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Gold Love - O Escolhido Do Mafioso

A dívida

 Era mais uma noite agitada no restaurante onde Leonardo trabalha como manobrista.

Após mais um veículo de luxo parar, ele se aproximou, abrindo a porta do

motorista e aguardou que mais um casal descesse do carro e assim que isso

aconteceu Leonardo entrou no veículo, o levando até o estacionamento.

 Leonardo, com apenas seus vinte anos de idade, é um rapaz de estatura média, belos olhos azuis acizentados, claros como piscina, que não tinha muitas expectativas sobre a vida, já

que tinha que trabalhar em dois empregos para sustentar a casa, onde ele e seu pai moravam em um bairro no subúrbio da cidade.

 Tadeu, o pai de Leonardo havia virado alcoólatra após a morte de sua mãe, que a dois anos foi levada por uma doença degenerativa, que os devastou.

Agora Leonardo tem que trabalhar em dois empregos, para pagar as contas da casa e ainda algumas dívidas que seu pai arrumava em boates, com prostitutas e em cassinos onde apostava deliberadamente.

 Após retornar do estacionamento pronto para manobrar mais um carro, Leonardo vê seu amigo Tobias se aproximar correndo em sua direção. Ele parou em sua frente ofegante e apoiou as mãos nos joelhos de cansaço, enquanto recuperava o fôlego

antes de falar.

— Leonardo, você precisa vir urgente, é o seu pai.

— Saco, o que foi dessa vez? — Ele disse

olhando preocupado e cansado dessa rotina.

— Ele levou uma surra e está caído em frente a boate. — Tobias o avisou, se mantendo parado a sua frente.

 Leonardo ao ouvir o que seu amigo disse, levou as mãos no rosto, estava cansado dessa vida de ter que viver em função de tirar seu pai de enrascadas. Há cada hora era um problema diferente e isso já havia lhe custado quatro empregos.

 Ele sem muitas opções, se virou para o outro manobrista, o avisando que tinha uma urgência familiar e que precisava ir embora e em seguida saiu correndo,

juntamente com Tobias, em direção a boate Luxurious, a mais badalada da cidade.

 Ao chegar em frente à boate, eles olharam em volta e não encontram Tadeu onde Tobias tinha o visto ser arrastado para a calçada do outro lado da rua.

— Ele estava bem aqui. — Tobias disse, olhando para os lados, a procura de Tadeu. — Vi os caras o arrastando todo machucado para cá.

 Leonardo e seu amigo caminharam pela calçada de fora a fora, mas nada de encontrar Tadeu por ali. Ele respira fundo ainda muito preocupado e volta até Tobias.

— Acho que ele conseguiu ir para casa. — Leonardo falou para Tobias, querendo parecer despreocupado, mas não conseguindo disfarçar a preocupação em sua voz.

— Então vamos para lá.

— Não Tobias. Está tudo bem, eu vou. — Ele não queria estragar mais ainda a noite de seu amigo com seus problemas familiares.

— Qualquer coisa eu te ligo ok? Obrigado mais uma vez.

— Tudo bem. Eu vou voltar para lá então.

 Após se despedirem, Tobias volta para a boate. Leonardo mesmo cansado, vai caminhando até sua casa, ele desejou ainda ter a sua moto, mas havia a vendido para pagar mais uma das dividas de jogos do seu pai.

 Leonardo andou por quarenta minutos até chegar em frente sua casa, onde agora exibia um jardim sem flores e com a grama alta e mal cuidada.

Em frente à sua casa, havia um carro preto parado, um carro aparentemente luxuoso, do qual ele nem ao menos deu atenção, apenas torcendo para encontrar seu pai em casa, ou teria que sair a sua procura.

 Ele abriu o portão enferrujado que rangeu baixo e caminhou até a porta. Assim que a abriu tomou um baita susto, ao ver que ali na sala, havia além de seu pai que estava todo machucado mais três homens em pé. Um deles apontado uma arma na cabeça de Tadeu. Aquela cena, deixou Leonardo com um grande misto de sentimentos. Medo, raiva e um grande aperto no peito.

— Pai. O que é isso? — Ele dá alguns passos na direção do homem, que estava de costas, pronto para apertar o gatilho. — Tira essa arma da cabeça do meu pai.

 O homem se virou, o olhando friamente, de forma que fez Leonardo sentir um terrível frio percorrer sua espinha.  Observando aquela cena e aquele homem que agora o olhava dos pés à cabeça. Um homem alto, vestido em seu terno totalmente preto, inclusive a gravata, seus olhos de um castanho tão escuro que pareciam igualmente pretos, iguais as roupas que ele usava.

— Seu querido pai me deve uma grana. — Ele disse, sua voz soou fria, e ele desceu seu olhar, olhando para Leonardo dos pés a cabeça. — Dei um prazo para ele, que ele não cumpriu, vim cobrar o meu

dinheiro.

 Leonardo tentou se aproximar novamente, mas os homens agora ergueram suas armas em sua direção o fazendo parar onde estava.

— De quanto é a dívida? – Leonardo perguntou, espiando para o lado e vendo aqueles dois homens ainda com as armas erguidas em sua direção.

 O mandante ainda o olhava, vendo o olhar de pânico do rapaz, ele fez um gesto para os homens abaixarem suas armas, e imediatamente Leonardo sentiu um pouco de alívio.

— Vinte e oito mil dólares. — Ele respondeu calmo, ainda segurando a arma em sua mão direita.

— O quê? — Ele olhou do homem para seu pai, que chorara igual criança. – Eu não tenho esse dinheiro. Me dê mais alguns dias por favor. Eu vou tentar arrumar o dinheiro. — Ele pediu, quase implorando para aquele homem, cujo reparou que ocabelos pareciam de galã de novela, com aquele topete estilo John Travolta, porém sem a necessidade de gel.

 O homem riu de forma nasalada, ainda olhando para Leonardo e também abaixou a arma, deixando-o ainda mais aliviado.

— Você tem até amanhã à meia noite. — Ele olhava fixamente para os olhos tão claros de Leonardo. — Leve o dinheiro na

boate Luxurious, estarei te aguardando na área vip.

— Amanhã? — Leonardo diz indignado com o prazo dado a ele. — Me dê mais alguns dias, eu não consigo até amanhã.

— Este é o meu prazo. Se até meia noite, eu não tiver o meu dinheiro, você pode dar adeus ao seu querido pai. — O homem disse lentamente, como se degustasse cada palavra que saia de sua boca.

 Ele passa por Leonardo, saindo dali e o deixando na sala, totalmente atordoado com tudo aquilo. Quando pensou que já estava sozinho com seu pai, um dos homens lhe estende um cartão. Ele pega o cartão onde há apenas um nome escrito em letras douradas, Frank Gold.

 Ele virou o cartão em seus dedos, mas nada havia do outro lado, nem ao menos um número de telefone.

Correndo atrás

 Leonardo olhou para seu pai totalmente decepcionado. Este ainda chorava sentado no sofá e tremia pelo medo que sentiu com aquela arma apontada para sua cabeça.

— Quando isso vai acabar pai?

— Me perdoa filho, eu vou parar eu juro.

Leonardo balançou a cabeça e saiu da sala deixando seu pai lá. Estava tão bravo e assustado, ele não queria

discutir agora e sabia que se ficasse ali acabaria falando coisas que os magoariam. Isso era uma das coisas da qual ele havia aprendido com sua mãe. Ela sempre dizia que devemos pensar antes de falar pois as palavras ferem e depois que as soltamos não há volta.

 Leonardo entrou em seu quarto retirando o uniforme e vestindo uma roupa mais à vontade, ele sentou em sua cama pensativo, como arrumaria esse dinheiro??

Pensou em pedir ao seu patrão na lanchonete que trabalha pela manhã, apesar do valor ser alto e ele já imaginar a resposta, ele deveria tentar, caso não conseguisse poderia tentar pegar um empréstimo no banco ou talvez hipotecar a casa.

 Ele ouviu seu pai subir as escadas e abriu a porta, espiando-o entrar no quarto e deitando em sua cama, não podia negar que estava preocupado, mas também estava cansado dessa vida. Era sempre a mesma coisa.

 Pela manhã Leonardo se levantou mais cedo e tomou um banho, se vestiu e antes de sair deixou o café pronto para seu pai em cima da mesa.

 Ele saiu caminhando até o ponto de ônibus para ir a lanchonete, seu plano era chegar mais cedo para conversar com Gerard antes de abrir a lanchonete.

 Ao chegar entrou em seu trabalho diurno, foi até a cozinha, onde encontrou seu patrão que fazia a lista de compras.

— Bom dia Gerard, posso falar com você um minuto?

Leonardo perguntou se mostrando sério e Gerard o olhou e assentiu.

— Claro Leo, vamos ao meu escritório.

 Leonardo o acompanhou e sentou-se olhando ansioso para Gerard a sua frente.

— Diga Leo, em que posso te ajudar?

— Sei que pode parecer loucura, mas preciso de um dinheiro emprestado. — Ele foi direto ao assunto, com Gerard, não precisava de rodeios.

— Ah sim, e de quanto precisa?

 Leonardo o olha receoso, e respira fundo antes de responder.

— Vinte e oito mil dólares.

Gerard o olha surpreso, esperava que a quantia fosse um pouco menor.

— Meu Deus Leonardo, é um valor muito alto, se fosse até cinco mil dólares eu conseguiria te ajudar. É seu pai novamente?

— Sim. — A expressão em seu rosto, não nega a preocupação que ele estava sentindo.

 — Desculpa Leo, mas eu não tenho essa quantia para lhe emprestar.

— Tudo bem. Sem problemas. — Ele pensou um pouco e logo prosseguiu. — Será que posso sair mais cedo hoje? Preciso arrumar um jeito de levantar esse dinheiro ainda hoje, sem falta.

— Claro que sim. Assim que a Denise chegar as dez você sai ok?

— Certo, obrigado Gerard, com licença.

Leonardo trabalha até as dez, como combinado. O movimento pela manhã era grande e a hora passou rapidamente.

 Ele sai caminhando até o banco onde pede para falar com o gerente.

Ele se senta aguardando, suas pernas balançavam constantemente, ele estava ansioso para conseguir o dinheiro.

— Senhor Leonardo Guerrero?

 Um homem baixinho o chamava na porta de uma sala, ele se levantou indo até o homem e o cumprimentou com um aperto de mãos. O homem fecha a porta assim que ele entra e se dirige a sua cadeira se sentando.

— Sente-se rapaz. — Ele aponta para a cadeira, indicando que Leonardo se sente.

Leonardo senta e o senhor o olha com curiosidade.

— Me chamo André, em que posso ajudá-lo senhor Guerrero?

— Eu preciso de um empréstimo, tenho conta aqui a algum tempo.

— Certo, poderia me emprestar seu documento?

Leonardo o entrega o documento para ele e observa o senhor mexer em seu computador.

— O senhor tem liberado um valor de empréstimo sete mil dólares.

— Só isso? Eu preciso de um pouco mais.

André o observou ainda mais curioso e retirou os óculos de seu rosto, querendo saber para ele que ele precisava do dinheiro, seria talvez, algum investimento? Uma viajem?

— E qual valor seria?

— Vinte e oito mil dólares.

— Hum, entendo. Infelizmente faz pouco tempo que o senhor abriu a conta conosco e este valor não podemos liberar.

— Então eu quero hipotecar minha casa, eu trouxe os documentos necessários para isso.

Ele retirou do envelope os documentos da casa colocando sobre a mesa de André, que os pegou surpreso e olhou com um olhar mais analítico, notou que Leonardo parecia um jovem responsável e se sentia curioso do porque ele queria este dinheiro. Mas com sua vasta experiência, sabia que poderia também haver a possibilidade de ele ter se metido em algum rolo.

— Só um minuto.

André olhou os documentos e mexia ainda em seu computador, totalmente concentrado, mas fez uma expressão da qual Leonardo não gostou muito, era aquela cara de sinto muito não posso ajudar da qual ele conhecia bem.

— Senhor Guerrero, a sua casa já está hipotecada, inclusive está com as parcelas atrasadas, se não forem pagas até o próximo mês você perderá a casa.

Leonardo ouviu aquilo e foi como se pesadas pedras de gelo caíssem em suas costas.

O gerente lhe mostrou os dados da hipoteca feita a alguns meses e Leonardo descobriu que seu pai havia feito sem ao menos comunica-lo.

Leonardo saiu do banco frustrado, como faria agora? Sua única esperança era a hipoteca. Agora estava tudo perdido. Perderia a casa e seu pai seria morto por um agiota.

Encarando de frente

 Leonardo chegou em casa totalmente frustrado, seu pai estava sentado na sala, vendo o canal de esportes e em sua mão havia uma garrafa de vodca já pela metade.

— Pai, já está bebendo de novo? — Ele fala indignado.

— Não enche Leo. — Tadeu o responde meio enrolado, demonstrado já estar alto pela bebida.

— Não enche? Você está de brincadeira comigo, não é? Aliás quando pretendia me contar que hipotecou a casa?

Quando estivessem colocando as nossas coisas para fora?

Tadeu o olhou surpreso e tomou mais um gole da bebida resmungando algo que Leonardo não conseguiu entender.

— Pai, eu estou cansado disso, não posso mais viver assim, eu vou dar um jeito de te internar.

— Você não é nem louco Leonardo, eu não vou pra lugar nenhum.

Ele se levantou do sofá, mas não conseguiu se sustentar de pé, tanto por já estar bêbado como pela dor que sentia em se corpo pela surra da noite anterior. Leonardo respirou fundo e o encarou, ainda nervoso. Resolvendo ignorar o conselho de sua mãe, ele despeja sua raiva.

— Já chega, eu não aguento mais isso, você é um bêbado nojento, eu tenho vergonha de você, minha mãe estaria totalmente decepcionada. Você está acabando com a sua vida e está me levando junto. Eu não consegui o dinheiro e sabe de uma coisa? Eu estou bem pensando em pegar as minhas coisas e ir embora, te largar aqui para aqueles vermes te darem o que você merece.

 Tadeu olhava para seu filho totalmente espantado por esta atitude e por suas palavras. Leonardo jamais havia alterado a voz com ele.

 Leonardo então vai para seu quarto e bate a porta com força, encostando as costas na porta já fechada.

 Assim que disse aquelas palavras ele se arrependeu, mas já estava dito, não há nada que ele pudesse fazer. Ele andou de um lado ao outro pelo quarto, estava nervoso e tentava pensar em algo.

 Ao passar novamente ao lado da cômoda ele viu o cartão preto com o nome em escrito em letras douradas “ Frank Gold” . Ele o pegou e sentou na cama o olhando pensativo, girando aquele cartão entre seus dedos.

— É isso, eu vou até lá e vou pedir mais um tempo e quem sabe eu consiga esse dinheiro.

Ele passou a tarde nervoso e trancado em seu quarto. Estava totalmente sem fome e quando os ponteiros do relógio em sua mesa de cabeceira apontaram nove e meia da noite, já arrumado ele saiu passando por seu pai largado bêbado no sofá.

 Leonardo caminhou até a avenida e chamou um taxi que passava por ele, por mais que estivesse ruim de grana, ele não iria caminhar até lá. Assim que entrou pediu para o motorista deixá-lo na Luxurious.

 Após descer do taxi, ele olhou a grande faixada da boate e as pessoas na fila. Não estava nada afim de ficar naquela enorme fila e levou a mão no bolso pegando o cartão de Frank.

 Ele olhou para a porta onde havia um segurança grandalhão e caminhou decidido até ele, se sua ideia ia dar certo ele não sabia, mas ainda assim parou na frente do homem e o olhou decidido e lhe mostrando o cartão em sua mão.

— Boa noite, o senhor Frank me aguarda.

 O segurança o olhou dos pés a cabeça e sorriu de uma forma que o incomodou e lhe deu passagem para que ele passasse.

 Leonardo entrou agradecendo e feliz por sua ideia ter funcionado.

 A boate estava lotada e ele passava entre as pessoas que dançavam animadas, mas para ele essa noite não era nada animada, ele precisava tentar salvar a vida de seu pai.

 Ele parou no meio da multidão e olhou em volta procurando a área vip e logo encontrou ao olhar para cima e vendo Frank que estava em pé olhando para baixo.

 Ele passou pelas pessoas até chegar na escada que dava para a área vip. Lá um segurança o barrou e ele logo se lembrou do cartão em seu bolso, o retirou e mostrou ao homem falando alto para que ele pudesse o ouvir.

— O senhor Frank Gold me aguarda lá em cima. — Leonardo gritou, apontando seu dedo indicador para cima.

 O homem então ao ouvir e ver o cartão, libera sua entrada. Leonardo estava surpreso com o poder daquele cartão. Queria que ele fosse tão poderoso para o livrar dos problemas que seu pai estava causando.

 Ele subiu as escadas e ao chegar na área vip pôde reconhecer alguns políticos ali com mulheres em seus colos, ele resolveu ignorar pensando em como esse mundo era sujo.

 Caminhou até onde Frank Gold estava, mas ao se aproximar dois homens param em sua frente o barrando, o impedindo de se aproximar de Frank, que ao notar a movimentação de seus homens se virou e viu Leonardo parado ali.

— Deixem-no passar. — A voz de Frank soou forte, quase como um trovão inesperado.

 Os homens se afastam e Leonardo se aproxima, não havia reparado na noite anterior em como Frank era robusto e tão alto, seus olhos negros ainda eram sombrios e o deixava estranhamente desconfortável.

— Conseguiu minha grana Senhor Guerrero?

 Leonardo balançou a cabeça negativamente, mas precisava tentar um prazo maior, não ia desistir tão facilmente.

— Não. Preciso de mais tempo Sr. Gold.

 Frank se aproximou, pegando Leonardo pelo pescoço e o prensando contra a parede, seus pés não tocavam mais o chão e ele olhou para os lados, esperando que alguém o ajudasse, mas todos pareciam alheios ao que acontecia ali, o deixando ainda mais desesperado.

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