Oi gente! Então, estou aqui pra começar mais um livro. É o seguinte, o protagonista desse negócio aqui é um estúpido. Boçal mesmo. Então vocês precisam entender que ele vai passar um tempo agindo e falando como tal. Outro ponto importante aqui é que a protagonista teve que virar adulta muito cedo, por tanto, não vai ter muita paciência com ele em vários momentos.
Dito isso, quero lembrar aqui alguns pontos que quem me acompanha já sabe.
1°: Nada do que eu escrevo aqui é por acaso. Tudo se conecta depois. Então por favor leia com atenção pra evitar a fadiga. Ah, os detalhes, TODOS OS DETALHES, vão estar aqui porque tem motivo de estar aqui. Então pelo amor do Todo Poderoso só leiam. Minhas obras são descritivas, DES-CRI-TI-VAS, foquem nisso.
2°: Se você é do tipo que gosta de mulheres passivas e que aceitam tudo caladas, e faz questão de criticar cada passo, fala e linguajar das personagens femininas achando que só os homens falam palavrão e podem sair tr*nsando sem compromisso, esse livro, assim como todos os meus outros, não é pra você. Já está aqui avisado, mais uma vez vou pedir atenção.
3°: Eu tive muitos problemas durante os últimos meses e não mantive a atualização regular dos meus livros, então todos os outros vão ter bastante capítulos escritos com antecedência pra evitar isso acontecendo outra vez. Mas quero que saibam que a atualização é de um capítulo por dia, porque não gosto de diálogos idiotas pra encher linguiça.
4°: Meus livros não tem fotos, mais uma vez eu digo, é tudo descritivo. Gosto de vocês usando a imaginação.
É isso! Beijo e boa leitura meus amores 😘
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Estou sentada em uma cadeira de plástico vagabundo enquanto olho pro caixão na minha frente contendo o corpo inerte da minha mãe.
💭Isso é um pesadelo, só pode ser. Aliás, tem que ser💭
Respiro fundo enquanto não consigo desgrudar meus olhos, é quando sinto uma mão no meu ombro esquerdo.
Um copo descartável com café aparece na minha frente.
- Peguei pra você meu amor.
Pisco saindo do transe e quando olho pra cima vejo Lucas abrindo um sorriso sem mostrar os dentes. Somos namorados há dois anos e meio e ele está me ajudando agora nesse momento ruim, muito embora nós tenhamos vários arranca rabos e eu tenha uma vontade louca de matar ele por várias vezes.
- Obrigada.
Corro os olhos pela pequena igrejinha evangélica na comunidade onde moro, minha mãe frequentava aqui e o pastor fez questão de arrumar de um jeito bonito pra despedida dela. As paredes são de um cor de rosa e o chão é de ardósia, bem lustrado e limpo. Dou um sorriso de canto lembrando das vezes que mamãe vinha limpar isso daqui.
É como se pudesse ouvir as palavras dela.
-" A casa do Senhor tem sempre que estar limpa e em ordem."
Bom, pelo menos algo está em ordem, porque minha vida, ah... essa está um caos!
Mamãe me criou sozinha, meu pai foi comprar cigarro e nunca mais voltou, se é que vocês me entendem. Estou com vinte e cinco anos agora, mas sempre trabalhei vendendo as coisas na rua pra ajudar em casa, enquanto minha mãe sofria todo tipo de humilhação possível sendo diarista. Eram poucos os patrões gente boa que ela conseguia. Três anos atrás eu consegui um emprego na área da limpeza em uma indústria alimentícia, que pertence a um bilionário de origem armênia e há cinco minha mãe descobriu um câncer de mama, contra qual lutou muito. Foi nessa época que eu me abstive de todos os meus sonhos. Não haveria tempo pra mim, pra faculdade, uma carreira, ou seja lá o que fosse. Conheci Lucas porque ele é operador de máquinas onde trabalho, se não fosse por isso, nem ele teria.
Dou um gole no café já sentindo que começou a ficar morno. Reprimo a careta por causa disso e ajeito uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
Estou cansada.
E muito.
Os últimos meses foram um tormento. Mamãe passou os últimos três internada na Santa Casa, e era sempre alguma amiga dela aqui da igreja que ficava no hospital durante o dia já que eu só podia ir a noite depois do trabalho.
De repente um ruído se faz ouvir, o pastor pegou o microfone.
- Amados irmãos e irmãs, quero dedicar algumas palavras à memória de nossa irmã Madalena. Sei que nada do que eu disser aqui vai suprir a falta que ela nos faz, mas sei também que um conforto é sempre bom...
Depois que o pequeno discurso acaba, junto com a oração, eu me levanto pra receber o conforto das pessoas. Na hora do enterro é o pior momento pra mim, sinto meu corpo pesado e choro sem conseguir mais segurar enquanto vejo a terra sendo jogada no túmulo. É o adeus definitivo, nunca mais vou ver minha mãe.
*********
Bato a mão no despertador e solto um gemido de desgosto. São quatro horas da manhã, eu moro em uma favela próxima ao centro de uma cidade e meu trabalho fica perto de um centro de abastecimento e distribuição de alimentos de outra. Tenho que me levantar nesse horário pra conseguir bater cartão as sete. Um inferno!
Se não fosse por minha mãe, e a necessidade de trabalho, acho que já teria largado essa porcaria há muito tempo. Agora eu tenho uma pilha de dívidas, que surgiram junto com o agravamento da doença dela, e que infelizmente não foram enterradas há quatro meses atrás junto com ela. Me levanto e me obrigo a ir pra debaixo do chuveiro, tomo um banho rápido, me arrumo e engulo um iogurte antes de sair. Tenho que pegar um ônibus e ir até um ponto de embarque onde o especial da empresa passa. O lugar é tão longe que o ônibus que vai lá passa uma vez na vida e outra na morte.
Assim que chego pra pegar o especial avisto uma amiga.
- Bom dia, piriguete velha!
Lucia, que também trabalha na empresa na área da limpeza, me dá bom dia. Ela tem quarenta e sete anos e uma história de vida sofrida demais, mas mesmo assim sempre tem um sorriso no rosto. É uma mulher baixinha e que fala alto.
- Bom dia, piriguete nova! Pronta pra mais um dia de luta?
Retorço uma careta.
- Não, mas eu penso é nos boletos e no aluguel do barraco.
Ela me estende um pacote com pães de queijo e eu nego a oferta, mas abro minha bolsa e mostro uma vasilha com alguns biscoitos.
- Vou passar na portaria e selar, aí lá dentro a gente surrupia um bolo de milho pra tomar o café de nove horas.
É proibido comer dentro da indústria, principalmente os alimentos fabricados nela, mas aquele velho mão de vaca do Barsamian tem que nos compensar por todo o estresse dentro daquele lugar. Sempre que se leva algo de fora tem que ser selado na portaria, que é pra se algum fiscal pegar, já saber que você trouxe de casa.
*********
Estou andando pela indústria e dando graças a Deus por ser um lugar climatizado, o uniforme do lugar é um moletom. O pessoal da produção usa branco e nós usamos azul. Trago meu carrinho sendo puxado por uma mão, e na outra uma vassoura e um rodo. Entro na expedição e cumprimento o pessoal.
- Bom dia, flores do dia!
Recebo sorrisos amarelos e um ou outro bom dia desanimado.
- Tá legal, o que foi que aconteceu ontem aqui enquanto eu estava de folga?
Meu horário de trabalho é de terça a sábado.
Me viro pra Kennedy assim que o ouço me respondendo.
- Não sabemos, nosso horário é o mesmo do seu. Se esqueceu Olívia?
Ah, é.
Ele ajeita os óculos no rosto e depois a touca na cabeça. Como é um lugar que manipula alimentos, todo mundo tem que trabalhar com os cabelos cobertos, mesmo quem não tem contato direto com o produto sem embalar, como é meu caso e o deles.
- Tá bom, então porque essas caras?
Rodrigo, um cara alto, magro e negro, a quem os meninos apelidaram de Faro, puxa uma pilha de embalagens de pão de forma. Um caminhão acabou de encostar na doca pra levar carga até um supermercado.
Ele me responde enquanto leva a torre de produtos até o baú do caminhão.
- Não é nada, só sono.
A indústria abastece aos dois que são de propriedade do senhor Fuad Barsamian. Ele tem um supermercado gourmet, voltado pra pessoas de mais posses e que só está localizado nos melhores bairros, e um outro mais popular com opções também de atacado. O velho tem várias lojas dos dois pelo país.
Kennedy puxa uma torre de tortas floresta negra, que é pra colocar em outro caminhão. Esse é refrigerado.
Enquanto eu observo a movimentação deles estreito meus olhos.
- Uhum, sei...
De repente uma moça que é novata passa com outra mais velha de casa, elas trabalham no setor de frios e é uma parte diferente da indústria, então não sei o nome das duas. Acontece que elas parecem saber o meu, passam por mim e cochicham algo, depois dão uma risadinha.
Encosto minhas coisas em um canto e dou dois passos em direção delas pra saber o porquê disso, meu pavio é curto, aprendi a me defender sozinha e cedo.
Sinto uma segurada no meu braço direito, me viro e vejo Kennedy me segurando.
- Não, Oli. Não vale a pena.
Tiro meu braço da mão dele.
- Se vocês são meus amigos vão me contar agora o que está acontecendo.
É quando João aparece, ele é encarregado dos meninos. Ele usa uma touca azul clara e é assim que diferenciamos quem é chefe e quem não é.
João me olha e comprime os lábios.
- Eu vou te falar, mas não quero você procurando briga por aqui. Se lembra que precisa do emprego.
Já sinto um comichão pelo meu corpo.
- Desembucha, João!
João cruza os braços e inspira fundo antes de soltar:
- Lucas levou um balão de dois dias e assinou uma advertência depois de ter sido pego beijando uma garota do corte suíno aqui dentro.
COMO É?!
Pisco meus olhos umas três vezes tentando assimilar a notícia. Sei que a gente briga de vez em quando, que temos algumas diferenças e que fazemos muita raiva um no outro, mas nunca me passou pela cabeça trair ele e muito menos que Lucas me trairia.
Sinto minha boca amargar em uma mistura de raiva e vergonha. Tantos lugares pra fazer isso, ele vai e faz justo onde trabalhamos?
Eu agora sou a chacota da indústria.
Sou interrompida nos meus pensamentos.
- Olivia, será que você pode limpar a câmara fria da Rotisseria?
Balanço a cabeça de leve fazendo minha capacidade de falar voltar pra responder Fernando, meu encarregado. É um cara baixinho, branco que chega a ser transparente, e deve ter uns quase quarenta anos.
- Claro! Já vou.
Engulo em seco o que estou sentindo e sigo no meu dia de trabalho.
Quando bato cartão de novo às quatro e quarenta da tarde, ando até o vestiário e finjo que não estou percebendo os olhares na minha direção.
Encontro com Eliete, outra mulher da limpeza, mas que cuida do banheiro e do vestiário feminino.
Ela tem um jeito todo particular, e não mede as palavras.
- *Fica assim não, zé. Lucas é um c*zão, ele não vale a pena*.
Abro meu armário que fica próxima ao dela e de Lúcia, e enquanto tiro minha jeans e minha camiseta de dentro, eu abro um sorriso amarelo.
- É, se fez isso comigo não vale mesmo. Só achei que fosse ter pelo menos um pingo de consideração por mim e pelo menos fazer isso longe.
Nossa, que merda. Eu estou triste de verdade com isso.
Troco de roupa rápido e ajeito meu cabelo. Saio com tanta pressa que nem espero por minhas amigas, só quero me enfiar no ônibus e chegar logo em casa.
Assim que me acomodo em um das poltronas do especial eu mexo no meu celular depois de um dia inteiro sem pegar nele. Vejo uma mensagem de Lucas.
📲 - Sei que você já deve ter ouvido comentários por aí. Quero conversar com você, nós precisamos disso.
Aperto o celular com tanta força que tenho que me controlar pra não estragar. Não estou podendo gastar com um novo agora. Digito de maneira rápida.
📲 - O que nós precisávamos, leia bem, no passado, era de respeito nessa relação. eu mantive o meu Lucas, mas você cagou pra mim e para os meus sentimentos.
A resposta dele vem de maneira quase que imediata.
📲 - O que eu posso fazer? Fui fraco, eu errei, me perdoa Oli. Eu te amo.
Respiro fundo e fecho os olhos segurando a lágrima.
📲 - *Você pode ir tomar no meio do seu c*! É isso que você pode fazer! Me esquece Lucas, faz esse favor*.
Quando desço do ônibus a noite já está começando, subo a escadaria imensa e paro no boteco que fica na esquina do bêco de casa. Pego uma cerveja e encerro meu dia deletando todas as fotos e qualquer outro rastro que possa existir de Lucas na minha vida.
...ΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩΩ...
Apareço na porta do jatinho particular e abro um sorriso vendo André, meu motorista e guarda costas particular, me esperando. Coloco meu óculos aviador espelhado e dou uma última olhada na aeromoça ajeitando a roupa. Os serviços dela foram muito além de uma água e um salgadinho.
A moça de cabelos loiros me olha dizendo sem palavras, só com a expressão no rosto, que foi uma delícia ser f*dida por mim na cama do fundo do avião.
Jogo um beijo pra ela e desço as escadas com minha bagagem de mão.
André abre a porta do Jaguar pra mim.
- E então, feliz por estar de volta ao Brasil?
Jogo a bolsa dentro do porta malas que já estava aberto e antes de me acomodar no banco de trás eu respondo.
- É, acho que não vai ser tão ruim assim voltar pra esse calor dos infernos.
Passei dois anos me especializando fora do país. Estava precisando dar uma fugida disso aqui, respirar outros ares, e ir pra Bélgica foi uma boa.
Quando André se acomoda no banco do motorista ele me diz antes de dar partida:
- Seus pais estão esperando por você.
Reviro meus olhos por trás das lentes, mas abro um sorriso. Estou com saudade daqueles velhos e do carinho exagerado da minha mãe.
- Como andam as coisas por aqui? Tudo bem na indústria e no centro de distribuição?
Ele me olha através do retrovisor central e faz um gesto de cabeça confirmando.
- As coisas estão maiores agora.
É claro que estão. Quando meu avô chegou aqui nessa terra há décadas atrás, ele tinha um sonho de conquistar muitas coisas. Começou com um loja pequena no bairro e quando se deu conta já tinha um bom supermercado. Meu pai cresceu e assumiu a direção dos negócios e fez tudo explodir de vez, doze anos atrás teve ideia de fazer um atacado e aí a coisa toda aumentou mais ainda. A cada ano que se passa o patrimônio da família Barsamian aumenta, são muitas pessoas que dependem de nós.
- Imagino...
**********
- Bruno! Que bom te ver de novo!
Tenho uma irmã de vinte e quatro anos e por mais que seja seis anos mais nova que eu, Bianca é minha melhor amiga. Ela vem correndo na minha direção e se joga nos meus braços.
- Que saudade que eu tava de você garota!
Ela abre um sorriso e eu vejo as covinhas. Minha irmã tem bem as características fisicas das mulheres armênias. Cabelos castanhos longos e ondulados em um rosto delicado e olhos amendoados. Somos bem parecidos, a diferença está na minha mandíbula quadrada e coberta por uma barba cerrada.
Ouço a voz inconfundível do meu pai.
- O bom filho a casa torna.
Ele abre os braços pra mim e me dá um abraço.
- Volta sim, pai. E faminto!
Mamãe aparece já retorcendo um lencinho.
- Sem choros dona Erika.
Ela bate no meu peito sem vontade quando a envolvo pela cintura.
- Ah, seu chato, será que uma mãe não pode ficar emocionada e feliz por ver seu filho voltando pra casa?
Entro na casa abraçado com ela e a medida que andamos até a cozinha, eu sinto o cheiro bom que está vindo do cômodo.
Imediatamente avisto um prato repleto de Mante. Minha mãe aprendeu todos os pratos típicos do povo do meu pai e se tornou uma especialista desde que casou com ele trinta e cinco anos atrás.
Jogo um na minha boca depois de mergulhar em um molho de iogurte e suspiro vendo minha mãe tirar um cordeiro bem assado do forno.
Eu realmente estou com fome. Acho que foi toda a atividade física dentro do avião.
- Diz pra mim que vai ficar aqui.
Retorço uma careta pra Bianca ouvindo isso.
- Eu tenho minha casa, pra quê vou ficar aqui?
Ela faz um bico de todo tamanho.
- Pra ficar perto de mim!
Reviro meus olhos.
- Deus que me livre.
Mamãe me serve um prato generoso cheio de carne, salada e arroz.
Estava com saudade de ser mimado por ela.
Meu pai me encara do outro lado da mesa.
- Quando você vai começar a frequentar aquilo lá?
Dou um gemido de desgosto por dentro com a empolgação dele. Eu nunca quis fazer parte dos negócios antes, não me sentia preparado e tenho que confessar que perdi muito do meu tempo me dedicando ao que não valia a pena. Mas isso não é assunto pra agora, depois eu conto.
Deve ter tanta coisa pra me inteirar, tanto na indústria quanto no centro de distribuição. Aquilo lá parece uma cidade, e são vários CNPJ's. São pelo menos cinco empresas diferentes em um único espaço.
- Deixa eu me acostumar com o fuso horário daqui outra vez e me organizar pai, aí eu vou pra lá.
Meu pai faz um gesto de cabeça apenas e eu me concentro de novo na comida da minha mãe.
*********
- Passou dois anos fora e amoleceu desse jeito. Andou fazendo o quê por lá, Barsamian?
Analiso meu instrutor de MMA.
- Ah, você sabe Kauê...
Ele ri alto pra mim.
- Espero que você não seja responsável por metade da nova geração da Bélgica.
Faço um sinal da cruz no meu peito enquanto analiso os movimentos dele procurando por uma brecha.
- Credo! Não gosto nem de pensar nisso.
********
Mexo no meu celular no banco de trás do Jaguar. Estou dando uma olhada nas redes sociais e reviro meus olhos vendo uma foto de Kim. Ela é de família armênia como eu e uns anos atrás eu tive um romance com ela, até a infeliz me trair e me trocar por um babaca qualquer. Mas de certa forma eu até sou grato a ela, eu era um imbecil sentimental e que era facilmente manipulado, Kim passar por minha vida me transformou em um homem de verdade. Quase fiz a cagada de pedir ela em casamento no auge dos meus vinte e três anos, pensa só no terror que teria sido eu me amarrando cedo assim.
Hoje ela não passa de uma conquista da minha cama. Um lembrete a mim mesmo que não sou mais tão vulnerável assim, e um lembrete pra ela também, que quem saiu por cima fui eu, e que ela é um joguete do meu p*u. Ainda não sabe que eu voltei, se soubesse já teria me procurado, implorando pra ser c*mida nem que seja numa rapidinha.
Deixo o telefone de lado quando André para na porta do centro de distribuição. Quero olhar primeiro o lugar onde as mercadorias de fora ficam, depois eu desço e vejo o lugar onde os produtos artesanais são feitos.
Assim que salto do carro uma mulher séria e extremamente bem arrumada aparece. Ela usa um conjunto justo de blazer e saia lápis cinza. Tem os cabelos pretos presos em um rabo de cavalo baixo e usa um par de óculos de grau quadrados e pequenos.
- Senhor Barsamian, eu sou Sheila Maldonado. Sou a sua assistente.
Dou uma boa analisada nela. É bonita e tem um par de pernas bem convidativas.
Mas juro que vou ficar distante, não quero uma dor de cabeça aqui no trabalho. Eu me canso fácil e depois vou ter que mandar ela embora quando ficar pegajosa demais. E eu sei que ela vai ficar, todas elas ficam.
Sheila anda na minha frente pra me mostrar onde minha sala fica.
A sigo pela empresa prestando atenção nas coisas e pensando no melhor jeito de saber de tudo. Quando ela para e abre uma porta pra mim eu dou de cara com um ambiente aconchegante e decorado em tons de marrom. Tem um tapete felpudo no centro e um sofá confortável de couro lustroso nessa mesma cor.
Me acomodo na cadeira de rodinhas confortável atrás da mesa enquanto minha assistente mexe no tablet.
- Bom, por hoje nós só temos a visita programada ao centro de distribuição. Os responsáveis pelos setores estão esperando pelo senhor.
Ligo o computador e conecto meu email enquanto respondo a ela.
- Tudo bem. Já está com minha lista de contatos?
Sheila me diz que sim.
- Ótimo! Me coloque em contato com Pedro Almodovar. Preciso conversar com ele.
Estou com saudade daquele filho da mãe e também preciso resolver umas questões com meu advogado e amigo.
Antes que minha assistente vá fazer o que pedi, eu digo:
- Saímos em quinze minutos.
*********
Ando pelos corredores grandes e largos do centro de distribuição, o lugar é alto e eu levanto minha cabeça pra prestar atenção no estoque de coisas na infinitas prateleiras. Avisto alguns funcionários conferindo o estoque ou então manobrando empilhadeiras.
Um rapaz jovem e com um cavanhaque bem feito me acompanha enquanto me explica como as coisas funcionam aqui no CD.
- Nós temos um sistema que se chama PQE/PQS. Significa primeiro que entra/primeiro que sai, e nada mais é que o controle do que sai primeiro daqui baseado na data de fabricação e vencimento dos alimentos. Lá em baixo, na indústria, as coisas são feitas em um dia e despachadas no máximo no outro, e tudo feito com o mínimo possível de conservantes, mas aqui não, são só produtos industrializados e que geralmente aguentam mais. Justamente por isso a atenção tem que ser redobrada com as datas, não podemos mandar nada vencido para as lojas.
Nós andamos mais um pouco, até que eu questiono.
- Como são feitos os controles de pesagem das mercadorias?
O rapaz passa a os dedos pela barba e me responde.
- Nós pegamos um palete desses de plástico, que pode ser higienizado de maneira satisfatória, e pesamos os produtos em cima dele. Depois nós carregamos o caminhão e o motorista passa em cima de uma balança próxima a saída da centro de distribuição.
Caminhamos juntos e enquanto falamos eu noto a atenção das funcionárias voltada pra mim. Elas provavelmente sabem quem eu sou e não vão perder a chance de chamar minha atenção, quando desci do escritório fui recepcionado de maneira efusiva e isso me deu uma idéia que esse pessoal se preparou demais pra mim. Estão acostumados com meu pai por aqui mas o senhor Fuad não vai mais vir pra cá, então vão ter que se acostumar comigo.
Depois de conhecer cada lugar do centro de distribuição, eu decido encerrar o dia mais cedo. Marquei um encontro com Pedro e nós vamos tomar alguma coisa por aí.
**********
Chego no barzinho e avisto meu amigo sentado em um canto, ele se levanta pra me cumprimentar com um abraço.
- Fala comigo, turco!
Reviro os olhos pra ele. Pedro adora me provocar me chamando de turco, ele sabe que não existe ofensa maior pra um armênio do que ser comparado com esse povo do cão.
Mostro o dedo do meio da mão direita pra ele.
- *Turco é meu r*bo*!
Pedro solta uma gargalhada e eu me sento no estofado de luxo já me servindo da garrafa de John Walker que ele está bebendo. É o nosso preferido, King George V, e está com o gosto certo.
Papo vai, papo vem e eu viro minha cabeça pra direção oposta. Avisto minha assistente usando um vestido branco, brilhante e costas nuas. Está em uma roda de amigos, todos homens, e só com mais uma mulher.
Pedro me percebe olhando demais.
- Já achou uma vítima?
Dou um sorriso de canto enquanto levo o copo de whisky até a boca.
- É a minha assistente. Tinha dito a mim mesmo que ia ficar longe dela pra não ter dor de cabeça no trabalho, mas é coincidência demais encontrar ela aqui. Acho que isso é um sinal, não acha?
Meu amigo tem que segurar pra não cuspir longe o whisky.
- Você parece aqueles gordos furando dieta. Qualquer coisa é desculpa pra comer.
Seco meu copo e me levanto.
- Anda Almodovar, eu pego ela e você pega a amiga. Vamos espantar aqueles idiotas de perto.
Ele se levanta pegando a garrafa e me segue até o balcão. Antes de parar ao lado de Sheila eu já coloco minha mão esquerda nas costas dela, um pequeno susto e a mulher se vira pra mim.
- Senhor Barsamian, que coincidência.
A encaro de madeira ostensiva e logo Sheila percebe minha intenção. Sua postura muda sutilmente e sei que está receptiva pra mim.
- Uma excelente coincidência, não acha?
Ela confirma com a cabeça enquanto umedece os lábios com a língua.
Logo os outros homens vão embora e não demora muito Pedro vai também levando a amiga dela, acho que se chama Renata. Assim que ficamos sozinhos eu aproveito pra chegar perto do ouvido direito dela e dizer:
- Quer ir embora comigo também?
Sheila dá uma risada sensual, do tipo que eu estou bem acostumado a receber quando as mulheres querem me dar, mas não perde a chance de tentar se fazer de difícil.
- Não é uma boa idéia. Trabalhamos juntos, te conheci hoje e você é meu chefe.
Coloco minha mão esquerda por cima da dela no balcão escuro e lustrado.
- Sou seu chefe de oito às dezoito, agora são quase onze da noite. Portanto, o horário comercial já se foi há muito. Mas se você quiser eu também posso mandar em você em cima da minha cama, se tiver sorte eu te deixo mandar um pouquinho em mim também.
Não demora muito e nós já estamos na minha casa, com ela me cavalgando e completamente suada.
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É sábado e a indústria está cheia. A hora extra começou.
A produção aqui rola de segunda a sexta somente, mas a indústria funciona em três turnos, o que significa que o pessoal da madrugada produz e alguém tem que vir no sábado de manhã embalar e despachar as coisas pra não se ter problemas com desperdício, que aqui nós chamamos de quebra. Por isso eu trabalho de terça a sábado, estou aqui pra limpar o que o pessoal da embalagem do turno da manhã sujar e também a expedição.
Lúcia e Eliete trabalham só de segunda a sexta, mas estão aqui hoje fazendo hora extra também.
- Escuta, eu tenho uma coisa pra te falar.
Olho pra Lúcia enquanto estamos tomando café da manhã.
- Hum, qual é a bomba da vez?
Ela ri pra mim e nega com a cabeça.
- Não tem bomba nenhuma. É uma novidade bem boa.
Minha amiga se ajeita na cadeira e inclina um pouco pra frente, é o nosso jeito de dizer que vamos contar uma fofoca e precisa ser bem baixo. Eliete e eu nos inclinamos também.
- Renatinho perguntou se você está mesmo solteira.
Solto o ar com força ouvindo isso. Sempre tem um cara ou outro jogando uma cantadinha, ou dando uma piscada, mas eles sempre mantém o respeito. Acontece que depois que eu fiquei solteira daquela maneira nada discreta eles estão um pouco mais calorosos comigo, vamos dizer assim. Mas Renato é encarregado da padaria no turno da manhã, sempre me tratou super bem e foi de uma educação e postura profissional incrível, nem imaginei que ele pudesse fazer uma pergunta dessa.
É um cara bonito, e as meninas da lavanderia são doidas com ele. O problema é que ele é ex namorado de uma encarregada do turno da tarde, ela cuida da embalagem nesse período. Uma mulher sebosa, que graças a Deus eu não tenho contato, já que só cuido de lá durante a manhã.
- Ai Lúcia, é melhor nem render esse assunto.
********
Quando finalmente chega a hora de ir embora pra casa, eu falto dar um pulo. Quero sair hoje, espantar essa semana de cão que eu tive com o aumento de trabalho por conta da produção. Tenho corrido de Lucas aqui dentro da empresa como o diabo foge da cruz. O fato de ele operar máquina no setor dos frios contribui pra que eu não o veja, é uma outra parte da indústria, com uma insalubridade diferente da que eu ganho, e por tanto, não tenho acesso a ela.
Só que todo azar pra pobre é pouco, assim que passo pela barreira sanitária e saio no corredor dos banheiros e vestiários eu o vejo.
Apresso o passo pra me enfiar no vestiário feminino.
- Oli, espera!
Finjo não ter ouvido e entro respirando aliviada por saber que ele não vai poder me seguir.
Troco de roupa e visto a que trouxe mais arrumadinha pra sair. Vou encontrar com a minha prima e nós vamos em um pagode hoje. Escolhi um macaquinho de musseline off white, de mangas geométricas, com um short saia e calcei um par de anabelas de amarrar combinando. Tenho um espelho amarrado na porta do meu armário e uso ele pra me maquiar e ajeitar meu cabelo que hoje está escovado.
Coloco meus brincos pequenos, meus piercings e borrifo um perfume, tudo que não podemos usar no trabalho por se tratar de uma empresa alimentícia. Pego a bolsinha que eu trouxe pra sair e deixo minha mochila no armário pra levar pra casa só na terça que vem. Decido sair pela porta dos fundos do vestiário pra não me encontrar com Lucas, mas o infeliz está me esperando na esquina.
Ando pra passar por ele fingindo que não o vi, mas sinto o agarrão no meu braço.
- A gente precisa conversar, já tem quase dois meses que você me evita e eu não te vejo, Olivia.
Dou um puxão e ele me solta.
- Conversar o quê? O seu tempo de falar acabou. Era só você ter me dito que não queria mais continuar comigo e nós dois teríamos terminado, mas ao invés disso você preferiu beijar outra bem aqui no nosso local de trabalho, me expondo ao ridículo e me fazendo virar piadinha por esses corredores.
Lucas franze as sobrancelhas enquanto me olha e engole em seco.
- Olha Olivia, eu sei que fui um imbecil e não tem nada que eu possa dizer pra fazer você me perdoar e voltar atrás. É por isso que vou ser sincero aqui com você. Eu... bom, eu não pensei que fosse me sentir tão mal depois de fazer isso, só pensei no meu próprio ego e em como seria legal beijar aquela menina, mas eu tô chateado de verdade agora comigo mesmo.
Respiro fundo tentando controlar meus impulsos, eu não quero e não posso fazer uma cena aqui.
- Lucas, por favor, só... só me deixa ir. Você está chateado por você mesmo, não por mim. Pensa no que você acabou de me falar, é tudo sobre você, não há nada sobre nós dois nessa história. Acho que é melhor mesmo dar um fim nisso, cada um pro seu lado e tudo bem. Sei que com o tempo eu vou deixar a raiva e mágoa de lado, e isso não significa que vamos voltar, só que vamos viver em paz aqui nessa empresa e é sobre isso, mas agora não dá nem pra conversar sobre sem eu sentir uma raiva enorme de você.
Olho no meu relógio de pulso e decido sair andando pra não perder o especial, é quando eu escuto:
- Você já é muito bonita mas hoje está mais ainda.
Renato equipara o passo ao meu.
- Ah, obrigada.
Não sei o que dizer além disso. Me lembro do que Lúcia me disse e fica pior ainda.
- Não tem de quê. Vai sair pra algum lugar?
Digo a ele que vou encontrar com minha prima pra sair pra dançar.
- Você gosta de dançar o quê?
- De tudo um pouco, mas hoje é pagode.
Vejo Renato estreitando os olhos e inclinando a cabeça um pouco pra esquerda.
- É naquele do centro?
- Esse mesmo.
Recebo um sorriso de canto.
- Eu também estou indo pra lá, quer uma carona? Vou encontrar com uns amigos meus, você e sua prima ficam com a gente. É melhor do que você ir daqui, pra descer no metrô e ainda ter que andar até lá depois.
Ainda penso um pouco antes de aceitar, mas acabo concordando e indo com ele. Mando uma mensagem pra Júlia.
📲 - Acabei de chegar, cadê você?
📲 - Estou no balcão.
Ando procurando por minha prima e quando a vejo eu aceno e faço um gesto com a mão pedindo pra ela chegar perto de mim. Minha prima tem o cabelo loiro em um corte chanel e ondulado. Está usando um short jeans, com salto alto e um body vermelho frente única.
Apresento ela pra Renato e nós duas o acompanhamos até duas mesas que estão juntas, com cinco pessoas em volta. Todos amigos dele.
*********
Já são mais de meia noite e meia quando Renato para na porta da casa de Júlia. Ela mora com os pais em um conjunto de prédios populares e nós viemos deixar ela em casa.
- Tchau amore, amanhã eu te ligo pra gente fazer outra coisa.
Mando um beijinho pra ela e quando nós temos certeza que ela já passou na portaria, Renato fala comigo.
- Quer dar uma esticada em algum lugar?
Ele está me olhando de um jeito bem penetrante.
Abro a boca pra responder, mas ele me interrompe.
- Antes que você diga algo eu quero que saiba que eu sou doido com você tem muito tempo já. Então se você me disser que quer ficar comigo, eu vou fazer questão de te levar até o céu.
Não seguro a risada e nem ele.
- É sério que você consegue pegar as garotas por aí com essa conversa?
Renato faz uma careta pra mim.
- Ah, geralmente funciona. Mas todas são iguais, você não, pelo visto é diferente demais.
Reviro meus olhos.
- Se você me prometer que vai parar com essa conversinha mole de quem tentar dar o golpe a todo custo, pode até ser que sim.
Ele avança na minha boca e me beija com tudo, e preciso dizer que o homem beija bem demais.
Quando me solta, me encara de novo.
- Dorme comigo. Prometo que a gente fica no off, eu sei que você não gosta de dar esparro da sua vida.
Ah, quer saber? Eu vou.
Estou cansada de ser a chifruda otária, tá na hora de dar um jeito nessa situação.
Só confirmo com a cabeça e ele abre um sorriso enorme pra mim.
- Então vamos pra minha casa. A gente toma um vinho e curte a noite bem de boa.
Renato mora em um bairro legal, classe média em um prédio com uma boa estrutura.
Ele estaciona o carro na vaga do apartamento dele e nós dois seguimos até o andar em que ele mora.
Quando abre a porta eu vejo um apê bem organizado, com uma sala aberta que ele dividiu fazendo a de estar e jantar. A cozinha em estilo americano deixa ver os eletrodomésticos brancos e tem uma luminária bonita em cima do balcão de granito preto.
- Vem cá.
Ele pega na minha mão e me leva pra sentar em uma das banquetas de aço cromado.
- Vinho branco ou tinto?
Me acomodo bem antes de responder.
- Tinto.
Renato abre uma porta do armário escuro e planejado que ele tem na cozinha e revela uma mini adega.
- Tenho esses dois aqui que eu acho os melhores, ambos são reserva.
Olho as duas garrafas. Uma é Cassilero Del Diablo e a outra é um Pedra Cancela.
- O Chileno, sem dúvidas.
A gente entende bem de vinho e de outras bebidas, a adega do supermercado gourmet do senhor Barsamian é uma das melhores do país e ele foi o pioneiro em colocar bons vinhos de maneira acessível pra todos. A gente ganha um desconto comprando lá no crachá e vez ou outra ganhamos degustação de algumas coisas.
Renato guarda o Pedra Cancela e depois abre o Cassilero me servindo primeiro e depois a si. Ele usa uma tampa especial pra vedar a garrafa outra vez e depois dá a volta no balcão pra se sentar na banqueta do lado da minha.
Coloca uma mecha de cabelo atrás da minha orelha esquerda e depois diz:
- Que bom que você aceitou vir.
Coloco a mão direita na coxa esquerda dele e dou o meu melhor sorriso.
- Eu também acho isso.
A gente conversa bastante, descubro que nós dois temos muita coisa em comum.
- Porque é que você não é expansivo desse jeito lá naquela indústria?
A fama dele é péssima. Dizem que ele tem mãos de ferro pra comandar a equipe dele, mas uma coisa ninguém pode negar, no lado profissional é um baita encarregado.
- Porque infelizmente quando se é bonzinho demais as pessoas não te respeitam naquele lugar. Eu tenho quatorze anos de trabalho para o senhor Fuad, antes eu era funcionário de loja, quando ele abriu aquela indústria há dez anos atrás eu vim já com o cargo de encarregado e várias pessoas que eu conhecia vieram pro chão de fábrica. Foi aí que eu percebi que elas não me respeitavam pelo simples fato de me conhecerem há bastante tempo, fui chamado a atenção por isso e desde então mudei minha postura. Eu sei o que as pessoas falam de mim, que eu sou muito exigente e tal, que eu não sou mais uma pessoa humilde só porque uso uma touca azul alí dentro, mas você nunca vai ser bom pra quem só quer ir receber no dia certo mas trabalhar porcamente.
Bom, isso é verdade. O que não falta é morcego que se escora nos outros alí naquele lugar.
- É, olhando por esse lado você tem razão. Mas foi uma surpresa bem agradável conversar com você.
Ele deixa a taça dele em cima do balcão e chega perto do meu ouvido direito.
- Só conversar?
Eu também deixo a minha e olho bem nos olhos dele.
- Não sei, isso eu vou descobrir ainda.
**********
Estou deitada de bruços com as costas à mostra.
Sinto um carinho e solto um gemido.
- Pelo amor de Deus, você não cansa?
Renato dá uma risada gostosa.
- *Não estou pensando em s*xo de novo, as três que nós demos foram mais do que suficiente. Só estou admirando esse seu corpo e pensando que ele é bem mais bonito do que eu imaginava*.
Abro os olhos e franzo a testa.
- Seu tarado! Ficava me imaginando sem roupa?
Ele confirma com a cabeça antes de responder.
- É óbvio que sim, sua b*nd* é maravilhosa demais. Você passa e os caras quase tem um torcicolo pra olhar.
Meu Deus.
- Bem que quando eu entrei naquele lugar me disseram que nenhum homem alí valia nada, é por isso que não dou bola.
E eu ainda fui burra e namorei com um.
Renato estala a língua e diz:
- Eu valho, e muito. Pode continuar me dando bola o quanto quiser.
Ele me faz deitar no peito dele e enquanto me faz um carinho na cabeça eu me acomodo pra dormir.
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