguiu até o lago e escondido a admirou. Lembrou que foi ali que a viu a primeira vez, há muito

tempo, em sua outra vida, naquela tarde de primavera em 1748.

Apesar do frio intenso, Wynnie tirou sua roupa e foi se banhar, ela acreditava que estava sozinha ali nas margens, então dispensou qualquer tipo de cuidado. Por ter poucos recursos, usava flores e ramos de lavanda para perfumar-se e lavar os cabelos. Por mais que se banhasse e se esfregasse até sua pele avermelhar, sentia-se suja desde o dia que foi humilhada na taberna, como se o cheiro da água imunda estivesse impregnado em sua alma.

Chorou silenciosamente ao se lembrar dos acontecimentos daquele dia e apesar de saber que jamais veria novamente aquele homem horrível, pois o mesmo foi encontrado morto em um beco vítima de um ataque de animal, a cena dele a molestando não saia de sua cabeça, com estas lembranças a perseguindo saiu do lago e foi se vestir.

Albert ao vê-la nua tão próxima a ele, ficou nervoso e fez barulho ao pisar em um galho seco. Wynnie ouviu o ruido e ficou com medo, o vampiro temendo ser descoberto transformou-se em lobo e saiu do lago em disparada, a jovem viu um enorme lobo branco correr entre as arvores e se assustou. Seria aquele o animal que atacou seu agressor? Rapidamente, terminou de se vestir e retornou a pousada, pois muito trabalho a aguardava.

Com o fim do período de lua cheia, Albert passou a observá-la também a noite, durante seu sono, através da janela de seu quarto. Estava completamente obcecado por ela e também estava há vários dias sem conseguir dormir, já não dispunha tempo para cortejá-la, mais um mês já havia se passado e mais uma vez a lua cheia retornaria trazendo consigo a maldição.

Temendo que Albertus a atacasse, e que apenas correntes não o deteriam, o Duque refugiou-se no castelo de seu irmão mais novo, Richard, passando as noites acorrentado com prata em uma cela da masmorra até aquele novo ciclo lunar terminar.

Apesar da sugestão do filho ser inapropriada, após pensar por vários dias o Duque não conseguiu encontrar outra solução. Depois de semanas observando a moça e sua pequena irmã, Albert resolveu agir naquele agradável início de março.

De volta ao seu próprio castelo, o nobre comunicou a seu pequeno Eduard que seguiria seu conselho e a buscaria:

— Filho... tenho observado minha amada e vi coisas de cortar o coração. Resolvi seguir seu conselho e a trarei aqui hoje à noite. Durma bem meu pequeno Ed, descanse, pois amanhã teremos companhia. — Confessou o nobre acolhendo o pequeno em seus braços.

Eduard alegrou-se e tratou de apoiar seu pai:

— Pai... não se preocupe, vai dar tudo certo!

O garoto ficou muito ansioso e não conseguiu dormir, não via a hora de conhecer o grande amor de seu pai. Sendo assim,

resolveu esperar o retorno de Albert acordado.

Naquela tarde, o vampiro sobrevoou a cidade transformado em morcego pousando atrás da taberna para recuperar a forma humana, distante de olhares curiosos. Ao longe avistou a pequena Wendy na praça tentando bombear água do poço, aproveitando-se da dificuldade da menininha, Albert aproximou-se oferecendo-se para auxiliá-la.

— Boa tarde garotinha, deixe-me ajudá-la.

Wendy agradeceu e lavou as mãos. Ao perceber que a irmãzinha de sua amada retornaria para casa, Albert agiu:

— Diga-me uma coisa.... Você é irmã daquela moça que estava hoje cedo aqui na fonte?

— Sim.

— E ela se chama...

— Minha irmã se chama Wynnie. Wynnie Sweetspell.

O nome de sua deidade, de fato, soou como um doce feitiço em seus ouvidos, deixando escapar um sorriso no canto dos lábios, satisfeito, prosseguiu com seu plano:

— Hum.... Quantos anos ela tem? Será que ela gostaria de me conhecer?

— Wynnie completou 19 anos a alguns dias. Quanto a te conhecer, não sei... ela já tem um pretendente. Mas eu gostei de você tio e por isso, eu vou ajudá-lo.

— Sua irmã é realmente uma mulher muito bela! E você? Qual seu nome? E quantos anos tem? — Perguntou sem dar muita atenção ao suposto pretendente.

— Sou Wendy e tenho 6 anos. — Respondeu a menina mostrando sua idade com os dedos.

— Meu filho Eduard é quase da sua idade... vocês poderiam ser amigos.

Albert conversou com Wendy por muito tempo, logo já sabia tudo o que precisava para naquela noite ir buscá-las.

— Mais tarde, quando todos estiverem dormindo, deixe a janela do quarto dela aberta e fique ali me aguardando. Eu irei visitá-las. — Disse audacioso.

— Você vai ser namorado da minha irmã? — Questionou.

— Eu adoraria e nada me deixaria mais feliz.... Você estaria disposta a me ajudar e fazer o que for preciso? — Disse por fim o vampiro a sua nova aliada, que sem saber exatamente o que estava prometendo, aceitou.

Doce Rapto

Doce Rapto

Wynnie preparava-se para dormir após um longo dia de trabalho na pousada que pertenceu aos seus pais e que agora, estava sob os cuidados de sua tia. A moça, apesar disso, nunca desconfiou que era a verdadeira proprietária do estabelecimento. Morava com Dorina desde os 14 anos, em outro vilarejo, não fazia muito tempo que haviam retornado e reaberto a estalagem. Ajoelhou-se próxima da cama para fazer suas orações, rogava a Deus que de alguma forma sua sorte mudasse e que não precisasse mais trabalhar exaustivamente até o fim de seus dias.

Fazia meses que o homem misterioso não a visitava em seus sonhos, queria revê-lo, finalmente conseguiria visualizar sua fisionomia? Seria ele o rapaz que encontraria no fatídico dia que perdeu os pais naquele terrível incêndio?

Às vezes pensava que sua vida seria diferente se seus pais não tivessem morrido e se tivesse conseguido comparecer naquele encontro... Aquele cavalheiro lamentou sua ausência? Teria ele procurado por ela? Triste, pensou que nunca saberia... não poderia mudar seu passado, resolveu parar de pensar nisso e tentar dormir, achou que jamais tornaria a vê-lo e deveria se conformar com isso. Amanhã um dia longo a aguardava. Deu boa noite a sua pequena irmã e dormiu.

Mais tarde, naquela noite, Albert retornou à aldeia. Foi até a casa de Wynnie e bateu na janela do segundo andar onde ficava

o quarto das jovens. Wendy abriu a janela sorridente:

— Olá tio! Como vai? Por que demorou tanto? Como subiu até aqui?

— Eu... eu... eu escalei... sim, isso... eu escalei. Não vai me convidar para entrar pequena Wendy?

— Mas porque não entrou ainda?

— Quantas perguntas! Precisava ser uma menina tão inteligente? — Pensou Albert, fazendo uma pausa.

— Eu tenho uma superstição terrível... só entro em lugares onde sou convidado. — Respondeu por fim.

Wendy então, sem mais cerimonias, o convidou. O Duque entrou e pediu que a menininha pegasse seus vestidos pois, ela e a irmã passariam uns dias no castelo, como suas hospedes.

— No castelo? — Perguntou ela eufórica, sempre quis ir ao

castelo e seguiria sem hesitar, qualquer um que pudesse levá-la até lá.

— Vou pegar alguns para Wynnie também. — Prosseguiu.

— Não será necessário... um armário cheio de trajes novos a aguarda.

— Para mim também tio? — Questionou encantada.

— Mas é claro! Providenciarei o mais rápido possível todas as roupas que desejar!

Enquanto Wendy foi buscar seus vestidos, Albert tratou de hipnotizar Wynnie para que não houvessem dificuldades ao conduzi-la ao castelo. Gostaria que as coisas fossem diferentes, não se orgulhava de levá-la dali sem seu consentimento, mas devido a maldição, havia perdido a oportunidade de se aproximar dela e conquistá-la naquele dia em que se falaram na taberna.

O vampiro sentou na cama a despertando com cuidado, ela acorda assustada perguntando de forma insistente:

— Quem é você? O que faz em meu quarto? E como entrou aqui?

Ele olhando fixamente para ela, com seu penetrante olhar azul safira, responde de forma convincente:

— Não se preocupe minha bela... vai ficar tudo bem, prometo que todas as suas perguntas serão respondidas, sou um amigo e você pode confiar em mim. Agora volte a dormir.

Wynnie então adormeceu novamente, Albert ajoelhou ao lado da cama, admirando sua beleza, não resistiu e tocou em seu rosto carinhosamente, ela ainda dormindo, sorriu.

Wendy retornou com a trouxa de roupas, o Duque desceu com a menina pela janela depois voltou para buscar sua doce amada. Sozinho com ela no quarto a tomou em seus braços e por alguns instantes sentiu o seu perfume, suas presas surgem, cheias de desejo, foi necessário muito autocontrole para voltar a sua forma humana e não reivindicar seu sangue.

— Meu Deus... ela é linda. — Pensou suspirando, desejoso.

Rapidamente desceu com sua beldade pela janela levando as irmãs até a praça, onde a carruagem e Olivier já os aguardava.

Chegando ao castelo, a pequena Wendy estava maravilhada. Nenhum detalhe da decoração passou despercebido por seus pequeninos olhos verdes, tudo era incrível, principalmente o fato de estar ali. Wynnie ainda dormia e foi levada ao quarto de hospedes por Albert. Ele a colocou na cama cuidadosamente e

voltou ao saguão para acomodar a menina Wendy.

— Quero que conheça meu filho. Amanhã mesmo chamarei

uma modista para tirar suas medidas e encomendarei seus vestidos, como prometi.

Albert a levou ao quarto de Eduard, os apresentou e encheu o pequeno vampiro de recomendações, que tivessem cuidado para não se machucarem e que não fizessem nada errado.

— Filho, essa é Wendy, irmãzinha da minha amada rainha, ela é nossa hospede, seja um pequeno cavalheiro. Vou deixar vocês brincando, tenham cuidado para não se machucarem, farei companhia a Wynnie até ela acordar, mais tarde retornarei para ver como estão.

Eduard, surpreso com a presença de Wendy, balançou a cabeça concordando, mas após o pai se retirar e fechar a porta ele se transformou e pulou na direção da pequena garota.

— Vou te morder! — Declarou decidido.

Ela sem compreender o que acontecia, correu pelo quarto, derrubou objetos, esbarrou nos moveis, jogou um castiçal nele, sem conseguir acertá-lo. Entretanto, isso a distraiu e a fez tropeçar em um brinquedo, a pequena Wendy caiu e ficou imóvel admirada, mas, sem esboçar medo. Eduard se aproximou, estendeu a mão para ela na intenção de ajudá-la a se levantar, esboçou um pequeno sorriso e disse:

— Estou muito cansado para te morder... vamos apenas conversar. — Propôs o garoto ocultando o fato de que nunca mordeu ninguém.

Wendy ajudou Eduard a pôr o quarto em ordem, depois sentaram no chão e puseram-se a brincar, a menina nunca teve brinquedos, e seu novo amigo tinha muitos, tudo era muito curioso e ao mesmo tempo impressionante.

— O que é você? Seu pai me disse que tem quase a minha idade... — Perguntou ela curiosa.

— Somos vampiros... eu e meu pai e nos alimentamos de sangue... não é tão ruim quanto parece... não precisa ter medo, meu pai está apaixonado por sua irmã e jamais faria mal a ela. De certa forma, meu pai não mentiu. Se eu fosse humano, eu teria a sua idade, mas como não sou... tenho 75 anos, vampiros envelhecem mais lentamente.

A menina sorriu, pois, tinha certeza que seria fácil se acostumar com as novidades, um admirável mundo novo surgia diante de seus olhos e estava disposta a explorá-lo.

— Está com fome? Agora entendo porque Papai deixou essa cesta de frutas aqui, elas são para você.

Wendy se sentiu muito à vontade, sorrindo, aceitou as frutas.

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