Primeiro semestre de aula na faculdade de Cleveland em Ohio, no segundo ano de arquitetura.
...A diretora, Sra. Jhones bate na porta da sala da Srta. Duncan
Sra. Jhones: — Com licença Srta. Duncan, mas creio que esse aluno seja seu.
Aparece segurando Devon pelo braço.
Srta Duncan: — De novo Devon? Entre e sente-se em seu lugar. Obrigada Sra. Jhones.
Devon Carter tem 25 anos, é estudante de arquitetura, e está pela terceira vez na turma da Srta. Duncan, aluno estilo bad boy, mas com um coração enorme escondido em seu peito, faz de tudo por sua irmã de 9 anos, Collins, a qual tem uma doença pulmonar muito grave, ela sendo fruto de uma traição da mãe alcoólatra, Megan Carter, faz com que o pai de Devon, (Sr. Ulices Carter, um dos maiores arquitetos da região), ao descobrir a traição abandone a sua família, bancando somente o seu filho Devon. E proibindo qualquer gasto do seu dinheiro com o tratamento dela. Devon se vira como pode para manter o tratamento de sua irmã sem que ninguém descubra, já que o seu pai não paga 1 centavo desse tratamento por raiva da traição sofrida.
Devon Carter. 25 anos.
Ele dirige-se até a última carteira, joga a sua mochila e se senta, colocando fones nos ouvidos e os pés sob a cadeira vazia a frente de sua carteira.
(Toc -Toc) Novamente bate à porta a Sra. Jhones.
— Com licença, desculpe interromper novamente, dessa vez trouxe a sua nova aluna que acaba de ser transferida para esta instituição.
Srta. Duncan: — Claro, pode entrar, senhorita? — A professora pausa esperando ouvir um nome.
— Kate. — Responde a nova aluna.
Srta. Duncan: — Srta. Kate, gostaria de se aprentar à classe?
Kate: — Olá, me chamo Kate Webster, tenho 22 anos e venho da cidade de São Francisco.
Kate é uma garota muito estudiosa e dócil, acaba de chegar na cidade de Cleveland, vindo de São Francisco. Mora com a sua mãe (Sara Webster) que é divorciada do seu pai, (Jhon Webster) o qual há alguns anos foi morar com a sua nova esposa na Itália. Kate e Sara vieram para São Francisco, pois é a cidade onde Sara cresceu e onde estão todos os seus familiares. O relacionamento dos pais de Kate é muito bom, mas ela não consegue aceitar o fato dele ter trocado as duas por uma nova mulher.
Kate Webster. 22 anos
Depois que Kate e Devon se conhecerem, as suas vidas mudarão para sempre, ambos se ajudarão em seus conflitos pessoais e profissionais, até perceberem que o ódio se transforma em amor num estalar de dedos, mas esse amor também pode desmoronar se não souberem administrar os problemas que envolve essa relação.
Srta. Duncan. — Seja bem-vinda Kate, pode se sentar naquela carteira vazia. — Diz ao apontar para a carteira em frente à Devon.
Kate se dirige até a carteira e percebe que o garoto todo vestido de preto está com os pés sob a sua cadeira, ele não percebe Kate se aproximando, pois, os seus olhos estão fechados e os fones nos seus ouvidos o distraem.
Kate pede licença, em vão, pois o garoto não a escuta.Ela sutilmente toca em seu ombro chamando a sua atenção, e fazendo com que ele tire um dos fones.
Com o olhar de Devon voltado para si, ela pede novamente:
— Com licença. — Aponta com os seus olhos para a cadeira.
Ele revira os olhos numa reação de tédio, ao mesmo tempo em que retira os seus pés da cadeira.
Kate senta-se arrumando as suas coisas sob a mesa.
Enquanto Devon gostaria de estar em qualquer outro lugar que não fosse ali.
Ele passa a aula com a cabeça debruçada em sua mesa e cochilando. É nítido a falta de interesse dele, diferente de Kate que está super animada com a aula.
A manhã passa depressa e ao fim da aula soa o sinal, anunciando o seu término. Devon se levanta rapidamente, pega as suas coisas e sai da sala.
Já Kate, está recolhendo as suas coisas quando uma colega se aproxima.
— Olá me chamo Lisa. Seja muito bem-vinda a esta cidade e a esta instituição. Pode contar comigo para qualquer coisa que precise por aqui. Se quiser posso te levar para conhecer tudo.
Kate: — Claro, eu adoraria.
Lisa: — Ótimo, primeiramente vou apresentar-lhe a cafeteria, o sanduíche de lá é maravilhoso.
As duas saem em direção ao pátio. Lisa apresenta tudo para Kate, e as duas ficam um longo tempo jogando conversa fora e assim formam uma nova amizade.
Kate: — Caramba! Olha a hora. Preciso ir, obrigada por tudo, foi um prazer te conhecer.
Lisa: — Imagina, o prazer foi todo meu. Pode contar comigo, sei que não é fácil ser novata.
As duas riem e se despedem com um beijo na bochecha.
Ao sair Kate vê aquele garoto da aula abraçado com uma garota ruiva. Eles olham um para o outro como se suas almas se conectassem naquele momento. Mas ela continua seguindo seu caminho.
Algumas semanas se passam, Devon continua isolado, exceto quando está com a sua amizade colorida, Rilary, uma garota extremamente arrogante, estilo bad girl, assim como Devon, tem faltas e notas ruins.
Rilary Jackson. 23 anos.
Kate fez amizades no decorrer das semanas, estava bem em todas as matérias e feliz com os seus novos amigos. No pátio, às vezes se deparara com Devon e a sua amiga Rilary, os seus olhares às vezes se encontram por acaso, mas não passa disso e não trocam sequer uma palavra.
Soa o sinal para entrarem na sala, todos sentam em seus devidos lugares, quando a professora entra.
— Bom dia pessoal. — Diz ela colocando o seu material sobre a mesa.
— Hoje a Senhora Jhones passou para cada disciplina um trabalho valendo 60% da nota final, para ser apresentado no fim do semestre que vem, ou seja, vocês terão o resto do ano para fazer, no caso de vocês, vão ser distribuídos para duplas um projeto arquitetônico para elaborarem por completo, desde a planta até os seus acabamentos, conforme o que cada “cliente” pediu.
Ouvem-se os murmúrios dos alunos escolhendo as suas duplas entre si.
Kate olha para Lisa, sua melhor amiga, as duas trocam olhares já entendendo que iriam fazer o trabalho juntas. Quando a Srta. Duncan interrompe a classe em tom de voz mais elevado, pois estava um grande falatório.
Srta. Duncan: - Pessoal!
— Silencio, este trabalho será diferente, terá regras a serem cumpridas. — continuou ela, olhando para os olhares surpresos de todos os seus alunos.
— Bom, a Senhora Jhones decidiu que para conhecer o desempenho de vocês trabalhando com um colega aleatório a escolha de cada dupla será feita por sorteio. — concluiu a professora.
Ouviu-se então uma reclamação conjunta.
- Ah não professora, como assim? – Questiona um aluno.
— Não podem fazer isso, talvez trabalhemos com pessoas irresponsáveis. — reclama o outro aluno.
Srta Duncan: — Acalmem-se! Se a dupla tiver qualquer problema, vocês devem avisar a diretora, no caso de irresponsabilidade de qualquer aluno, esse mesmo terá a sua nota zerada. — Explicou a professora.
Srta. Duncan continua: — Então, vamos começar o sorteio, para depois distribuir os projetos de cada dupla. — Disse colocando uma caixinha sobre a mesa contendo papeizinhos com os nomes de cada aluno.
- Vamos lá. Primeira dupla: David e Travis.
- Segunda dupla: Amara e Catrin.
— Terceira dupla: Lisa e Brian...
Kate fica desapontada ao ouvir o nome da sua melhor amiga ser sorteado com outra pessoa que não fosse ela, então enquanto a professora continua o sorteio ela cruza os dedos e começa a pedir baixinho para ser dupla de algum amigo seu, quando ouve o seu nome:
-Kate e ...
Ao tirar o próximo papel a professora faz um olhar desapontado e diz:
Srta Duncan: — Oh Kate! A sua dupla é o Devon.
Kate faz uma cara de desespero e se vira assustada para olhar para sua dupla, que retribui um olhar de deboche e um sorrisinho de canto de boca.
Devon: — É. Parece que vamos trabalhar juntos o ano todo. — Em tom debochado ao olhar para Kate.
A classe não disfarça e todos riem.
Kate: — Professora não pode ser, tem que trocar a minha dupla. — Diz praticamente implorando.
Sta. Duncan: — Sinto muito Kate, as regras não podem ser mudadas, e todos devem participar do trabalho. — Concluiu ela retirando mais um papelzinho da caixa e continuando o sorteio.
Ao fim do sorteio a Srta Duncan sorteia os projetos de cada dupla.
— David e Travis. O projeto de vocês será elaborar um consultório pediátrico, onde atenderão dois médicos, cada um terá a sua secretaria na mesma recepção, deve-se conter banheiros acessíveis, fraldario, cozinha para funcionários, estacionamento, salas separadas para cada médico.
— Lisa e Brian. Vocês deverão elaborar um apartamento para uma moça solteira com uma filha pequena de 6 anos, ela gosta de simplicidade, e aconchego, as cores favoritas da criança são violeta e azul, façam um quarto que agrade a pequena e comporte as necessidades das duas.
— Kate e Devon. O projeto de vocês é uma casa grande para um casal e o seu filho de 12 anos, gostam de coisas luxuosas e de leituras, são muito intelectuais e organizados, querem uma piscina com deck, e uma janela bem grande para apreciar a vista.
A senhorita Duncan continua a distribuir os projetos e a única coisa que Kate pensa é como fazer para trabalhar com alguém tão difícil e desinteressado pela matéria?
Ao final da aula a professora comunica.
— Vocês têm duas semanas para apresentar o primeiro croqui (esboço) do projeto de vocês.
O sinal toca, Kate se levanta e se vira para Devon dizendo:
Kate: — Devon, esse trabalho é muito importante, precisamos nos empenhar para tirarmos uma nota alta, precisamos trabalhar juntos e começar o quanto antes, podemos nos encontrar hoje à tarde?
Devon: — Lamento, hoje à tarde não posso. — Responde em tom de desinteresse.
Kate: — Como assim não pode? E a noite?
Devon: — Huum, deixa eu ver. — Diz fazendo cara de estar tentando se lembrar de algo. — Não, à noite também não posso. Desculpe. — Diz indo em direção a saída.
Kate fica parada sem palavras, pensando o que fazer para trabalhar com Devon.
Ao voltar em si, sai correndo atrás de Devon.
Kate: — Ei, espera aí. — Puxa-o pelo braço.
— Então quando podemos nos encontrar?
Rilary: — Ei o que esta acontecendo aqui? — Chega puxando com força o braço de Kate.
Devon: -Essa louca que quer se encontrar comigo e não aceita um não como resposta. — Fala enquanto ri.
Kate: — O quê? Não é nada disso. — Reponde olhando assustada para Rilary.
Rilary: — Ta maluca garota? — Com olhar de raiva e empurrando Kate contra os armários.
Devon: — Pare. Estou brincando, ela quer que eu faça um trabalho com ela, só isso. — Fala enquanto segura Rilary para não bater em Kate.
Kate: — Eu quero? Não, eu não quero, mas sou obrigada. — continua dizendo com raiva na voz e nos olhos, ficando com o rosto todo vermelho de raiva.
Rilary: — Fica longe do meu namorado, sua patricinha de merda. — Olhando bem perto nos olhos de Kate.
Devon: -Vamos. — Diz puxando Rilary pelo braço, deixando Kate encostada nos armários morrendo de ódio.
Ao saírem Kate dá um soco no armário e grita.
Kate: — Que ÓDIO.
Lisa: — O que foi amiga? — Chega acalmando a amiga.
Kate: -Aquele, aquele, “GRR”, aquele moleque que tenho que fazer o trabalho, ele não esta nem aí. Como pode ele ainda estar estudando aqui? Com notas tão baixas, tantas faltas e tanto desinteresse.
Lisa: — Não sabe?
Kate: — Sabe o quê?
Lisa: — Bom, o pai dele, o Senhor Ulices.
Kate: — Ulices? Ulices Carter? O maior arquiteto da região
Ulices Carter. Arquiteto.
Lisa: — O próprio. Usa a sua influência e o seu dinheiro para manter o filho aqui.
Kate: — Co, Como pode, ele ser filho de Ulices Carter?
Lisa: — Bom amiga, acredito que a essa altura eu já possa te dizer como se fazem filhos. — Lisa Gargalha. — Hahahahaha.
Kate: — Ha, ha, ha, ... Muito engraçado Lisa. Vou embora, tenho que digerir tudo o que me
aconteceu hoje, tchau amiga, até amanhã.
Lisa: -Até amiga, toma um chá de camomila ta.
Kate: — com certeza, pode deixar.
No carro de Devon.
Rilary: — Que piadinha foi aquela Devon?
Devon: — Não foi nada, só estava tirando onda com a cara da patricinha e aproveitei para te atentar também. — Devon da um beijo na boca de Rilary enquanto abre a porta em frente sua casa para que ela saia.
Rilary: — você se acha o maior galã não é?
Devon: — Não, não acho, eu tenho certeza. — Diz em tom de deboche.
Rilary: — Você é um imbecil Devon, tem sorte de ser tão gatinho.
Rilary ataca os lábios de Devon e o beija.
— Tchau! seu bobo. — Ela sai do carro e vai em direção a sua casa.
Devon segue com o seu carro a caminho de casa, e se depara com Kate andando pela calçada, bufando e batendo os pés enquanto anda.
Ele buzina, fazendo com que ela pule de susto. Quando ela se vira sente mais raiva ainda.
Devon: — E aí gracinha, quer uma carona.
Kate: — De você eu não quero nada, obrigada.
Devon: — Qual é? Pensei que queria fazer o trabalho.
Kate: -Queria, do verbo não quero mais. Ah e mantém aquela gorila da sua namorada bem longe de mim.
Kate continua a andar sem olhar para Devon, enquanto ele a acompanha de carro.
Devon: - Gorila? Ela é no máximo um Orangotango. — Devon ri com a sua própria piada.
Kate o ignora e segue andando.
Devon acelera o carro e sai fazendo fumaça com os pneus jogando em direção a Kate.
Kate: -Cof-cof… — Tosse enquanto abana a fumaça do seu rosto.
Kate: — ai que ódio desse garoto, que ódio dessa dupla, que ódio de tudo.
Kate chega em casa batendo a porta e subindo para seu quarto.
Casa da Kate.
A mãe de Kate a vê entrando toda nervosa e batendo a porta.
Sra. Webster: — O que foi filha? O que houve? — pergunta a mãe de Kate enquanto ela sobe as escadas.
Sara Webster. Mãe de Kate.
Kate: — Não foi nada mãe, só um trabalho estressante da faculdade. — Responde enquanto tenta se acalmar.
No dia seguinte Kate está mais calma e disposta a convencer Devon a fazer o trabalho com ela. Ao chegar à sala percebe que Devon ainda não chegou.
Kate: — Novidade, ele não está. — Fala sozinha.
Lisa: — E aí amiga, esta mais calma?
Kate: — Estou sim, mas não sei dizer até quando.
A professora entra na sala, mandando os alunos se sentarem e abrirem as suas apostilas. Devon não aparece na aula.
Ao tocar o sinal Kate corre até a professora.
Kate: — Srta. Duncan, ontem o Devon me passou o endereço dele e não me lembro onde anotei, teria como a Sta me passar, pois, combinamos de fazer o trabalho hoje.
Srta. Duncan: — Claro Kate. Só um minuto.
— Aqui esta. Estou feliz que estejam se empenhando no trabalho.
Kate: — Claro professora, esse trabalho é muito importante. Obrigada.
Kate sai da sala e segue em direção ao endereço que a professora lhe passou.
Ao chegar à casa de Devon, Kate não se surpreende pela beleza da casa, considerando que ele seja filho de Ulices Carter.
Casa de Devon.
Ela toca a campainha e se surpreende com a mulher que abre a porta, meio cambaleando e cheirando a álcool.
Sra. Megan Carte. Mãe de Devon.
Kate: — Boa tarde Senhora. Devon esta?
Sra. Carter: — DEVOON. — Grita com uma voz embriagada.
Devon: — O que é mãe? — Ele chega descendo as escadas.
Ao se deparar com Kate, ele se assusta e a puxa para fora da casa.
Devon: — O que esta fazendo aqui? Como conseguiu o meu endereço?
Kate: — Não importa como consegui. — Diz puxando o seu braço, fazendo com que Devon a solte.
Kate: — Vim aqui para lhe dizer que, ou você faz o trabalho comigo, ou me queixo de você e tem a sua nota zerada. A escolha é sua.
Devon: — Olha aqui. Eu não estou nem aí para esse trabalho, faça o que quiser, não tenho tempo para essas baboseiras.
Kate: — Baboseiras? Você acha então que ...
Collins, a irmã mais nova de Devon chega interrompendo Kate
Collins: — Mano o que esta fazendo? Cof-Cof, (tosse) quem é essa?
Collins Carter. 9 anos. Irmã de Devon.
Devon: — Não é ninguém baixinha, volta para o seu quarto, sabe que não pode ficar aqui. — Fala com tom de preocupado.
Collins: — Mas você prometeu que íamos brincar de casinha.
Devon: — Esta bem, eu já vou. — Diz envergonhado, desviando o seu olhar de Kate.
Kate fica sem palavras ao ver o rosto de doente que a irmã de Devon tem, e como ela ama o irmão e ele a trata bem.
Sem que Kate pudesse se apresentar, Collins volta correndo para dentro de casa.
Kate tenta quebrar o clima pesado que ficou.
Kate: — Então quer dizer que você só tem tempo para brincar de casinha? — Diz em meio a uma risada leve.
Devon: — Cala a boca garota, você não sabe de nada.
Kate fecha o seu sorriso, e faz cara de espanto.
Kate: — Me desculpe, só queria descontrair.
Devon: — Agora vá embora! E pode falar para Sra Jhones me tirar do seu trabalho.
Devon vira as costas deixando Kate sozinha do lado de fora, que vai embora sem entender nada.
“—Porque a mãe de Devon fede a álcool? O que será que a irmã dele tem? Porque será que ele não tem tempo para o trabalho e nem liga para isso?" — Essas perguntas pairavam pela cabeça de Kate. Mas, no fundo, sentiu pena daquela família, e pena daquele garoto.
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