Antes de abrir os olhos ou fazer qualquer outra coisa, Daniel pegou o celular em baixo do travesseiro e pressionou o máximo de botões que o seu polegar permitia até desativar o despertador.
Ele levantou sem a menor vontade, tomou um banho rápido e começou a se vestir, todo o seu uniforme era um número a mais, assim nada ficava a pegar ou coisa do tipo, pois o mesmo odiava padronização e não tem nada mais padrão que uniforme.
Arrumou os cabelos para desarrumá-lo com os dedos depois, escolheu uma das suas colônias preferidas e, antes de sair do quarto, já com o All Star nos pés, pegou a mochila arrumada por sua mãe que estava suspensa na maçaneta da porta.
Como de costume, Daniel sentou-se junto dos seus pais e a sua irmã, tomou um pouco de leite com chocolate e comeu um pequeno pedaço de bolo, assim que o seu pai anunciou a saída, ele fez o mesmo.
Jogou a sua mochila no banco ao lado do carro, junto com o seu casaco preto do uniforme, pegou o seu celular de um bolso ao lado da mochila e enviou uma mensagem à Jéssica, pois faltavam apenas três semanas para o baile de primavera e, embora ele já tivesse recebido alguns convites, Jéssica era bonita além de ser quem sempre recebia a coroa de rainha do baile no fim da noite; Daniel também foi o príncipe algumas vezes e teria grandes oportunidades de ser de novo estando ao lado da sua amiga.
Os dois já havia saído algumas vezes, ela é o tipo de garota que enlouquece um homem entre quatro paredes, além de gostosa, ela sabe o que fazer, quando fazer e ama fazer.
Ao estacionar o carro próximo a alguns outros da entrada, no gramado da escola, o primeiro prédio tinha uma fachada legal, meio antiquada, mas legal.
Daniel pegou as suas coisas e entrou arrastando-se pelo corredor, um pouco perdido com as tarefas de segurar a mochila e colocar o seu suéter. De qualquer forma, conseguiu chegar no refeitório pouco tempo depois jogando a mochila nas costas e caminhando atrás do colégio, pois lá havia algumas mesas e bancos, ele e os seus amigos sempre ficavam por ali quando não estava chovendo.
— Hei, idiotas.
Daniel disse divertido, jogando a mochila sobre a mesa e os fazendo erguer a cabeça assustados, riu sozinho e sentou-se ao lado de Carlos, dando um tapa na sua cabeça.
— Chegou cedo hoje.
Miguel comentou num falso tom surpreso sorrindo com deboche.
— Vou convidar a Jéssica para ir ao baile comigo, preciso fazer isso antes da aula, não sei quantas aulas iremos assistir hoje.
Explicou Daniel debruçando sobre a mesa.
— Estão dizendo que ela vai com o Fred.
Carlos comentou e nessa hora Daniel virou o seu rosto para seu amigo.
— Fred?
Daniel perguntou quase rindo.
— Sim, ele mesmo.
Miguel afirmou.
— Inventaram isso.
Daniel disse tranquilo soltando uma gargalhada descrente e cruzando os braços.
— Ok, vai lá, ela está ali.
Miguel disse, apontando com a cabeça.
— Mas tem uma coisa!
Disse ele divertindo-se.
— Se ela não for com você... Nós escolhemos quem vai...
Daniel On
Eu não respondi, só dei de ombros e levantei-me, coloquei as mãos no bolso da calça e fui caminhando devagar até a Jéssica. Ela é realmente muito bonita com a sua saia xadrez em tons de castanho e azul, que era para estar uns dedos abaixo do joelho, estava dois palmos acima dele, a gravata frouxa, praticamente apenas pendurada no pescoço.
Assim que me viu ela sorriu, enrolando uma mecha de cabelo no indicador... Sorrindo de lado, parei próximo a ela, muito próximo, tão perto que as nossas pernas se intercalaram automaticamente. As suas amigas afastaram-se e Jessy passou as mãos por meu peito até o meu pescoço, causando-me um arrepio gostoso que eu não deixei que ela notasse.
— Precisa falar comigo, Olivares?
Perguntou movendo os lábios sedutoramente, cada vez mais próximos dos meus.
— Sim.
Eu respondi, sabia que se dissesse mais que aquilo minha voz acabaria falhando, não por insegurança, e sim porque eu queria beijá-la.
— Pois diga.
Soltou-me e se afastou um pouco, retomando a mecha entre os dedos e enrolando-a, suspirei e cruzei meus braços, recobrando minha postura ereta.
— Dia 18 eu passo na sua casa, esteja pronta às 20:00 horas.
Disse, olhando a expressão dela se tornar confusa.
— Ah! O baile.
Ela lembrou-se e eu sorri de lado.
— Ah! Daniel, desculpa, mas já aceitei o convite de outra pessoa, o Fred foi o primeiro a me convidar, eu jurei a mim mesma no ano passado que o primeiro a me convidar esse ano iria comigo.
— Ok, Jéssica. Espero que ele saiba o que fazer com você.
Eu disse com a voz firme, segurei o decote da sua blusa com o indicador e a puxei para mim, plantando um beijo rápido nos seus lábios, senti ela apertar o meu membro por cima da calça.
Saímos para lados opostos e o meu sorriso se fechou quando eu observei os meus amigos me olhando ansiosos, essa era sempre a pior parte.
— E aí? Ela vai com você?
Miguel perguntou, fingindo desdém, mas estava tão curioso quanto os outros.
— Não.
Eu disse, jogando-me novamente ao lado de Maurício.
— Nós vamos escolher agora a sua nova companhia para o baile de primavera.
— Ah! Não, vocês não vão.
Disse enquanto deitava o rosto entre os braços.
— Eu ainda vou sair novamente com a ela, não preciso levá-la ao baile.
— Não, essa não foi a aposta.
Maurício disse e eu bufei.
— Não concordei com nada.
— Mas também não discordou.
Miguel sorriu fechado e eu quis bater nele.
— Ok, quem vai ser a sortuda?
Olhei em torno de mim.
— A Paloma, Mônica... Helena, Rafaela…
— Meu amigo, acha mesmo que eu vou escolher uma delas? Elas são lindas... Além disso, a Mônica vai comigo, a Rafaela vai com o Miguel e a Helena com o Maurício…
— Eu não me importo de ir com a Paloma…
Eu disse rápido e eles riram.
— Mas não vai.
Carlos deu de ombros e eu suspirei.
— Está bem, quem então?
Encolhi os ombros, todas as outras garotas bonitas do colégio já tinham companhia.
— Eu não sei, mas vou pensar em alguém bom o suficiente para você, amigo.
É claro que ele Carlos estava sendo irônico.
— Idiota.
Resmunguei, pegando as minhas coisas e saindo dali.
Fui para sala de laboratório ter a minha primeira aula, hoje tive que sentar junto com a Liz e, como o previsto, ela também já tinha companhia para o baile.
Claro que eu não deixei que ela percebesse que eu, Dani Olivares estava sozinho nessa, apenas usei táticas para descobrir e quando ela me perguntou se eu já tinha companhia, eu disse que sim e ainda que iria surpreender todo o mundo.
Eu era um grande mentiroso ou não, provavelmente a garota escolhida pelos meus amigos seria tão estupidamente horrível que eu realmente surpreenderia o baile todo.
A minha segunda aula era Física, e a terceira Química e então, finalmente o intervalo chegou... Como era de se esperar Miguel e os outros começaram a rir logo que me viram apontar no gramado, já deviam ter tudo armado nas suas mentes brilhantes.
Sentei-me junto deles e cruzei o braço, encarando-os e apenas esperando a resposta.
— Elisa Martinez.
Maurício disse exatamente o que eu queria saber, mas o nome que eu menos queria ouvir.
— Não.
Disse rápido e neguei com a cabeça para enfatizar a minha resposta.
— Não, nem pensar!
Exclamei irritado.
— Elisa Martínez.
Ele repetiu e Miguel assentiu sorridente.
— Eu não posso levar ao baile uma pessoa que nem sabe o que é um baile, ela usa sapatilhas e rabo-de-cavalo, vocês têm que estar brincando!
Eu falava rápido, argumentando sobre aquele desastre.
— Você não vai levá-la ao baile.
Miguel disse e um alívio percorreu meu corpo.
— Nossa, vocês quase me mataram de susto.
Admiti, mas, antes que a tranquilidade se instalasse, eles gargalharam.
— Você vai transar com ela, e nós vamos ver isso acontecer, por isso, vai filmar.
— Não... vocês só podem estar ficando loucos...
Neguei rapidamente, levantando-me.
— Eu não vou transar com aquela garota, ela nunca transou na vida...
Eu dizia ligeiro, quase gritando de desespero.
— Cara, depois que a Mônica me deu um pé na bunda, eu sou a favor de todas as sacanagens contra garotas...
Carlos sorriu e eu parti para cima dele.
— Essa foi a nossa aposta, vai amarelar agora?
Miguel perguntou e cruzou os braços.
— Você não é Daniel Olivares , "O melhor"?
Eu assenti e dei de ombros.
— Conquiste-a.
Miguel sorriu divertindo da minha cara de espanto, o que apenas me restava era fechar os meus olhos e escutar que era uma pegadinha por partes dos meus amigos.
— Eu não posso fazer isso.
Disse fraco, passando as mãos no cabelo.
— Por que Elisa?
— Hey...
Miguel me chamou e mostrou algumas notas de cem reais, nessa hora arqueei a sobrancelha.
— Se for um bom filme... isso é seu, o que acha de um instrumento novo?
— Merda!
Gritei, esfregando os olhos.
— Está bem, mas se eu conseguir levar ela para cama antes do baile eu não preciso levá-la até lá, certo?
Eles disseram que sim com um aceno de cabeça.
— Dani, só tome cuidado para não se apaixonar por ela.
Miguel disse, criando um clima rápido de suspense, eu o encarei até assimilar o que ele havia dito e dei-lhe um tapa na cabeça, rindo junto com eles.
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