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RUÍNAS

1

Narradora

Wang é um homem calmo e poderoso, lutar é quase seu sobrenome.

Treinado desde novo com a sua família Hu, que sempre o apoiou com tudo, menos com uma coisa, o namoro com o Yan.

Foi difícil aceitar que futuramente não haveria um herdeiro para tomar conta do castelo, como era feito por gerações.

Foi difícil, mas com o passar do tempo alguns aceitaram, outros saíram do castelo pois não gostaram da presença.

Uma pena que todos morre--

Depois que Wang pediu a mão de Yan Jin e foi aceita, poucos dias antes da cerimônia acontecer, um atentado contra Yan Jin, noivo de Wang, aconteceu.

O que chocou muitos com a morte do mesmo.

Ele pediu para que todos continuassem como nada tivesse acontecido, pois para ele ninguém se importava com a sua dor e com a perda tanto quanto ele, e estava certo.

Ele se desfez da dor perante a corte junto de seus familiares e alguns conhecidos que também se desfizeram da dor de seu soberano.

Inconformado com a situação ele passou cinco anos em completo luto e sem a procura de um novo amor, pois para ele, ninguém seria como o Yan.

WANG

Andar pela floresta em uma tarde me faz se sentir leve. Mesmo que meus pensamentos ainda estejam com Yan Jin. Lembro que quando tínhamos tempo livre para se divertir vinhamos aqui. Era um tempo bom, apesar de todas as lutas contra algumas fronteiras

Ainda caminhando ouço barulhos estranhos vindo de uma parte mais escura da floresta, decido ver, mas chegando la apenas vejo uma flecha encravada num tronco de árvore. Um pouco assustador mas pode apenas ser um caçador ou crianças pregando peças.

– Majestade! onde está? – ouço alguem me chamando.

Vou para um lugar mais perto de onde entrei e vejo meu duque a minha procura.

– Estou aqui! – sorrio e ele vem em minha direção.

– Majestade!– Diz ofegante e preocupado – Parece que à ladrões de novos em Dalai, você precisa ir ver o que está acontecendo!

— Mas é claro, vamos. — saímos dali.

Apesar do que muita gente pensa, não sou "ruim" como os outros, — vulgo meu pai — que so pensam neles mesmos.

Na Noite

– Está tudo bem?– Meu pai entra no quarto.

– Sim.. mas ainda penso muito nele.. – Digo olhando para o teto.

– Filho, coma isso, talvez se sinta melhor. – Rejeito com a cabeça e olhando de canto de olho, vejo-o olhar para o lado sem saber o que falar.

Meu pai, Hu, é um homem que admiro em certas coisas, mas em questão de administração... nem tanto.

Ele não sabe mais administrar Dalai como antes, quando minha mãe era viva.

Sempre jogando para o alto as responsabilidades! Sinceramente? Não sei como ainda estamos de pé aqui em Dalai.

– Desculpe pai, não estou bem mas pode deixar a comida.

Ele assente e sai do quarto.

No dia Seguinte

Abro as cortinas vendo o sol bater em meu rosto, e o vento fresco de uma manhã. Vejo que a comida de ontem não está mais em meu quarto, provavel que tenham pegado.

Desço para a sala e vejo um grande banquete.

– Pra que tudo isso?

– Bom dia filho, vamos receber uma visita. – Meu pai responde.

– E quem é? — apoio minha mão na cadeira mais próxima.

Justo quando falo, BenGi o Monarca, chega junto de seus duques.

– Olá a todos. – Se apresenta e logo se senta a mesa, então faço o mesmo. – Bom, avistamos algumas pessoas atrevidas tentando passar para barreira de Dalai. Eu como Monarca exigo saber o que vocês irão fazer.

– Maten-nos, não quero dor de cabeça! – Diz meu pai enterrompendo minha fala.

– Você concorda, Wang? – Disse o monarca me olhando, me sinto encurralado.

– Matar?? jamais! traga todos eles, e colocaremos na prisão. – Vejo a cara de furia do meu pai, seus olhos me fuzilam, mas irei fazer o certo.

— Concordo plenamente senhor Wang. Não podemos mata-los desse jeito Hu, você conhece as regras de Dalai, você mesmo as criou, lembra?

Ele disse das regras dos 4 reinos; 1° nunca matar sem antes pedir explicação, a não ser que queira guerra.

[•••]

– Todos estão aqui, o que fará? – Diz o Monarca.

– Olá a todos, vocês estão presos por Tentativa de Passagem Ilegal. – falo e vejo que eles não concordam, o que seria obvio.

– Então não vai pedir explicações?! – um homem grita da ultima fileira. – Vocês não vão pedir explicações sobre nossos atos?? Então é assim que vocês agem??

– Onde você está? se decide me responder venha para frente!! – dito e feito. A cada passo mais eu fico paralisado e desconcertado. – Yan-Jin? — sussurei para mim mesmo. Seria loucura minha? Ohando bem, seu olhar bravo me lembra os tempos de guerra.

– Não temos dinheiro para sobreviver! Pedimos permissão para os Guerreiros dos portões! Nós apenas queremos algum lugar que seja melhor!! — justificou-se.

– Se vocês pediram permissão, peço desculpas! – Olho para o meu pai que esta furioso. Ele que cuida de quase tudo, seria obvio que não gostaria de problemas novos.

— Vocês estão dispensados! Se precisarem de alguma ajuda, venham ate mim no castelo.

Entro para dentro e ouço o barulho das pessoas me julgando, não que eu me importe com isso.

– Você poderia me explicar o que acabou de acontecer?? – meu pai corre atrás de mim.

– Você não me perguntou sobre o que eu achava em questão disso! – Paro de andar e então e ele segura meu ombro.

– Filho, eu sei que você ainda está deprimido com a morte de Ya–

Meu pai sempre coloca desculpas dentro de assuntos estratégicos para me desestabilizar, ele consegue, mas hoje não!

– NÃO INVENTE DESCULPAS! Se você não sabe cuidar de SUAS responsabilidades, não jogue-as para mim! – Digo furioso com tudo que acabou de acontecer. A cada frase alta ele recuava, talvez percebeu que não sou mais sua cobaia de estratégias.

– Filho o que você vai fazer? ...Wang? ...WANG! – ouço o mesmo me chamando porém não importância.

Saio pela porta dos fundos, onde já me entregava a uma metade da floresta, o que eu mais amo

Finalmente quando ja estou longe o suficiente de casa encontro um rio perto, seria bom andar pela água e relaxar.

– *respiro e solto o ar pela boca* Eu so queria você aqui... – percebo barulhos vindo da mata ao lado, mas não me importo, pode ser apenas um animal.

– ...Olá? – abro meus olhos e logo me assusto.

– Hey! quem é você? — Ele tambem se assusta.

– Tai Chang, e você...? – responde atencioso.

– Wang. — Digo rapido logo o observando mais atento — Você me lembra alguém.. – ele me olha estranho.

Seus olhos redondos como uma pequena pipoca, seus fios pretos e lisos com um lindo laço Vermelho traçando, ele é tão diferente mas tão familiar...

– an.. acho que vou embora, desculpe-me se o encomodei. – ele se vira para ir embora e então pego em sua mão insistindo em que fique.

– Você foi uns dos que tentaram entrar na fronteira, não? – ele se solta da minha mão e então me olha sério.

– Eu me lembro de você... Queria nos prender não é? – olha desconfiado.

– Me desculpe sobre isso, o meu pa-

– Eu não quero ouvir suas desculpas, vou embora.– ele me interrompe e sai provavelmente irritado com o acontecimento de mais cedo.

[•••]

Ainda estou aqui no rio, mas jaja irá anoitecer, então preciso voltar. Estou pensando muito naquele jovem que vi mais cedo... Estou pensando besteiras, é apenas um jovem.– Que ainda quero conhecer.

Narradora

Seria um breve interresse em alguém novo? Ou apenas uma curiosidade?

Wang, que por sua parte ja tinha percebido que o tempo ali no rio ja tinha se esgotado, pois estáva a anoitecer, ele se limpa ao maximo e logo vai a caminho de seu castelo.

Seus pensamentos que a cinco anos nunca voaram como voaram hoje foi despertado, "Quem será ele?" "Qual sua história?".

Curiosidades que antes do suposto Tai aparecer ele nunca teve.

"Quem será esse homem que se parece tanto com o Yan?" "Será alucinação da minha cabeça?"

Percebendo sua obsessão ele tenta se distrair com outra coisa, alem do Tai.

Chegando em seu quarto, Wang logo se deita em sua cama que esta confortável como sempre e o faz adormecer em poucos segundos.

Vamos voltar a uns cinco anos atrás, onde Yan e Wang estavam fazendo seus preparativos para a grande cerimônia.

— Yaa! — gritou Yan enquanto estava sendo agarrado por Wang. — Você sabe que temos deveres Wang! — O mesmo entrega o enfeite ao noivo.

— Porquê não deixamos isso para os ajudantes! Tem tanto aqui... — Diz manhoso e com preguiça. Mas vê que o Yan não liga — Aaa Yan! Não seja chato... hum — Ele olha para os lados e vê uma mesa onde há um pote de farinha e logo corre atras do mesmo para fazer uma grande bagunça.

O que sempre lhe resultava em sermões do pai e do Yan.

Ele volta e ameaça derrubar e vê que o Jin logo se levanta assustado.

— Não... não... Wang, você estará morto se derrubar esse pote de farinha! — Disse assustado e preocupado, mas sabia que tudo poderia ser limpado e restaurado, porém não lhe veio na mente isso da restauração, apenas a destruição.

Wang não da ouvidos e derruba o pote logo o estrassalhado no chão e assim, saindo correndo para não levar sermão do noivo que logo veio atrás para pega-lo.

— VOLTA AQUI! HU WANG! — Ser chamado pelo nome completo nunca é uma coisa boa, mas a bagunça ja tinha sido feita.

Era engraçado — na visão dos moradores — ver o Rei e o noivo correndo pelo campo, todos os dois sujos de branco por efeito da farinha.

Foram momentos inesquecíveis para os dois, principalmente ao Wang, que levou um grande sermão de seu pai, que no tempo ja era velho e ranzinza.

— Wang! Eu ja te avisei que não é para fazer isso! — disse Hu estressado — O que acha que sua mãe pensaria de você?

— ... — Wang ja era crescido o bastante para não obedecer as ordens do pai, sempre rebelde quando recebia ordens do que fazer e não fazer.

— Jin, cuide dele, obrigado por não participar disso.

Ele sai e Yan logo vai atras.

— iiiih levou sermão!! — rio do outro.

— Besta! — disse lhe dando um breve beijo em sua boca.

2

Wang

Acordo dentro do Reino que mais parece um cubo, cheio de gente que me sufoca cada vez mais.

Me arrumo e olhando para o lado menos aterrorizante, chegou o inverno. Está frio para sair lá fora sem preparação, pegarei o 'chang-pao'.

Desço para o salão e vejo que não há ninguém então apenas continuo para o meu caminho

Na Floresta

Aqui está lindo, as árvores com suas folhas cheias de neve, o chão e ate meu traje.

Fazia tempo que não nevava assim...

Ainda passeando, ouço barulhos de flechas vindo daquela mesma direção que ja tinha ouvido antes.

Decido ver e então chegando lá vejo, Tai Chung.

Aquele do rio de ontem.

Ele está focado, será que ele é um soldado? Ele sabe mirar e atirar bem... Não irei mentir que estou surpreso.

Fico ali por um tempo, não percebo o tempo passar, mas ele me vê logo quando acaba de acertar um flecha.

– O que faz aqui, Wang? – fala alto para que eu possa o escutar.

– Não posso mais olhar? não me diga que você foi feito de diamantes raros.. – provoco-o.

– *puff* – revira os olhos e me olha esperando que eu fale algo.

– Ta bom, apenas ouvi as flechas, – desço para mais perto enquanto falo – e decidi vir ver, não tem problema nisso.. tem? – ele me fita, parece confuso com algo.

– SE ABAIXA!!! – sinto meu corpo sendo perfurado, mas não tenho nem tempo para pensar.

Narradora

Vamos falar sobre o Tai.

Ele é rude na maior parte do tempo, mas também é doce.

Perdido desde os 7 anos no Reino que faz fronteira com Dalai, chamado Huna que sempre foi um lugar leve e de pouca segurança.

Fazendo com que fosse atacada brutalmente por Rubya, que no tempo era muito maior que todos e se sentia na liberdade de atacar quem fosse menor.

Ele escapou, mas tudo foi deixado para trás, ate mesmo seus colegas, que foram raptados para serem soldados a força de Rubya.

Passando anos escondido numa caverna em que ele chamava de 'Cabana da morte', pois quem entrasse ali não sairia mais. Porém foi encontrado e levado para Wannda, outro Reino próximo dali.

De primeira ele não quis ir. Contudo teve treinamentos e educação como qualquer outra pessoa, sempre rebelde e rude com pessoas desconhecidas.

O seu motivo de sair junto dos outro e ir para Dalai, e que Wannda também estava sobre ataque de Rubya, e eles foram os únicos a serem sobreviventes.

Restando apenas os dois Reinos mais poderosos, Rubya e Dalai.

Com toda a destruição feita pelo Yuta, a ganância de poder subiu a cabeça fazendo-o ser ignorante e calculista.

Tai

Acordei disposto a treinar, então visto minhas roupas e aviso aos outros para onde estou indo.

Fiz amizade com poucas pessoas em Wannda, mas as que fiz trouxe junto para Dalai.

Nunca achei que voltaria a ficar livre, mesmo quase indo preso...

Caminhando pela floresta vejo que aqui está bem nevado, mas não acho que me impedirá de treinar.

Errei algumas flechas, acertecei outras, fiz mudanças e ate descansei nesse meio tempo.

Olho de canto de olho, e vejo Wang, aquele homem que estava no rio de ontem.

– O que faz aqui, Wang?

– Não posso mais olhar? não me diga que você foi feito de diamantes raros.. – Parece querer me provocar.

– *puff* –reviro os olhos e o espero falar algo. O que ele quer? tomar a floresta pra ele somente por que é rei?

– Ta bom, apenas ouvi as flechas, – ele desce os pequenos degraus que estão cobertos de neve, para mais perto enquanto fala. – e decidi vir ver, não tem problema nisso.. tem? – em um piscar de olhos, vejo alguém atrás do mesmo, ele vai.. atirar!!

– SE ABAIXA!!! – Vejo o mesmo se assustar confuso, e então é perfurado pela flecha que o faz cair no chão. – MAS O QUE???

Vejo o causador daquilo correr, parece ter conseguido o que queria. Não sei o que fazer!! Salvar Wang e deixar o homem correr?? Ele ja deve estar longe, MAIS QUE DROGA!

Levanto o Wang, que antes estava branco feito níveo mas agora está vermelho feito carmim.

A flecha atravessou seu tronco, espero que ele esteja vivo! Preciso achar alguém, urgente!

Estou indo para o Reino porém chegando lá apenas vejo tudo caído, pessoas mortas por flechas, estátuas dos guerreiros despedaçadas. Por um momento ate pensei em solta-lo e deixa-lo morrer ali mesmo, não haveria lugar para ninguém ali. Mas para onde tudo foi?? mas o que está acontecendo??

Não tenho tempo para pensar, então apenas saio correndo atrás de suprimentos, enquanto estou com Wang nos meus braços. Isso está sendo um sufoco! Mas farei de tudo para salva-lo.

Wang

Sinto uma forte dor de cabeça enquato abro meus olhos. Está escuro. Levanto vendo alguém na porta, aqui é pequeno não parece meu quarto, o que aconteceu?

– Imagino que está se perguntando onde está, não? – o homem na porta se vira mostrando-se ser Tai.

– Sim... o que houve? por que não estou no meu quarto?? – estou preocupado sobre o que pode ter acontecido.

– Eu diria para não se preocupar, mas num caso como esse, eu prefiro que vc veja se esta bem e venha ver o que aconteceu, você mesmo. – ele sai com um olhar triste e raivoso sem mesmo deixar-me falar.

Levanto com dificuldades, me apoiando nas paredes e então caminho para a janela mais próxima.

– Mas... – Vejo meu Reino destruido. Apenas posso pensar no meu Pai... Estou sem palavras, tudo que eu posso falar é – O que aconteceu??!! – Desabo em lágrimas sem mesmo ter respostas para esse desastre.

Tai me segura por trás.

– Aconteceu alguma guerra e apenas nós sobrevivemos, isso é o que eu acho... – Sua voz grossa me faz arrepiar. Como pode uma guerra acontecer assim? Do nada!?

– Como assim "Eu acho" ? O que aconteceu! — Insisto confuso.

– Eu também não sei! Vou dizer algo que não tenho nem a mínima?? Você acha que foi eu quem fiz isso e te deixei vivo?? – ele parece está com mais raiva do que antes.

– Apenas me diga, o que aconteceu comigo... – Abaixo a cabeça indo em direção ao pequeno quarto de onde vim.

Narradora

Após muitas explicações, Tai e Wang começaram a pensar num plano de sobrevivência.

Não sera fácil.

3

Wang

Após uma noite muito desconfortável em uma cama minúscula, amanhece e vejo os raios do sol batendo nos meus olhos, isso é uma tortura! Só de pensar em o que possivelmente aconteceu me dá calafrios... e eu nem disse "Eu te amo" a ultima pessoa que me restava...

Abro meus olhos e vejo Tai sentado numa cadeira de madeira, parece que ele dormiu ali mesmo.

– Tai? – Falo em busca de alguma resposta, mas o mesmo parece está cansado.

Levanto e meu abdômen dói, certamente também estou com fome, o que posso fazer?

– Com fome? – levo um pequeno susto quando Tai fala de olhos fechados, logo os abrindo e me encarando.

– ah.. sim, eu vou tentar achar algum animal ou.. — assim que tento falar a ultima palavra, minha barriga doi novamente.

– Irei junto, preciso cuidar de você ja que levou uma flecha ontem. – Ele diz me interrompendo e logo levantando da cadeira, ainda cambaleando pelo cansaço e também pela noite mal dormida.

Isso não é bem o que eu gostaria de ouvir numa manhã como essa, mas é o preço a se pagar pela grande destruição que foi feita.

Saímos da pequena casa sem muitos equipamentos.

Arranjamos uma vara e uma espada, Tai tem seu arco mas está com poucas flechas, não seria adequado gastar tudo de uma vez.

[•••]

Estamos na Floresta novamente, esse lugar parece cada vez mais aterrorizante!

O lugar fresco ficou friento e escuro, mesmo de dia.

– Está frio, vamos voltar. – Tai diz de forma seca.

Mesmo não conhecendo ele muito bem, ele não me parece ser alguém ruim, ele salvou minha vida a custo nenhum! Espero que ele consiga ser forte o bastante para sobreviver em meio a tudo isso.

Espero isso de mim também.

– Não acha que deveríamos procurar por ajuda? – Ele me olha e fico confuso. – não acha? – digo meio aflito e apreensivo.

– Você acha que se acharmos alguém ela estaria bem? E se ela tentasse nos matar pensando coisas erradas? Você não pensa assim? – Ele parece cismado com algo, mas pensando por esse lado.. ele está certo, não temos nem comida o suficiente para um dia inteiro, está frio.. Tudo está um caos!

– Desculpe-me.. mas quantos anos você tem? – tento puxar algum assunto mas não da certo, ele não responde. Sigo em frente cabisbaixo brincando com a neve.

Estamos chegando em Dalai, ou melhor, o que sobrou. Ainda tenho esperanças que vamos encontrar algum lugar melhor, porem preciso de respostas sobre o que aconteceu aqui, isso fica mais confuso a cada segundo.

Depois que Wannda e Huna foram destruídos por Rubya, soubemos que possivelmente eles viriam mais cedo ou mais tarde, meu pai nunca se importou, o que era um clássico pra mim.

– SOCORRO ME AJUDEM!! – Ouvimos uma pessoa chamando por socorro, não penso duas vezes! Apenas vou atrás da voz e Tai grita "ONDE VAI?!", Não pensei nem em o responder, essa era a única forma de conseguir respostas.

– Onde você 'tá?? – pergunto gritando desesperado não quero que essa pessoa morra, estou tão perto!

– Aqui!! – vou atrás da voz e então encontro uma jovem menina que está debaixo de uma pedra, sua perna está totalmente imobilizada.

Retiro a pedra da perna mesma que esta muito arranhada e sangrenta, ela tem dificuldades em levantar e então à puxo para um abraço logo levantado-a. Coloco apoiada em meus ombros, ela parece estar muito ferida, quantos dias passou debaixo dessa pedra? Que desastre!

– Por favor me ajude... – ela desmaia em meus braços, mas apenas continuo levando a pobre jovem a pequena casa de onde vim.

– TAI! Me ajude por favor! – Vejo ele vindo desesperado e então segura a menina levando-a a cama.

– Mas que droga, Wang! O que vamos fazer?? Não temos como ajudá-la! – diz nervoso andando de um lado para o outro.

– Ela deve ter desmaiado, essa é a única forma de saber o que aconteceu aqui! Precisamos saber de detalhes, poderemos ir atrás! – penso em uma breve descrição do que eu pensei naquele momento em que fui buscar a jovem, mas parece o Tai não concorda.

– Ir "atrás"? Sinceramente... achei que você não fosse tão idiota quanto parece! – ele passa a mão no cabelo tentando pensar em algo. — Se você apenas pensasse um pouco, saberia que não temos NADA! Não temos um refúgio descente e nem comida para 3 pessoas, isso só está ficando pior é sera questão de tempo se alguem quiser fazer outra limpeza por aqui! Não temos preparação! – ele sai do quarto pisando fundo, e a menina acorda.

– *tosse* Onde.. onde eu 'tô? – ela diz confusa, passando a mão em sua testa. Com certeza deve ter pego alguma doença ou até mesmo hipotermia... não temos roupas quentes e muito menos femininas, o unico jeito é procurar ou fazer ela se enrolar no lençol.

– Você está bem? – pergunto e a mesma responde balançando com a cabeça. – Como é seu nome?

– Sol Huang, o que aconteceu? Onde estou? – Ao menos ja sei seu nome, isso basta.

– Tudo bem, ah.. Tudo foi destruído eu sou Wang, o Imperador Rei de Dalai. – vejo seu olhar de surpresa e então ela sorri suavemente.

– uffa... pelo menos estou segura! Mas estou com muito frio, mas não tenho roupas secas e quentes! – antes um olhar suave agora, desesperado.

– Sua casa... onde você mora? Ainda tem sobreviventes?

– Desculpe... mas eu moro sozinha, meu filho morreu... levaram meu filho... –seus olhos enchem de lágrimas e então começa chorar.

Eu perdi minha mãe muito cedo, eu sei como é estar sozinho sem uma parte materna.

– Oh.. mas porquê levaram ele? — ela me olha com raiva e tristeza.

– Meu filho foi levado a força para um outro Reino e eu nem sei qual é! – então foi outro Reino... Me afasto e deixo a jovem na cama. Ela precisa descansar, agora vou atrás do Tai.

Estou com fome mas preciso saber que tudo está bem com o Tai. Muitos acham que sou insensível mas, Yan Jin me ajudou muito em como conviver com outras pessoas, ainda sinto seu cheiro passando pelas minhas narinas... doce e nada enjoativo.

Sinto uma mão em meu ombro e então a pessoa se mostra.

É apenas o Tai.

– O que faz aqui fora? – vejo o mesmo com uma cesta cheia de frutas.

– Estava te procurando e.. de onde tirou essa cesta? – ele levanta a cesta para que eu possa ver melhor.

– Aproveitei que sai e peguei essa cesta numa casa, que por incrível que pareça estava bem até, talvez eles so tenham destruído mais o centro. – ele diz pensativo, foi bom ele ter saido e ter pegado mais comida. – a menina acordou?

– Acordou, disse que o nome dela é Sol Huang.. e também disse que pegaram o filho dela e que são de outro Reino. Me pergunto do por que eles quererem pegar bebês inocentes e ainda destruir um Reino como esse.. é tão confuso. – me perco nos meus pensamento e quando me dou conta, Tai está me encarando. – O quê?

– Vamos embora. – ele vai em frente.

[••]

Chegando na casinha ouvimos barulhos estranhos e quando entramos vemos um homem esperando a gente com uma faca no pescoço da Sol.

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