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Inesquecível

Capítulo 1 - Prólogo

    Diário de Gabriela Muniz

Quando eu era pequena, minha mãe me disse que todo mundo tem um segredo. Suponho que estivesse certa. Meu nome é Gabriela, e esta é a história de meu segredo. Não é aqui que minha história começa. E nem é aqui que ela termina. É aqui, eu espero, que ela se cumpre.

  É a véspera de Natal de 2008. O céu noturno se recobre de flocos de neve, que ondulam indecisos no céu como as sementes flutuantes dos algodoeiros. Nossa bela casa perto do desfiladeiro cintila, iluminada por matizes dourados e é aconchegante. Há uma chama ardendo na lareira da sala de estar, sob um retrato de família com data estampada e encimada por uma tampa de madeira talhada, repleta com a nossa coleção e bonecos quebra-nozes alemães.

  A fragrância das folhas de pinheiro, dos brindes e das velas perfumadas preenchem a casa, assim como os aromas da culinária de Thomas. Thomas é meu marido e, na véspera de Natal, a cozinha é dele – uma tradição iniciada há sete natais e que espero que jamais termine.

 A terna e familiar paz dos cânticos de Natal compõe a trilha sonora da noite. Tudo está no lugar. Tudo está perfeito. É preciso que esteja. Esperei dezoito anos por esta noite.

Aguardamos a chegada dos convidados, nossos velhos amigos Melanie e Carlos e a nossa filha Luana e seu marido.

  Enquanto Thomas termina os preparativos, estou no andar de cima, no banheiro principal, tentando me recompor e torcendo para ninguém repare que estive chorando.

 A sós com meus pensamentos, retiro um antigo porta-joias de cedro do fundo da prateleiras superior de meu closet. Não me recordo quanto tempo faz desde que abri aquela caixa, mas ela está coberta de pó.

Acomodo-a no balcão do banheiro e ergo a tampa para desvelar o interior de veludo vermelho amarrotado e, dentro, a joia única – um delicado pingente de camafeu com o perfil elegante de uma mulher gravado em uma concha.

A imagem está presa a um engaste de outro, preso a uma vistosa corrente do mesmo metal. Tiro o colar da caixa. Faz muitos anos desde que o contemplei – muito mais desde que ele o deu para mim.

  Há uma razão para que eu não o use. Aquilo carrega tantos sentimentos que seria como se eu carregasse uma bigorna em volta do pescoço.

Mesmo agora, apenas de olhá-lo, sinto esse peso á medida que abro uma parte de minha mente que mantive fechada: a noite em Capri, quando ele me beijou e pousou o colar suavemente ao redor de meu pescoço.

Era um outro tempo, um outro mundo, mas as lágrimas rolam pela minha face da mesma forma que rolaram na época.

  Fecho o colar e me olho no espelho. Estou muito mais velha do que da última vez em que o usei. É difícil acreditar que dezoito anos se passaram.

  Por todos esses anos carreguei um segredo que não pude compartilhar com ninguém. Se o cantasse, ninguém teria acreditado. Ninguém compreenderia.

Ninguém, exceto o homem com quem divido o segredo. Durante precisamente dezoito anos ele não se lembrou. Esta noite, isso pode mudar. Nesta noite, o tempo emparelhou-se consigo mesmo.

Sei que isso não faz sentido para você, mas irá fazer.

  Minha história começa de fato em 1989. Existem anos em nossa vida que vêm e vão, e mal deixam um impressão, mas, para mim, 1989 não foi um deles. Foi um ano difícil, e por difícil não e refiro a passar um dia no Departamento de trânsito, refiro-me a algo difícil como um inverno siberiano, ao qual sobrevivi por pouco, e jamais poderia esquecer, por mais que o desejasse.

  Era o fim de uma década e de uma era. Foi um ano de contrastes, de Campo dos sonhos e de versos satânicos. Acontecimentos históricos notáveis encerraram a década – a queda do Muro de Berlim, o Massacre na Praça da Paz Celestial. Houve o falecimento de figuras notáveis também: Lucille Ball, Bette Davis e Irving Berlin. Meu primeiro marido, Fernando, também faleceu, mas é tudo que direi sobre isso no momento. Você irá compreender.

  Amei três homens em minha vida. Fui casada com Fernando por sete anos, e estou casada com Thomas há doze. Mas houve um homem entre os dois – um homem que sempre amarei -, mas um amor que nunca poderia existir.

Aconteceu pouco mais de dois messes após a morte de Fernando,no dia de Natal, quando ele entrou em minha vida e transformou quase toda a verdade de minha existência. Não é fácil explicar o modo como ele surgiu em minha vida, e para onde foi, mas farei o possível.

* Nota Da Autora: Espero que gostem da novel! Ela é totalmente diferente das histórias que já escrevi! Mantenha a mente aberta!

 

Capítulo 2 - O Acontecimento

  Há dias que vivem na infâmia, tanto para indivíduos quanto para nações. O dia 12 de fevereiro de 1989 foi o meu equivalente pessoal ao ataque a Pearl Harbor ou ao 11 de setembro.

Diário de Gabriela Muniz

 Minha vida nunca foi perfeita, mas até o dia 12 de fevereiro, ela estava muitíssimo perto disso. Era assim que eu pensava, ao menos. Meu marido Fernando estivera fora da cidade por vários semanas e chegara em casa por volta das três da madrugada.

Ouvi-o entrar no quarto, despir-se e se deitar. Rolei para o lado, beijei-o e coloquei meus braços em volta dele.

- Fico feliz que esteja em casa.

- Eu também.

  Não fora feito para ser a esposa de um vendedor. Minha concepção de casamento é ter alguém para dividir tanto os dias da semana quando os dois fim de semana. E, acima de tudo, odeio dormir sozinha.

Você poderia pessar que depois de cinco anos eu me acostumaria, mas não era assim. Nunca me acostumei. Fernando ainda dormia quando o radio relógio disparou, três horas e meia depois. 

 Desliguei o despertador, virei para o lado e me aninhei em seu corpo quente por alguns minutos, depois lhe dei um beijo no pescoço e pulei da cama.

Aprontei-me para o dia, acordei nossa filha Luana, de seis anos, fiz o café da manhã para ela a levei-a até a escola.

 Era uma rotina á qual me habituara ao logo dos últimos seis meses, desde que Luana entrara na primeira série e eu voltara a trabalhar. Com Fernando na estrada na maior parte do tempo, eu me tornara bastante independente em minha rotina.

Deixei Luana na escola e fui direto para o meu trabalho na Prompt Cleaners – uma lavanderia a seco, cerca de dois quilômetros de nossa casa em Holladay, Utah.

  Fernando ganhava o suficiente para que pudéssemos viver, ainda que não muito mais que isso, e o orçamento estava sempre apertado.

Eu trabalhava para que tivéssemos tranquilidade financeira, para os gastos extras, e para me tirar de casa quando Luana estivesse na escola.

Não era uma garota ambiciosa, e duvido que trabalhar em uma lavanderia qualifique alguém como tal, mas me enfurnar em casa sozinha o dia todo sempre me deixaria um pouco louca.

Estava no trabalho havia pouco mais de uma hora, nos fundos, passando ternos, quando Melanie veio me chamar para atender um telefonema.

Acenou para chamar a minha atenção.

- Gabriela, é para você. É da escola da Luana. Melanie – ou Mel, como ela gostava que a chamassem era minha melhor amiga no trabalho. Era, na verdade, minha melhor amiga em qualquer lugar.

Tinha trinta e oito anos, uma década mais velha que eu. Vinha de uma pequena cidade ao sul de Utah camada Hurricane (pronunciado Ru-ri-cãn, por seus habitantes), falava com o sotaque do lugar, com uma leve ênfase animada nas vogais, e usava expressões afetuosas com quase a mesma frequência que o rap usa palavrões.

  Era casada havia dezoito anos com Carlos, que trabalhava na companhia telefônica, e fazia bicos ocasionais na guarita de uma construtora. Tinha uma filha, Jane, umanversão loira de dezesseis anos da mãe, Jane também era a babá preferida minha e de Luana.

  Adoro Melanie. É uma dessas pessoas que o céu raramente manda para a terra – uma alegre combinação de loucura e graça. Era uma amiga como Melanie.

- Você me ouviu, querida? – repetiu. – O telefone.

- Eu ouvi. gritei por sobre o assobio da máquina de passar. Pendurei o terno que estava passando, e caminhei até a frente da loja.

- É da escola? Melanie me entregou o telefone.

- É o que a moça falou. Joguei meus cabelos para trás e coloquei o aparelho na orelha.

📱

- Alô, aqui é a Gabriela.

Uma voz jovem e feminina disse:

- Senhora Muniz, meu nome é Larissa. Sou a enfermeira do Hugo Reid. A pequena Luana está se queixando de dores de cabeça e de uma irritação no estômago. Está aqui deitada em minha sala. Acho que ela provavelmente precisa voltar para casa.

 Fiquei surpresa, já que Luana se sentia perfeitamente bem uma hora antes, quando me despedi dela.

- Está bem, claro. Estou no trabalho agora, mas meu marido está em casa. Um de nós estará ai dentro de meia hora. Posso falar com Luana?

- Claro. No momento seguinte, a voz de Luana irrompeu baixinha no telefone.

- Mamãe?

- Oi, minha querida.

- Não estou me sentindo bem.

- Que pena, meu amor. Papai ou eu vamos pegar você. Logo estaremos ai.

- Tudo bem.

- Eu te amo, meu bem.

- Eu também te amo, mamãe. Tchau.

📱

Desliguei o telefone. Melanie me fitava da caixa registradora.

- Está tudo bem?

- Luana está doente. Ainda bem que Fernando está em casa. 

Liguei para casa e deixei o telefone tocar ao menos uma dúzia de vezes antes de desligar. Resmunguei, olhei para Melanie e balancei a cabeça.

- Saiu? perguntou Melanie.

- Ou isso ou ainda está dormindo. Preciso buscar Luana. você pode me cobrir? 

- Pode deixar.

- Não sei como está a agenda de Fernando. Talvez eu não consiga volta.

- Não se preocupe, o dia está calmo.

- Obrigada. Fico devendo uma.

- Você me deve muito mais que uma, amiga - ironizou Mel.

- E, algum dia, vou cobrar.

  A escola de Luana ficava a apenas seis quarteirões da lavanderia, a poucos minutos de carro. Estacionei na frente da escola e caminhei até a secretaria.

O secretário me aguardava e me conduziu até a enfermaria. Luana estava deitada sobre uma maca, com os olhos fechados, e a enfermeira se encontrava ao seu lado. Aproximei-me da maca, me inclinei e beijei a sua testa. 

- Oi, querida.

Seus olhos se abriram devagar.

- Oi, mamãe.

Suas palavras eram um pouco ininteligíveis, e seu hálito tinha um cheiro forte de vomito.

A enfermeira falou:

- Sou Larissa. Você tem uma garotinha muito meiga, aqui. Sinto muito por ela não estar bem.

- Obrigada. É estranho, ela estava bem esta manhã.

- A senhora Rossi disse que ela parecia bem quando chegou, mas depois começou a se queixar de dor de cabeça e dor de estômago por volta das dez horas. Medi sua temperatura há meia hora, mas estava normal, 36,8ºC.

Balancei a cabeça mais uma vez.

- Estranho.

- Talvez seja uma enxaqueca – disse a enfermeira. – isso explicaria a náusea. Ela vomitou há uns minutos Esfreguei a bochecha de Luana. 

- Puxa, querida. 

- Ela nunca teve enxaqueca. Talvez um pouco de repouso ajude. Obrigada.

- Não há de quê. Direi á senhorita Rossi que Luana foi para casa.

Inclinei-me ao lado de Luana.

- Vamos, querida?

- Ahã. Ergui-a nos braços, e levei-a pendendo sobre meus ombros até o carro.

la não falou muito enquanto eu dirigia para casa, e, sempre que me virava para trás, ficava surpresa em ver como ela parecia doente. Adentrei a garagem torcendo para Thomas ainda estivesse em casa, mas seu carro não estava ali.

Levei Luana para dentro, e deitei-a em nossa cama. Ela ainda estava letárgica.

- Você precisa de alguma coisa, coração?

- Não Ficou de bruços e afundou a cabeça em meu travesseiro. Puxei o lenço até seu pescoço. Sai do quarto e liguei para o ramal de Fernando, mas tudo que consegui foi ouvir a mensagem da caixa portal.

Liguei para Melanie, paraavisá-la de que aparentemente não voltaria ao trabalho naquele dia.

📱

- não se preocupe, meu bem – ela respondeu. – Eu a cubro.

- Eu te amo – disse.

- Eu também. De um beijo na Lu, por mim. 

📱

                                                                             

Capítulo 3 - O Retorno

 Luana ficou na cama durante o resto da tarde, dormindo na maior parte do tempo.

Por volta da uma da tarde, dei-lhe uma torrada com soda.

Meia hora depois, ela vomitou novamente, e se encolheu, dobrando os joelhos e reclamando de dor de estômago.Sentei-me na cama ao seu lado, esfregando suas costas.

Para o jantar, fiz canja de galinha, que ela tomou sem vomitar.

Fernando não chegou em casa antes das sete horas. 

- Oi,querida.

Disse.

– Como foi seu dia?

Acho que precisava de alguém para extravasar a ansiedade do dia.

- Terrível!

Disse, séria.

– Onde você esteve? Ele me olhou com curiosidade, sem dúvida tentando imaginar o que fizera de errado.

- Você sabe como é quando volto para a cidade, é uma reunião atrás de outra.

- Eu tentei achar você em seu ramal.

- Como eu disse, estava em reuniões. Se eu soubesse que você estava tentando me achar... 

Abraçou-me.

- Mas estou aqui, agora. Que tal se levar você e Lu para jantar fora?

Abrandei minha voz.

- Desculpe, foi um dia difícil. Luana não está se sentindo bem.Tive de buscá-la na escola. E já fiz uma canja de galinha para o jantar.

Ele se endireitou, visivelmente preocupado.

- Doente? Onde ela está?

- Na nossa cama.

Foi vê-la imediatamente. Acendi o fogão, para esquentar a canja, e segui Fernando até nosso quarto. Luana deu um gritinho quando o viu.

- Papai!

Ele se sentou ao seu lado na cama.

- Como está minha macaquinha?

- Não sou uma macaquinha.

- Você é minha macaquinha. Você é meu pequeno babuíno. Deitou-se ao lado dela, seu rosto próximo ao de Luana.

- Mamãe me disse que você não está se sentindo bem.

- Estou com dor de barriga.

Ele beijou sua testa.

- Talvez porque você tenha comido todas aquelas bananas.

- Não sou uma macaquinha! – repetiu Luana, alegre

Não pude deixar de sorrir.

Era bom vê-la feliz de novo. Luana adorava Fernando, e sentia muita falta quando ele estava fora, o que acontecia ao menos duas semanas todo mês. Eu seu favor, Fernando sempre fazia o possível para estar conosco.

Ligava todas as noites para perguntar como fora o meu dia e dar boa noite para Luana.

- Você jantou?

- Mamãe fez canja de galinha para mim.

- Estava gostosa?

Assentiu com a cabeça.

- Acho que vou tomar um pouco, se você ainda não tiver comido tudo.

Ergueu as sobrancelhas.

- Você comeu tudo, minha porquinha.

Ela riu.

- Você disse que eu era uma macaquinha.

- É verdade. Então fique na cama e não suba mais em árvores.

Ela riu mais uma vez.

- Eu não sou macaquinha!

- Era só para ter certeza.

– Fernando beijou sua testa, levantou-se e caminhou para fora do quarto, fechando a porta delicadamente atrás de si.

- O que há com ela? Parece que perdeu peso.

- Não sei. Na escola, saiu da sala com dor de cabeça, e depois vomitou.

- Ela está com febre?

- Não. Talvez seja apenas uma pequena enxaqueca, ou algo assim. Acho que até amanhã já terá passado.

Abracei-o.

– Estou feliz que finalmente esteja em casa.

- Eu também.

– Ele me beijou.

— Mais do que imagina.

E então me beijou novamente.

Beijamo-nos por vários minutos. Empurrei-o.

- Você sentiu a minha falta!

Falei, provocando-o.

- Então, a pequenina vai dormir na nossa cama hoje á noite? 

Sabia por que ele estava perguntando, e isso me alegrou.

- Não. Ela dormirá em sua própria cama.

- Que bom Senti sua falta.

- Eu também.

Disse.

– Odeio uma cama fria. 

    

- Eu também. 

Ele me beijou mais uma vez, e depois se afastou.

- Quer dizer que você fez uma canja? Tirei os cabelos do rostos.

- Sim. Já deve estar quente. Quer pão? Eu assei alguns daqueles pães congelados.

- Adoraria. alguns. Caminhamos de volta para a cozinha.

Fernando sentou á mesa, e fui para o fogão.

A canja estava começando a ferver. Desliguei o fogo e entornei uma concha em um prato.

- E então, como foi em Phoenix? Ou era Tucson?

- Ambos.

Saí-me bem nos dois lugares.

A economia está aquecida no momento, e os hospitais andam bem folgados em seu orçamento. E o clima no Arizona é fantástico, céu azul, e a temperatura fica por volta dos 20ºC. 

- Eu gostaria de ter ido. Não se deveria respirar um ar que se pode enxergar.

- É, tive um ataque de tosse no momento em que entrei no vale. Precisamos de uma boa tempestade de neve para limpá-lo. Por volta de fevereiro, a neve em Salt Lake é tão suja e cinzenta quanto a parte inferior de uma automóvel, e, com muita

frequência, o ar também. O vale de Sail Lake é rodeado pelas Montanhas Oquirrh

ao oeste, por isso, quando uma frente fria de baixa pressão avança, a poluição

fica represada ali até que uma grande tempestade a leva.

- Fico pensando se estou apanhando alguma coisa, como a Luana. Ontem me levantei cedo para malhar, mas não tinha energia. Acabei voltando para a cama.

- É provável que não esteja dormindo o suficiente. A que horas chegou esta

madrugada?

- Por volta das três.

- Eu realmente gostaria que você não dirigisse tão tarde. Não é seguro. Coloquei o prato de canja, com uma grossa fatia de pão quente, na frente de Fernando.

- Quer manteiga para o pão?

- Sim. E mel, por favor.

Peguei o prato de manteiga e o pote de plástico com o mel e os dispus sobre a mesa, perto de Fenando; e sentei ao seu lado, meus cotovelos sobre a mesa, e as bolachas apoiadas na mãos.

- Se Luana estiver doente amanhã, posso deixá-la em casa com você?

- Pela manhã eu não posso. Temos uma reunião de vendas ás nove, e depois encontrarei Dean para tentar impedi-lo de restringir meu território.

- E á tarde?

- Dou um jeito.

Colocou um pouco de mel sobre o pão com

manteiga.

- Você acha que ela ainda estará doente?

- Provavelmente não. Mas só por precaução.

Mordeu um pedaço de pão, e acompanhou-o com uma colherada de canja.

- Como está a canja? – perguntei.

- Você faz a melhor canja de galinha que eu conheço. Quase vale a pena fica doente por ela.

Sorri com o elogio.

- Obrigada.

- E como vão as coisas para as funcionárias da lavanderia? A Mel já foi contratada?

- Ainda não. Mas, em algum momento, irão acertar as coisas com ela.

- Sabe, todas essas viagens não ficam mais fáceis com o tempo – disse ele.

– É solitário ficar na estrada. Eu realmente senti sua falta nesse período.

- Eu também. Odeio a vida de esposa de um caixeiro viajante.

- Isso soa como uma musica country

Ele disse.

– Ou uma peça de Arthur Miller.

- Espero que não. A peça, ao menos. 

Sorriu e sorveu outra porção de canja.

- Eu também. A peça.

                               

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