Antes de tudo...
Mariana: Pai!!! Mãe!!!! Eu passei, eu passei!!!
Desço as escadas correndo com o notebook nas mãos gritando, o meu pai me encara com o olhar de desaprovação. Respiro fundo, endireito as costas, abaixo o meu tom de voz e diminuo a minha empolgação.
Fui aceita na melhor faculdade, em primeiro lugar para cursar medicina!
(Luke, 20 anos. Irmão da Mariana)
Luke: Aos 16? Você é um gênio!
Mariana: Já vou completar 17 anos em poucos dias.
Abraço o Luck apertado e ele geme de dor. Mudo a minha expressão, o meu pai bateu nele de novo.
(Linda, 38 anos. Mãe da Mariana)
Linda: Parabéns minha filha!
(Ravier, 40 anos. Pai da Mariana)
Ravier: Sabe que para ser médica e carregar o nome da família precisa ter culhões! Tem certeza que quer fazer medicina filha?
Mariana: Ainda vou te dar muito orgulho pai!
Falo abaixando a cabeça. O meu pai se aproxima e me da um beijo na testa.
Ravier: Já me dá muito orgulho minha princesa.
Preciso ir trabalhar, até mais tarde meu amor.
Dou um beijo apaixonado na Linda.
Mariana: O meu pai sai e o Luke sobe para o quarto dele.
Mãe, eu sei que é errado o que vou dizer, mas não posso controlar. Estou com medo do papai, ele tá machucando muito o Luke!
Linda: Filha não precisa ter medo do seu pai. Ele nunca vai encostar um dedo em você, não vou deixar. E o Luke estou conversando com ele a respeito, o seu irmão está metido em coisas erradas e sei que não justifica o que sei pai está fazendo, mas eles são cabeça dura!
Mariana: Acredita que consigo me formar e ser uma médica respeitada mãe?
Linda: Me escute com atenção minha princesa, não há nada nesse mundo que você não consiga ou não seja capaz. Lembre-se sempre disso.
Mariana: Eu sinto que esse vai ser o meu maior desafio, vou sair por aqueles portões mãe e isso é assustador depois de passar a vida toda com a cara nos livros, presa nessa casa.
Linda: Tem uma estrela dentro de você que vai brilhar muito lá fora e estarei na plateia te aplaudindo de pé!
Mariana: Converso um pouco com a minha mãe e subo pensativa. Estudei em casa e não tive nenhum amigo além do meu irmão. O meu pai falava que era distração, fora estudar o que fazia era comer e dormir basicamente. Jogos só podiam os que estimulavam a mente, já o Luke era livre, podia fazer o que quisesse e amava ouvir as suas aventuras. Aos 18 ele entrou na faculdade e tudo desandou, ninguém me conta nada, mas já reparei ele com as pupilas dilatadas e tenho certeza que está usando drogas. É assim que ele é meu pai chegam ao extremo, ele chega drogado e o meu pai perde o controle.
Luke, você está bem?
Luke: Vem aqui Mari.
Mariana senta ao meu lado.
Mariana: Está drogado?
Luke: Talvez ainda um pouco, tá osso suportar essa vida mana, preciso fugir da realidade um pouco.
Mariana: Sabe que isso não resolve os problemas não são mesmo?
Luke: Mas, ameniza.
Mariana: Sinto que estamos te perdendo.
Falo com a voz embargada e com lágrimas rolando pelos meus olhos.
Luke: Não fica assim Mari, sou um idiota mesmo. Mas, vou melhorar!
Mariana: Não deixa isso te consumir Luke, você é tão lindo e inteligente. Quero te ver casado, com filhos e quero ser a madrinha deles!
Luke: Te prometo Mari, que tudo vai ficar bem.
Mariana deita na minha perna e fico com vergonha de mim mesmo. Sou um idiota!
Mariana: Eu te amo Luke!
Luke: Eu te amo mais Mari.
Mariana sai e fico pensando na vida miserável que tenho levado. A minha mãe e a Mariana estão abatidas pelas minhas escolhas e o meu pai mal me olha, me visto, pego o meu capacete e vou dar uma volta para relaxar.
Ravier: Chego em casa e descubro que o Luke saiu. Se ele voltar drogado para casa hoje de novo, ele vai se ver comigo. Linda vem com um sorriso que me faz esquecer qualquer problema.
Oi meu amor.
Linda: Oi minha vida! Como foi o seu dia?
Falo beijando a boca do meu amado esposo.
Ravier: Melhor agora com toda certeza. Onde está a nossa princesa?
Linda: Estudando para dar orgulho ao pai que ela tanto admira.
Ravier: Ela é o meu maior orgulho!
Vou até o quarto da Mariana e encontro ela dormindo em cima de um livro de medicina, pego ela em meus braços e a deito na cama, cubro ela e beijo o topo da sua cabeça.
Boa noite minha princesa.
Linda: Fico na porta do quarto da Mariana encarando a sena que aquece o meu coração.
Precisamos conversar sobre o Luke.
Ravier: Não defenda ele amor.
Falo enquanto caminho para o meu quarto.
Linda: Está na hora de buscar ajuda para ele.
Ravier: Não podemos nos envolver num escândalo com vício de drogas.
Linda: Mas, assim vamos perder o nosso filho amor e isso eu não suportaria. Não sobreviveria se perdesse nenhum de vocês três!
Ravier: Não fala isso Linda, você é o meu ponto de equilíbrio. Sem você estaria perdido! Amanhã mesmo vou ver uma clínica que possa manter a descrição, mas terá de convencê-lo a se internar.
Beijo a boca da Linda com devoção, ela se entrega totalmente ao beijo. Essa mulher me tem nas mãos e faria tudo por ela!
Linda: Farei isso, preciso que controle a sua raiva, não pode mais bater no Luke.
Ravier: Não me sinto bem em bater nele, mas ele fica violento quando está drogado e não me controlo com o desrespeito dele.
Linda: Não faça mais isso, por mim.
Ravier volta a me beijar e terminamos nos entregando um ao outro, sem pressa, aproveitando cada toque, sentindo o imenso prazer que só sentimos um nos braços do outro.
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Seis anos depois...
Mariana: Fui convidada para fazer o discurso com uma colega da faculdade. Nunca me chamaram para nada e acabei me empolgado. Me vesti e fui, cheguei na casa dela e logo várias pessoas começaram a entrar, a colega disse que convidou algumas pessoas para ficar mais interessante a noite. Queria ir embora, sabia que tinha que ir, mas não fui. Se passa meia hora e me arrependo de ter ficado, um garoto que nunca vi me encurralou na parede, tento sair mais ele é mais forte, grito para ele se afastar enquanto movimento a cabeça sem parar impedindo ele de se aproximar da minha boca. O meu pai chega na hora, arranca ele de cima de mim e da vários socos nele, ele me pega pelo braço com uma brutalidade que jamais me tratou e me arrasta para casa, vou o caminho todo chorando e o meu pai não fala uma palavra se quer. Entro chorando na mansão, o meu pai está transtornado.
Ravier: Depois de tudo, mal consigo encarar à Mariana, a anos se quer olho nos seus olhos. Fico com ódio de encontrá-la numa festa, as regras são claras e ela nunca tinha me desobecido até hoje.
Quer me matar de vergonha Mariana? Foi isso que lhe ensinei.
Mariana: Pai...
Tento falar as palavras não saem. O meu pai tira o cinto e me desespero, ele me bate pela primeira vez na vida e grito por ajuda desesperada.
Ravier: Não vai agir como uma vagabunda debaixo do meu teto. Você sabe bem os planos para o seu futuro e não vai arruiná-los.
Mariana: Não... pai... prometo que não faço mais... por favor... tá doendo pai...
Grito e imploro e o meu pai parece não me ouvir. Ele só para quando não aguenta mais. O meu corpo inteiro dói, vejo o suor na testa do meu pai. Ele parece sair de um transe, se aproxima e me encolho chorando a ponto de soluçar. Me levanto com dificuldade, caminho me arrastando pelos corredores até o meu quarto. Tranco a porta com medo e entro em baixo do chuveiro com roupa tudo deixando as minhas lágrimas se misturam a água que cai sobre a minha cabeça desesperada.
Ravier: Evelyn! Me conte tudo o que aconteceu.
(Evelyn, 30 anos. Guarda-costas da Mariana)
Evelyn: Uma colega chamou a Mariana para fazer o discurso da formatura, ela foi e derrepente começou a chegar várias pessoas na casa.
Ravier: Ela não sabia que era uma festa?
Evelyn: Não senhor, te liguei porque vi que as colegas estavam mal intencionadas.
Ravier: Suma da minha frente sua inútil, está demitida! Se não tivesse chegado a tempo aquele moleque poderia ter abusado da minha filha.
Evelyn: Vou porque não aceitaria mais trabalhar para homem como o senhor. Só fiquei aqui durante esses anos pela Mariana. Agora o senhor deveria refletir, acredita que aquele moleque faria algo pior do que o senhor mesmo fez com ela hoje?
Saio com ódio desse maluco! O meu único pesar é que a Mariana vai ficar sozinha com esse psicopata. Ouvi histórias que essa mansão já foi cheia de risos e desde que cheguei aqui a seis anos, é um lugar que me causa calafrios, o Ravier é um homem frio e cruel.
Ravier: Evelyn sai e vou até à Linda, passo pelo quarto da Mariana e escuro seu choro. O meu peito dói, mas ela precisa aprender. Não posso perdê-la, ela confia de mais nas pessoas e não tem maturidade para enfrentar o mundo cruel que vivemos.
Mariana: Acordo cedo, tomo um banho e um remédio para dor, o meu corpo está todo marcado. Coloco uma roupa que cobre os hematomas e saio sem tomar café da manhã. Tenho outro segurança me acompanhando, fui informada que a Evelyn foi demitida. Hoje é o dia da minha formatura, olho em volta e só vejo um rosto conhecido, o da Evelyn, minha ex guarda-costas ou cão de guarda como foi apelidada pelos meus colegas. Não fiz nenhum amigo e fui chamada de aberração durante os anos que cursei a faculdade. Conclui a faculdade em primeiro lugar na minha turma, mas saí apenas com um diploma solitário nas mãos. Sou a única a não ter ninguém da família na plateia sentada comemorando a minha conquista.
Evelyn: Parabéns, Mariana.
Mariana: Obrigada Evelyn.
Falo secando algumas lágrimas que insistem em cair.
Evelyn: Sinto muito por ontem Mariana, só estava cumprindo ordens e não imagina que o Ravier faria aquilo.
Mariana: Você não teve culpa Evelyn.
O meu segurança novo se aproxima e pede a Evelyn para se afastar, me despeço dela e vou direto para casa. Entro e vejo o meu pai, ele se aproxima e me encolho de medo.
Ravier: Mariana entra em casa, vou falar com ela e ela se encolhe de medo deixando algumas lágrimas correrem pelo seu rosto. Me afasto e saio com raiva. Chego em casa tarde da noite e a nossa governanta vem falar comigo.
(Vilma, 40 anos. Governanta na mansão do Ravier)
Vilma: Senhor Ravier a menina Marina não comeu nada hoje, nenhuma refeição.
Ravier: Está tentando chamar atenção Vilma. Ela vai comer quando sentir fome.
Subo e passo pelo quarto da Mariana, ela está dormindo nos livros, me lembro dela assim a seis anos atrás. Se soubesse o rumo das nossas vidas e se pudesse eternizaria aquele dia. Penso em deita-la na cama, ela está de pijama sem mangas, olho os seus braços e não consigo encarar os hematomas que deixei nela. Saio rápido do quarto dela e sigo até a Linda.
Mariana: Acordo dolorida, mal consigo abrir os olhos, me sinto fraca. Me levanto, pego um frasco de remédios para dor, abro, fico tonta e perco a consciência.
Ravier: Acordo cedo e escuto um barulho alto do quarto da Mariana, entro e me desespero, encontro ela desacordada com um frasco de remédios aberto próximo à mão. O meu peito dói só de imaginar que ela pode ter tentado se matar, pego ela e corro até o banheiro, enfio dois dedos na sua garganta, ela acorda vomitando muito assustada. Noto que ela não tomou nenhum remédio, mas está apavorada de medo.
Mariana: Me encolho e me protejo com as mãos como posso.
Não... pai... por favor...
Ravier: O que eram aqueles remédios Mariana?
Mariana: Só queria um comprimido para dor. O meu... corpo dói... Eu não lembro após pegar o frasco o que aconteceu.
Ravier: Pego a Mariana colo que dá um grito de susto e começa a tremer. Levo ela até a mesa do café da manhã, lembrei que a Vilma disse que ela não comeu nada ontem.
Coma!
Mariana: Começo a comer morrendo de medo da fúria do meu pai. Ele me olha nos olhos pela primeira vez em anos e não vejo raiva nos seus olhos e sim preocupação. Não consigo evitar o medo que sinto dele agora.
Ravier: Termine de comer e vá ver a sua mãe. Aproveite essa semana para estudar, a sua residência começa na segunda-feira no hospital central. Lembre-se das regras Mariana, quando tiver consolidado a sua carreira irei atrás de um bom casamento para você.
Mariana: Pai eu não quero me casar com um estranho.
Falo com a cabeça baixa.
Ravier: Não adianta Mariana, sempre soube que se casaria por contrato. Eu e a sua mãe nos casamos na mesma condição e a gerações a nossa família faz casamentos por contrato. Se resolver se rebelar será deserdada e não preciso te dizer que nunca mais verá a sua mãe.
Mariana: O meu pai fala e sai da mesa. Tento me recompor para ir ver a minha mãe, me levanto e caminho em passos lentos até o quarto dela.
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(Dra. Mariana, 23 anos)
Mariana: A semana passou rápido, o meu pai voltou a me evitar. Acordo de madrugada, pois não quero me atrasar para o meu primeiro dia de residência. Me visto e o café da manhã já está servido, olho a hora e vejo que foi servido três horas antes do horário hábitual. Vilma não esqueceu do meu primeiro dia de trabalho, ela provavelmente vai se encrencar com o meu pai. Como rápido, dou um beijo na Vilma e sigo para o hospital central. Chego uma hora antes do horário. Fico no cantinho como sempre me mantendo invisível, começa a chegar o outros residentes, me mantenho na minha e somos encaminhados para conhecer o chefe de cirurgia.
(Márcio, 40 anos. Chefe de cirurgia)
Márcio: Converso com residentes novos e apresento o hospital, divido eles entre os médicos do staff e fico observando o trabalho deles.
Mariana: Sou designada para ser residente do Dr. Guilherme. Caminho com uma turma de quatro residentes até ele. Ele é um homem bonito, mas grosso. Pede que nos apresente de forma ríspida e deixa claro que não gosta de residentes. Ele mal me olha e me encaminha para emergência para fazer suturas.
(Dr. Guilherme, 31 anos)
Guilherme: Meu grupo de residentes chega, já odeio todos eles. Uma médica em especial chama a minha atenção, atenção essa que não estou disposto a dar para ela. Olho o sobrenome da Dra. Mariana e entendo tudo. Ela está aqui provavelmente pela influência do pai, vou fazer ela desistir antes mesmo de começar. Coloco ela na emergência para fazer suturas o dia todo, logo ela vai sair chorando pedindo ajuda para o pai.
Mariana: O dia passa devagar e faço uma sutura atrás da outra. Até gosto disso, assim não preciso interagir com ninguém e aperfeiçoou a minha técnica. Sinto as minhas mãos dormentes, olho o relógio e vejo que já passei do meu horário e nem ao menos parei para comer. Termino a última sutura e saio, noto o Dr. Guilherme me encarando e fico sem entender a sua cara indiferente.
Boa noite Dr. Guilherme.
Guilherme: Nem me dou ao trabalho de responder a Dra. Mariana. Ela é uma ótima atriz, além de não reclamar de passar o dia na emergência suturando, não saiu para comer e ficou além do o horário dela. Se ela pensa que vai me enganar está errada, amanhã ela terá uma surpresa desagradável! Saio do hospital e vejo ela sentada num banco com um segurança próximo a ela. Ela está comendo um sanduíche olhando para o céu distraída. Passo direito e sigo para o meu apartamento.
Mariana: O Dr. Guilherme é um homem frio, ele nem ao menos reponde o meu boa noite. Mal sabe ele que isso não me incomoda mais, compro um sanduíche natural e me sento um instante para comer enquanto aprecio as estrelas, o céu está lindo hoje. Termino e sigo para casa, passo para ver a minha mãe e vou dormir em seguida. O meu pai ainda não chegou em casa e dou graças a Deus. Acordo cedo e sigo para o hospital, o Dr. Guilherme me coloca hoje para fazer os exames de toque retal, confesso que fiquei apreensiva. Sigo em silêncio e uma enfermeira me acompanha, atendo o primeiro paciente e tento disfarçar o meu nervosismo, as horas passam rápido e faço 12 toques retais ainda pela manhã. Não consigo comer, me sinto náuseada, aproveito o tempo para ler um pouco.
Guilherme: A Dra. Mariana vai fazer os exames que mandei sem reclamar, acompanho o primeiro exame de longe, noto o seu nervosismo, penso que ela vai desistir, mas me engano e ela faz o exame dos 12 pacientes que enviei para ela. Na hora do almoço ela não come, bem como desconfie, ela está linda distraída lendo um livro de medicina. A semana toda foi assim, coloquei na Dra. Mariana para fazer exames retais, suturas e liberar os exames de fim de semana. Hoje tenho que escolher um residente para fazer a primeira cirurgia, é apenas uma coisa que fazemos para assustar e colocar todos na linha. Escolho a Dra. Mariana para fazer a cirurgia, tenho certeza que esse será o seu fim!
Márcio: Tem certeza?
Guilherme: Absoluta.
Márcio: Ela é só uma menina Guilherme.
Guilherme: É uma adulta, formada e se ela desistir é porque isso aqui não é para ela!
Márcio: Vai avisá-la pessoalmente e vai acompanhar a cirurgia.
Guilherme: Saio para avisar a Dra. Mariana que ela vai fazer a primeira cirurgia.
Dra. Mariana.
Mariana: Me levanto rápido e olho nos olhos do Dr. Guilherme pela primeira vez.
Dr. Guilherme.
Guilherme: A primeira cirurgia é sua, se prepare que entramos numa hora. Será uma apendicectomia.
Mariana: Tudo bem, obrigada.
Dr. Guilherme sai e solto todo o ar que estava segurando, os outros residentes me encaram com um olhar de raiva. Sigo em silêncio para me preparar para cirurgia perdida em pensamentos, pensei que quando esse dia chegasse os meus pais e o meu irmão estariam na galeria me assistindo. Me visto e a enfermeira coloca minhas luvas, me posiciono de frente para o paciente e peço o bisturi, o Dr. Guilherme liga o fone da galeria e escuto coisas horríveis, ele parece sorrir em baixo da máscara. Respiro fundo e ignoro tudo ao meu redor.
Médica I: Aposto que a esquisita não chega ao final da cirurgia.
Médico II: Eu acho que desmaia no meio da cirurgia.
Médica III: Ela só tá aqui porque o pai dela é importante.
Médico I: Só olhar para cara de sonsa dela, só vive pelos cantos sozinha, não tem amigos e ninguém gosta dela.
Mariana: Controlo ao máximo as minhas emoções e faço a incisão, nesse momento nada além do paciente me importa e concluo a cirurgia com êxito. O Dr. Guilherme não fala absolutamente nada após terminar, saio o mais rápido que consigo do centro cirúrgico, vou até o terraço e deixo as lágrimas que segurei descem livremente pelo meu rosto. Me recomponho, passo uma maquiagem leve para disfarçar que chorei e volto para emergência.
Márcio: Te reconheceria em qualquer lugar Dra. Mariana, é igual ao seu pai. Bem vinda!
Mariana: Dou um sorriso para o Dr. Márcio e agradeço o elogio.
Guilherme: Mariana faz a cirurgia do começo ao fim sem erros, ela ignorou toda a maldade dos colegas. Vejo ela sair em passos largos para fora do cento cirúrgico e a sigo em silêncio, vejo ela chorando a ponto de soluçar e percebo que fui longe de mais. Fico com raiva de mim mesmo e resolvo me afastar dela, não sei porque me incomodou ver o seu sofrimento. Noto que ela voltou para emergência e passou maquiagem para disfarçar que chorou. O Márcio fala algo para ela e fico admirando o seu sorriso. Me aproximo e vejo ela desfazer o sorriso, aviso que a partir de agora ela faz parte da equipe de residentes da Dra. Maria, me incomoda ela parecer aliviada com a notícia e saio com raiva.
(Dra. Maria, 31 anos).
Mariana: Dr. Guilherme passa a me evitar 100% depois de hoje e sigo me esforçando ao máximo para dar orgulho ao meu pai. Conquistei o respeito de todos hospital e a minha convivência com os meus colegas foi melhorando aos poucos. A Dra. Maria está se especializando em gravidez de risco e aprendo muito com ela.
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Um forte abraço. 😘
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