Giovana Andrade
Tomo mais um gole do café me divertindo com a agitação na cozinha, estão todos alvoroçados com a chegada do filho do patrão. Dizem que ele morou aqui quando criança, mas eu não era nascida, ou era muito pequena. E mesmo tendo vivido a minha vida quase toda dentro da fazenda, ainda assim, nunca cheguei a conhecê-lo, mas aparentemente ele é muito querido por aqui.
O senhor Jorge mandou preparar as comidas favoritas dele, e o que me surpreende é que a minha mãe sabe exatamente quais são. Eu sei que ela trabalha na casa do patrão há mais de trinta anos, mas o filho do patrão vem muito pouco aqui.
— Nina, quer mais alguma coisa? — Minha mãe, dona Marília, pergunta.
— Já estou satisfeita, o pão de queijo estava ótimo — Respondi e ela sorri para mim — Obrigada.
— O que você vai fazer hoje? — Ela pergunta enquanto começa a picar algumas cenouras.
— Tenho que conferir o gado e depois ir olhar uma vaca que acabou de parir — Respondo tranquila — Quero ver como ela e o bezerrinho estão.
Eu só saí da fazenda quando fui para Goiânia fazer faculdade, cursei veterinária e depois fui fazer uma especialização em animais de grande porte. O senhor Barros sempre deixou claro que eu teria um emprego quando terminasse os estudos. Além de ter financiado os meus estudos, isso foi muito bom para mim, e está sendo excelente para a minha carreira, mesmo que eu só esteja atuando aqui a cerca de seis meses, estou me saindo muito bem, estou muito feliz com o trabalho.
— Nina! — Escuto a Carolina me chamar. — Você poderia por favor buscar cebolinha para mim?
— claro — respondo enquanto me levanto.
— Não! — A minha mãe exclama alto. — Onde tá a Vanessa que não está nos ajudando, pede a ela pra buscar a cebolinha.
— Sem problemas, deixa eu mesma busco. — Falo. É melhor eu ir buscar essa cebolinha para evitar conflitos. Prefiro manter a paz do que economizar alguns passos.
— Se você encontrar a Vanessa pelo caminho, pede a ela pra vir aqui. — Minha mãe pede.
— Sim, eu falo pra ela. — Respondo enquanto saio da cozinha. — Volto já.
Caminho rapidamente em direção a horta, pois preciso ver a vaca recém parida. Ao chegar na horta, cumprimentei o seu João, que é o responsável pela horta, então colhi a cebolinha que a Carolina pediu. No caminho de volta à cozinha encontro a Vanessa, na área da casa. Respiro fundo porque sei que com certeza ela vai ser grossa.
— Vanessa! — A chamo com um tom de voz bem alto e contínuo quando ela me olha. —Minha mãe pediu pra você ir na cozinha agora.
— Eu sei das minhas obrigações, não precisa me falar. — Ela responde rispidamente.
— Parece que não sabe, pois você está aqui e não na cozinha. — Respondo com um sorriso debochado, mas dou de ombros. — Tchau, tenho mais o quê fazer.
E me viro e saio rapidamente ignorando o'que quer que ela fosse me responder. Não vou perder meu tempo discutindo com a Vanessa, tenho minhas obrigações, e nenhuma paciência para ela.
De volta a cozinha, entrego a cebolinha para a Carolina e dou um beijo na minha mãe de bom dia, porque não posso mais enrolar aqui.
— Até mais tarde — Digo ao me despedir delas.
Vou ao curral cuidar da vaca parida, nasceu ontem, mas é preciso estar sempre verificando e ter cuidado para que a vaca se recupere bem e o bezerro cresça forte. Depois de conferir tudo, caminho em direção ao estábulo para ver os cavalos.
No caminho para o estábulo avisto a Nicole, ela é a minha melhor amiga desde que me lembro, crescemos juntas praticamente, já que estudamos na escola da vila, fizemos ensino médio juntas e até fomos para a faculdade na mesma época, mas ela seguiu o caminho da docência e agora dá aula na escola que estudamos.
— Nicole! — A chamo, e ela pára no lugar para me esperar e eu apresso os meus passos — Tudo bem? O que você está fazendo, perdida por aqui?
— Oi Nina, tô bem. E não estou perdida — Ela responde dando de ombros e com um sorriso pequeno — Estou indo para ver o Fabrício, ele está lá no estábulo.
— Não acredito que vou ser vela enquanto faço o meu trabalho — Reclamo, em tom de brincadeira e ela me empurra de leve, me fazendo rir.
— Não seja exagerada! — Ela resmunga — Mas soube da novidade? Claro que soube! está todo mundo sabendo.
— Sobre o filho do senhor Barros? — Pergunto e ela assente — Estão fazendo o almoço para a recepção dele, e Juliano saiu cedo para buscá-lo.
— Você não parece muito interessada — Ela comenta e eu dou de ombros.
— Não estou mesmo, só espero que ele não seja um playboy arrogante.
— Eu o conheci quando ele esteve aqui de férias a uns três anos, ele me pareceu ser uma pessoa muito boa. — Comenta ela tentando me tranquilizar.
— Hum! Espero que seja mesmo. — Falo desconfiada.
— Mas uma coisa não tem como negar, ele é lindo! Um Deus grego… — Nicole fala com um sorrisinho insinuativo nos lábios e tom malicioso na voz.
— Deixa o Fabrício ouvir você falando assim do patrãozinho — falo e dou uma risada sarcástica, que fica ainda mais alta quando ela me empurra de leve.
Vamos caminhando entre risos e brincadeiras bobas, parecendo duas adolescentes, até chegarmos ao estábulo.
chegamos na maior correria e o Fabrício chamou nossa atenção por causa do barulho e rimos baixinho.
— Mas o porquê desse alvoroço todo? — Fabrício pergunta fazendo cara de bravo.
— Oi, para você também, Fabrício! — Eu e Nicole falamos juntas e caímos na gargalhada.
Nicole caminha em direção ao Fabrício que a recebe com um abraço e um selinho casto, mas mesmo assim ela fica corada e eu desvio o olhar por um segundo, dando um momento de privacidade aos dois.
— Qual é o motivo dessa agitação toda? — Fabrício pergunta olhando da Nicole para mim, mas mantendo minha amiga em seus braços.
— Estamos falando a respeito do filho do patrão. — Falo me fazendo desinteressada. Mas no fundo, bem no fundo, estou um pouquinho curiosa.
— Fica aí fingindo que não tá nem aí, mas não se aguenta de tanta curiosidade — Nicole diz com um sorriso debochado e eu dou de ombros. Não é porque ela está certa que eu tenho que confirmar.
— Em minha defesa, a minha mãe está falando sobre isso a uma semana! — Exclamo levemente exasperada e só não bato cabelo porque está preso.
— Teremos bastante tempo para conhecer ele bem, já que ele também é veterinário e nosso chefe. — Fabrício comenta voltando ao ponto inicial da conversa.
— Isso é verdade, espero que ele tenha técnica e que possa nos ajudar no melhoramento genético dos nossos animais — Digo num sorriso, me empolga imaginar que ele possa estar trazendo novas tecnologias, novos conhecimentos e mais desenvolvimento para a fazenda.
— Quando ele chegar, nós saberemos — Fabrício responde e eu aceno concordando.
— E a Nina vai poder matar a curiosidade dela — Nicole me provoca e eu mostro a língua para ela, como se o próprio espírito da quinta série estivesse no meu corpo.
— Vamos ver o potrinho lindo que nasceu esta manhã! — Fabrício nos convida, mudando de assunto.
Nicole fica toda emocionada ao ver o belo potrinho, branquinho e com algumas manchas pretas espalhadas pelo corpo. A coisa mais linda que já vi. Fico olhando o mais novo membro da fazenda Soledade e admirando tamanha perfeição. Nesses momentos eu tenho mais do que certeza que escolhi a profissão certa.
— Tão lindo! Como vai se chamar? — pergunta Nicole animada.
— O senhor Barros disse que o Augusto vai dar nome ao potrinho, afinal ele é filho do Trovão e nasceu no dia da sua chegada. — Ele responde e a Nicole assente.
— Espero que ele escolha um nome bonito — Minha amiga comentou sem tirar os olhos do filhote.
— Eu também — Respondo e depois de olhar mais alguns minutos para o pequeno cavalinho me afasto, porque além de ter mais o que fazer, vou deixar o casal sozinho um pouco — Como está tudo em ordem por aqui, vou pra casa.
— Se arruma e fica bem gata para conhecer o chefe! — Nicole exclama e o Fabrício ri alto.
— Eu não vou te responder, Nicole — Falo negando com um gesto, enquanto ela me olha com uma expressão divertida — Tenham uma boa tarde.
Escuto eles se despedindo enquanto eu saio do estábulo. Já está perto da hora do almoço e logo o filho do patrão deve chegar, eu só espero que ele seja uma boa pessoa, qualquer outra coisa, a gente aprende a lidar. Respiro fundo e continuo caminhando pela fazenda, observando a movimentação, esse é o lugar que eu escolhi e que me faz feliz todos os dias.
Augusto Barros
Desembarco no aeroporto de Goiânia e fico observando como está mais bonito e moderno desde a última vez em que estive aqui, a uns três anos atrás, me entretenho admirando as mulheres bonitas que desfilam de um lado pra outro me fazendo suspirar. Goiás está sempre cheio de mulheres bonitas, é algo que não se pode negar.
Fico perdido nos meus pensamentos até que avisto o Juliano, o capataz da fazenda. Ando em sua direção, ele só me vê quando estou bem perto, Juliano e eu temos quase a mesma idade, sempre que venho a fazenda nós conversamos muito e às vezes saímos para ver as meninas e dançar! no único bar da vila D’água que fica a uns trinta quilômetros da fazenda Soledade.
Juliano é um cara alto, tem mais de um metro e oitenta de altura, tem olhos negros e a pele preta e é careca, ele é um cara muito forte e tem uma cara de mau, mas é somente a cara mesmo. Ele é um homem bom aos seus e um amigo que se importa.
— Oi, patrão! Como você está? Como foi a viagem até aqui? Preparado para mais três horas de estrada? — Juliano pergunta como se estivesse me fazendo um questionário e ao mesmo tempo me dando um abraço de lado.
— Oi Juliano! — Respondo sorrindo e retribuindo o abraço, — Só três horas! Então as estradas estão bem melhores hoje em dia. — Comento demonstrando que fiquei feliz pelo restante da viagem durar somente umas três horas, acho que eu realmente estou desacostumado com estrada de terra — Como vão as coisas por aqui? — Pergunto com bastante interesse. Preciso me atualizar das coisas.
— Muito mudadas, principalmente na minha vida. Me casei e já tenho uma linda filhinha — Juliano fala todo orgulhoso, já caminhando para a caminhonete levando a minha mala.
— Quer dizer então que o peão mais escorregadio foi laçado. — Digo sorrindo e tirando onda com a cara do meu amigo.
— O próximo é você! — Juliano pressagiou rindo.
— Serei sempre um solteirão convicto. Porque ficar com uma mulher só se posso ter todas? — Digo cheio de certeza e Juliano gargalha alto.
— Quando menos esperar vai ser laçado por uma morena que vai te colocar um cabresto e te puxar na rédea curta —Juliano diz, mas parece mais como se estivesse me jogando praga e eu faço o sinal da cruz.
Chegamos no veículo que vai nos levar para a fazenda e guardamos a mala. Julianos senta no banco do motorista e eu no do passageiro e pegamos um trânsito caótico até sair de Goiânia e alcançar a estrada para a fazenda Soledade
— Que você já estava casado, o meu pai havia falado, mas que já era pai de uma menina, fico surpreso, pois se casou a menos de seis meses. — Comento retomando o assunto e Juliano gargalha muito e eu o acompanho.
— Nós começamos a praticar fazer filhos antes de casar — Ele responde divertido e respira fundo para não rir — Mas eu estou feliz casado e sendo pai.
— Fico feliz por você e sua família. — Digo com sinceridade.
Mudo o foco da conversa para a fazenda, quero saber em que pé estão as coisas por lá, vistas pelos olhos de outra pessoa, que não seja meu pai. Juliano é um excelente funcionário e é um bom amigo, confio em sua opinião.
Fico observando a estrada, as pastagens, vejo como tudo está tão diferente de vinte anos atrás, quando fui morar no Texas, nos Estados Unidos. Lembro que toda vez que passei por aqui constatei melhorias, essa é uma região que está evoluindo a passos largos.
— A fazenda soledade é sinônimo de qualidade e confiança e está entre as maiores em criação de gado de corte e a maior em criação de cavalos puro sangue arabe, e também temos melhorado muito o fator genético desses animais, deixando-os mais fortes e ágeis. A comercialização de seus semem está com um alcance cada vez mais longe e muito valorizado. — Juliano comenta muito empolgado.
— Meu pai sempre trabalhou duro para que a fazenda Soledade fosse referência na região e principalmente no exterior— Eu comento com um tom de orgulho na voz. Admiro muito a dedicação do meu pai.
— O senhor Barros é um excelente patrão, é muito respeitado por todos, muitos dos funcionários estão receosos com sua chegada— diz Juliano com um tom respeitoso na voz.
— Porque?— Pergunto, indignado com o que ouvi. Eles ainda não me conheciam realmente.
— Muitos acham que você pode ser um patrão arrogante e soberba, por você ter nascido em berço de ouro, ter morado em cidade grande e em outro país. Diferente do seu pai que já trabalhou duro de sol a sol como nós e por isso nos entende bem. — Juliano explica, muito sem graça. No fundo acho que ele também tá um pouco receoso porque por mais que tenhamos uma relação de amizade, eu nunca fui o chefe.
Fico olhando pela janela da Amarok vendo a paisagem passar e analisando o que o Juliano acabou de falar sobre o que pensam a meu respeito.
— você sabe que não sou assim — Digo por fim e o Juliano assente com a cabeça sem tirar o olho da estrada — Mas eu entendo o receio deles, e espero que quando eu estiver lá possa mostrar que sou como o meu pai.
— Você será um bom chefe — Ele diz e sorri um pouco — Estamos todos contando com isso.
— Eu quero ser um bom chefe, mas só vou poder ser quando estiver lá — Digo e ele concorda comigo e caímos em um pequeno silêncio, até que eu vejo Julianos sorrindo largo.
— Falando de um assunto mais leve e melhor, a fazenda tá cheia de beldades — Juliano diz com cara de safado e eu rio.
— Juliano… — Começo a falar rindo, olhando para o meu amigo, algumas coisas sempre são iguais — Deixa a sua esposa ouvir você falando assim.
— Se ela pensar, é capaz de cortar meus bagos — Ele diz fazendo caretas e eu dou uma estridente gargalhada.
— Mas fala mais das beldades, fiquei interessado! — Peço com um sorriso malicioso brincando nos lábios.
— Tem a Nicole, a professorinha, mas essa o esperto do Fabrício já carregou pra ele — Juliano começa e eu presto bastante atenção — Tem a Vanessa, que é uma gatinha como diz a peãozada. Mas ela é muito metida e está à procura de um marido rico para se tornar madame como ela mesma diz . E tem a Nina. que além de muito bonita é esforçada, trabalha muito e gosta do que faz.
— Me fala mais dessa Nina — Incentivo ele a continuar falando, porque acho que fiquei interessado nessa, mas preciso de mais informações.
— Ela é meiga mas muito brava, ela é veterinária também, das boas. Seu pai tomou a decisão acertada de contratar ela, pois ela conhece a fazenda como ninguém. Nasceu e cresceu lá. — Ele fala quase como se tivesse um certo orgulho da garota – Só saiu, quando veio pra goiânia cursar veterinária na universidade federal. Ela e o Fabrício estão se saindo muito bem nos cuidados médicos com os animais, e agora com você lá não tem pra ninguém.
— E ela é bonita? Gostosa? — Indago com a maior cara de safado.
— A Nina é uma moça de família, é dessas pra casar, sabe? Uma moça respeitosa e carismática com todos, decente — Me responde com rispidez e me olhando com cara de poucos amigos.
Juliano me olha de cara feia como se eu estivesse agredindo alguém da sua família. Fico me perguntando se ele é apaixonado por ela, pois fica calado como se tivesse cometido um crime.
— Qual é juliano? O que eu disse de errado? Por acaso está traindo sua esposa com ela? ou está apaixonado por ela? — Pergunto alto e com rispidez, da mesma forma que ele falou comigo.
— Não fala besteiras Augusto eu amo minha mulher, tenho muito respeito por ela, e nossa filha. Minha família é tudo pra mim, Nina é minha irmãzinha do coração, a irmã que a vida me deu — Ele rebate com semblante furioso.
Nina deve ser muito importante para ele, pois ele nunca tinha falado alto comigo. Fico meio ressabiado, coloco o chapéu tampando meu rosto e resolvo dormir até chegar à fazenda.
Quando passamos pela vila D'Água fico meio melancólico sentido falta de algo que não sei explicar.
Fico observando as casinhas, as crianças brincando livres e despreocupadas no meio da rua tudo muito pacato, sorrio ao ver o Bar do seu joaquim tudo continua igual quando era criança até as casas parece ter as mesma cores.
Juliano só me olha de canto de olho e não diz nada. Será que ainda está estressado? Foi ele quem começou o assunto!
Juliano pára em frente a loja de ração para pegar uns sacos de sal que o meu pai pediu. Quem vem nos atender é um moço pouco mais novo que eu, não lembro dele, ele chega abraça Juliano meio de lado e me cumprimenta com um mover de cabeça faço o mesmo.
— Este estabelecimento não é mais do seu Antônio? — Pergunto observando o lugar.
— Seu Antônio faleceu há cerca de dois anos e agora é o filho dele, o Douglas, que segue com os negócios — Juliano me diz com pesar.
O Douglas volta assim que confere o pedido.
— Lembra de mim? — pergunto a Douglas
— Tenho uma leve lembrança, se não me engano estudamos na mesma sala e você sempre caçava confusão comigo pois eu era muito tímido e um molenga. — Diz Douglas sorrindo
Caio na gargalhada quando as lembranças se fazem presentes
conversamos um pouco mais sobre o passado até nossa carga ficar pronta. Despeço me dele e juliano faz o mesmo e seguimos para fazenda ao som de Jorge e Mateus
Chegamos na fazenda Soledade, pouco tempo depois.
Augusto Barros
Sinto uma felicidade indescritível, quando vejo a fachada da fazenda Soledade escrito a fogo na madeira, é a coisa mais linda! A porteira é aberta assim que chegamos na guarita e o segurança reconhece a camionete
Descemos pelo caminho de pedra até chegar na varanda do casarão. O casarão é antigo e já estava aqui quando meu pai comprou. Ele foi todo reformado, mas sem tirar suas características, poucas coisas foram mudadas.
Destravo o cinto, abri a porta e desço sentindo uma ansiedade, meu pai vem em minha direção, vou ao encontro dele, nos abraçamos. Como eu estava com saudades de Jorge Barros, meu pai.
Entramos na varanda e sou recebido com muito carinho pelos funcionários da casa, cumprimento todos numa felicidade sem igual, por tamanho carinho.
Depois de um tempo falando como foi a viagem, dona Marília chama para entrar.
— Vamos entrar meu filho? Vou preparar um café para você tomar e terminar o almoço enquanto você toma banho. —Dona Marília me diz sorridente!
Eu entro e vejo que a sala continua igual. Cortinas em um tom escuro, um sofá em estilo colonial, bem grande em cor marrom e carpetes em pelúcia de couro de carneiro, mesa de centro também no estilo colonial. Tudo harmonioso, tudo muito rústico, porém muito elegante sigo em direção a cozinha, seguindo dona Marilia, que falava pelos cotovelos. Ao chegar a cozinha vejo uma mocinha, muito linda e atraente que se prontificou a me ajudar.
Serviu meu café e alguns biscoitos e bolo de fubá, amei estava tudo muito bom, como me lembrava.
Terminei o café, fui tomar um banho e descansar um pouco para esperar o almoço e ir dar uma volta no meu cavalo Trovão que é tão escuro, como uma noite de tempestade.
Ao abrir a porta do no meu quarto me surpreendo, por encontrá-lo do jeito que deixei, tudo muito limpo e nada fora do lugar, entrei sentei naqueles lençóis branco de seda que são os meus favoritos tirei meu chapéu e coloquei encima da cama com cuidado, tirei a bota e meia e deixei aos pés da cama, fiquei em pé tirei minha roupa entrando no box liguei o ducha no frio, pois o calor esta escaldante assim que a água fria cai na minha cabeça e desce molhando todo meu corpo já me senti aliviado.
Enrolei a toalha na cintura e sai do banheiro vestindo uma cueca box preta e me deitei para descansar um pouco.
Não sei quantas horas dormi, acordei com batidas na porta, meu pai, falei para ele entrar.
— Oi, filho não queria te acordar ,mas o almoço já está servido só a nossa espera, vou te esperar na mesa enquanto você se veste pois temos muito pra conversar e quero mostrar algumas melhorias que fiz na fazenda —Meu pai fala e sai fechando a porta no seu encalço.
Levanto vou até minha mala e pego uma calça jeans e uma camisa xadrez visto e calço minhas botas e não posso esquecer meu chapéu, saio do quarto indo em direção a cozinha.
Sinto o cheiro delicioso de pequi e galinha caipira, meu prato favorito
Cumprimento todos e me sento para saborear essa delícia.
_ Dona Marília , como sempre sendo perfeita, amo ser mimado pela senhora— Digo e ela fica vermelha e dou um dos meus melhores sorriso
— Vou mimar muito mais só para você não querer voltar mais pra aquele lugar ---diz ela toda cheia de si.
— Ele veio para ficar Marília – diz meu pai todo orgulhoso.
Ficamos nos deliciando desse almoço maravilhoso entre lembranças do passado e muitos sorrisos até ser servida uma sobremesa divina, de comer rezando de tão boa, assim que terminamos de se deliciar desse sabor indescritível de ambrosia, chamo meu pai para irmos dar uma volta pela fazenda. — Por onde vamos começar, senhor Jorge Barros? —pergunto sorrindo e ele vira os olhos, fingindo-se de bravo.
Vamos começar pelo celeiro e aproveitar para te apresentar a Nina, nossa veterinária que está cuidando de uma vaca parida. E para você já ir analisando o que mais podemos acrescentar para melhorar e facilitar com a lida. Meu pai fala com orgulho de suas conquistas.
— Até que enfim vou conhecer a Nina, dizem que ela é muito boa! — Ponho na cara meu sorriso mais safado e sou recriminado por meu pai.
— Nina é uma moça direita é pra casar e como você já sabe que ela é filha da Marília e Tobias e mora nessas terra desde que nasceu só saiu daqui para fazer faculdade em Goiânia e voltou agora e está trabalhando aqui, ela muito dedicada no que faz e você está proibido de brincar com ela, iludi-la e fazer ela sofrer, Nina tem um coração puro não vai fazer ela sofrer ouviu bem, Augusto!? Você como patrão não pode ficar com nenhuma de nossas funcionárias é antiético! — Meu pai fala muito sério
—É assim que o senhor me vê um cara aproveitador? — Digo indignado e olhando sério para meu pai.
— Não! Claro que não! Você é um rapaz solteiro e está acostumados com mulheres mais independentes que sabem o quer e que tem a mente mais aberta, aqui no interior uma moça fica mal falada por pouca coisa e você não é adepto a relacionamentos sérios seus casos não dura mais que duas noite e eu na sua idade já estava casado com sua mãe e já tinha você. —Diz sério
Nem conheço a moça e já estou sendo apedrejado como se fosse um cão sarnento.--- Digo fazendo cara de cachorro que caiu da mudança
Chegamos no celeiro e meu pai para com a conversa sobre a veterinária .
Observo as mudanças e fico muito satisfeito com o que vejo.
Entramos num piquete de maternidade e vejo uma mulher linda de olhos verdes penetrantes, cabelos castanhos em um rabo de cavalo e uma pele bronzeada e uma boca! E que boca! Fico hipnotizado olhando aquela formosura por alguns segundos.
— Augusto! Essa é a Geovana, nossa veterinária —Meu pai me tira do transe e eu sorrio para a garota estendendo a mão em cumprimento.
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