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A História De Dylan

1. DESDE INÍCIO

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### Capítulo 1:

O Jardim dos Segredos

Dylan era um menino especial, diferente dos outros. Seu coração era um poço de felicidade, e seus olhos enxergavam magia onde outros só viam o comum. Para ele, o mundo era um palco de histórias fantásticas, onde tudo era possível: árvores sussurravam segredos, rios cantavam canções antigas, e o céu parecia guardião de algo misterioso.

Ele vivia em uma casa simples, mas cheia de amor e... enigmas. Sua mãe, Helena, era uma mulher de beleza cativante, com longos cabelos caramelizados que pareciam dançar na luz do sol. Ela possuía um mistério em seu olhar que Dylan sempre tentava desvendar. Seu pai, Elói, era um homem de poucas palavras, mas sua sabedoria preenchia os silêncios.

Dylan tinha três irmãos: Eduard, o curioso, Mônica, a sonhadora, e Pérola, a mais doce. Todos viviam em harmonia, mas havia algo que pairava no ar, algo que Dylan não conseguia nomear. Um segredo, talvez?

Todas as noites, Helena transformava o mundo de seus filhos com suas histórias. A sala se enchia de expectativa quando ela abria um livro, sua voz suave transportando-os para reinos distantes. Para Dylan, aquelas histórias eram mais do que palavras – eram portais para outros mundos.

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**O Jardim Vivo**

Durante o dia, Dylan transformava o jardim de sua casa em seu reino mágico. Enquanto seus colegas de escola corriam e gritavam, ele preferia ficar sozinho, perdido em suas aventuras internas. "O mundo aqui dentro é mais rico", pensava.

Mas algo mais habitava aquele jardim. Uma borboleta roxa, com olhos pretos delineados e antenas longas e dançantes, aparecia todas as tardes. Dylan a chamava de Ellen.

Ellen não era apenas uma borboleta – ela era amiga e confidente. Dylan dizia que ela falava com ele, mas ninguém acreditava. Sempre que ela aparecia, voava em direção à fonte do quintal, onde o menino sentava e esperava. Quando ele fechava os olhos, o mundo mudava.

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**Um Portal para o Fantástico**

Ao abrir os olhos, Dylan estava em outro lugar – um paraíso encantado. O céu era mais azul, as flores exalavam perfumes que contavam histórias, e o rio cristalino refletia um brilho dourado. Ali, ele não era apenas um menino; ele tinha asas.

Ellen sempre o guiava por aquele mundo, transformando-se em uma pequena fada de asas cintilantes. Foi nesse lugar mágico que Dylan conheceu *Orodóquio*, uma lasca de madeira que ganhava vida, como se tivesse saído diretamente das histórias que sua mãe contava.

— Suba em minhas costas, Dylan! — dizia Orodóquio, e juntos eles deslizavam pelo enorme rio.

Havia, porém, uma curva no rio que Orodóquio nunca ousava atravessar. Ali, as águas eram escuras, e redemoinhos ameaçavam engolir tudo. Apesar da curiosidade, Dylan sentia que não estava pronto para descobrir o que havia do outro lado.

Quando voltavam à margem, rolavam na grama, riam até o coração ficar leve. Aquele mundo era perfeito, mas não eterno. Logo, Dylan sabia que teria que voltar para casa.

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**Um Segredo Revelado?**

Enquanto isso, no jardim real, Eduard observava Dylan desaparecer entre as flores. Ele nunca entendia como o irmão sumia tão rapidamente. Quando Dylan reaparecia, vinha com um sorriso misterioso.

— Onde você estava? — perguntava Eduard.

— No paraíso — respondia Dylan com simplicidade, como se isso fosse óbvio.

— Me leva lá, irmão! Quero ver também!

Dylan ria e prometia:

— Um dia, Eduard. Um dia.

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**A Lasquinha de Madeira**

À noite, Helena penteava o cabelo dos filhos, um ritual que ela nunca deixava de lado. Quando chegou a vez de Dylan, ela encontrou uma pequena lasquinha de madeira entre seus fios.

— Onde você estava, meu filho? — perguntou com curiosidade.

Dylan sorriu, sua voz carregada de doçura:

— Com meu amigo Orodóquio, mamãe.

Helena suspirou, pensando que fosse apenas mais uma das invenções de Dylan. Mas, em seu íntimo, algo a incomodava. Quando foi para o quarto, Dylan ouviu sua mãe murmurando palavras baixas, como se conversasse com alguém. Ele tentou ouvir, mas não conseguiu entender.

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**Uma Nova História**

Antes de dormir, Helena contou mais uma história, e a casa ficou repleta de magia. Dylan, como sempre, pegou seu travesseiro e encontrou o canto mais confortável da sala. Enquanto Helena lia, ele fechava os olhos e imaginava cada cena, cada personagem, como se fosse parte deles.

Naquela noite, Eduard prestou mais atenção no irmão do que na história. Mônica dormiu antes do final, mas Pérola ficou até o último detalhe.

Dylan, no entanto, era diferente. Cada história parecia acender algo em seu coração, algo único. Para ele, não era apenas ouvir – era viver.

E naquela noite, enquanto todos dormiam, Dylan sonhou novamente com seu paraíso, com Ellen, Orodóquio e o misterioso outro lado do rio.

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Esse é apenas o início da história de Dylan – um menino com a capacidade de transformar a realidade em magia, mas que, aos poucos, começa a descobrir que até os mundos mais encantados guardam segredos.

2•. mamãe preocupada

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Capítulo 2

**Uma Noite Diferente**

Aquela noite começou como qualquer outra. Helena se preparava para contar uma nova história enquanto as crianças se acomodavam em seus lugares preferidos. Mas antes que ela pudesse começar, Eduard começou a passar mal.

— Mamãe… — disse ele, com a voz fraca, segurando a barriga.

De repente, ele vomitou, manchando o chão da sala. Helena correu para ampará-lo, e todos olharam assustados.

— Meu filho! — exclamou ela, apalpando sua testa. — Você está queimando de febre!

Dylan observava a mãe com um misto de preocupação e medo. O semblante dela estava pesado, algo que ele raramente via.

— Vai ficar tudo bem, meu amor. Vou cuidar de você — disse Helena, tentando esconder o desespero na voz.

A febre de Eduard oscilava. Às vezes parecia melhorar, mas logo voltava com mais força. A noite foi tensa. Todos se recolheram aos quartos, mas Dylan não conseguia dormir. Às três da manhã, um som baixo o despertou.

— Choro? — pensou ele, levantando-se na ponta dos pés para investigar.

Seguiu o som até o quarto de Eduard, cuja porta estava entreaberta. Ele espiou e viu o irmão sentado na cama.

— Edward? — sussurrou Dylan, entrando devagar. — Você está bem?

Antes de tocá-lo, Dylan sentiu o calor irradiando do corpo do irmão. Mas, para sua surpresa, Eduard sorriu.

— Quem era você, Ordóquio? — murmurou Eduard, com os olhos brilhando.

Dylan congelou. "Ordóquio?", pensou ele. Esse nome não era desconhecido, mas como Eduard poderia conhecê-lo? Decidiu não interromper e ficou apenas observando o irmão, que parecia feliz, apesar da febre.

Na manhã seguinte, enquanto todos dormiam, Dylan correu para o jardim. Precisava encontrar Ordóquio. Mas, ao chegar ao outro lado, algo estava errado. Ordóquio não estava lá.

— Senhor Coelho! — chamou ele, encontrando o amigo apressado. — Onde está Ordóquio?

O coelho, com seu olhar sempre atento, respondeu:

— Ele foi embora ontem, Dylan. Um menino o convidou para uma viagem. Desde então, não voltou.

Dylan sentiu um frio na espinha. Ele ligou os pontos rapidamente. "Eduard… foi ele!", pensou.

De volta à casa, Dylan foi direto ao quarto do irmão. Lá, encontrou Eduard sentado na cama, sorrindo e conversando com… Ordóquio!

— Como assim?! — disse Dylan, perplexo. — Você consegue ver meu amigo?

Eduard riu.

— Claro que consigo, mano. Ele veio me visitar ontem à noite. Disse que faria uma fogueira para me aquecer…

— Mas… como você o conhece? — perguntou Dylan, ainda sem acreditar.

— Não sei — respondeu Eduard, com um sorriso inocente. — Ele só apareceu quando eu estava com frio.

— Ele é do paraíso, Eduard — disse Dylan, com seriedade.

— Do paraíso? Onde é isso? — perguntou o irmão, intrigado.

— É difícil explicar. É um lugar mágico, onde os animais falam e tudo é possível. Mas… só podemos ir se eles nos chamarem.

Eduard parecia entender, mas antes que pudesse responder, Helena entrou no quarto.

— Nossa! Você parece ótimo hoje, filho! — disse ela, tocando sua testa. — A febre passou.

— Eu disse que estava bem, mamãe — respondeu Eduard. — Foi porque Ordóquio cuidou de mim. Ele fez uma fogueira enorme!

Helena congelou por um momento, sem entender.

— Ordóquio? — perguntou, desconfiada.

Dylan tentou desviar o assunto.

— É só um amigo imaginário, mamãe…

Helena olhou para os filhos, confusa, mas decidiu não insistir. Saiu do quarto e foi para o seu, onde começou a orar em voz baixa.

— Obrigada, meu Deus, por salvar meu filho… — murmurava, mas Dylan, que a ouvia de fora, percebeu algo mais. Em meio às palavras de gratidão, havia um tom de choro.

Naquela noite, Helena contou uma nova história.

— Essa é a história de dois irmãos… — começou ela, sua voz carregada de emoção.

A história prendeu a atenção de todos, principalmente Dylan e Eduard. Tratava-se de gêmeos, um deles muito doente, salvo por uma planta mágica que curava qualquer mal.

Helena descreveu com detalhes o perfume da flor, a textura de suas folhas e o brilho misterioso de suas pétalas. Os olhos de Dylan brilhavam.

— Parece o meu paraíso… — murmurou ele para si mesmo.

Quando a história terminou, Mônica já havia adormecido. Perla ainda estava acordada, mas foi Dylan e Eduard que ficaram mais impactados.

— Será que também há algo mágico cuidando de nós, mano? — sussurrou Eduard, olhando para Dylan com olhos cheios de esperança.

Dylan apenas sorriu.

— Talvez… talvez exista mais do que a gente imagina, Eduard.

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3•. •Acontecimento •

**Capítulo 3

– A Flor e o Segredo do Portal**

Aquela noite ventava tanto que parecia que o céu sussurrava algo sombrio. Dylan mal conseguia dormir, incomodado pelo som dos galhos se quebrando lá fora. Ao amanhecer, correu para o jardim. O que viu fez seu coração disparar: plantas caídas, galhos partidos e a área parecendo devastada por um furacão. Ele chamou o pai, com um tom de urgência.

— Pai, olha isso! O jardim da mamãe... Está destruído! — disse Dylan, a voz trêmula.

O pai olhou com um semblante pesado, mas pouco pôde fazer além de cortar os galhos que já não tinham conserto. Dylan assistia àquilo em silêncio, sentindo um aperto no peito. O portal para o paraíso ficava ali, escondido entre as plantas, e ele temia que estivesse perdido para sempre.

Na escola, não conseguia se concentrar. A visão das plantas destruídas não saía de sua mente. No final da aula, enquanto descia as escadas lentamente, algo o fez parar. Uma garota de cabelos avermelhados e olhos brilhantes o encarava fixamente, como se soubesse o que ele estava pensando.

— Ei... Você é o Dylan, certo? — disse ela, com um sorriso gentil, mas misterioso.

— S-Sim... — respondeu ele, desconfiado.

— Eu me chamo Tulipa. Não se preocupe com o jardim. Nem todo ele foi destruído. Na verdade, algo lindo está esperando por você.

Antes que pudesse perguntar como ela sabia de tudo isso, a garota desapareceu. Dylan piscou várias vezes, tentando entender o que acabara de acontecer. **Tulipa?** O nome ecoou na sua mente, acompanhado de uma sensação estranha, quase mágica.

Ansioso, correu para casa. Assim que chegou, não pensou duas vezes: colocou as coisas de lado e foi direto para o jardim. Lá, algo chamou sua atenção. No meio da destruição, uma nova flor nascia. Suas folhas eram verdes como esmeraldas, e o botão vermelho brilhava sob a luz do sol.

Ele se aproximou, ajoelhando-se ao lado dela.

— Bem-vinda, bela flor... Não sei seu nome, mas você é incrível — disse ele, quase como um sussurro.

Ao tocar levemente suas folhas, sentiu uma energia quente percorrer seu corpo. Ele se levantou, olhou em direção à passagem secreta e a encontrou intacta. Com um sorriso de alívio, atravessou para o outro lado.

Assim que chegou, Ordóquio correu para ele, abraçando-o forte.

— Dylan! Quanto tempo, meu amigo! — disse Ordóquio, com os olhos brilhando. — Eu soube que você conheceu Tulipa...

— Como você sabe disso? — perguntou Dylan, confuso.

— Tulipa não é apenas uma flor. Ela é especial. Cuide bem dela, Dylan.

***

No mundo real, a situação ficou ainda mais complicada. O pequeno Eduard estava novamente doente. Febril, ele mal conseguia falar. Dylan, desesperado, foi ao jardim pedir ajuda.

— Ordóquio, meu irmão precisa de você! Por favor, venha! — gritou ele, com lágrimas escorrendo.

Ordóquio apareceu, mas seu semblante era sério e triste.

— Eu não posso mais atravessar para o seu mundo, Dylan. Minhas regras aqui mudaram.

Dylan ficou em choque. Aquelas palavras ecoavam como uma sentença cruel. Voltou para casa apenas para encontrar pessoas vestidas de branco carregando Eduard para o hospital. Sua mãe, Helena, segurou suas mãos com força.

— Dylan, cuide de suas irmãs. Regue o jardim... Prometo que voltarei com seu irmão sadio.

Ele assentiu, mas o peso da responsabilidade o consumia. Mais tarde, enquanto regava o jardim, notou algo surpreendente: **Tulipa havia crescido ainda mais.** Suas folhas brilhavam, e suas pétalas pareciam feitas de seda. Ele se sentou ao lado dela, falando como se ela pudesse ouvi-lo.

— Sabe, Tulipa, você me lembra uma história que minha mãe contou... Sobre uma flor que curava as pessoas. — Ele suspirou. — Talvez você também seja mágica.

De repente, um vento suave passou por ele, e as folhas de Tulipa começaram a se mover.

— Dylan... — uma voz feminina ecoou, baixa, mas clara.

Ele se levantou num pulo, assustado.

— Você... Você está falando?

— Sim, eu posso falar — respondeu Tulipa, com um tom doce e tranquilizador.

Dylan arregalou os olhos, sua mente lutando para entender o que estava acontecendo.

— Você... Você pode curar meu irmão? — perguntou ele, cheio de esperança.

— Não posso curá-lo, Dylan. Mas ele está em boas mãos.

***

Horas depois, Helena voltou para casa com Eduard. Ele parecia renovado, sorrindo como nunca antes.

— O médico disse que foi um milagre! — contou Helena. — Ele encontrou o tratamento perfeito para seu irmão.

Eduard correu para Dylan e o abraçou.

— Dylan! Você não vai acreditar! O médico que cuidou de mim é o mesmo garoto da história que mamãe contou! E sabe o remédio? Ele veio de uma flor, igual a Tulipa!

Os dois irmãos, cheios de entusiasmo, correram para o jardim. Lá, Tulipa balançava suavemente ao vento, suas folhas brilhando mais do que nunca. Ao lado dela, outra planta começava a brotar.

— Dylan... — disse Tulipa. — Quero que conheça Ordóquio. Ele voltou, mas de uma forma diferente.

Dylan caiu de joelhos, emocionado. Ao lado de Tulipa, um pequeno cravo começava a desabrochar.

— Ordóquio... É você?

A planta balançou suavemente, como se dissesse "sim". Dylan e Eduard sorriram, lágrimas escorrendo de seus olhos. O jardim estava mais vivo do que nunca, e os segredos que ele guardava estavam apenas começando a ser revelados.

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