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Minha ex esposa, te quero de volta!

Capítulo 1

E no fim aqui estou eu, pegando um vôo de volta para casa para que eu possa comemorar o meu primeiro aniversário de casamento com meu marido. Neste momento estava em Santa Catarina fazendo a negociação da minha vida. Para os que não me conhecem, prazer, meu nome é Maitê Toledo, mesmo na faculdade, trabalho como chefe do departamento de marketing e fui a uma viagem de negócios como representante comercial tendo 100% de sucesso. Para alguém, isso na minha opinião é a melhor coisa que se poderia ter, uma pequena promoção.

Meu dia tinha sido cansativo, porém logo eu estaria em casa. Entro no avião, encosto minha cabeça na poltrona e durmo. Quando coloquei os pés no Rio de Janeiro, pegando logo as chaves do meu carro e indo até ele, já que eu o tinha deixado estacionado ali. Abro o porta-malas e coloco minha bagagem lá, após entro no carro e dirijo para casa de meu marido.

Caso perguntem, nós não moramos juntos, o que temos é um mero casamento contratual onde apenas uma pessoa ama e esse alguém sou eu. Desde o primeiro dia do casamento, Felipe já deixou claro que nunca iria me amar, estava fazendo aquilo apenas por obediência aos mais velhos, por isso raramente apareceu no decorrer do tempo em que estamos casados.

Mesmo ele tendo falado tudo aquilo e o mesmo deixando claro o quanto ama sua ex namorada atriz, eu ainda tentei ser uma boa esposa. Nunca cometi erros que pudesse colocar a honra dele em jogo. Na realidade, deposito muita esperança em nós dois, acho que posso ser até boba por pensar desta maneira.

Ao chegar na casa dele, estaciono e pego minhas malas. Desta vez, me esforcei como pude e comprei um presente para ele, eu estava confiante de que Felipe iria gostar. Vou entrando na casa do mesmo, limpo meus pés e coloco a mala num pequeno canto para não atrapalhar.

Vou a procura do homem, para dizer que cheguei e lhe dar o presente. Olho para o relógio, 21:15. Vou ao escritório, provavelmente ele esteja lá.

Vou andando e ao me aproximar, dou duas batidinhas na porta.

Felipe: Entre. – ele diz seco do outro lado.

Abro a porta e me entro.

– Oi.

Ele apenas me olha sobre o papel que estava em suas mãos, porém o olhar não dura nem sequer 5 segundos.

– Bom, boa noite primeiramente. Como tem passado?

Felipe: Melhor me poupar desse tipo de pergunta, principalmente quando se vem de você.

– Uau, a educação passou longe.

Felipe: Apenas não quero prolongar a conversa, isso é ser sem educação?

– Depende da maneira que se fala, essa no caso não foi uma das melhores.

Felipe: Para uma mulher de 22 anos, seu comportamento é como o de uma criança.

– Certeza que é o meu? Bom, minha cabeça não está apta a discussões com você. No fim, acabo tomando um grande comprimido para aliviar a dor. Porém é melhor irmos ao o que interessa realmente.

Felipe: Finalmente podemos concordar em algo, fale.

– Feliz aniversário de casamento, isso é para você.

Eu tiro a caixa da sacola e a entrego para ele, era um relógio e desde a primeira vez que vi, a primeira coisa que me veio a mente foi Felipe. Por isso comprei, além de que achei bem o estilo dele.

O homem nem abre, apenas coloca aquilo de canto. Se entreguei, pretendo que abra na minha frente e me diga o que achou porém gosta de fazer graça e isso me dá um enorme ódio.

Felipe: Acho que você não entendeu ainda, você não significa absolutamente nada para mim. Esse casamento não condiz com a minha vontade, estou aqui apenas por obediência e nada além disso. Eu não te amo, na realidade nada em você me atrai. Se quer continuar brincando de casinha, fique a vontade mas não venha querer que eu participe desta brincadeira inútil.

– E de onde tirou que estou brincando de casinha? Se não quer receber presentes, devia ter avisado a muito tempo, assim eu não precisava gastar nada.

Felipe: E desde quando eu pedi para que gaste alguma coisa comigo?

– E desde quando você disse que não queria?

Felipe: Pois bem, faça o que quiser com isso. – ele empurra a caixa para o canto da mesa sem nem ao menos olhar.

– Digo o mesmo, aliás se quiser revender fiquei a vontade.

Ele respira fundo.

Felipe: Prefiro não continuar com isso, mas vamos logo ao o que me interessa.

Ele abre a gaveta da escrivaninha, pegando um papel e colocando sobre a mesa.

– O que é isso?

Felipe: Que tal se sentar e ler? Fica mais simples para ambos. Aproveite e assine também, estará colaborando muito.

Eu caminho até a cadeira que havia a frente, a arrasto e me sento. Assim que me ajeito começo a ler o papel e ele me entrega uma caneta. Para que ele aja desta maneira, provavelmente seja algo importante.

– Divórcio?

Capítulo 2

Felipe: Sim. É a melhor coisa para ambos.

– Para ambos?

Felipe: Exatamente. Você sabe que nunca te amei, então não quero mais me prender a isso. Esse casamento é apenas no papel, como disse, não a amei nem uma única vez.

Eu sou uma pessoa tão ruim assim? Sempre tive afeto a ele e me dediquei a esse casamento. Eu sei que não sou lá grande coisa, porém quem aguentaria um ano cheio de desprezo e ódio de seu cônjuge?

Sempre relevei e aguentei em silêncio, mas nunca imaginei que um dia ele viria com os papéis do divórcio. Aliás, como ele pode me julgar tanto se no máximo passou 8 dias no período de um ano comigo?

Felipe: Apenas quero enfatizar que nunca te amei.

– Por algum motivo, acho isso bem a sua cara.

Felipe: Assine logo isso, não tenho tanto tempo e o tempo que estou dedicando agora, me faz perder milhões futuramente.

– Apenas quero que me explique o porquê disso, já que nunca fiz algo de errado para com você.

Felipe: Olha, isso não tem nada haver com você. Isso é comigo e eu não quero mais esse casamento de merda que temos. Esse ano já foi sufocante o suficiente, principalmente em saber que me casei com alguém como você

– Esse não é o verdadeiro motivo. Sei que não é.

Felipe: E por que eu te contaria? É coisa minha e eu não te devo explicações de nada.

– Se não contar, eu não assino.

Falo me encostando na cadeira, cruzando meus braços e olhando para a janela que estava aberta.

Felipe: Gosta de encher a minha paciência, não? – ele fecha os olhos e massageia a testa. – Pois bem, minha namorada está com câncer e...

– No caso é ex namorada, porém pode continuar.

Felipe: Eu sempre a amei e agora ela se encontra em estado terminal, apenas quero cumprir seu último desejo, me casando com ela. Mas para isso, preciso me divorciar de você. No qual é o único impedimento no momento.

É, como eu suspeitava, era sim por mulher. Parece que eu fui a única tonta que segurou as amarras e quis estar neste casamento. Fico até decepcionada por ter gastado tanto tempo tentando fazer com que ele me notasse.

Felipe: Acho que só tem prós aí para você, conforme os termos.

– Eu não ligo para termo nenhum, apenas não quero mais ouvir nenhuma palavra sua.

Eu assino os papéis, me levanto e saio dali. Em todo o momento, sempre fui burra em pensar que um dia ele se apaixonaria por mim, mas parece que nem sempre é um conto de fadas.

Pego minha mala e vou indo para o quarto que normalmente durmo, logicamente, separado do dele. Ao entrar, a primeira coisa que faço é entrar debaixo do chuveiro e chorar.

Passei por todo esse tempo me rebaixando para que ele me visse com outros olhos, só que agora, eu cansei. Se é o que ele quer, então que vá. E de preferência não volte mais.

Ao sair do banho, coloco uma roupa leve e que seja comportada, já que não estou em minha própria casa e nós nem sequer temos intimidade alguma. Vou indo para a cozinha, se algo poderia melhorar a minha noite, seria um pequeno lanche. Melhor do que sofrer de barriga vazia.

Faço um pão com mortadela, pego um suco de limão e como toda feliz. Até ver o homem alto com um desejável físico, de cabelos e olho castanhos entrando na cozinha. Quer que eu recaía né? Pois vai sonhando!

Como tudo rapidamente, passo por ele como se nem ao menos aquele homem existisse. Vou direto para a cama, deito e fico ali apenas pensando em tudo o que vivi no período que nosso casamento durou.

– Pelo menos aumentaram o meu salário. – falo enquanto começo a ficar em posição fetal.

Passaram uns 20 minutos até a porta ficar entreaberta, nesse momento, finjo estar dormindo. Não demorou para que eu sentisse a coberta sobre mim, abro apenas um olho para saber quem era e nesse momento, vejo Felipe saindo do quarto.

Mas não pode ser...estou ficando louca? Não é possível.

Ele me trata daquela maneira e agora vem me cobrir. Ele está preocupado comigo? O que foi isso? Provavelmente ele deve estar arrependido, ou não. Quer saber, ele que se lasque, se valoriza Maitê! Esse homem não presta de maneira alguma e quer saber, você está se iludindo apenas por uma coberta!

Ele apenas quer tirar algo de você ou te fazer ter alguma esperança para no fim, te despedaçar. Como se fosse fácil consertar depois. É melhor você ir dormir, pelo menos você está ganhando alguma coisa.

Obedeço a voz na minha cabeça, realmente ela tinha razão. Portanto, serei a pessoa mais dura e fria dentro dessa relação que está em seu término.

Viro para o outro lado e durmo.

Capítulo 3

Na manhã seguinte, acordo com o cheirinho maravilhoso de café. Na realidade, se não fosse por aquele cheiro, eu provavelmente ainda estaria dormindo. Olho para o relógio e já são 14 horas, merda, dormi demais. Vou ao banheiro fazer minhas higienes rapidamente e assim que retorno, vejo o homem parado ali com uma bandeja de café da manhã.

Ok, que universo paralelo eu estou?

Felipe: Bom dia.

– Bom dia.

Felipe: Aqui está o café da manhã, vai querer?

– Sim.

Felipe: Então sente-se e venha comer.

Eu me sento na cama, ficando com os pés juntos e colocando um travesseiro sobre minhas pernas. Eu achei legal da parte dele, era até fofo por um lado. Pego a xícara de café e um pão de queijo, começo a comer e ele ficava me olhando.

– Vai ficar aí?

Felipe: Vou, até você terminar.

– Uau, que companheirismo. – falo baixinho.

Estava comendo normal até ele soltar a bomba definitiva.

Felipe: Depois que comer, quero te levar ao hospital. Para dizer a Tália que vamos nos divorciar e que eu posso ficar com ela.

Ele diz e eu engasgo com o café, tento me recompor rapidamente.

– Você só pode estar de brincadeira, né?

Felipe: Não estou.

– Então é por isso. Devia saber que tinha alguma coisa por trás de tudo.

Felipe: Olha, ela não quer ficar comigo sem a sua benção.

– E eu virei padre por acaso para abençoar uma relação?

Felipe: Acha mesmo que eu quero isso? A Tália que quer seguir tendo uma consciência limpa.

– Consciência limpa né, incrível.

Felipe: Eu não pediria se não fosse necessário, ela quer ouvir da sua boca que estamos nos divorciando. Não esqueça que ela está com câncer, seria ótimo da sua parte ir visitá-la apenas para desejar melhoras e condolências pela carreira dela na televisão.

Eu respiro fundo, realmente aquilo me fez perder o apetite. Não vou negar que estou curiosa para ver a megera que ele me trocou, mas pessoalmente, não pela TV.

– Ok, eu vou. Porém, caso eu diga alguma coisa de errado, saiba que o que eu disser, é completamente proposital e verdadeiro.

Felipe: Controle a língua pelo menos, não irei deixar que fale de maneira rude com ela.

– Já disse que vou, mas as coisas serão do meu jeito. Se não gostar o problema é seu.

Felipe: Você é louca?!

– De maneira nenhuma. Agora que já conseguiu embrulhar o meu estômago, se retire do quarto. Se quiser levar a bandeja fica a vontade.

Me levanto e vou até a porta, a abrindo como sinal para que ele saia dali. O homem se levanta, pega a bandeja e vai saindo.

Felipe: Te espero no andar debaixo. – diz e sai da minha presença.

Pronto, agora também serei obrigada a ter sangue de barata e ver ele feliz com a amante. Como se já não bastasse esse divórcio para me chatear, também terei que me rebaixar na frente da amante. Mas se ele quer ser feliz com ela, que seja. Apenas não quero ver a cara de ambos nunca mais na minha vida.

Já que é para ir ver a amante, é bom eu não ir de qualquer jeito. Pego uma saia rodada xadrez que ia até três dedos acima do joelho, um body preto de alcinha e um colar. Logo, visto tudo e pego um salto preto dentro da mala. O colocando e descendo logo em seguida para a sala de estar.

Felipe estava sentado mexendo em seu celular e sorrindo, provavelmente estava falando com ela.

– Vamos?

Ele se assusta e olha para mim, me analisando de cima a baixo.

– Vamos ou não?

Felipe: Sim. – ele coça a garganta e se levanta. – Você vai desse jeito?

– Sim.

Felipe: Não está curto isso aí não?

– Melhor se preocupar com sua amante do que comigo, não?

Felipe: Ela não é uma amante, Tália é minha namorada.

– Tanto faz, vamos logo antes que eu desista.

Vou caminhando para fora da casa e ele me acompanhava, o carro estava nos esperando em frente. Entramos e não dissemos uma palavra sequer por todo o caminho. Fiquei olhando a paisagem e pensando no quão humilhante aquilo seria, mas tudo bem. Na vida tudo tem seus altos e baixos. Agora pode ser o momento que eu estava decaindo, mas logo eu que estarei lá encima.

Fiquei olhando a paisagem o tempo inteiro, o céu estava completamente azul, sem nenhuma nuvem no céu. Esse seria um ótimo dia para pegar uma praia ou algo do tipo, porém provavelmente isso seria difícil, principalmente hoje.

Ao chegar, o motorista abre a porta para o homem, eu saio logo depois. Respiro fundo e vou o acompanhando. Ele estava bem animado, ao contrário de mim que estava decepcionada com tudo aquilo.

Andamos até o quarto em que a mulher estava, logo Felipe abre a porta e entra, me esperando para entrar também.

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