Kaleb é um dos delegados mais novos do País, ele tem fama de mal humorado e carrancudo, vive à sombra de um passado sombrio e triste, ele era a noivo de um bela mulher chamada Aila, porém ele tem inimigos declarados, e invisíveis.
Um dia chuvoso eles haviam prometido se encontrarem depois que ele saísse da delegacia, como sempre ele iria até o apartamento dela e eles ficariam juntos fazendo o que faziam de melhor, namorar conversar e viver o amor que os uniu desde a primeira vez que eles se viram.
As horas foram passando e ele tinha falado com ela de manhã. Estranhou o fato dela não ter mandado nenhuma mensagem no correr do dia, esteve muito ocupado, foram tantas ocorrências que acabou notando isso só no final da tarde.
Então começou a ligar pra ela, sabia que iria se tranquilizar quando ouvisse a voz dela.
Mais ela não atendia, e ele começou a se preocupar quando chegou na sexta tentativa sem resposta. Então resolveu sair mais cedo, deu as recomendações e saiu.
No meio do caminho ele também continuou tentando falar com ela, mais cada vez que a chamada caia na caixa postal ele pisava mais no acelerador.
Chegou no apartamento dela e encontrou o cadeado aberto, ela jamais faria isso, só os dois tem a chave, ele sentiu um frio percorrer sua espinha ao ver a porta entreaberta... sacou sua arma, e começou a chamar por ela.
—Aila, amor cheguei... Andava de vagar, e observava o lugar, de repente viu sangue....
Ailaaa, saiu mais rápido, ele poderia ter se matado ali mesmo ao vê-la daquela forma...
Estava morta, com sinais de tortura muito machucada, ele se jogou no chão... abraçou seu corpo sem vida e gelado e soltou um grito...
Era tudo que se lembrava....
Vizinhos chamaram a polícia, e seus amigos vieram de imediato.
—Vamos Kaleb, ta na hora cara, ele ouvia seu amigo dizer, mais não queria soltar ela...
—É culpa minha Henrique, ela morreu por minha causa....
—Como você sabe? Não da pra saber.... Henrique tentou tranquilizar ele, mais em troca recebeu o celular com uma mensagem.
SAI DO MEU CAMINHO, OU ISSO SERÁ APENAS O COMEÇO. NÃO VOU MATAR VOCÊ, QUERO QUE VOCÊ VIVA PRA VER CADA UM QUE VOCÊ AMA MORRER POR SUA CAUSA.
—Haaa cara, desgraçado Henrique socou a parede...
Eles sabiam de quem era a mensagem mesmo ela não contendo assinatura. Haviam prendido varios líderes do trafico no morro, e as ameaças começaram desde então.
—Eu vou matar o Pedrinho, eu vou matar ele com as minhas mãos, Kaleb dizia enquanto chorava emergido na sua dor.
—A gente vai pegar ele Kal, eu prometo.
Henrique era investigador e melhor amigo de Kaleb, se conheceram no serviço e nunca mais se afastaram desde então, eles se juntaram na luta contra a bandidagem, e Kaleb pagou um preço alto por isso.... Mais eles não iriam deixar barato.
—Prepara os cara, eu vou subir o morro! vou matar aquele desgraçado, eu quero todo mundo, todo o efetivo, não saio de lá sem aquele desgraçado ter pagado por isso.
Descubra quem entrou aqui, quero todos os envolvidos.
Carolina Era a sua irmã mais nova e melhor amiga tinja 32 anos era quatro anos mais nova que Aila, elas não estavam na mesma cidade já faziam alguns anos, se viam nas férias já que Carolina estava fazendo faculdade de direito em uma das melhores universidades do País, tinha estudado muito e passado no vestibular, eram os ultimos dias.
Ela estava destroçada, quando seus pais ligaram ela não podia acreditar, eles pediram pra ela pegar o primeiro avião e vir pra casa.
Quando viu o estado da sua irmã no caixão e leu o laudo do IML ela ficou horrorizada, mais seu ódio cresceu após saber quem era o culpado.
Kaleb chegou na casa dos pais dela pra consolar e eles entendiam a situação. Mais ela não.
Quando ele se aproximou dela, ele foi recebido com um tapa na cara.
—Desgraçado maldito miserável! É TUDO CULPA SUA, ELES A MATARAM POR SUA CAUSA.
—Eu não sabia, eu juro! Eles ameaçavam a mim, e a minha vida! Nunca tocaram no nome dela, eu não sabia! Kaleb tenta se explicar... Em vão...
—Some daqui, eu não quero te ver nunca mais!
—Calma minha filha, no fundo ele também é vítima... Seu pai tentou apaziguar...
—Querem ele na vida de vocês? Era só o que me faltava... Ela ia subir as escadas quando ele perguntou.
—O que posso fazer pra você me perdoar?
Ela olhou pra traz e disse:
—FALECE! E AINDA ASSIM EU NUNCA VOU PERDOAR VOCÊ! E CONTINUOU SUBINDO AS ESCADAS.
Ele caiu num choro como menino, a dor só aumentava, ele tinha visto ela duas vezes, mais sabia que a irmã a amava e ela era sua melhor amiga.
—Calma Kaleb, a mãe de Aila pedia em meio a sua própria dor...
—Eu juro dona Vilma, eu vou pegar um por um, eu vou acabar com eles....
—Tenha cuidado!
—Eu já morri, eles me mataram também, ele disse se ajoelhando e chorando...
Carolina o olhava la de cima de forma que não era vista, e seu ódio só aumentava.
Ele se levantou abraçou os pais de Aila e saiu....
Ela ouviu ele dizer que ia subir o morro e não sabia se retornaria vivo, por isso passou antes....
—Hipócrita ela disse, voltando pro quarto e se deitando pra chorar, no fundo ela sabia que ele não tinha toda a culpa, mais foi por ele que ela morreu e ela não suportava a ideia de que jamais a veria novamente e que ela sofreu muito antes de morrer.
Ela começou a sentir sede de justiça, queria encontrar eles...
Se Kaleb fosse homem de verdade, ele iria matá-los.
Kaleb subiu o morro com sangue nos olhos, em meio a lágrimas que as vezes insistiam em cair.
—É o seguinte, ta de fuzil, a gente fuzila. Eu quero todos, vivos ou mortos. E o chefe é meu, ninguém toca nele, entendeu?
Subiram a favela, e ouviam a troca de tiros de longe, ao longo do dia os noticiários davam conta de vários mortos, no total eram 12 mortos e vários feridos. Diziam que era retaliação. Kaleb não se importava.
Depois de oito horas de confronto, Kaleb já havia feito várias prisões, mais ainda faltava o chefe do morro, e era ele que ele estava buscando, 15 bandidos e 2 policiais mortos, tinham vários feridos,e a imprensa falava em mortos inocentes, Kaleb não encontrou o chefe do morro Pedrinho. Mais isso se tornou sua meta de vida, quando desceu, encontrou uma repórter que perguntou:
—Delegado, estão falando que a polícia realizou uma chacina no morro, o que senhor tem a dizer? É verdade?
—O que eu tenho a dizer, pra vocês que são apoiadores de bandidos é o seguinte, entraram na casa da minha noiva, bateram nela, torturaram e a violentaram, ela morreu por minha causa e eu entrei no morro pra pegar quem fez isso com ela, não matei cidadão nenhum, todo morto tinha uma arma na mão, e atirou contra a minha equipe, e se você está com dó desses assassinos, leva um pra sua casa. Falou e saiu de perto enquanto a imprensa o pintava como o pior delegado de todos os tempos.
—Você não pode misturar as coisas Kaleb, você não é um moleque, sabe dos riscos, não pode sair matando toda vez que acontecer algo ruim... Ele ouvia Ribeiro, o seu superior falar.
—Socou a parede, Não é uma coisa ruim, eles mataram a minha mulher, eles destruíram o rosto dela, estupraram ela. chorou ao lembrar que ela estava desfigurada, eu quero o coração daquele maldito, quero arrancar assim como ele fez com o meu, falou abaixando a cabeça e chorando.
—Você está de folga, oficialmente a partir de agora...
—Eu não quero, eu quero trabalhar! kaleb não suportava a ideia de ficar na sua casa sem ela lá.
–Você não entendeu Kaleb, é uma ordem! você vai folgar por tempo indeterminado ou vou suspender você por má conduta! Eu tô cheio de abutres no meu pé porque meu melhor delegado subiu a favela atirando sem dó nem piedade!
—Eu só matei os desgraçados dos bandidos Ribeiro, eu não matei nenhum trabalhador pai de família. Eu não fiz nada errado!
—Vai pra casa Kaleb, e só volte quando eu mandar, e a psicóloga terá que liberar você pro trabalho, então é melhor se esforçar. Sinto muito pela Aila, sinto de verdade, ela não merecia, mais não é dessa forma que trabalhamos.
Agora vai pra casa....
Kaleb saiu e foi fotografado pelos repórteres não estava nem ai, foi pra casa chorou bebeu, viu o dia escurecer e raiar, fechava os olhos e via ela.... O amor da sua vida...
ouviu a notificação de mensagem
ENTENDEU O RECADO MANÉ?
MATOU MEUS HOMENS, MAIS DE ONDE SAIU AQUELES EU TIRO MAIS MIL. SAI DO MEU CAMINHO.
Kaleb jogou o telefone na parede, seu ódio só aumentou, ele iria se vingar, nem que fosse a última coisa que faria na vida, Aila teria sua justiça.
De repente se lembrou de Carolina, a forma como ela o olhou, ela o culpava, e ele também, mais a dor multiplicava ao saber que além da dor ela tinha ódio dele, definitivamente ela o odiaria pra sempre, não percebeu ao pegar no sono, mais teve tantos pesadelos que acordou com o próprio grito, suado e desesperado.
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