Alice:

Olá, eu me chamo Alice Alcântara de Medeiros, tenho 22 anos, sou ruiva e tenho olhos verdes. Sou filha de Letícia e Francisco. Vocês já devem ter ouvido falar um pouco de mim ao longo da história da Juliana e do meu irmão Diego, mas agora resolvi contar um pouco mais sobre mim.

Sempre fui uma menina tímida e na minha, escondida atrás das sombras dos meus irmãos. Gustavo, meu irmão mais velho, seguiu os passos do nosso pai e hoje ajuda a cuidar da empresa da família. Ele sempre foi um mulherengo, não gostava de compromissos, até que conheceu a Renata e mudou completamente. Agora é um pai de família, casado, e tem um filho chamado Miguel.

Meu outro irmão é o Diego — um verdadeiro pedaço de mau caminho! Eu até falei para a Juliana que, se ele não fosse meu irmão, eu mesma teria me casado com ele. É sério! Sou apaixonada pelo meu irmão. Ele é advogado, gentil, educado e muito romântico. A Juliana tirou a sorte grande. Aliás, Juliana e Renata são mãe e filha, e ambas são minhas cunhadas. Mas, por termos a mesma idade, acabei me aproximando mais da Juliana.

Depois de terminar o ensino médio, Juliana resolveu cursar Administração para ajudar o pai nas empresas. Eu também optei por Administração, mas não queria seguir os passos do Gustavo e trabalhar na empresa do meu pai. Queria conquistar meu espaço sem depender do nome Medeiros. Foi então que decidi procurar um estágio. E foi aí que conheci a Freemont Empreendimentos LTDA e sua presidente, Ana Paula Freemont Franzatto.

Ela se tornou uma inspiração para mim. Mesmo sendo filha do dono, passou por todas as etapas: fez faculdade, estagiou e, com muito mérito, chegou à presidência. É assim que quero seguir: com esforço e dedicação. Por isso, decidi não trilhar esse caminho nas empresas da minha família, e sim procurar meu próprio caminho. Passei por um processo seletivo, estou estudando e estagiando na Freemont. Mesmo triste, meu pai resolveu apoiar minha decisão.

Meus pais são um casal que se ama muito e lutaram bastante para estarem juntos. Meu pai vive para realizar os desejos da minha mãe. E o desejo dela, no momento, é ter netos! É sério — ela já tem o Miguel e agora a Juliana está esperando um bebê. Mesmo assim, vive me incentivando a ter um filho. Não que eu não queira, mas ainda não encontrei a pessoa certa.

Juliana diz que, quando eu encontrar o homem dos meus sonhos, vou saber na hora — como aconteceu com ela quando viu o Diego pela primeira vez. Eu espero que isso aconteça comigo também, apesar das tentativas da minha mãe de mudar o meu visual. Ela diz que, do jeito que me visto, nenhum homem vai se interessar. Conseguiu transformar o visual da Juliana, mas comigo não teve muito sucesso. Mudei um pouco, comecei a usar maquiagem, mas foi o máximo que consegui.

Bom, o que posso dizer é que a continuação da minha história vocês verão em um novo capítulo...

Fernando:

Olá, eu me chamo Fernando Freemontt. Sou o filho mais novo de Elisa e Alberto Freemontt. Tenho 24 anos. Ao contrário dos meus irmãos, não gosto de manter a barba — as meninas dizem que minha pele é macia e adoram fazer carinho, dizendo que tenho "pele de bebê".

Sempre fomos três irmãos. O mais velho, Frederico Freemontt, é piloto de avião. O do meio, Felipe Freemontt, é cirurgião plástico, mas decidiu deixar a carreira de lado para ajudar na empresa depois que nosso pai sofreu um AVC, anos atrás, após uma denúncia falsa de sonegação fiscal e caixa dois.

Antes de eu nascer, quando meus irmãos ainda eram crianças, uma empregada da nossa casa drogou o meu pai e teve uma relação com ele. Dessa relação nasceu Ana Paula, nossa irmã. Talvez vocês já conheçam um pouco da história dela, mas vou resumir.

Meu pai sempre financiou os estudos de bolsistas em uma universidade. Escolheu Ana Paula Mendonça, uma das melhores alunas de Administração. A mãe dela adoeceu e faleceu, e Ana Paula já frequentava a nossa casa. Ela era tão querida que nós três a adotamos como irmã. Nossa mãe, que sempre sonhou em ter uma filha, ficou encantada com ela. Após a morte da mãe de Ana Paula, descobrimos que ela era justamente a mulher que havia drogado nosso pai — e assim descobrimos que Ana Paula era nossa irmã.

Meus dois irmãos também tinham três amigos próximos: Ricardo Franzatto, dono da maior empresa do país; Eduardo Vasconcelos, advogado e vice-presidente das empresas Franzatto; e Marlon Soares da Cunha, neurocirurgião e filho do reitor da universidade. Ana Paula teve um relacionamento com Ricardo, mas uma armação da ex-namorada dele causou a separação, e ela acabou se casando com Marlon. Com o tempo, descobriu a verdade, separou-se de Marlon e voltou para seu grande amor, Ricardo.

No meio dessa turbulência, surgiu a denúncia contra nossa empresa. Foi aí que meu pai teve o AVC e ficou incapacitado de seguir à frente dos negócios. Apesar de estar lúcido, ele preferiu se aposentar. Meu irmão Felipe passou a apoiar Ana Paula na gestão da empresa.

Meu sonho sempre foi ser presidente da empresa e seguir os passos do meu pai, pois admiro muito a união e o amor dos meus pais. Quero o mesmo para mim: uma boa esposa, filhos, e poder cuidar da nossa empresa. Mas quero ser um empresário moderno — nada de ser só o "engomadinho". Tenho meu próprio estilo.

Como ainda era jovem para assumir grandes responsabilidades, continuei estudando e entrei no processo seletivo da empresa para estagiar. E foi nesse processo que conheci uma linda ruivinha de olhos verdes...

Alice:

Sempre fui uma menina muito tímida. Vocês podem até perguntar: “Mas com a mãe que você tem, toda alto-astral, como consegue ser tímida?” Sim, eu sempre fui de poucos amigos. Tinha apenas algumas colegas, filhas das amigas da minha mãe, mas não eram tão próximas de mim. Quem se tornou minha melhor amiga foi minha cunhada Juliana, assim que ela começou a frequentar a minha casa, antes mesmo de namorar meu irmão Diego. Por termos a mesma idade, nos demos bem logo de cara. Tanto que, mesmo no final do último ano do ensino médio, eu me mudei para a escola dela.

Mas isso vocês devem se lembrar de outras histórias... Quando ela sofreu um acidente e ficou em coma, tive que seguir sozinha, mesmo com a Emily tentando ficar no meu pé. Mas eu não gostava nada dela, pois ela só esperou o momento em que Juliana e Diego brigaram para dar em cima do meu irmão. Ficou o tempo todo ao lado dele se fazendo de amiga da Juliana, sem realmente ser.

Mas, graças a Deus, Juliana se recuperou, e finalmente eles ficaram juntos e se casaram.

Eu passei um ano esperando para decidir o que fazer da vida, até que resolvi cursar Administração e iniciei a faculdade. Mas, para o meu azar, naquele lugar só havia patricinhas. E como eu não era como elas, virei a “esquisita”. Elas viviam pegando no meu pé, dizendo que eu era “filhinha de papai”, que tinha um emprego garantido e não precisava estar na faculdade, bastava trabalhar com meu pai. Mas eu não era assim. Queria vencer pelo meu próprio esforço.

Por isso me dediquei e resolvi participar do processo seletivo das Empresas Freemontt Empreendimentos LTDA, onde a mulher que me inspirou a lutar por mim mesma trabalhava.

No último ano, Ana Paula Freemontt Franzzato estava muito em evidência na mídia. Eu admiro demais a história dela: lutou, e mesmo ainda na faculdade, conquistou a vaga na presidência da segunda maior empresa do país — e a transformou na maior!

Por isso resolvi seguir os passos dela e me candidatei à mesma empresa onde ela começou, para trilhar um caminho parecido.

Ao chegar em casa, tive que dar a notícia ao meu pai. Ele me apoiou, mas ficou triste, pois queria que eu trabalhasse com meu irmão Gustavo.

Mas decidi construir minha própria carreira, assim como Diego. Passei nas duas primeiras etapas do processo seletivo para estágio e já estava na fase final. Hoje, quando saísse da faculdade, eu iria para a última etapa da seleção, onde, dos 20 finalistas, cinco seriam escolhidos como novos estagiários da empresa.

Estava no intervalo quando as mesmas patricinhas me cercaram e começaram com as mesmas gracinhas de sempre. Foi aí que eu o vi pela primeira vez.

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Fernando:

Este último ano foi muito difícil para minha família. Toda a história do AVC do meu pai... infelizmente, ele teve que deixar a empresa.

Minha irmã Ana Paula assumiu o comando, mas, como está grávida, meu irmão Felipe tem apoiado bastante.

O Fred continua com sua empresa de aviação. Sério, eu amo meus irmãos. Somos os melhores amigos. E agora temos nossa princesinha também. Mesmo eu sendo mais novo, somos muito unidos e amamos nossos pais.

Meu pai veio conversar comigo e disse que está muito orgulhoso de mim, que estou indo muito bem na faculdade, e que, se não fosse pela idade, apoiaria que eu assumisse um cargo na diretoria da empresa.

Mas eu decidi começar de baixo. Não queria ganhar nada de bandeja.

Mesmo o Felipe tendo assumido a vice-presidência sem passar por um processo seletivo, ele já tinha uma profissão antes de entrar na empresa. Eu ainda estou cursando a faculdade, então preciso seguir o mesmo caminho que a Ana seguiu.

Assim que abriram as vagas de estágio, me inscrevi. Queria ser alguém na empresa começando de onde ela começou.

O pessoal do RH não queria deixar que eu participasse do processo. Disseram que eu teria vaga garantida por ser filho do dono. Mas eu insisti: queria passar pelo processo seletivo como qualquer outro candidato.

Havia muitos concorrentes, e eu passei por todas as fases. Agora estou na final. Foi aí que, no meio dos 20 finalistas, meus olhos bateram em uma ruiva de olhos verdes lindos.

Ela era a menina mais linda que eu já tinha visto.

Fiquei com essa imagem na cabeça até ir para a faculdade. Era intervalo, e ao passar por um grupo de garotas, vi que no meio daquele círculo estava ela — a mesma ruivinha da empresa, sendo hostilizada por aquele bando de patricinhas folgadas.

Fiquei furioso. Fui direto até onde ela estava:

— Posso saber o motivo de vocês estarem incomodando essa garota?

— Ah!! Fernandinho, ela é filhinha de papai. Não tem por que estar cursando Administração se pode muito bem trabalhar na empresa do pai dela. Tá roubando o lugar de quem merece mais.

— Certo, Ludmila... pelo menos ela está estudando e fazendo o processo seletivo para entrar em uma empresa. Não é como você, que vive na banca do seu pai e só está aqui porque foi obrigada.

Aliás, sabia que o que vocês estão fazendo com ela se chama bullying? E que isso pode dar cadeia? Se eu não me engano, o irmão dela é um dos melhores advogados do estado. Se ela contar pra ele, em dois tempos você vai parar lá. Então eu acho melhor deixarem ela em paz.

— Nossa, Nandinho virou defensor dos fracos e oprimidos?

— Eu não tolero esse tipo de agressão, e você sabe muito bem que eu odeio quando me chamam de Nandinho. E de Fernandinho também. Você é insuportável, Ludmila.

Empurrei as garotas para abrir caminho e segurei a mão da ruivinha, tirando-a dali.

Fomos para um jardim nos fundos da faculdade, e ali, finalmente, pude me aproximar dela.

— Tudo bem com você?

— Eu estou bem, muito obrigada por me ajudar. Mas não precisava, eu já estou acostumada com elas.

— Elas não têm o direito de te tratar assim. Isso pode até ser caso de expulsão. Se quiser, a gente pode falar com o reitor. Ele é um grande amigo do meu pai.

— Não, tudo bem. Eu já tenho fama de filhinha de papai. Se expulsarem elas, vai piorar ainda mais pro meu lado.

— Você não precisa suportar isso. Pelo que percebi, estava se esforçando bastante lá na empresa. Espero sinceramente que seja uma das escolhidas.

— Você também está participando do processo seletivo para as Empresas Freemontt Empreendimentos LTDA?

— Sim, quero seguir o exemplo da Ana Paula.

— Você também admira ela? Pra mim, ela é uma espécie de ídolo. Quero seguir os passos dela.

— É verdade... minha irmã é uma mulher incrível.

— Você é irmão da Ana Paula?

— Fernando Freemontt, em carne e osso.

— Muito prazer, Fernando. Eu me chamo Alice Alcântara de Medeiros.

— Amigos, então?

— Claro.

E a partir desse dia, eu não saí mais de perto daquela ruiva linda...

Alice:

Os dias foram passando, e finalmente a resposta saiu. Estávamos os vinte reunidos na empresa quando um diretor do RH veio anunciar os nomes dos cinco que seriam contratados. Entre eles estavam eu e aquele que se tornou o meu protetor: Fernando Freemontt. Eu, a Bia e a Duda batemos palmas e nos abraçamos, pois nós três havíamos conseguido a vaga. Além de nós, um rapaz chamado Igor e o Fernando também foram selecionados.

Logo após comemorar com as meninas, Fernando veio até mim, passou a mão nos cabelos, estendeu a mão com aquele sorriso lindo que só ele tem. Dei um abraço nele e, no meio do abraço, olhei bem nos olhos dele… Foi então que ele me tomou em seus braços e me beijou.

foi o meu primeiro beijo, já estava acreditando na minha mãe que ninguém ia me olhar pelo jeito que eu era e ela queria que eu me vestisse como uma patricinha Mas esse não era o meu estilo mas nesse exato momento eu me sinto no céu com o beijo dele

–Ei ruiva me perdoe, mas seus lábios são irresistíveis

–fique à vontade para beijá-los quando quiser

–isso é um convite, porque se for eu aceito seus lábios são deliciosos

–já está mais que convidado

ele pegou seu  colête e me deu a mão e fomos para uma praça que ficava próximo à empresa e lá ele me tomou mais uma vez nos braços e me beijou cada vez com uma vontade maior

— Você não sai dos meus pensamentos desde que te vi sendo afrontada na escola. Sempre sonho com seus belos olhos verdes e seus lindos cabelos. Faz dias que meus lábios desejam os seus.

— Eu não sei se é certo estarmos juntos, mas você mexe comigo de um jeito que ninguém jamais mexeu.

— Você quer ficar comigo, gata? Passar os próximos dias ao meu lado e ver o que vai dar entre a gente?

— Eu aceito, Fernando. Eu quero ficar com você.

Ficamos ali na praça a tarde toda. Perdi a conta de quantas vezes ele me beijou. Eu já estava pisando nas nuvens e meu celular não parava de tocar — tinha dito à minha mãe que iria apenas saber o resultado e voltaria logo para casa. Mas o que eu podia fazer se o destino me pregou uma peça e colocou a felicidade bem na minha frente?

— Tá muito bom ficar aqui com você, mas já está tarde. Tenho que voltar pra casa. Minha mãe está ligando sem parar.

— Tudo bem, gata. Eu te levo.

Ele me levou de volta até a empresa, pegou o carro no estacionamento e me deixou na porta da minha casa. Nos despedimos com um beijo caloroso e eu esperei ele ir embora para poder entrar. Assim que cheguei, minha mãe já veio ao meu encontro, toda animada como só a Dona Letícia sabe ser.

— Alice! Eu não disse que você só iria à empresa saber do resultado e voltaria logo? Você fez isso só pra me enganar, né? E ainda com essas roupas inapropriadas pra trabalhar! Minha filha, você precisa se arrumar melhor. Como você vai arrumar um namorado assim? Não é porque o Gustavo já tem um filho, e a Juliana já está com minha netinha na barriga, que eu não quero ser avó de novo!

— Nem vem, mãe. Já não basta o Diego e o Gustavo serem pais… Agora você terá dois netos pra curtir e poderá me deixar em paz por um tempo. Eu fui só saber o resultado, mas como a sua filha é a mais nova contratada da Freemontt Empreendimentos LTDA, acabamos comemorando.

— O que você está me escondendo, Alice Alcântara de Medeiros? Você está diferente, com brilho no olhar…

— Nada, mamãe. Vou subir pro meu quarto.

Claro que não contei nada pra Dona Letícia. Se falasse, ela ia querer que eu fosse atrás do Fernando para apresentá-lo. Mas a verdade é que a gente só está ficando… não estamos namorando ainda. E, de qualquer forma, minha mãe percebe tudo — ninguém consegue esconder nada dela. Pouco tempo depois, alguém bate na porta do meu quarto. Peço para entrar… e é o meu irmão, Diego.

— Saudades da sua irmãzinha preferida? Já enjoou da vida de casado?

— Sempre tenho saudades de você, minha princesinha. E jamais vou enjoar da minha vida de casado. Amo minha esposa e estou muito feliz que, em breve, terei minha princesa nos braços. Mas vim aqui ver vocês. A mamãe disse que aconteceu algo com você?

— Ah, a Dona Letícia, né? Sempre fazendo tempestade em copo d’água. Só porque fiquei um pouco além do horário comemorando a contratação, ela já faz todo esse alvoroço.

— Alice, eu te conheço muito bem. Você está radiante demais pra quem só foi contratada como estagiária…

— Não foi nada, Diego. Apenas isso.

— Você nunca mentiu pra mim antes. Sempre fomos confidentes. O que aconteceu?

— Tenho vergonha de falar…

— Mas por quê? É algo ruim?

— Pelo contrário. É maravilhoso.

— Então não precisa ter vergonha de mim. Eu sempre vou entender e estar aqui pra te apoiar.

— Tudo bem, Diego… Mas não conta pra mamãe, senão ela vai fazer um escândalo.

— Prometo — disse ele, fazendo uma cruz com os dedos e beijando dos dois lados.

— Semana passada, conheci um rapaz na faculdade. Ele me defendeu de umas idiotas. E, pra minha surpresa, ele é filho do Alberto Freemontt — da empresa onde estou — e irmão da minha ídola, Ana Paula. Ele estuda na mesma faculdade que eu, está alguns anos à frente. Viu aquelas patricinhas zombando de mim e me defendeu. Ficamos amigos. Acontece que ele também estava participando do processo seletivo e conquistou a vaga, não por ser filho do dono, mas porque passou por todas as etapas. Hoje, quando fui cumprimentá-lo, acabamos nos beijando. Depois, ele me levou a uma praça próxima e me pediu para ficarmos juntos. Passamos a tarde juntos. Estamos ficando, mas se eu contar pra mamãe, ela vai querer que ele venha aqui e…

— …e vai vestir um smoking nele e já preparar seu casamento!

— Exatamente isso.

— É tão estranho olhar pra você e ver que já é uma mulher. Não é mais a menininha que precisávamos proteger. Confesso que fico com ciúmes de saber que um marmanjo botou as mãos em você. Mas se eu posso estar com a Juliana, que tem a sua idade, você também pode ter um namorado. Um futuro namorado, melhor dizendo. Só te peço que tome cuidado, Alice. Não se entregue sem ter certeza de que ele é o homem certo e merece esse presente. E saiba que eu estou aqui pra tudo o que precisar. Sou seu melhor amigo e você pode desabafar qualquer coisa comigo.

— Muito obrigada, Diego. Você é um irmão maravilhoso. Eu te amo tanto! E, se você não fosse meu irmão, eu e a Juliana brigaríamos feio pra saber quem ficaria com você.

Ele sorriu daquele jeito que eu adoro e disse:

— Se você não fosse minha irmã, seria a única mulher que me deixaria em dúvida entre você ou a Juliana. Mas, graças a Deus, você é minha irmãzinha querida. E eu tenho a mulher mais perfeita do mundo. Espero que você seja perfeita para o homem que um dia amar — e que ele seja perfeito pra você. Seu irmão está aqui para o que precisar.

Ele foi embora e eu fiquei passando os dedos nos meus lábios. Ainda podia sentir o sabor dos lábios do Fernando.

Acalma-se, Alice… Você não pode se apaixonar tão perdidamente por alguém que só quer ficar com você…