Aos 25 anos, Vittoria Ferraro já havia aprendido algumas lições difíceis: príncipes encantados em cavalos-brancos são apenas histórias para crianças, e se fadas madrinhas existiam, a dela estava de férias a muitos anos, e que na maior parte das vezes, a mocinha precisa se salvar sozinha. Essa tarde era uma delas. A Casa Castellini elevava-se diante dela, ocupando um quarteirão inteiro do elegante bairro que ocupa. Vittoria engoliu em seco. Podia fazer aquilo. Uma vez, ela saíra sozinha pela cidade de Nápoles no período mais frio do inverno. Havia se recusado a sucumbir ao desespero ou à fome. Encontrou trabalho e construiu uma vida nova na cidade. Agora, seis anos depois, ela engoliria cada agulha do ateliê da madame LeBlanc antes de voltar para o lugar que um dia ela chamou de casa, o seu avô destruiu o seu conceito de lar. Com tudo isso, o que era bater na porta de um homem poderoso como esse? Ora, isso não era nada. Nada mesmo. Tudo o que ela teria que fazer era endireitar a postura, passar pelos seguranças mal-encarados através daqueles portões importantes de ferro forjado, subir os degraus de mármore
— sério quem tem degraus em mármore “ah! esqueça...”, de qualquer forma eram apenas alguns degraus e cobrar por seu trabalho, só isso.
Vamos lá é só ir até os seguranças da casa e pedir para entrar tocar a campainha diante daquela porta imensa e ricamente entalhada, e dizer, “Boa tarde. Eu sou a Srta. Vittoria Ferraro. Estou aqui para ver o Sr. Lorenzo Castellini". O Don da Camorra segundo a sua ex noiva, isso só grita em mainha mente o quanto isso é uma péssima ideia, mas é necessário eu preciso desse dinheiro vamos coragem... Vamos repita essas palavras, O senhor Lorenzo Castellini está eu preciso falar com ele. Não, não nos conhecemos. Não tenho nada, na verdade. Provavelmente não terei nem uma casa, amanhã, se você não me deixar entrar e falar com ele. Oh! bom Deus. Isso nunca daria certo. disse para si mesma, ela se afastou do portão com os seguranças da casa a olhando com certa curiosidade e cuidado não só por suas roupas mas também já era a décima vez que a mesma deu uma volta ao redor do quarteirão, movendo os seus braços em desespero.
Ela precisava fazer isso era caso de emergência. Vittoria parou de andar ao redor da casa, encarou o portão, respira inspira se acalma. Estava ficando tarde da noite e ninguém viria ajudá-la. Não podia haver hesitação.
Sentado à escrivaninha do seu escritório, Lorenzo ouviu um toque do interfone. Seriam os seguranças a essa hora? Quando veio o som de novo. Era mesmo interfone de porta. Eram realmente eles. Malditas fofocas. Ele estava na cidade há poucas semanas. Lorenzo havia esquecido de como os boatos, funcionam, eram mais rápidos do que as balas de uma metralhadora. Ele não tinha paciência para enxeridos. Quem quer que fosse, Tommaso o mandaria embora. Ele continuou a escrever o e-mail para seus advogados incompetentes. Não sei o que diabos vocês andaram fazendo no ano que passou, mas o estado dos meus negócios é deplorável. Demitam imediatamente o Contador. Digam ao arquiteto que quero ver o projeto novos, e quero vê-lo para ontem! E tem mais uma coisa requer uma atenção imediata. Nicolas hesitou com as mãos ainda paradas no ar. Não podia acreditar que iria digitar aquelas palavras. Por mais que ele não quisesse isso desta forma aquilo tinha que ser feito ou os conselheiros da máfia de algum modo vão o removerem do cargo de Don da Camorra "para sempre" e mesmo sendo um Don ainda devo respeito a velha máfia. Escreveu: Eu preciso de uma esposa. Ele imaginou que deveria listar suas exigências: uma mulher em idade fértil, respeitável, com uma necessidade premente de dinheiro e disposta a dividir a cama com um homem horroroso e marcado. Resumindo: uma mulher desesperada.
Deus, que deprimente. Era melhor deixar apenas aquela linha: eu preciso de uma esposa.
Tommaso apareceu à porta.
— Sr. Castellini, desculpe te interromper, mas chegou uma jovem para vê-lo. E ela está usando um vestido de noiva. Lorenzo olhou para o mordomo. Olhou em sequência para o e-mail que escreveu. Então voltou-se para o mordomo novamente.
— sério, isso é muito assombroso.
Talvez seus advogados não fossem tão inúteis quanto ele pensava. Lorenzo descansou as costas na cadeira e colocou um pé sobre a escrivaninha, com apenas as luzes do abajur acesa ficando assim nas sombras do escritório.
— Claro, faça-a entrar. Em pouco tempo, uma jovem de branco entrou no escuro do escritório. O pé dele escorregou da escrivaninha e Lorenzo foi para trás, batendo na parede atrás dele e quase caindo da cadeira. Um pouco dos papéis que estavam na escrivaninha caíram espalhando-se pelo chão.
Ele estava de boca aberta com aquilo. Não que a beleza dela não fosse excepcional, ele já imaginava que a moça pudesse ser linda.
Mas era impossível avaliar a sua aparência, pois o vestido que usava era um absurdo, ela estava coberta de uma coisa cheia de rendas, brilhos e sabe mais o que, cuja ousadamente chamavam como “vestido de noiva”. Bom Senhor. Ele não estava acostumado a ficar no mesmo ambiente que algo tão horrível quanto ele mesmo. Lorenzo apoiou o seu braço na cadeira e levou a mão, escondendo as cicatrizes do rosto.
Dessa vez ele não protegia a sensibilidade de um funcionário nem mesmo sua autoestima. Estava se protegendo de... daquilo.
— Sinto em atrapalhar a essa hora Sr. Castellini
Disse com a cabeça baixa prendendo o olhar em algum desenho do tapete persa.
— Assim espero.
— Mas, por favor, entenda que estou sem saída.
— ...
— Preciso ser paga pelo meu trabalho senhor, e preciso ser paga agora...
Lorenzo hesitou por um instante.
— O seu... seu trabalho.
— Eu sou estilista. E costurei isto.
Com um olhar cheio de raiva ao passar as mãos por aquele negócio de seda, rendas e brilhos.
— Para a Srta. Agostini.
— Para a Srta. Agostini. Ah!..
aquilo começava a fazer sentido.
A atrocidade branca de seda tinha
Sido feita para a ex-noiva de Lorenzo. Nisso ele podia acreditar. Bianca Agostini sempre teve um gosto péssimo, para tudo em sua vida.
— Como o noivado de vocês terminou, ela... Ela não me informou do mesmo, e quando finalizei o vestido a senhorita Agostini não foi o buscar ou pagar por ele. Entenda ela comprou os materiais, mas não pagou pela mão de obra. E isso quer dizer que fiquei sem o meu pagamento pelo trabalho senhor fique o fazendo por meses... eu tentei visitá-la, mas não fui ignorada. O mesmo com as mensagens que enviei para vocês dois. Então pensei que se eu aparecesse vestida com isso
Ela passou as mãos novamente pela saia do vestido branco
— seria difícil ser ignorada.
— Você estava certa.
Até o lado bom do rosto dele se contorceu em um sorriso leve.
— Bom Deus, parece que um armarinho inteiro está costurado nisso e você foi a pobre coitada a usá-lo.
— A Srta. Agostini pediu por cada um dos itens e desenhou o modelo, apesar de ter oferecido meus serviços quanto a isso, mas ela exigiu assim e eu simplesmente concordei, ela queria algo apropriado para a futura Senhora Castellini, uma verdadeira Dama da Camorra.
Lorenzo se espanta por ela saber quem ele é e ainda sim, vir exigir dinheiro para ele.
— E isso seria o vestido ideal... isso não é apropriado nem mesmo para um lustre de um bordel barato.
— Bem, a senhorita Agostini tem... um gosto muito... peculiar.
Ele se inclinou para frente.
— Não consigo nem assimilar a coisa toda. Nem mesmo o vômito de um unicórnio bebê seria tão... tão...
— excêntrico e cheio de brilho.
Ela voltou os olhos para o tapete e soltou um suspiro.
— O que foi? — ele perguntou.
— Não me diga... você gosta disso.
— Isso não importa, senhor.
Acontece que eu tenho orgulho das minhas habilidades, e este vestido ocupou meu tempo durante muito tempo. Pode não ter o perfil dos modelos que costuro mais...
Depois que o choque do vestido havia passado, Lorenzo voltou sua atenção para a jovem em meio a roupa. Ela ao contrário do vestido era linda.sua pele em um lindo tom caramelo, os lábios das cores de uma pétala de rosa, seus cílios longos e um perfume doce, delicado e maravilhoso...
Ela passou a mão pelo decote do vestido.
— Só este bordado cheio de detalhes... trabalhei nele durante semanas, fiz a mão com riqueza de detalhes, tudo para ficar bem feito.
Lorenzo acompanhou com os olhos o caminho percorrido pelos dedos. Ele não conseguiu ver nenhum bordado, viu um belo par de seios, fartos e apetitosos, prensados por um corpete justo. Ele apreciou a visão daqueles seios e do ar de determinação que os deixava empinados. Elevando os olhos, ele admirou os cabelos pretos e aqueles lábios que pareciam implorar por um beijo, demorado deliciando cada detalhe como um predador.
Controle-se, Lorenzo. Ela não deveria ser tão bonita assim. Com toda certeza estava se beneficiando do contraste com o vestido. E já fazia alguns meses que ele estava isolado do mundo.
— senhor Castellini — ela disse
— meu armário está quase vazio, algumas contas estão atrasadas e meu aluguel irá vencer hoje pelo terceiro mês consecutivo. O senhorio ameaçou me jogar na rua se eu não pagar tudo que devo. Preciso receber já que deixei de pegar outros trabalhos já que esse era muito grande e eu fiz todos esses detalhes, sozinha e costurei ele todo a mão e sozinha assim como a noiva desejava, levei meses para finalizar pensando que o valor que receberia valeria os sacrifícios. — Ela estendeu a mão. — por favor. Lorenzo cruzou os braços à frente do peito e a encarou.
— Senhorita...?
— vittoria... Vittoria Ferraro.
— Srta. Vittoria, você parece não entender quem eu sou. Ou você deveria se sentir apavorada, mas sua atitude mostra uma falta de ou nenhum tremor corporal. Tem certeza de que é apenas uma estilista?
Ela mostrou as mãos, Cortes cicatrizados e calos estavam presentes, evidências do trabalho árduo. Lorenzo Ainda assim, não se convenceu.
— era costureira antes, mas a madame LeBlanc me ajudou e me graduei em moda trabalho em seu ateliê, por ter começando a pouco ainda atendo como sua costureira e faço alguns modelos como estilista, ganho porcentagem pelos modelos e madame LeBlanc me indicou esse pelo pagamento ser alto me liberando de todos os outros a exigência era que atendesse todos os desejos da noiva sem questionamento e tivesse muita paciência e assim o fiz.
— Bem, você não pode ter nascido na vida que leva, pelo que me disse é simples. Tem muitos modos muito refinados só pelo jeito que se porta indicando vir de uma classe alta da sociedade. Imagino que tenha ficado órfã muito jovem, de um modo especialmente horripilante.
— Não, senhor.
— chantagem?
— Não
Ele estalou os dedos.– Já sei. Seu pai é um patife. Está na prisão por dívidas. Ou gasta o dinheiro do aluguel com bebidas e prostitutas.
— não senhor meu pai é um homem respeitável.
Aquilo não fazia sentido.
— Como você trabalhou tanto tempo como disse, retalhando os dedos como costureira sendo que tem essa carinha de princesa rica e mimada... Claro também veio de uma família respeitável como disse.
Finalmente, ele viu a incerteza no seu olhar, vittoria escondia algo, e ele queria saber o que era por algum motivo.
— Às vezes a vida nos surpreende a mudar totalmente de rumo.
— Agora isso é um grande eufemismo.
A sorte era um bicho selvagem sem o menor indício de qualquer sentimento humano e estava sempre raivoso. Nicolas sabia bem deste fator.
Ele girou a cadeira e caminhou até a estante atrás da sua escrivaninha
estendendo a mão para um cofre escondido atrás de alguns livros numa parede falsa digitou uma senha e pegou o dinheiro
— eu sinto muito. — A voz dela ficou mais calma e baixa. — O fim de um noivado deve ser doloroso, a Srta. Agostini devia ser uma mulher encantadora. Ele contou o dinheiro na mão.
— Se passou um segundo se quer com ela, sabe ser mentira.
— então foi o melhor, não ter se casado com ela.
— Sim, foi muito prudente, destruir todo o meu corpo antes do fatídico casamento. Teria sido horrível se o fizesse depois.
— Destruir? Se o senhor permitir-me dizer, não deveria falar tal coisa de si mesmo, além disso, o senhor não deve estar tão mal assim. Ele fechou o cofre com força.
— Bianca Agostini estava desesperada para se casar com um homem rico e poderoso. Sou um Don de uma das máfias mais poderosas do mundo e tão rico que faz o rei da Inglaterra ter inveja da quantia absurda que possuo e mesmo assim, ela preferiu não se casar comigo. Então tire as suas próprias conclusões. Ele virou-se e o seu lado ferido ficou visível para ela, dando uma visão clara e completa, sem nada o tampando além das suas roupas. A escrivaninha ficava no canto mais escuro do escritório de propósito, claro. As cortinas blackout no lugar mantinham o sol do lado de fora. Mas cicatrizes tão fortes e vívidas quanto as dele? Nada, a não ser a completa escuridão, as escondiam. As partes da sua carne que escaparam às chamas foram destruídas depois, primeiro pelo bisturi do cirurgião, e depois pela febre e pela infeção durante e para ajudar fui envenenado nas semanas infernais que se seguiram. Da testa ao quadril, o lado direito do corpo dele era uma batalha contínua de cicatrizes a Srta. Ferraro ficou em silêncio. Para o seu crédito, ela não desmaiou, vomitou nem saiu a correr aos gritos como a minha ex, havia feito. Uma diferença agradável eu confesso.
— Como aconteceram?
Com um sorriso lateral no rosto ele disse — uma explosão... explodiram o carro que eu estava, apesar de eu ter saído dele a pouco tempo, ainda estava muito próximo e fui atingido com certa força, sobrevivi pela bondade de Deus senhorita vittoria.
Depois de um tempo, ela falou com a sua voz baixa
— Pode, dar o meu dinheiro, por favor? Lorenzo estendeu a mão com o dinheiro. Vittoria foi pegar. Mas ele recolheu a sua mão.
— Depois que você me der esse vestido.
— Como disse Don Castellini?
— Estou pagando por ele, é justo que eu fique com a coisa.
— qual o objetivo? Ele deu de ombros.
— estou decidindo. Eu posso doar para uma fazenda usar no espantalho. Posso jogar no mar. Quem sabe pendurar em algum lugar para assustar os espíritos ruins? São muitas as possibilidades Srta. Ferraro.
— Eu... Don, posso mandar trazer para o senhor amanhã, mas preciso do dinheiro ainda hoje. Ele fez um som de reprovação.
— Isso seria um empréstimo, Srta. Ferraro. Não empresto dinheiro sem um valor de juros bem alto!
— o senhor quer o vestido agora?
— só se quiser o dinheiro agora. Os olhos castanhos dela pararam fixos e cheios de raiva. Ele sorriu ao vê-la assim.
Oh! Ele não era cruel na sua maioria, a não ser que alguém fizesse mesmo por merecer tal coisa. Com a maior parte das pessoas, ele apenas se dava o prazer perverso de ser bem desagradável. Ele já tinha a aparência monstruosa, iria se divertir a interpretar o papel. Mas para o seu azar, essa jovem ragazza a sua frente se recusava a interpretar o papel de mocinha assustada. Nada que ele dizia ou fazia a afugenta, e se ela ainda não fez, talvez nunca o fizesse. Ele parabenizou-a nos seus pensamentos. Ele preparou-se para entregar o dinheiro, se despedindo daquele vestido. Antes que ele a pague, ela suspirou decidida com toda a firmeza possível ergueu a cabeça e sussurrou
— Tudo bem.
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