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Alianças

CAP. 01- SONHO INTERROMPIDO

Toda história é

marcada por grandes acontecimentos, mas nesse momento vivo o pior

deles.

Sentada na sala da

minha casa em um sofá vazio e uma chuva fria caindo como as lágrimas

que escorrem pelo meu rosto. Minha mãe levou as crianças para sua

casa até eu ver como será minha vida daqui para frente.

Seguro nossas

alianças nas mãos e tenho meu olhar fixo sobre elas. Lembro-me do

nosso casamento ainda jovens e cheios de sonhos. Tínhamos tantos

planos que foram ficando pelo caminho, com o passar do tempo nem

fazíamos mais questões de nada daquilo que planejamos, tínhamos

outras prioridades.

Ontem pela manhã

você estava comprando carne para o churrasco do final de semana,

programou as próximas férias para irmos a praia e visitarmos sua

mãe que mora no interior, você estava feliz e me beijou ao acordar

e disse que me amava.

Era um habito tão

corriqueiro que apenas disse que eu também te amava. Poderia tê-lo

abraçado e feito amor como dois apaixonados, se eu soubesse que essa

era a nossa última manhã eu não teria saído da cama.

__ Paula, você quer

um café?

__ Não tia Célia,

estou sem vontade alguma.

__ Você não pode

ficar assim, Laerte não gostaria de te ver nesse sofrimento.

__Então por que ele

me deixou?

__ Não foi uma

escolha dele, ele não poderia imaginar uma fatalidade dessas,

ninguém pode.

Ela me olha com

piedade e eu só queria um instante no tempo, onde eu pudesse lhe

dizer tudo que estou sentindo e nos despedirmos, tinha tantas coisas

para dizer que talvez um tempo não fosse o suficiente mas o

necessário para marcarmos nossa despedida com um beijo eterno que

mesmo do outro lado da vida ele sentiria.

Era depois do almoço

e as crianças brincavam no jardim da casa simples de classe média

que pagamos às duras penas as prestações. Eu arrumava a cozinha do

almoço enquanto Laerte assistia ao jornal. Eu ouvi ele me chamando

em um tom desesperado e corri para ver o que acontecia, pensando ser

alguma coisa com as crianças. Chego na sala e ele está passando mal

com dor no peito e arritmia. Ele nunca sentiu essas coisas, o ajudo a

se deitar no sofá e ligo para a emergência, corro na cozinha para

pegar uma água com a esperança de que isso vai passar rapidamente.

Quando volto o encontro sem vida, meu coração disparou e os meus

gritos de desespero se ouvia a quarteirões. As crianças correram ao

meu encontro e eu as impedi de vê-lo daquele jeito. Busquei forças

onde não tinha e os vizinhos vieram saber o que se passava. Uma

amiga pegou as crianças para que eu pudesse conversar com o resgate.

__ Nome completo:

Laerte Oliveira; idade: quarenta anos.

Respondi a um imenso

questionário e minha dor estava cada vez maior. As pessoas eram

solidárias pois já somos vizinhos e amigos há muitos anos, eles me

ajudaram com o funeral pois eu não tinha como arcar com as despesas.

Ninguém imagina morrer aos quarenta, a empresa onde ele trabalhava

não dá suporte para falecimento.

Aconteceu tão

rápido que em menos de vinte quatro horas tudo acabou. Seus pais e

irmãos vieram para o enterro e já foram embora, não perguntaram

nem se eu precisava de alguma coisa para as crianças. Nem os vi irem

embora.

Agora estou aqui sem

conseguir pensar em como será daqui para frente. Pela primeira vez

em doze anos eu não tenho resposta para um problema. Laerte sempre

me perguntava o que deveríamos fazer e eu sempre tive respostas. Mas

agora não sei o que fazer. Não trabalho desde que José nasceu, ele

está com nove anos e depois de três anos nasceu Antônio, hoje com

seis. Meus filhos ainda são pequenos e não tenho com quem

deixá-los. Minha mãe trabalha fora e minha irmã também. Eu não

tenho pai e minha família é muito pequena e agora estou sem rumo.

__ Paula, venha

comer alguma coisa. Você não pode adoecer, seus filhos precisam de

você e essa dor daqui a pouco passa e você vai sentir apenas

saudades.

__ Será, tia! Eu

sinto que meu peito vai explodir.

__ É assim mesmo,

eu também perdi meu esposo e foi terrível, até que precisei pagar

as contas e as dívidas que ele me deixou. Cuidei das minhas filhas e

dei conta de estudá-las e casar as duas. Agora vivo para meus netos

e dele restou apenas a saudades.

__ Eu me lembro,

tia! A senhora foi muito forte, mas não sei se terei essa mesma

força. Estou sem chão e parece que me falta o ar.

__ É assim mesmo,

quando seu pai abandonou sua mãe com você e sua irmã pequena a sua

mãe sofreu a mesma coisa. A dor talvez fosse até maior, ele foi um

cafajeste irresponsável, que não pensou nas filhas e na dor que

vocês sentiram. Ao menos você enterrou seu marido honrosamente e

não o viu caído na sarjeta com outra mulher.

__ Isso é verdade,

eu honrei meu esposo durante toda nossas vidas juntas, não tenho

nada com que me envergonhar.

Foi bom ter essa

conversa com minha tia. Ela demonstrou muita sabedoria e cuidados com

as palavras. Levanto-me e vou até a cozinha comer alguma coisa. A

comida fica entalada na garganta, olho para a mesa e seu lugar vazio

a mesa. Uma angústia toma minha alma e parece que ele vai chegar e

me abraçar por trás e dizer que sentiu o cheiro do café.

Ele era tão feliz

que não precisava tocar uma música para que ele me puxasse par uma

dança com nossos corpos coladinhos. Estava sempre feliz com tudo e

agora foi partilhar seu brilho com as estrelas.

__Como vou viver sem

você? O que vou dizer para nossos filhos?

Durmo chorando e me

questionando.

Acordo cedo e tenho

que ir na escola das crianças e ir na empresa pegar seus pertences

do escritório. Nunca fui na firma e nem sei ao certo onde é. Mexo

nas suas coisas, pego uma pasta com documentos da firma e encontro o

endereço certo. Eu sempre estive ocupada demais com as coisas

domésticas que nunca me envolvi no seu trabalho. Guardo de novo pois

ainda não tenho coragem para mexer nas suas coisas pessoais.

Chego de frente a um

imenso prédio em mármore preto, subo por um elevador :

__ A senhora precisa

de alguma coisa?

A recepcionista me

pergunta sendo simpática:

__ Sim, eu sou

esposa de Laerte Oliveira e vim buscar seus pertences.

Ela me olha

espantada e me deixa com uma pulga atrás da orelha:

__ Meus sentimentos,

ficamos sabendo hoje cedo quando chegamos para trabalhar.

__ Obrigada!

__ A sala do doutor

Laerte é a quinta a direita, a senhora pode ficar à vontade que a

secretária dele irá te ajudar.

Minha cabeça dá um

nó, ele era doutor em quê?... Secretária? Para mim ele era

corretor de imóvel. Deve haver algum engano,

Conhecendo seu trabalho

Entro pelo enorme corredor e as salas ainda estão com poucos funcionários, chego na sala com a placa doutor Laerte oliveira.

__ Em quê posso ajudá-la?

__ Sou esposa do Laerte Oliveira e vim buscar seus pertences.

__ Meus sentimentos, nós ficamos muito abalados com o que aconteceu e vamos sentir muita falta dele, era um excelente profissional.

__ Obrigada! Mas por quê vocês o chamam de doutor?

__ Ele era o melhor aqui na empreiteira, quando era lançado um projeto ele conseguia vender todas as unidades em pouco tempo. Sempre saia na frente dos outros corretores e o CEO dava- lhe preferência para os lançamentos.

__ Você trabalhava direto com ele?

__ Sim, sou secretária de três consultores e doutor Laerte era o que mais precisava do meu trabalho.

__ Obrigada, por tudo. Ele deveria gostar muito de trabalhar com você.

Falo entrando em sua sala que ainda tem seu cheiro e sinto uma saudade imensa.

Olho em uma estante de madeira na sala muito bem decorada, um conforto imenso passando status e poder. A foto dos nossos filhos estão decorando a sala.

E uma foto de nós dois está sobre a sua mesa. Fernanda, a secretária me traz uma caixa e começo a colocar suas coisas dentro. Ela me olha com os olhos rasos d'água e eu não tenho mais lágrimas para chorar.

Abro a gaveta da sua mesa pego todos os papéis e agendas, não tenho tempo para ver do que se trata, apenas os coloco na caixa. Em casa com calma vou fazer uma vistoria.

Saio da sala e me despeço de Fernanda que está chorando.

Sigo pelo corredor e tenho pressa para sair do prédio, estou me sentindo sufocada.

Entro no elevador e um casal está descendo para o térreo, eles não se olham . A mulher loira tem um ar empoderado, o homem é uma pintura em forma humana. Seu perfume amadeirado marcou presença dentro do elevador. Eu fico o tempo todo com os olhos fixos na caixa que está em meus braços, ao sair do elevador a mulher esbarra em mim com brutalidade e uma agenda cai da caixa, me abaixo para pegar e o gentil senhor pega para mim. Eu o agradeço e saio do elevador em direção ao carro. O homem misterioso fica me olhando entrar no carro até eu sair. Passo na escola e converso com as professoras para informar que José e Antônio não virão a aula essa semana, explico a situação e volto para casa. Deixo a caixa no quarto de bagunça e fecho a porta, não tenho coragem para mexer com nada.

Vou a casa da minha mãe buscar as crianças e elas ainda não querem vir para casa, minha irmã fala para eu deixá-los mais um pouco e ter paciência, eles parecem ter medo de enfrentar a verdade.

Fico um pouco com eles e lhes faço companhia, depois volto para casa.

Encaro minha solidão, às vezes choro, me desespero mas sei que vou vencer essa batalha.

Começo a esvaziar o guarda-roupas e tirar suas coisas. Cada peça tem uma história e um momento registrado. Fecho meus olhos e é como se ele estivesse me perguntando se lavei sua camisa ou bermuda. Levo sua camisa ao nariz e sinto seu cheiro. A que eu mais gostava eu guardo dentro da gaveta junto com minhas roupas de dormir. Seu perfume e sua loção pós-barba eu guardo junto com meus poucos perfumes. Faço as malas de roupas e as coloco no carro para doar em algum brechó beneficente.

Sua Aliança eu coloco em uma caixa e a guardo como lembrança eterna do nosso amor.

Uma semana se passa e a realidade bate a nossa porta. Vou ao banco e acesso a conta conjunta e só temos dinheiro para as despesas de no máximo dois meses. O financiamento da casa foi quitado, por estar em seu nome assim como a do carro. A escola das crianças está em dia mas não vou poder mantê-los em escola particular. Vou ter que transferi-los para uma escola pública.

Meus filhos são compreensíveis e entenderam que vão ter que me ajudar, eles aceitaram numa boa.

Começo a espalhar currículo por toda parte, preciso arrumar um emprego nem que seja meio período.

Faço qualquer serviço para que não falte nada aos meus filhos. Um vizinho me fala que precisam de ajudante na padaria onde trabalha, o problema é que o serviço é de três às oito da manhã. Como não tenho outra opção vou conversar com minha irmã para dormir aqui em casa.

O primeiro dia, ou seja, a primeira madrugada foi bem. Eu fiquei muito cansada mas dei conta. Antes eu não precisava trabalhar, meu esposo era o provedor da casa e não deixava faltar nada. Eu não esbanjava e fazia a economia dentro de casa. Agora eu tenho que fazer tudo sozinha, sinto tanto sua falta. Não por causa de ter que trabalhar mas porque seu abraço no final do dia era o meu descanso. Minha alegria ao vê-lo chegar com seu sorriso lindo que me passava a confiança de que tudo está bem e estamos todos juntos e seguros no nosso lar.

A mulher quando fica viúva não perde apenas o marido, mas o amigo, o confidente e o amante. O sentimento é de que nada será como antes e que a solidão será sua companheira para o resto da vida.

Na minha cama, abraçada ao seu travesseiro, eu choro todas as noites. Ouço passos no corredor e a porta se abre, meu Antônio está assustado e com medo:

__ O que foi meu amor?

__ Eu sonhei com o papai, ele disse que estava com saudades de casa.

O choro é inevitável.

__ Ele falou isso, meu amor?

__ Sim! Ele disse para a senhora não ficar chorando, porque ele está bem.

Eu abraço meu pequeno e contenho às lágrimas, ele dorme em meus braços e eu me acalmo.

Sou grata porque tenho meus filhos, eles me dão forças para suportar a cada dia. E é por eles que vou sair nas madrugadas para o trabalho, por eles eu vou matar um leão por dia.

Fazendo novos amigos

Saio duas e meia da manhã para poder pegar serviço na padaria às três, meu vizinho disse que está sem carro e me pediu uma carona, eu não posso negar pois foi ele quem me indicou o serviço e sua mãe fica sempre com as crianças quando eu preciso.

Ele se chama Daniel, é uma boa pessoa e era amigo do Laerte. Eu fico com medo das pessoas falarem mal de mim por causa de sair de madrugada com um homem sendo que tem apenas um mês que eu estou viúva. Mas eu não posso negar uma carona a quem me estendeu a mão na hora em que precisei.

Não deu outra, a vizinha da última casa, no final do quarteirão simplesmente sai na janela para ver quem está saindo de casa e justo na hora em que paro o carro para Daniel entrar.

__ Bom dia dona Josefa! Vamos trabalhar?

Ela não responde e fecha a cara.

__ Desculpa te incomodar e ainda te coloquei em uma situação difícil, afinal às pessoas jugam muito pelas aparências.

__ Não se desculpe, eu não me importo com o que os outros pensam, já passei dessa fase. O que eles pensam ao meu respeito só interessam a eles, não vou me estressar por causa disso e sempre que você precisar meu carro está às ordens.

Ele me olha com admiração pois não esperava de mim essa resposta.

__ Você está gostando de trabalhar na padaria?

__ Sim, é um horário que posso ficar fora de casa e alguém cuida dos meus filhos.

__ Quando você chega dá para descansar.

__ Não! Eu chego, sirvo o café, arrumo a casa, preparo o almoço e levo as crianças no colégio, quando volto eu durmo um sono e já está na hora de buscá-los. Chegamos e vamos fazer as tarefas, o jantar e já estou cansada. Custo a dormir, é o momento que mais me dói e a saudade me sufoca.

Meus olhos estão vermelhos e começo a fungar, pois todas as vezes que me lembro eu choro.

__ Desculpa! Eu não queria te fazer chorar.

__ É inevitável, eu estou uma corrente de águas, qualquer coisa me faz lembrá-lo, está muito recente e ainda dói muito.

__ Eu fiquei assim quando perdi minha noiva num acidente, era uma dor sem tamanho e uma angústia que não passa. Até uma bala nos faz lembrar da pessoa.

__ Eu me lembro quando ela morreu, nós fomos no velório, Antônio estava pequeno e eu o deixei com minha mãe para irmos.

__ Eu não me lembro de ninguém que foi no dia, eu estava em choque e parecia não ver nada a minha frente.

__ Eu também fiquei assim durante o velório. Não sei quem foi e muito menos quantas pessoas foram.

__ Tinha muitas pessoas, a turma do futebol foram todos. Da empresa eu só vi o CEO e uma mulher muito bonita que o acompanhava.

__ Você conhece o pessoal da empresa onde Laerte trabalhava?

__ Sim, eu comprei um apartamento nas mãos de Laerte, fui lá assinar o contrato. Eles vão entregar daqui a noventa dias.

__ Então você vai se mudar da nossa rua?

__ Vou, eu quero passar um tempo morando sozinho. Estou preparando o espírito de dona Helena que acha que tenho que morar com ela para ter roupa lavada e comida na hora certa.

__ Isso é coisas de mãe.

Mas você está certo, vai ter sua privacidade e quem sabe não arruma uma esposa.

__ Pode ser! Estou na pista.

Ele me olha de um jeito estranho e me sinto incomodada.

__ Eu não quero saber de mais ninguém na minha vida, quero cuidar dos meus filhos e lutar para dar o melhor a eles.

__ Mas você é muito jovem, é bonita e pode reconstruir uma nova história.

Paula, trinta e cinco anos

__ Eu amo meu marido, ele era meu tudo, meu amigo e meu companheiro. Não me vejo ao lado de outro homem.

Chegamos no trabalho que parecia quilômetros com essa conversa que não terminava, mas foi bom conversarmos, a tanto tempo sem ter alguém para falar o que estou sentindo que me senti mais leve.

Entramos para o trabalho e nossos setores são diferentes.

Eu faço biscoitos e bolos e ele faz pães e massas.

Não o vi durante o tempo de trabalho, quando estou saindo o vejo encostado no carro conversando com uma das meninas que trabalham no mesmo setor que ele.

__ Paula, essa é Luíza, ela mora na nossa rua e eu sempre a deixo em casa, você se importa de dar carona a mais uma?

__ Claro que não, sempre que precisar podem contar comigo.

Senti-me aliviada, assim dona Josefa não vai falar que estou andando com o Daniel para baixo para cima sozinha e é bom cercarmos de amigos, estou me sentindo sozinha e as poucas amizades que eu tinha parece que se afastaram para que eu não peça nenhum favor.

Preparo a mesa do café e coloco algumas roupas na máquina enquanto as crianças acordam, minha irmã toma o café e sai para o serviço.

Encontro no sexto de roupas sujas uma bermuda do Laerte, acho estranho pois a tempos que eu não a via e quantas vezes lavei roupas esse mês e não vi essa bermuda suja. Acontece que ela sumiu bem antes dele morrer. Olho os bolsos antes de colocar na máquina, é uma mania que eu tenho. Encontro uma nota de cinquenta e um papel com dois números anotados. Um número de telefone e uma sequência de oito dígitos. Não sei do que se trata mas vou colocar junto com sua agenda.

__ Tem muita coisa sua aqui, meu amor! Vou tirar um tempo para limpar isso essa semana.

Falo em voz alta, comigo mesma.

Essa nota que encontrei vai virar combustível para o carro, ele está andando só no cheiro. Vou receber meu primeiro pagamento e estou cheia de despesas para cobrir.

A tarde busco as crianças no colégio e pergunto se foram eles que acharam a tal bermuda, eles não souberam de nada.

Carolina chega para dormir e eu pergunto a respeito:

__ Foi você quem encontrou a bermuda do Laerte?

__ Sim, ela estava jogada no lavabo, da área da churrasqueira. Eu fui limpar lá e a encontrei.

__ Estranho, como isso foi parar lá? Ele a me fez procurar por dias, parecia ter perdido uma fortuna por causa da bermuda.

Fiz o jantar e coloquei as crianças para dormir. Como minha insônia está grande eu peguei sua carteira e comecei a olhar as coisas que tinha dentro, alguns documentos, uma pequena chave parecendo da caixa postal, canhotos de cheque. Eu nem sabia que ele trabalhava com cheque. Uma coisa obsoleta que quase ninguém usa. Por curiosidade começo a ver o que ele pagava com cheque e eram quantias enormes nominais a seu irmão. Eu começo a me preocupar, eles não gostam de mim, achavam que eu não era o suficiente para Laerte.

__ Por quê o Laerte arrumava tanto dinheiro para seu irmão?

Tenho a mania de falar alto o que penso. Carol entra no quarto e me vê espantada e pergunta o que eu estou falando sozinha. Mostro a ela os canhotos de cheque e ela fica horrorizada.

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