Pela ótica contida nas lendas gregas que enriqueceram a cultura ocidental, diziam que Urano fez surgir tudo que conhecemos e tocamos desde o dia até a noite. Porém, como não podia viver solitariamente, fez-se a companhia de Gaia, como um presente dado pelo Caos, a desordem abrupta, que observou a necessidade primordial de sua reprodução organizada em contraposição do vácuo que existia em seu ser.
Assim, após o toque singelo de Eros, vieram os temidos titãs e sua monstruosa opressão diante das inúmeras atitudes abusivas de seu pai para com sua figura materna, porém como sabemos de toda a trama, sempre há um lado que ainda não fora contado, pois após a queda do pênis de Urano sob Gaia, fruto da solução definitiva encontrada por Cronos, para libertar sua genitora, pensávamos na simples existência de Afrodite, que reluzia sobre as espumas do esperma titânico, contudo não só ela viera a surgir desse colossal combate, mais outras duas figuras vieram a ser originadas do instrumento provedor da prole exaurida: era dado vida a NARCISO, símbolo da vaidade e egocentrismo contida no conhecido temperamento dos deuses, e Ganímedes, o príncipe troiano que despertou amores incondicionais e vinganças olimpianas, findado pelo preço de uma constelação em troca de um amor impossível.
Como os deuses sempre traziam bonanças, fora criada a partir da interpretação distorcida das traduções humanas em cima das escrituras antigas, a figura de um espectro dourado de riqueza eterna que rodava os descendentes de Urano. Contendo entre as traduções que o encontro e dominação de suas vidas, trariam a quem lhe dominassem a riqueza material que perseguiriam incontáveis gerações familiares de seu descobridor, então investigando mais a fundo o teor contido nas escrituras antigas, uma sociedade secreta decide tomar posse dos poderes divinos, para um fim que ultrapassa a dimensão da compreensão humana, porém parece que o jogo trará desvio indesejados durante esta busca. Se passando em dias atuais, por entre muitas luzes, encontramos a ficta Bangkok, atual e moderna capital da Tailândia, um país rico em tradições, gastronomia, religião e riquezas naturais, onde algumas são exclusivas de sua localização geográfica. Porém, no meio de tanta beleza a vida em cidade grande nunca foi um mar de rosas, pois o trânsito caótico das inúmeras ruas ocupadas por milhões de vidas apressadas, colocaram um jovem privilegiado em lençóis ‘‘queimados’’ pela vida real…
Os nossos livros contam a história milenar dos estágios de formação da matéria planetária terráquea em suas inúmeras teorias científicas sobre a origem da vida na esfera azulada, entretanto caro leitor, existe um ponto de vista que ainda não fora explorado ou carece de uma síntese mais simplificada: A Teoria dos Anunnaki. Quando a Terra se torna habitável e diversas raças, através de mecanismos de alta tecnologia começaram a se instalar na superfície terrestre, a milhares de anos luz, acontecera um conflito na constelação de Lira, onde dois grupos alienígenas foram divididos entre: os pacificadores e os regidos por esquema de poder piramidal, espécies que pensavam em si mesmos e com objetivos diferentes do polo oposto, representados por raças como: os Anunnas ou Anunnaki, Usungal ou Dracos, Miminu ou vulgarmente conhecidos como Grays, Kingús os famosos Reptilianos, que são seres que agem no físico humano, e do outro lado existem os seres pacificadores que vieram da constelação de Ursa Maior: os Pléiades e os Hyades os chamados: seres dimensionais.
Então uma cortina de guerra se acendeu entre eles, pois disputavam para ver quem colonizaria a Terra, os anunnaki que vieram de fora do nosso sistema solar queriam viajar para a quinta realidade ao lado, que correspondia ao nosso plano terrestre, entretanto não possuíam a chave para atravessar essas ‘‘paredes dimensionais’’ até que perceberam que o planeta Nibiru atravessava esses anéis dimensionais, então decidiram se instalar provisoriamente no planeta, esperando a travessia até que chegarem ao planeta azul.
Assim que pisam em solo terrestre, observam que outras raças estavam colonizando o local, então como era de se esperar: iniciaram uma ‘‘guerra dos mundos’’, fato este que inclui a criação dos dinossauros, instrumentos de abertura do espaço de disputa, por conseguinte o extermínio pelo cumprimento do mero papel pretendido. Conflito este, que devastou o planeta e matou várias raças alien, restando as raças planificadoras ou pacificadoras, o papel de reconstrução da fauna e flora da Terra. Todavia, o poder de mutação física dos annunaki era tão audacioso que os fizeram chegar ao ponto de se passaram por outras raças, como os Plêiades, simbolizado originalmente pela figurará de uma arma, chamada pelos sumérios de MulMul, mostrando que seus colonizadores, vistos como ‘‘deuses’’, já vinham de uma outra guerra em outro lugar, por isso a nomenclatura: ‘‘seres que vieram de fora’’.
Um objetivos que regiam a força colonizadora, era pegar os minérios vibratórios do planeta, para prolongar suas vidas e melhorar sua raça em questão de longevidade, e para essa extração eles precisaram criar escravos para o ofício, já eram originalmente de uma espécie de ‘‘família real’’, sendo a origem de muitas histórias descritas na bíblia, não descartando o processo da mitologia que cercou todo o globo ao longo de várias gerações, fruto ainda verde para ser explicado tão prematuramente ao caro leitor, que a esta altura deve estar com vários questionamentos acerca dos demais detalhes…
Dentro desse perfil curioso, viajaremos até o ano de 2019, mais especificamente na agitada Bangkok, capital da Tailândia, pois dentro da família Saengdao, estava para nascer o primeiro herdeiro destinado ao sucesso: Yu Saengdao, que depois de dar muito trabalho em um parte normal, descobre que sua família paterna esconde explicações plausíveis para a sua vinda a esta plano.
Diferente de muitas tradições sanguinárias, onde os herdeiros precisavam gerenciar comércios milionários, conglomerados de empresas nos mais diversos lados do planeta ou até mesmo assumir o controle de uma grande máfia, ideias completamente clichês e tediosas, que ainda persistem em aparecer como um dilema popular e inédito nas mais diversas ficções dramatúrgicas, estavam muito longe da realidade do garoto. Pois, Yu ao completar quinze anos é levado para Kyoto, cidade histórica que contém o maior acervo intacto da época medieval do arquipélago tectônico, enquanto sua irmã Keuta vinha ao mundo, para se tornar um homem digno de carregar um destino que perseguia sua árvore genealógica, situação esta que lhe fez perder boa parte dos momentos que outros da sua idade estavam passando, não obstante, enquanto muitos eram levados como seguidores de tendências populares, momentos frívolos e desatentos, inúmeros golpes com Katana, nos mais variados estilos, preenchiam a rotina do jovem Saengdao. Acompanhado por grandes tradições de chá, buscou conhecimento na área de telecomunicações como seu pai, um homem extremamente poderoso, que gerenciava um verdadeiro império em Bangkok, no ramo em que Yu pretendia se formar, era um dos objetivos a serem alcançados para uma liberdade parcial das garras ocultas que revestiam sua família de tanto poder.
Trazendo todo o conhecimento milenar, passando através de ensinamentos taoístas, para a proteção de seu espírito, junto ao entendimento sensato passado pelo budismo, e o manejo reformado no uso de espadas asiáticas, o jovem Saengdao parte de volta a Tailândia após conseguir uma vaga na universidade nacional da capital, presente de liberdade que fora comunicado por seu mestre, dentro do templo em que estava alojado, notícia recebida com muita descrição por suas expressões externas, mas que escondiam um verdadeiro show de fogos artificiais, com direito a vários estalos e gritos. Apesar de ser muito calado e tímido, Yu observou com sua chegada a Bangkok, que as coisas tinham mudado, então lembra da sua pré-adolescência e lembra que agora já tem vinte e um anos, e começa a ponderar seus desejos carnais, pois a universidade parecia um verdadeiro parque de tentações lascivas para seus olhos, entendendo que a partir do momento em que a carne começa a gritar, certos ensinamentos de resistência não fazem efeito, e assim, mesmo sabendo que Buda o reprovaria por certas decisões, o jovem espadachim embalado pela saída com a turma da universidade, entra na famosa ‘‘garra de pelúcia’’, uma casa noturna voltada que trabalhava em prol da diversidade que cercavam diversas ruas taxadas de ‘‘prostíbulas’’ na parte periférica da capital.
Entretanto, o mundo colorido que cercava o olhar do jovem mestiço, era encarado com desprezo por muitos frequentadores, que mesmo pertencentes a diversidade, ignoravam Yu por não pertencer ao ‘‘padrão’’ predominante do local, contudo as cores, o som da música eletrônica, as batidas atordoantes de tímpanos, soavam como música clássica em seus ouvidos, até que percebe uma enorme gritaria vinda do palco principal, que ultrapassava seus um metro de setenta de altura o assustou em primeiro momento: era o grande público masculino sedento por um espécie de apresentação que ia começar. Aos poucos, corpos extremamente malhados da gama masculina, preenchiam o palco, iniciando um verdadeiro parque de diversões para a massa atrevida, pois apesar de profissionais, os nítidos ‘‘streepers’’ não tinha menos de vinte e cinco anos, contudo o detalhe do corpo suado, sarado, a cor da pele pálida e estrangeira parecia um manancial aos nativos do lugar, que pareciam nunca terem visto algo além dos cinco centímetros tradicionais do produto nacional. Lentamente Yu vai acompanhando os colegas que começam a gritar exacerbadamente pela performance encantadora dos rapazes, que faziam um polidance em altas barras de aço, movimentos estes descartados pelas calças de couro e elastano que agarravam as trabalhadas pernas dos rapazes e deixavam de relance vários volumes avantajados matarem o coração e levantarem as barracas dos carentes.
No meio da multidão exaltada, o espadachim observava em colegas colocando dinheiro na cintura dos streepers, estimulando-o indiretamente, entretanto algumas pedras precisam se juntar para tornar o momento ainda mais eletrizante, porque a medida em que era empurrado pela multidão até chegar a um dos rapazes que estava no degrau mais baixo, acaba perdendo o equilíbrio, vindo a cair em cima de um forte peitoral definido e peludo, sentindo mãos ásperas segurarem seu corpo contra os perfumados cabelos lisos, estavam afastando ele da multidão eufórica que colocava dinheiro sua cintura, apalpando todo seu corpo, até que o jovem Saengdao congela em primeiro momento, pela vergonha que acreditava estar passando, olhando uma visão completamente paralisante: o nome que muitos gritavam era, Khalan, e o mesmo gentilmente pergunta por leitura de lábio se Yu estava bem, afastando gentilmente jovem do contato com seu corpo…
A visão olímpica do dito rapaz formava uma enxurrada de emoções no âmago do espadachim, pois mesmo sendo um padrão de beleza completamente diferente do nacional, o jovem streepers tinha todo o padrão estética do homem ocidental, seus cabelos eram cumpridos e enrolado como os homens do oriente, sua barba era fechada e cheia, seus olhos cor de mel que foram a primeira marca que hipnotizaram e não arrancaram sequer uma palavra de seu resgatado, foram o que mais paralisaram seu corpo, o olhar de Yu pairava por entre os lábios carnudos, o nariz fino e sobrancelha grossa do exemplar padrão da garra de pelúcia, que rapidamente o tira de transe, ao agarrá-lo por trás, dando costas para a platéia que gritava atônita, pois Khalan sem tocar um dedo no corpo de Yu o deixava completamente corado ao dançar sensualmente, segurando em sua cintura, fazendo movimento de coito, arrepiando todo o seu corpo, até que volta para sua frente com um sorriso malicioso no rosto, continuando a dança sincronizada com os demais rapazes, sendo assediado e pago generosamente como da primeira vez, restando a Yu se afastar o quanto antes da multidão, voltando para o grupo de colegas que começavam a vibrar em êxtase por uma conquista inédita: a atenção exclusiva do streeper.
Contudo, bem distante da periferia agitada e voluptuosa, mais para perto do centro financeiro da capital, no alto de um arranha-céu, o som de folhas de papel passadas a mão podiam ser escutadas de dentro da cobertura, e uma silhueta masculina passava delicadamente cada página, do que parecia ser um livro, soltando um ar de riso. Não obstante, um enorme brilho toma conta da cobertura, até uma coluna de luz branca ascende ao céu espalhando inúmeras estrelas cadentes por todos os lados, fazendo uma verdadeira chuva de prata em meio a neblina de poluição da atmosfera, restando uma voz grave a suspirar:
— Tragam os deuses para mim…
No outro dia…
Voltando da faculdade, ainda sob efeito de uma leve ressaca, Yu que fora pedido de seu pai a um estúdio de fotografia, acaba se perdendo no labirinto urbano de um modesto bairro periférico percebe que o sinal do gps do carro, seu atual guia, carecia de atualização, pois o rota sempre apontava para uma via sem saída, entretanto como um todo final de túnel sempre aparece uma luz, com o jovem espadachim fora um pouco diferente, pois a ‘‘luz’’ se materializou em um modesto bar a beira de uma rua sem asfalto, sombreada por uma enorme árvore que parecia parecia penetrar a casa profundamente ao ponto de sustentá-la com as próprias raízes. Sem pestanejar, Yu para seu carro na sombra de um arbóreo que ficava no sentido oposto da via, e sai despretensiosamente, carregando uma bolsa tira-colo bege, que guardava todos os seus eletrônicos dignos do preço do melhor carro popular nacionalizado do país, retrucando rapidamente ao bater a porta do automóvel:
— Eu disse a ele que era pra ter atualizado o aplicativo do carro, e agora, o sinal de celular é que está me dando adeus, isso se chama sorte…?
Assim que atravessa a via, que tinha um tráfego caótico, onde a poeira e calor deixavam a pele do garoto suada, devido a breve exposição ao sol forte, suas roupas faziam o restante do bronzeamento artificial internamente, contudo o bar apesar de humilde, tinha um boa clientela do lado de fora, pois a aparência de uma casebre de madeira do lado fora, poderia enganar o mais leigo, a varanda extremamente simples, era enfeitada por várias varais, cheios de roupas masculinas e lençóis de cama, como se tivesse uma residência acima do ponto comercial, que acolhia pessoas extremamente calejadas do trabalho, arrancando um suspiro de alívio do garoto, que ao se aproximar do primeiro degrau sente uma presença de energia radioativa, abordando-o rapidamente, causando um pequeno tumulto na entrada do bar:
— O que o menininho da mamãe está fazendo num lugar desses com os plebeus? Sabia que esse lugar mata pessoas como você, ‘‘branquinho’’? — debochava.
A voz masculina se aproximava de Yu que era cercado por vários garotos, uns se penduravam no corrimão das escadas, outros começavam a cercar o jovem Saengdao, que ao perceber os movimentos rápidos da parte adversária e o rosto de medo dos clientes do bar, vira lentamente para olhar diretamente para o perturbar do ambiente, ele por sua vez soltava baforada de fumaça carregada de nicotina no rosto de Yu, que fechava os olhos, perdendo a fumaça subir para seus cabelos claros, soltando um riso no ar:
— Eu não sabia que existiam restrições de cores por esse lado da cidade… ainda bem que eu estou sendo bem recepcionado, não acha?
Lentamente, o jovem espadachim sai andando do raio de atenção das pessoas que ficavam na frente do bar, se dirigindo a uma rua ao lado, colocando a mãos nos bolsos, encostando na parede, com um semblante extremamente sereno, olhando diretamente para o agressor, que solta um riso malicioso:
— Pois é! Eu coloquei uma placa na entrada do bairro: ‘‘Proibido massa branca neste território…’’
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