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Destinos Cruzados

1. Adam - A vitória

Queridos leitores quero esclarecer antes de qualquer coisa, que o livro foi escrito alternando a história dos personagens principais, a Amanda e o Adam. Cada capítulo está identificado com o nome do personagem para ajudar vocês a compreender melhor a história. Essa obra literária é apenas uma ficção. Qualquer semelhança com pessoas reais ou lugares é mera coincidência. A classificação indicativa dessa obra: +18. Espero que vocês curtam, porque ela foi inscrita com muito carinho. Beijos a todos!

(A história que você está preste a ler contém situações que podem gerar gatilhos mentais.)

(Apenas para constar que todas as imagens contidas nesse livro foram retiradas do Pinterest.)

No jogo, quase sempre a felicidade de um, começa na queda do outro. E não existe nada mais emocionante do que vencer a NFL. Coração acelerado, pupilas delatadas, pressão nas alturas. Esse é o carrossel de emoções que o jogador vive ao marcar um touchdown. A euforia se traduz em comemoração. E nada mais justo do que comemorar.

– Cara, vamos para a casa do James. A comemoração vai ser lá. – Christopher grita para mim

– Beleza! Vou pegar a Emily e nos encontramos lá! – Eu afirmo.

Ao sair do vestiário encontro minha linda namorada me aguardando ao telefone, e descrevendo a emoção que sentiu ao me ver fazendo o touchdown que nos garantiu a vitória. Assim que ela me ver se despede da amiga e corre para me abraçar, pulando alegremente nos meus braços. Preciso soltar a bolsa, para que nós dois não fossemos parar no chão, de tanto que é a euforia da Emily.

– Meu amor, estou tão feliz por você! – Ela fala me beijando.

Eu e a Emily namoramos a 2 anos, mas nos conhecemos desde a época da faculdade. Passei por algumas turbulências até chegar aqui, e ela foi uma de minhas grandes incentivadoras depois da minha mãe.

– Obrigado, princesa! Estamos indo para a casa do James, você vem ou precisa ir para casa?

– Não se é todo dia que você ganha o NFL, hoje é dia de comemorar. Claro que vou com você. – Ela me fala animada.

– Preciso apenas passar em casa rapidinho e de lá nós vamos.

Ela apenas afirma com a cabeça e vamos. Prometi a minha mãe que caso vencêssemos antes de ir comemorar passaria lá para lhe dar um abraço. Sei que pode parecer tolo ir lá apenas para a abraçar, mas se estou aqui hoje devo isso ao sacrifício que minha mãe fez por mim. Eu jamais esqueceria isso.

Quando entro em casa, me sinto orgulhoso por proporcionar aquele conforto a ela, depois de tudo que ela passou para me manter na direção certa. A encontro sentada no sofá em nossa sala de estar, foleando algum livro que ela ama ler. Minha mãe criou o habito de não assistir a meus jogos, ela dizia que isso iria acabar lhe matando de um ataque cardíaco. Então o resultado ela só sabia quando eu entrava pela porta de nossa casa e olhava para ela.

Minha mãe não teve uma vida fácil, muitas vezes saia durante a madrugada para realizar suas faxinas e quando retornava muitas vezes dormia apenas 4 horas por dia. Durante toda minha vida, ela nunca me permitiu dormir sem uma refeição decente. Todos os livros que precisei para concluir meus estudos, ela se sacrificava para conseguir. Puder dar um conforto a ela agora, era o mínimo que eu poderia fazer.

Morávamos em Bel Air, em uma pequena mansão se comparada a outras da localidade. Meu salário como jogador profissional me permitia esse tipo de luxo, e depois que me destaquei como quarterback tenho uma bela fortuna no banco, mas continuo mantendo a humildade que minha mãe sempre fez questão de me ensinar, apenas não abrir mão do conforto de morar em uma bela casa e ter a disposição alguns funcionários para que minha mãe não tenha mais que trabalhar.

Assim que nossos olhos se cruzam, ela sabe que saímos vitoriosos, então ela se levanta e corre para me abraçar, me dando os parabéns. Seus olhos estão com algumas lágrimas que ela luta para segurar, minha mãe não gosta de demonstrar o que estar sentindo, mas sei que naquele momento ela estar emocionada pela minha vitória. Depois que ela me solta, ela abraça a Emily e pergunta como foi o jogo.

– Bom, no geral – Eu falo.

– Bom? Foi emocionante, Carla, e seu filho foi o responsável pela vitória de hoje. Ele fez o touchdown que garantiu o troféu para seu time. Ele só não gosta de se gabar, mas ele foi o herói da partida hoje. – Emily fala entusiasmada com minha mãe.

– Parabéns, meu filho! Sei o quanto essa vitória era importante para você. Eu nunca duvidei de sua capacidade, sempre disse que se você realmente quisesse muito uma coisa e lutasse por ela, você seria capaz de conseguir. Estou muito orgulhosa de você. – Minha mãe fala, me abraçando e me beijando mais uma vez.

– Mãe, vamos sair para comemorar. Passei aqui apenas para lhe abraçar e informar pessoalmente que ganhamos. Estamos indo para a casa do James e provavelmente vamos dormir lá, porque pretendo beber hoje, então não fique me aguardando chegar, descanse e amanhã encontro a senhora aqui novamente. Sua benção, mãe! – Eu falo, indo até ela e lhe dando um beijo na testa.

– Deus de abençoe, meu filho! Estou com meu coração um pouco apertado, então tenham cuidado. – Ela diz preocupada.

– Tudo bem, mãe. Assim que chegar lá, envio uma mensagem informando que chegamos, mas fique tranquila que teremos o máximo de cuidado.

A Emily se despede dela e saímos para encontrar os caras. Quando chegamos a casa do James a festa já estar bombando. Muita gente, som de qualidade e toda nossa equipe presente, comida e bebida circulando com garçons. Parecia que o James já estava certo de nossa vitória. Pego meu celular e envio uma mensagem para minha mãe.

📲 “Chegamos em segurança. Descanse. Amanhã estarei em casa.”

Pego uma bebida para a Emily e outra para mim na bandeja do garçom que passa por nós. Encontro os caras reunidos na beira da grande piscina na mansão de James, todos falando do emocionante touchdown que marquei. Quando o Christopher, meu melhor amigo, um verdadeiro irmão, me ver chegando, ele já grita de onde se encontra.

– Chegou o grande herói da partida!

E todos os caras vêm me cumprimentar mais uma vez. Observo uma grande quantidade de mulheres ao redor dos caras. Dou graças a Deus porque a Emily nunca se importou muito com isso. Sempre deixei muito claro meus sentimentos por ela e ela conhecia meu caráter. Nunca deixei a fama me subir à cabeça. Sempre mantive meus princípios e acho que foi isso que fez ela me dar uma chance. Sentamos a mesa com todos e a conversa flui normalmente. Emily se dar super bem com os caras e todos a respeitam muito. Desde quando começamos a namorar ela sempre me acompanha nesses tipos de comemorações ou até mesmo em algumas reuniões informais que fazemos. Ela quase faz parte da equipe já.

2. Adam - O acidente

Sempre aproveitamos muito esses tipos de festas, mas hoje não estou muito a fim de beber, já tomei algumas cervejas, mas agora estou no refrigerante. Olho para a Emily e percebo que ela já estar meio alegre demais, o que me faz sorrir. Sou completamente apaixonado por essa mulher, pela simplicidade dela levar a vida e pelo otimismo que cativa todos ao seu redor. Procuro o Christopher com o olhar e o encontro rodeado por duas mulheres lindas. Esse não vai mudar nunca, mas o amo também, ele já faz parte da minha família, minha mãe já o considera como filho de tanto que ele vive lá em casa. Entramos juntos para o esporte e temos uma amizade de anos, antes mesmo da faculdade.

Na metade da madrugada, todos insistem muito para irem para uma boate muito badalada próximo dali, cerca de 25 minutos de carro. Não estou muito a fim de ir, todos já beberam bastante e alguns nem tem condições de dirigir direito. Mas a Emily e o Christopher insistem tanto que termino aceitando. Na metade do percurso a Emily que estar sentada no banco de trás começa a passar mal. Em um segundo que me distrair olhando para trás, para verificá-la, tudo acontece.

Quando volto a abrir os olhos, vejo pessoas estranhas ao meu redor, mas não consigo mover meu corpo. Escuto muitas sirenes de ambulâncias, mas não sei distinguir o que estar acontecendo. Lembro apenas da Emily passando mal na parte de trás do meu veículo. Observo um senhor se aproximar de mim, com um olhar bem preocupado. Sinto algo escorrer pela lateral do meu rosto e até tento mover minhas mãos para verificar o que seja, mas também não consigo. Estou apenas com uma grande dor de cabeça, mas não consigo sentir mais nada no meu corpo.

– Olá, meu nome é Anthony. Sou paramédico do 911. Você consegue me ouvir?

– Sim, consigo! O que aconteceu?

– Como se chama? E o que você lembra?

– Meu nome é Adam Connor. Apenas da minha namorada passando mal no banco detrás do meu carro.

– Onde você sente dor?

– Apenas na cabeça!

– Consegue mover seus membros? Pernas e braços?

– Acho que tem algo os prendendo, não consigo movê-los. Como estão minha namorada e meu amigo?

Percebo o olhar de preocupação dele. Ele faz sinal para a pessoa que se encontra do meu outro lado. Nesse momento também sinto meus olhos pesados e mesmo eles me chamando não consigo me manter mais acordado.

Quando acordo novamente estou em um quarto, acredito que de um hospital. Escuto vários bips, mas só consigo move minha cabeça. Acho que meus braços e pernas devem estar presos. Não consigo ver ninguém naquela sala, e isso começa a me deixar agitado, escuto os bips acima de mim ficarem mais altos, então vejo uma moça entrar no quarto.

– Calma, Sr. Adam! Aguarde apenas um minuto que vou chamar o médico para que ele venha falar com o senhor.

Ela sai da sala, após verificar alguns aparelhos e pouco tempo depois volta acompanhada por um médico.

– Sr. Adam, fico feliz que finalmente o senhor tenha acordado. Como o senhor se sente?

– Acho que bem! Como estão minha namorada e meu amigo?

– Infelizmente não sei lhe dar nenhuma informação sobre eles, já que o senhor foi o único trazido para esse hospital. Mas acredito que em breve o senhor obterá alguma informação. Me diga se sente algo aqui.

Não sei o que ele estar fazendo, mas não consigo sentir nada.

– E aqui, o senhor consegue sentir algo?

– Não, senhor!

– Certo, vou pedir que lhe transfiram para um quarto, para que o senhor possa receber a visita de seus familiares e vou solicitar alguns exames.

Depois disso, algumas enfermeiras começam a desconectar alguns aparelhos de mim e me conduzem para outra sala. Elas me informam que vão fazer um exame de ressonância. Depois disso sou conduzido até um quarto. Pouco tempo depois minha mãe entra pela porta com os olhos inchados e vermelhos, comprovando que ela deve ter chorado bastante.

– Calma, mãe, estou bem! Não chore!

Ela me abraça, mas não tenho como retribuir porque ainda estou com meus braços presos na cama hospitalar. Minha mãe soluça e eu não consigo compreender porque o desespero dela se estou bem. Vejo mais uma vez a porta ser aberta e por ela entrar o médico que me atendeu na outra sala e uma mulher que acredito também ser médica pela forma como estar vestida.

– Olá, Sr. Adam, sou Meredith, médica-chefe do Sinai Medical Center. Como o Senhor se sente?

– Bem, doutora!

– Certo, Sr. Adam. O Dr. Severick me informou que solicitou uma ressonância para o senhor e estamos aqui com o resultado. Pelo que fiquei sabendo, o senhor é jogador profissional de futebol americano. Uma estrela em ascensão.

– Não é para tanto, doutora. Me esforço para ser o melhor para meu time.

– Bem, Sr. Adam, não temos boas notícias. Infelizmente os exames mostram algumas lesões na medula espinhal e uma lesão do plexo braquial.

– O que isso quer dizer doutora? – Pergunta minha mãe.

– Que o Sr. Adam vai precisar de muita fisioterapia para recuperar os movimentos, mas temos certeza que com alguns esforços por ele ser atleta, ele consiga recuperar esses movimentos.

Nesse momento eu não escuto mais nada do que ela explicava a minha mãe. Como assim, eu vou ter que fazer muitas fisioterapias para recuperar os movimentos? Minha vida sempre foi o esporte, principalmente o futebol americano. Foi ele que proporcionou a vida que tenho hoje. Se eu não puder andar, como vou correr? Como vou praticar o esporte que tanto amo?  Eu começo a ter falta de ar, escuto os bips dos aparelhos ligado a mim, apitando freneticamente.

– Sr. Adam, respire. Eu preciso que o senhor respire. O senhor estar tendo uma crise de ansiedade. Tente respirar Sr. Adam. Respire e expire lentamente.

Olho para minha mãe e vejo o desespero em seu olhar. Então tento focar na médica em minha frente e começo a fazer o que ela me pede. Consigo então ter o controle da minha respiração novamente. E lentamente os bips começam a diminuir.

– Nada é permanente Sr. Adam. Sei que pode ser desesperador, mas o senhor não estará sozinho. Temos uma equipe muito boa em fisioterapia, e aos pouco o senhor pode recuperar os seus movimentos. Não vai ser preciso o senhor permanecer em nosso hospital, se o senhor quiser podemos orientar sua mãe e todo acompanhamento será feito de sua residência.

– Eu prefiro assim, doutora. Sei que em nossa casa meu filho estará mais confortável. Não que aqui não seja, mas lá, ele estará mais à vontade. A senhora me passa o que é necessário e eu providenciarei. – Minha mãe fala antes de mim.

Eu me mantenho calado. Sem vontade alguma de falar ou interagir com ninguém. Fico olhando para o teto daquela sala, imaginando o que vai ser da minha vida de agora em diante.

3. Amanda – O início

Meus pais sempre foram pessoas admiráveis. Apesar de sermos pobres, eles sempre fizeram questão de nos incentivar a estudar, porque para eles, isso era algo que jamais ninguém poderia nos tirar. Meu pai tinha um costume de dizer “A lâmina de uma gilete é afiada, mas não corta uma árvore com tanta eficiência” e minha mãe completava a frase dele dizendo “O machado é forte, mas não corta os cabelos com tanta delicadeza”. Eles sempre repetiam isso para mim e para meu irmão Felipe.

Eles nos diziam sempre que todo mundo é importante de acordo com seus próprios propósitos. E que jamais deveríamos olhar para alguém com desprezo ou de cabeça baixa, exceto se fosse para admirar seus sapatos. Eu tinha o maior orgulho dos meus pais, eles poderiam não ter completado seus estudos, mas tinham uma grande sabedoria. Meu pai, mal conseguia assinar seu nome, mas levantava uma casa da planta em poucos dias e sem erros. Minha mãe, era um pouco mais estudada, porém, não conseguiu concluir seus estudos porque engravidou de mim ainda muito nova, e só lhe restou trabalhar, porque foi colocada para fora de casa pelos meus avós, assim se tornou uma excelente cabeleireira e tinha seu próprio pequeno salão.

Eles sempre fizeram questão de pagar pelos nossos estudos, e não nos permitiam faltar um único dia de aula se não fosse pelo fato de doença. Lembro que uma vez cheguei em casa comentando um texto que a professora leu em sala de aula de Mario Quintana que dizia “Os livros não mudam o Mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Depois desse dia meu pai passou a ser um grande admirador desse poeta.

Quando concluir meu ensino médio, meus pais fizeram questão que eu cursasse uma faculdade, eu seria a primeira da família a ter curso superior e isso os enchia de orgulho. Eles até permitiram que eu trabalhasse com minha mãe, desde que o valor fosse para ajudar a pagar minha faculdade de fisioterapia, que sempre deixei claro que tinha interesse em fazer, desde o dia que ainda criança, vi esse tipo de médico ajudar o filho de um conhecido nosso, voltar a andar. Achei um verdadeiro milagre e disse naquela época que um dia também seria uma médica que faria milagres.

Certo dia, enquanto estava na faculdade, recebi uma ligação do meu irmão pedindo para eu voltar para casa, pois a comunidade em que morávamos estava sendo invadida pela polícia numa ação de combate à criminalidade. Até tentei ir para casa, mas fui impedida na entrada da comunidade por conta da enorme troca de tiros que estava acontecendo. Resultado desse confronto... Meus pais mortos e meu irmão revoltado com a polícia.

Aquele dia tinha sido o pior dia da minha vida. Não é fácil você perder um pai ou uma mãe de forma trágica, imagina perder os dois ao mesmo tempo. Perdemos a base de nossa família e consequentemente meu irmão perdeu o rumo também de sua vida.

Houve uma grande manifestação em nossa comunidade cobrando justiça por aquelas mortes. Não foram só meus pais que foram assassinados naquele dia, existiram mais outras 4 pessoas mortas por bala perdida. Mas nenhum era traficante e nenhum era policial. A pressão na mídia foi tão grande, pelos erros cometidos naquela operação, que começaram a procurar culpados. Com isso começaram a chegar ameaças as famílias das vítimas mortas naquele dia, o que revoltou ainda mais meu irmão, que apesar de todo meu conselho, se juntou as pessoas erradas para proteger a comunidade, segundo eles.

Eu pensei que após a morte dos meus pais, minha vida já estava muito ruim, mas após a manobra do meu irmão, tudo ficou ainda pior. Quando chegava da faculdade encontrava dentro de nossa casa vários homens que nem conhecia e que muitas vezes me causavam medos. Continue com o salão da minha mãe nos momentos em que não estava estudando, então passava a maior parte do dia fora de casa.

Me mantive a margem de tudo, como meus pais nos ensinaram, cada um é responsável pelos seus atos, nunca deixei de aconselhar ou tentar orientar meu irmão, mas ele já tinha uma opinião formada de tudo aquilo e eu não tinha mais o poder de mudar. Ele ficou fascinado pela facilidade das coisas e entrou de cabeça em tudo.

Certo dia quando cheguei em casa encontrei uma festa rolando. Em todo local para onde olhava existiam pessoas que eu não conhecia. Encontrei meu irmão sentado no sofá conversando com um cara todo cheio de tatuagem e que meu irmão se esforçava para impressionar. No colo desse cara existia uma mulher com uma roupa que mais parecia pedaços de pano, porque não cobria quase nada de seu corpo. Eu estava exausta do meu dia de trabalho, e sonhava com minha cama na volta para minha casa, mas fui surpreendida pelo funk alto que estava tocando, por pessoas amontoadas em tudo que era lugar, mal dava para enxergar com a quantidade de fumaça naquele local, a raiva me consumiu e dirigir aquele sentimento a única pessoa responsável por ele, meu irmão.

Fui até o Felipe cega de tanta raiva. Nunca havíamos brigado por nada, mas sabia que aquela seria nossa primeira vez e não seria bonito. Fui até o som que estava no caminho até ele e simplesmente puxei da tomada, o que chamou a atenção de todos para mim, a estranha no ambiente.

– Felipe, precisamos conversar! – Gritei para meu irmão.

– Você estar louca Amanda! – Ele gritou de volta. – Liga a porra do som agora!

– A casa não é apenas sua, Felipe. Estou cansada e querendo descansar, se você passa o dia todo fazendo sabe-se lá o quer, eu passei o dia todo estudando e trabalhando e tenho o total direito ao descanso, você não acha?

– Você pode ir para casa de qualquer amiguinha metida que você pode ter, hoje prometi aos manos uma noite de festa. – E todos batem palma naquele momento, menos o cara tatuado em sua frente.

– Acho que já aguentei muito de suas palhadas Felipe. Se você quer dar uma festa, isso é um problema seu, mas faça em um local diferente de nossa casa. Nossos pais sempre foram pessoas honrosas Felipe, sempre respeitaram todos os vizinhos e tinham o respeito de todos. Você realmente acredita que eles não estão se sentido incomodados com esse som?

– Quem você pensa que é para me dar lição de moral, sua vadia?

– Calma, garoto, não precisa ofender a dama. Acredito que ela esteja apenas cansada como ela mesma falou. E por um lado ela estar coberta de razão, garoto. Você precisa aprender que não pode se indispor com a comunidade, você precisa dela para se proteger. Quem é você, marrentinha? – Apenas olhei para o cara que saiu em minha defesa.

– O nome dela é Amanda, Bernardinho. Minha irmã.

– Prazer, Amanda, Bernardo ao seu dispor! – O cara vem até mim e estende a mão para que eu possa apertá-la. E ao apertá-la, ele leva minha mão até seus lábios e deposita um beijo. – Muito bem, Amanda. Em consideração a você e aos vizinhos vamos transferir essa festa para minha casa. – O que causa mais euforia na galera ali presente.

– Obrigada, Bernardo. – Agradeço ao cara todo tatuado na minha frente, afinal meus pais me ensinaram a ter educação com todos.

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