NovelToon NovelToon

Aposta Inconsequente

Sinopse.

"Toda aposta tem uma consequência, seja ela boa ou ruim."

Camila Bittencourt, uma mulher que não tinha lá seus encantos que toda mulher deveria ter, segundo a "sociedade," não era nem um pouco atraente, pelo contrário, era apelidada como "patinho gordo e invisível" sempre foi muito carente de atenção, pois ninguém gostava de andar com gente feia e esquisita, pelo menos era assim que ela se sentia. Ingênua e inocente na mesma proporção. Porém Camila é dotada de uma inteligência incrível! Tem personalidade forte, independe e gosta muito de ajudar o seu próximo. É órfã, e sofre com a terrível dor de descobrir quem são os seus verdadeiros pais e o porquê á abandonaram. Porém a sua vida parece mudar de cabeça para baixo, quando um um homem no qual ela sempre nutriu uma paixão platônica, á enxerga e lhe faz uma proposta ousada. E esse homem, é nada mais e nada menos, que o filho e o sucessor do seu patrão. O homem no qual ela sempre passava despercebida aos olhos dele.

Por outro lado o Ceo Fernando Guzziman, em seus 35 anos, nunca se casou, já que sempre via mulheres como objetos e passatempos temporários. Seu pai, Alberto Guzziman está prestes a se aposentar, porém não quer dar a empresa de bandeja para o seu único herdeiro, á não ser que ele se case, tenha uma família e sai da vida de libertinagem que ele leva. Porém Fernando, não confia em mulheres, até que ele tromba com Camila, a assistente de longa data do seu pai, que sempre foi invisível aos olhos dele. Mais Guzziman, sabe que seu pai tem um carinho platônico pela Camila, e ele decide usar ela como chave principal para garantir o seu futuro como sucessor na empresa.

Porém toda aposta tem uma consequência. Fernando apostou que faria Camila se apaixonar por ele, sem ele se envolver ou nutrie qualquer sentimento se quer por ela. Mais acabou que o veneno virou contra ele, e para quem nunca se apaixonou, agora está caidinho pela mulher que ele sempre desprezou e ignorou..

Camilla Bittencourt, tem 25 anos e é acadêmica de Direito, mais o seu sonho é se tornar assistente Social para cuidar de crianças indefesas, abandonadas e que sofrem de maus tratos. Assim quando completou 18 anos, teve que deixar o orfanato no qual ela morou em toda a sua vida no Brasil, seu país de origem. Camilla, não pensa duas vezes em ir embora do Brasil, atrás de oportunidades de vida. Com um dinheiro que a madre superiora deu para ela, paga uma passagem só de ida para NY, porque ela acredita com convicção, que foi nesta cidade onde os seus seus pai há tiveram. Mais ao chegar em NY, sua vida não foi fácil.. pois não conseguiu achar um emprego de forma tão rápida.. ainda mais um emprego que desse para ela pagar todas as suas contas e ainda se manter pelo País, até que surge uma vaga de assistente pessoal de uma das melhores empresas de Publicidade no Polo americano. Ela não pensou duas vezes em agarrar essa oportunidade, mesmo competindo com pessoas muito mais qualificadas do que ela. Camilla não tinha formação formal, mais o que salvou ela, era pelo fato dela ser fluente em Português! Uma língua considerada um tanto pouco difícil e muitos americanos nativos não sabem falar. Trabalha há mais de seis anos com o Ceo Alberto Guzziman. Camilla, é batalhadora, independente e uma mulher de muita personalidade, mais ao mesmo tempo tem um coração muito sensível e mole.

**Fernando Guzziman, no auge dos seus 35 anos, nunca pensou em endireitar a sua "vida" louca e torta. Nunca se casou e foge disso! Tem sérios problemas com álcool, cigarros e principalmente com o seu pai, no qual nunca teve uma relação boa e saudável. Sempre fez questao de ser a ovelha negra da família. É um mulherengo nato e toda semana suas fotos saiem em holofotes de todas as mídias e ele nem se preucupa em ter a imagem manchada. Fernando, não nega quem ele é! E nunca gostou de se esconder na sombra do papai. Ou gosta dele do jeito que ele é, ou não gostam! Não tem meio terno. É arrogante, grosso e gosta das coisas do jeito dele! Mulheres são o seu brinquedinho favorito. Possui formação Acadêmica em jornalismo, apesar de ser um sem vergonha nato, se formou em primeiro lugar da sua turma na melhor faculdade do país, Harvard. É inteligente e muito calculista e gosta de manter tudo sob o seu controle. Possui um amor muito forte por Motos, carros e aviões. Nunca pensou em ter filhos, e muito menos se casar. Na Verdade Fernando foge disso.

•Minhas lindas, esse foi uma breve sinopse do mais novo livro da área! Espero que vocês gostem dele.. É um livro totalmente novo e com personagens novos também! E que não tem nenhuma relação com o meu outro livro "A obsessão do Ceo" Espero que gostem muito! E aproveitem. 🥰❤😻**

Capítulo 1

"Há três coisas na vida que nunca voltam atrás: uma flecha lançada, uma palavra proferida e uma oportunidade perdida.

— Autor Desconhecido.

Camilla Bittencourt~

Acordo com um barulho irritante e chato do despertador, já perdi as contas de quantas vezes eu já taquei ele no chão.

Porém dou um pulo na cama, ao me lembrar que hoje o seu Alberto, vai viajar. Já que o velho está quase prestes a se aposentar, na verdade ele já se aposentou, porém não quer dar a sua empresa nas mãos do seu filho mulherengo, Fernando Guzziman. Nunca vou me esquecer do meu primeiro amor platônico quando eu entrei naquela empresa. Em todos esses anos, ele sempre aparece nos meus sonhos, porém Fernando é tudo que eu não gosto em um homem, mulherengo, fumante e alcolatra. Seu pai está mais que certo em não passar a presidência nas mãos dele, com certeza a empresa iria falir em menos de um mês.

Cheguei naquela empresa quando eu tinha meus 20 anos, hoje faz seis anos que eu estou lá. E muita coisa mudou, pois para uma peregrina de outro país, vi debaixo para recomeçar tudo do 0, não foi fácil. Sou naturalmente Brasileira, porém decidi vim para o polo de NY, justamente porque era a minha única esperança e saída. Não me arrependo de ter deixado tudo para trás, já que eu cresci a vida todo no orfanato. Entao eu nunca tive nada, á não ser os amores das freirinhas. Não sei quem são os meus pais, se pelo menos tivessem me entregado ao orfanato, poderia até puxar pela fixa, mais me jogaram na rua, com apenas 4 anos de idade! É bizarro e triste ao mesmo tempo. Até hoje dói em mim, rasga a minha alma só de pensa sobre isto.

Como um ser humano é capaz de fazer isso com o seu próprio filho? Como é capaz de abandonar? De jogar na rua, como se fosse um nada.

Eu não tenho ódio por eles. Apesar de tudo, as freiras e principalmente a madre superiora me ensinaram a ser forte, me deram princípios que vou levar por resto da vida. Com elas eu aprendi uma sabedoria inigualável! Aprendi a perdoar, para só assim me curar. Mas uma coisa que nunca consegui de fato aprender, é sobre a dor, e o quão cruel ela é! Uma dor que nunca irá passar de saber quem são os que me deram a vida, a dor de saber o porquê fui abandonada por eles.

Mais não tenho tempo de me atormentar com esses pensamentos que sempre me deixam para baixo.

Me levanto da minha cama e vou até o meu guarda-roupa que está uma bagunça. Sim! Infelizmente não sou nem um pouco organizada com as minhas coisas.. não tenho paciência para arrumar as roupas tudo por cores e peças iguais. Ainda mais que eu acordo atrasada e toda acabada.. aquela empresa exige muito de mim.. não só ela, como o seu Alberto também. E para compensar, ontem eu fiquei ate tarde maratonando a minha série preferida e antiga que eu amava ver escondido das freiras no orfanato quando passava na TV, que era Smalville. Sério.. como está nesse país, me lembra essa série..  esse gostinho americano na veia. Ainda bem que desde de cedo eu aprendi inglês lá no orfanato, foi isso que me salvou.

A minha alegria é que hoje é sexta-feira. Mais um fim de semana, me intupindo de pizzas e séries, porque sou totalmente anti-social e nunca gostei de baladas, gente doidas e bêbadas atrás de mim. Se bem que as pessoas também nunca gostaram de andar comigo.. É, a famosa reciprocidade.

Enquanto eu caminho, minhas pernas que são enormes de gordas, e eu não estou exagerando.. roçam uma na outra e isso sempre me deu e dá tanto nervoso. Eu ainda irei pagar uma cirurgia para diminuir elas! Vou ficar iguais as irmãs Kardashian, gostosas e magrinhas! Mais nada com um peito tão enorme e uma bunda tão exagerada como a delas.. pois isso já basta o meu corpo.

E graças a Deus, eu ganho muito bem, mais todo o meu dinheiro vai para comida, meu cachorrinho smuf e para a minha faculdade de direito onde eu estou quase terminando.

Tá, minto.. até hoje só gravei umas cinco leis! E me sinto tão..  mais tão humilhada. A faculdade já me custa caro, e eu ainda não consigo aprender tanta coisa.

Mais o que não me faz desistir dela, é pelo objetivo bem maior que eu eu sempre tive. Me forma como assistente social.. para ajudar criancinhas órfãs, ou com maus tratos e abandonadas pelas ruas. Me parte o coração toda vez que saio para trabalhar e vejo uma turminha de crianças órfãs pelas ruas.. todo dia eu passo na padaria e levo pães e suco para eles. São três irmãos! Juca, Michael e Paulina. Eles não conhecem os pais igual eu! Também foram abandonados.. acho que por isso que eu me compadeço e me identifico tanto com eles. Mais eles fugiram do orfanato e não querem voltar para lá.. E eles só deixam eu me aproximar deles, porque eu prometi não denunciar eles para nenhum orfanato. Mais meu coração dói, dói de pena em ver eles na rua.. só não trago eles para cá, porque a minha casa é muito pequena e a dona, é uma fofoqueira daquelas e está sempre de olho não só na minha vida, mais principalmente na casa. 

E para eu cursar serviço social, primeiramente tenho que cursar direito. E isso é um saco.. pois só aqui nessa cidade tem isso! No Brasil nem é assim. E tenho pavor de advogados.. principalmente porque eu já saí com um, á pedido da minha única colega de trabalho e que ainda por cima é louca. Tá, para ela eu abri um excessão. Mary aquela doida simplesmente pegou o meu celular e respondeu o David, um advogado da empresa que ela cismou que estava interessado em mim, e que sempre quando eu caminhava só faltava eu babar.

Mais acontece que eu peguei um ranço dele! Fui para esse encontro obrigada pela Mary e ele ainda me levou para uma boate, um lugar que eu odeio. E eu fui toda linda e produzida, achando que seria em um restaurante pelo menos chique e casual para um primeiro encontro. Mais não! O idiota me levou para o pior lugar, com aquelas músicas horríveis e estourando os meus ouvidos,  ainda me ofereceu bebida alcoólica, sendo que só o cheiro de álcool em minhas narinas me faz vomitar. E se não podia ficar pior.. ficou! Ele me chamou para ir para casa dele, e claro que não aceitei e dei uma joelhada no amiguinho debaixo dele, porque o mesmo tentou me beijar e agarrar as minhas pernas. Depois disso nunca mais falei com ele! E sempre o ignoro quando ele tenta vim falar comigo, todo arrependido. Mais eu não caio mais no papinho dele!

Pego um vestido longo, sim só tenho vestidos longos, mesmo a Elena dizendo que isso me faz parecer uma velha chata. Mais eu acho que em mim fica super elegante e mais, eu me sinto bem. E é isso que importa.

Tomo o meu banho rápido, pois estou atrasada.. provalvemente nem vai dar para eu tomar um café decente. Mais eu nunca tomo! Já que eu também sou um desastre na cozinha.. queimo todos os bacons e para não bastar, queimo também os ovos. Tadinho é do homem que se apaixonar por mim.. É como diz aquele ditado brega " Quem vê close, não vê corre"

Coloco um vestido, e ele fica super colado no meu corpo, na verdade tudo fica muito colado e marcando essas curvas desnecessária que eu tenho.

Mais há vái esse mesmo! Cato um salto branco e passo um pó no rosto, tudo que eu nunca gostei, maquiagem. Infelizmente no cargo de assistente do Ceo daquela empresa eu tenho que está muito bem vestida e maquiada. A única coisa boa, é que essas bases dá para esconder essa minha cara de cansada e essas olheiras de noites mal dormidas.

Pego a prancha e passo no meu cabelo, para dar um retoque. E agradeço por ele ser liso, porque se fosse cacheado eu não teria tempo e nem paciência para cuidar. Mais de vez em quando, eu coloco uns bobis no meu cabelo para cachear eles nas pontas.

Saio do meu quarto e pego a minha bolsa na sala e o Smurf começa a latir e abanar o rabinho para mim.

— Ah não Smurf... nada de lambida no meu rosto hoje! Estou toda cheirosa e maquiada. Depois a mamãe te enche de beijos e carinho..

E ele late, e depois vira para a minha roupa de caminhada no braço do sofá, me lembrando que faz dias que eu não caminho com ele pelas ruas e praças.

— Assim você me humilha Smurf! Hoje irei tentar caminhar.. mesmo não tendo ido nem um dia da semana e ter comido horrores de besteiras. É.. equilíbrio é uma palavra tão linda, pena que não surge efeito na minha vida.

E eu me abaixo e faço um carinho nele.

Sim, ele se chama smurf, porque ele tem uma mancha azul no seu rostinho, que não sai de jeito nenhum e ele também é branquinho. Eu o encontrei abandonado no latão de lixo perto da minha casa, latindo e todo magrinho. Me deu tanta pena.. que eu o levei para casa comigo, com o objetivo apenas de cuidar dele por uma noite, já que no próximo dia eu iria levar para um abrigo de cachorros abandonados aqui perto. Mais acabou que ele segurou as minhas pernas com as suas patinhas, chorando e latindo para eu não deixar ele na porta do abrigo. E meu coração, que é muito mole e sensível, não se aguentou.. pois me veio uma cena muito forte e que me fez chorar no dia.. dos meus pais me abandonando em uma cestinha de palha na porta de um orfanato.

Então desde daquele dia ele está morando comigo e isso já tem uns nove meses. E eu amo esse cachorrinho ao ponto de eu chamar ele de filho.. A Mary odeia ele e sente um ciúmes danado, principalmente quando eu falo que levarei ele para qualquer lugar que ela me chamar para sair. Sim, não gosto de deixar o Smurf sozinho.. já passo tanto tempo distante dele, porque eu trabalho. E quando eu tenho um tempinho, gosto de aproveitar com ele. Inclusive um dos motivos por eu ter aceitado a sair com o babaca do David, foi a Mary ter ficado aqui na minha casa cuidado dele e ela claro, odiou e até hoje reclama em meus ouvidos.

" Esse cachorro não parou de latir nos meus ouvidos Camilla! E ainda por cima me fez limpar aquele xixi dele."

" Eu sou muito mais Team Gato"

E eu sorrio me lembrando, me despeço do meu smurf e saio de casa com as chaves e tranco a porta, já sentindo o olhar da dona Elena me espiando pela janela dela. Isso que dá morar em bairro pequeno.. todos te conhecem, mesmo você não conhecendo ninguém. Hilário né? Mais o bom daqui que o comércio é tudo perto e principalmente as condições, onde uns cinco minutos e já estou lá.

E depois de caminhar, passo na padaria do seu Anthony.

— Hm.. eu até já sei! Três Pães doces e uma garrafa de suco de morango.

E eu sorrio, porque todos os dias eu venho comprar isso para as crianças.

— É por isso que eu amo o senhor.

Falo sorrindo.

— Eu até já deixei separado, pois sabia que você iria passar aqui.

E ele me dá a sacola com os Pães e suco super carismático.

— Muito obrigado seu Anthony.

Falo tirando o dinheiro da minha carteira e eu pago.

— Não vai querer mais nenhuma coisa senhorita? Aproveita que está tudo em promoção os doces hein.

— Seu Anthony, só de olhar para esses bolos, eu já engordei uns dez quilos.

Falo com água na boca olhando para uma torta de morango.. E fresquinha e deliciosa.. E morango, nossa.. É a minha fruta preferida.

Mais não dá para ficar comendo doce todos os duas, primeiro que eu engordo muito fácil e segundo que eu também não tenho dinheiro para isso.

— Minha filha, com todo respeito, mais você é linda! E olha.. toma.

Ele pega a torta embaixo da vitrine e coloca em um pratinho para mim.

— Não seu Anthony.. É sério, eu não posso.

— Mais é por minha conta! Não precisa pagar nada.. e também é como uma forma de agradecimento por você ajudar aquelas crianças.

E eu arregalo os olhos para ele, ops.. não era para ninguém saber.

— Calma minha filha! Eu já sei á um bom tempo, vi você levando para eles os pães que compra sempre aqui, estava no meu fusca velho esse dia e confesso que me emocionei e fiquei feliz por saber que apesar de tudo, ainda existe pessoas boas nesse mundo. E é por pessoas que nem você que vale a pena continuar vivendo.

— Seu Anthony, eu não faço isso com intenção de querer algo em troca.. Faço pelas pessoas o que eu simplesmente gostaria que elas fizessem comigo.

— Eu sei minha filha, por isso que eu admiro muito a mulher que você é. E olha, toma aqui a sua torta, está do jeito que você gosta e com muito morango.

E eu estava pronto para rejeitar, mais aí ele tocou no meu ponto fraco. Cheio de morango?? Não resisto!

— É que eu estou indo trabalhar e estou atrasada seu Anthony. mais na volta, eu posso passar aqui para pegar.

— Mais na volta, já não vai está tão fresco como está agora. Olha, vou fazer o seguinte, colocar na vasilha de plásticos para você levar, assim você come no seu trabalho.

E ele sai por alguns segundos e logo volta um pedaço da torta de morango no potinho e meu estômago dá vida na hora.

— Já falei que o senhor é tudo?

Falo sorrindo e agradecendo ele.

— Você que é uma joia rara minha filha! Olha, bom trabalho.

Ele aperta as minhas mãos e eu me despeço e saio da sua padaria.

Seu Anthony é muito gente fina e o único que eu gosto de conversar aqui pelo Bairro.

Caminho até uma casa abandonada e que está quase caindo aos pedaços, mais sei que as crianças dormem aqui e ficam por aqui.

E eu bato na porta, mais ninguém me ouve.

Bato mais uma vez e nada.. e quando eu giro a maçaneta a porta se abre e eu tomo um susto quando vejo o Juca com um taco de beisebol nas mãos e todo assustado.

— Juca, quer me matar por acaso com esse taco?

— Tia Milla, eu pensei que era alguma pessoa má. Mais é você! Que a gente gosta muito, pode entrar.

E ele sai do caminho e eu entro e logo depois ele fecha a porta.

— Cadê os seus irmão?

— Ah, eles estão dormindo.. eu só acordei porque ouvi alguém batendo na porta.

— Aposto que vocês foram dormi tarde ontem.. de tanto ficarem na rua. Eu já conversei, é perigoso vocês ficaram até tarde por aí.

— Eu sei, eu sei.. você todo dia fala isso tia. Mais é que, a gente não tem televisão aqui, então ficamos entediados. Vamos fazer o que? Olhar para parede? Já não tem mais o que desenhar nela de tanto que já desenhamos.

E eu solto uma risada e chego ao porão da casa com ele, que é bem escondido.

E eu fico calada.. porque estou para comprar uma Televisão para eles, sera bem simples e também não será daquelas grandonas, porque são muito caras, mais tenho certeza que eles vão amar. A metade do dinheiro eu já tenho guardada comigo.. só falta a outra metade para eu completar e comprar. Porque sim.. eu fico muito preocupada com eles nessa rua de dia, imagina á noite? A gente pensa que não, mais existe muita gente malvada por aí.. E infelizmente pessoas em situação de ruas, são as mais vulneráveis á qualquer tipo de violência.

E eu deixo as sacola com os Pães doces e o suco no caixote grande que eles fizeram de mesa.

E os seus irmãos acorda e logo vem falar comigo, me abraçando.

A Paulina é a mais velha, 0 Michael é o do meio e o Juca é o mais novo e o mais bagunçeiro também.

— Milla, o que seria de nós sem você?

— Para de graça Michael, olha.. agora vocês tratam de tomar café e nada de ficarem indo para longe.

— Mais a gente precisa né Tia ganhar uns trocadinhos para poder comprar comida para gente. Olha, hoje irei me vestir de palhaço.

O Juca fala pegando a tinta branca e vermelha e o seu nariz de tampinha de garrafa de refrigerante.

— E eu vou vender essas flores aqui Milla.

Olho para a Paulina e sorrio.

— São lindas essas flores Paulina! A onde que você conseguiu comprar elas? Parecem que são bem caras e cuidadas.

E vejo o seu rosto se estremesser, e ela tenta mudar de assunto, mais gagueja e eu estranho.

E puxo ela por um canto.

— Paulina.. me diz a verdade.. a onde que você pegou essas flores?

— Ah Milla.. eu juro que não fiz nada de errado.. eu só peguei ela na mansão daquele homem morto..

— Homem morto?

— Sim Milla, todos os chamam assim, porque ele nunca sai de casa e ninguém nunca viram ele. Nem parece que mora alguém lá..

— E Você acha isso certo Paulina? Fica pegando flores que não são sua, sem a permissão do dono? Sabia que ele pode te denunciar por Roubo, e o que será de vocês? Oh minha linda, isso é muito feio. É melhor fazer as coisas de um jeito honesto, do que fazer algo totalmente o oposto disso.

— Eu sei Milla, mais eu sempre vou lá devolver quando eu não consigo vender todas as flores. Eu preciso disso, para conseguir alimentar os meus irmãos. Eu ainda sou irei fazer 18 anos, ano que vem.. eu ainda tenho só 17 anos, o Michael tem 16 e o Juca ainda tem 11 anos. Eu como irmã mais velha, quero dar algum sustento para ele.

— E é muito linda e nobre a sua atitude, mais você não vai conseguir nada Roubando desse jeito. E o dono dessa mansão? Se ele for uma má pessoa? Você nem o conhece. Por favor Paulina, me promete que você não irá fazer mais isso. Tantas coisas que você pode vender por outra forma sem ser essa! Eu já falei, eu posso fazer uns docinhos e te dá para você vender, eu até posso também vender lá no meu trabalho.

— Não Milla, você já nos ajuda muito. Não quero te explorar mais do que já exploramos. E obrigada por tudo e eu prometo que não vou mais roubar as flores daquele homem morto, que quase ninguém vê. Mais não está sendo fácil eu conseguir um emprego.. ninguém me dá! Ao contrário quando eu me aproximo de qualquer loja, eles chamam o segurança achando que eu vou roubar algo. E eu fui até com aquela calça e aquela blusa branca de manga que você me deu, mais não consegui mesmo assim.

— Oh minha princesa.

Falo abraçando ela.

— Você vai conseguir! O importante é não desistir. Olha para mim? Eu também vi para esse lugar sem nada.. só confiando em Deus.. porque eu não tinha ninguém, somente ele do meu lado. E eu consegui um emprego naquela empresa, só porque eu sabia falar Português. Se não, eu estaria morta.. pois não tinha nenhuma formação acadêmica, apenas formação formal.

— Pelo menos isso você tem, e eu? Não tenho! Mal sei escrever as palavras certas Milla, minha caligrafia é muito horrível e eu erro nas pequenas palavras. Mais poxa, eu sei passar, limpar, dar uma bela de uma faxina. Eu só queria uma oportunidade.

E me dá tanta pena em ver ela assim.

— Olha minha linda, eu vou tentar ver se alguém precisa de uma faxineira.. sei lá.. em casa de gente rica sempre precisa. Mais você.. bom, não tem documentos. E se for de carteira assinada, você não irá conseguir.

— Carteira assinada? Como assim?

Ela parece não entender.

— Hm, depois eu te explico.. eu estou muito atrasada para o meu trabalho. Mais eu prometo que vou tentar conseguir alguma coisa para você.

E ela me abraça sorrindo e toda alegre.

— Você é tão boa Milla!

— Vocês que mudam o meu dia para melhor.

E eu me despeço dela e do seus irmãos, mesmo eles me implorando para ficar mais um pouco, porém eu prometi que voltaria amanhã para ficar um pouco com eles.

E eu saio da casa, com o coração tão mole, mais tão cheio de pena também.

Como eu queria abrigar todos eles na minha casa, cuidar ou até mesmo adotar. Mais não posso.. primeiro que eu não sou casada e segundo não tenho tanta estabilidade assim.. E eu como uma futura assistente social, não posso fazer as coisas de maneira ilegal.

Mais eu tento o máximo ajudar eles com o que eu posso.

(...)

Pego um engarrafamento daqueles e chego na empresa super atrasada.

Compro um café correndo e eu corro para pegar o elevador.

— Camilla, cuidado para não cair!

E eu nem ouço a Mônica da recepção.

Entro no elevador e respiro fundo.

Aperto o botão mais de duas vezes.

— Vai! Vai logo.. eu preciso chegar logo na sala do seu Alberto.. antes que ele viaje.

E depois de alguns segundos, eu chego no último andar, que é da presidência.

Vejo uma gritaria vindo da sala do seu Alberto e eu me assusto.

Parece que ele está com alguém, e minha barriga gela em ter que incomodar.

E eu pressiono os meus ouvidos na porta, para ver pelo menos de quem se trata. Pois ninguém marcou horário comigo ontem para ver ele! Ao contrário eu mesmo fechei a sua agenda, já que hoje ele iria viajar.

Mais quando eu ouço o nome " Fernando" meu coração acelera e minha pernas ficam fraca.

Não.. ele está aqui? Como? Se ele nem pelo menos ligou.. como se ele ligasse! Ele nem se quer olha para a minha cara, e sempre sai entrando para a sala do seu pai, acho que para ele eu nunca existi. Sempre fui invisível pelo menos para ele.. E isso, em todos os lugares. Não só aqui na empresa, mais até as vezes na casa do seu Alberto, quando ele me pedia para levar alguns documentos importantes, e eu sempre me esbarrava com o filho dele, no qual meu coração sempre disparava e eu não entendo porque ele ainda dispara toda vez que eu o vejo ou ouço a voz dele.

Ele nem se quer nunca me dirigiu a palavra, e ainda passava reto diante de mim.

Arrogante e ignorante! E ah.. não podemos se esquecer, alcoolatra fumante e mulherengo.

E os dois parecem que estão discutindo feio.

— Não papai! Mais que droga.. eu já falei que eu não me casar com nenhuma mulher. Para de ser um velho birrento, e deixa eu assumir a presidência dessa empresa o que é meu por direito. O senhor não pode viajar e deixar com aquele cretino e bastardo do Laworran! Aquele lá nunca foi flor que se cheira.

— Mais pelo menos ele nunca me deu tanto trabalho com você! E nunca teve toda semana uma foto dele na libertinagem da vida. Você Fernando, acha que alguém vai fechar negócios com a empresa, onde o presidente só tem as piores manchas de reputação? Entenda meu filho.. eu quero que você se case, para não só te ajudar a sair dessa vida desagregada que você leva, mais para fazer você criar uma família, ser feliz..

— Eu já sou feliz papai!

— Não meu filho.. isso que você chama felicidade, é passageira e não é vida para se levar. Quando eu tinha a sua idade, eu já era um homem casado e já tinha você! E ainda era o dono dessa empresa aqui. Tinha um bom nome e uma boa reputação.

— Eu nunca fingir ser outra pessoa papai! Por acaso é um defeito um Homem gostar de mulheres, sexo, bebidas e festejar? Oras, eu não sou um homem de uma mulher só papai e muito menos homem para ser fiel á uma! E essa coisa de casamento nunca será para mim. Eu posso muito bem ser responsável por essa empresa sem me casar. Melhor do que ser casado igual esse mal caráter que você irá colocar como o seu substituto, que trai a mulher toda hora em bordel de esquinas.

— Chega Fernando! Essa acusação que você está levantando é muito sério. Se vocês dois tem problema, resolvam fora daqui. E eu já falei, a empresa será sua na mesma hora, quando você me ligar lá para onde eu vou está, dizendo que irá se casar. E claro, com um boa mulher! Nada dessas desgregadas, que não querem nada da vida igual á você.

— O que o senhor quer papai? Que eu me case com uma puritana? Uma virgem intocável? Ou uma mulher que foi criada em algum orfanato, aprendendo a rezar, cuidar da família e da casa?

— É.. até que seria uma boa ideia.

Seu Alberto fala calmo e passifico, mais eu engulo seco e minha garganta seca, pois o seu filho pareceu me definir quando estava descrevendo a mulher no qual ele teria horror em se casar.

E eu vejo um silêncio perturbador e eu me ajeito.. pois eu acho que eu já ouvi o suficiente, até o que eu não devia e..

A porta é simplesmente aberta e eu caio de busto e tudo no braço do Fernando.

E ele me olha tão firme e com um olhar tão penetrante, como se fosse pela primeira vez que está me vendo e notando a minha existência.

Minhas lindas, esse foi o primeiro capítulo. O que acharam? Me conta aqui nos comentários..😻🥰❤ Espero que tenham gostado, pois esse livro promete.

Capítulo 2

— Quem é você?

Sua voz grossa e imponente me penetra, ao ponto dos meus pelos crescerem para cima, todos arrepiados.

E eu fico em choque com a pergunta dele. Ele só pode está de deboche comigo. Como assim, quem sou eu querido? Sou apenas a assistente do seu pai por mais de seis anos, e por seis anos frequentei a sua casa.. por seis anos eu passava por você e você nem me notava. Mais eu ainda tinha a esperança que no fundo você não falava comigo por pura arrogância e superiodade da sua parte.. mais agora vejo que eu realmente era uma mulher totalmente ignorada e invisível por você.

É claro que eu não falei isso para ele.. mais que vontade.

— Então além de mexiriqueira ainda é surda? Só me falta ser muda agora.

— Mexiqueira? Perdão.. mais o senhor não me conhece.

Falo mantendo a calma e a paciência, mais aqui por dentro, a minhas vontade é de agarrar nesse pescoço dele.  E só agora eu percebo que eu ainda estou nos seus braços.

E ele me solta e eu me sinto aliviada.

— E quem disse que eu não te conheço gordinha?

Ele fala sério, ajeitando a sua roupa de motoqueiro que eu provalvemente devo ter amassado.

E eu acabo ficando com mais raiva ainda quando eu ouço dos lábios dele "Gordinha" argh.. que vontade de tacar alguma coisa na cabeça dele.

— Fernando! Camila.. mais o que é que está acontecendo aqui!?

Seu Alberto aparece na porta e nos olha intrigado.

— Eu que faço essa pergunta papai, quem é essa mulher?

Ele fala rude, ainda olhando para mim.

— Quem é essa mulher? Ela é a minha assistente pessoal Fernando e á mulher que eu confio plenamente e tem meu total respeito e admiração. Talvez se você se importasse com essa empresa como diz se importar, não me faria uma pergunta tão idiota. Um futuro Ceo sempre tem que saber, ao meu ver, pelo menos os funcionários que trabalham na empresa dele.

Seu Alberto fala sério e eu me encolho.. me sentindo não só desconfortável, mais como um peixe fora da água no meio dos dois.

— Grande coisa. Diferente de você papai, não preciso ficar bajulando nenhum funcionário. Aqui todos são iguais para mim! E quer saber? Perdi meu tempo vindo até aqui.

Ele fala de forma tão ignorante, e eu só sinto pena do seu Alberto.. pois eu acampanho desde que eu trabalho aqui o sofrimento e o estresse que ele sempre teve com o seu filho. A relação dos dois sempre foi muito ruim, mais também com um homem grosso, arrogante e metido igual ele. Qualquer um teria um problema de se lidar.

— Fernando, você pode até ir! Mais sabe que não tem outra saída mais para você! Ou cê toma jeito, ou não toma.

E ele ignora o pai e sai andando com os seus ombros fortes e largos.. ain, porque ele tinha que ser tão charmoso e estupidamente sexy e de tirar o fôlego?

Minha nossa senhora, assim não dá.. o que está dando em mim? Jamais posso me esquecer que ele não é o meu tipo de homem.. É o oposto! E com certeza virá para me destabilizar como mulher. E não estou afim de sofrer por um homem mais mulherengo de toda NY.

— Me desculpa Camilla.. pelo visto acho que meu filho nunca irá tomar jeito. Continua o mesmo imaturo e rebelde de sempre. Achei que pelo menos essa proposta dele achar uma mulher, faria ele mudar! Mais impossível. Um dia que o meu filho achar uma mulher que mude ele.. eu juro que dou um troféu para ela e ainda á indico para o Oscar. Porque será digno de um milagre nunca visto!

— Seu Alberto.. o senhor não precisa se desculpar pelo o seu filho. E me perdoa, mais eu acho que ninguém tem o poder de mudar ninguém, até porque se a pessoa mesma não estiver disposta a mudar primeiramente por ela, quem dirá para uma outra pessoa.

E ele me olha com um semblante de admiração.

— Como sempre, você com as suas palavras sábias Camilla! Mais no caso do meu filho, só de um jeito forçado para ele conseguir tomar jeito. Foi a única opção que eu obtive em mãos.. E tudo bem, se isso está fazendo ele se rebelar ainda mais contra mim. Com o Fernando palavras bonitinhas nunca funcionaram. Ah se o meu filho pelo menos encontrasse uma mulher direita e tão boa igual á você eu estaria em paz!

E eu engulo totalmente seca e fico totalmente sem jeito..

E ele volta para a sala novamente e eu agradeço por isso.

E eu me volto para a minha mesa e penso rindo.

— Definitivamente, a minha existência para o seu filho nunca significou alguma coisa seu Alberto.

Falo distraída, enquanto anoto algumas coisas.

— Ah Camila! Até quando você não vai tirar aquele playboy da sua cabeça?

E eu tomo um susto quando eu vejo a bocuda da Mary na minha mesa.

E eu me levanto as pressas.

— Você quer que alguém ouve isso Mary?

— E eu estou mentindo? Sério! Você é um mulherão para ficar presa aquele mulherengo safado.. se você desse oportunidades para conhecer outros homens, iria tirar essa paixão platônica que sempre sentiu pelo filhinho do seu chefe. Filhinho que sempre te ignorou!

E eu reviro os olhos, pois a Mary tem um ranço eterno do Fernando.. E eu á entendo..  até eu também tenho depois de hoje! Principalmente dele ter me chamado de " Gordinha"

E eu falo tudo isso para a Mary e ela fica de boca aberta.

— Ah não! Eu não acredito que ele te chamou de "Gordinha" Camilla? Ah, mais se ele falasse isso na minha frente. Eu simplesmente responderia assim. Eu prefiro ser uma Gordinha gostosa, do que essas palitos de dente que você co..

E eu tampo mais uma vez a boca da Mary, pois ela está falando alto e toda estourada.

— Mary, eu não ligo pelo o que ele fala! Aposto que ele já nem se lembra mais de mim. Foi um grosso e um super ignorante! E eu nem achava ele tão bonito assim..

Falo mentindo na cara dura e que Deus me perdoe por isso.. pois ele sabe muito bem o que eu penso.. E é totalmente diferente do que eu acabei de falar.

— Você simplesmente babava ele sempre quando ele vinha nessa empresa Camilla! Olha.. mentira é pecado viu? E ainda me chama para ir para a igreja com você. Na próxima, pode deixar que vou pedir para o Pastor jogar água benta em você!

— Mary não exagera! Também não é para tanto. E você fazia muito pior.. ficava cobiçando e até hoje cobiça o Laworran! Que é um homem casado e ainda por cima.. nunca gostei muito do jeito dele.

— Hey! Eu não cobiço ele... mais não posso fazer nada se é sempre ele que fica me encarando e tentando puxar assunto comigo. Poxa Camilla, eu fico na minha! Você sabe disso... mais como resistir aquele olhar verde e tão sensual dele? O homem parece o capitão América.. de tão lindo e enorme que é. Eu também não sou de ferro..

— Mary.. por favor! Não se envolva com ele.. pois se ele que é casado, já não tem nenhum respeito com a própria mulher, quem dirá com você.

E ela me faz uma careta.

— Affs, você é certinha demais Camilla. Tem hora que me irrita.. bom, vim aqui para te entregar essas encomendas do seu Alberto que veio na recepção.. E beijo! Que eu já estou indo.. antes que a mocreia da Aline me pega fora dela e arruma um barraco. Sabe que ela está na nossa cola..

— Ela sempre está na cola de todo mundo.

Falo rindo... pois a Aline é nada mais e nada menos que a gerente da empresa e a "responsável" em por tudo em ordem e também..  em descontar do nosso salário caso qualquer um dos funcionários chegam atrasados ou simplesmente saiem fora do horário de trabalho estabelecido. Pois aqui nessa empresa, eles pagam por hora.

— Se encontramos no almoço.

E ela fala me dando um beijo na bochecha as pressas, enquanto deixa a encomenda para mim.

E ela caminha com esse salto enorme dela e sinto sempre nervoso quando á vejo caminhar tão rápido, pois me dá a impressão que ela sempre irá cair.. mais não! A bichinha tem um equilíbrio fora do normal.. capaz de eu cair com tênis, do que ela com esse salto 15.

Pois eu infelizmente, sou muito desequilibrada e distraída e a prova disso é eu ter caído logo nos braços do Fernando e pior.. ele me chamou de Mexiqueira.. tá, eu não sei porque eu ainda estou pensando nesse ogro que não sabe tratar as pessoas bem.

Presto o meu olhar na Mary que aperta o elevador com pressa, mais ele não vem e ela grita impaciente como sempre, e eu me acabo de rir.. ela é tão engraçado, ela é tão ela!

Porém quando o elevador chega, ela dá de cara com o Laworran, e sinto o clima dos dois aqui de longe! E isso não é bom..

A forma que ele come elas com os olhos.. me enoja! E o cara não tem nem vergonha de ainda usar a aliança no dedo e ter essas atitudes.

— Com licença senho-oor Laworran.

E ela fala nervosa e ainda por cima guageja.

E ele sai do elevador e acena para ela.

E logo depois vem andando sorrindo de lado e ajeitando o seu paletó.

Cafajeste! Dou uma última olhada para a Mary antes do elevador fechar e tadinha.. está toda vermelha e ainda por cima estava se abanando.

E eu espero mesmo que a Mary não se rende aos encantos dele.. pois apesar de tudo, minha amiga é uma morena linda e de tirar o fôlego também. Enquanto eu sou baixinha e um pouco mais cheinha do que ela. Mary é bem alta e tem um corpo magro, porém é regado por curvas. A sua história de vida também é muito parecida com a minha! Talvez por isso que nos demos tão bem. Sua mãe morreu quando ela tinha apenas 15 anos! Deixando ela e irmão com o padrasto. Mais  a Mary nunca se deu bem com o padrasto, ao contrário odiava ele e odeia até hoje. E quando ele tentou abusar dela, ela simplesmente saiu de casa e fugiu morrendo de medo.. encontrando abrigo em uma ONG comunitária, até achar um emprego. Mais não foi fácil para ela! Minha amiga teve que se esforçar muito para conseguir trabalhar nessa empresa.. E o maior sonho dela é conseguir a guarda do irmão Thomaz, que esta com o seu padrasto e inclusive ela está brigando por anos pela guarda do irmão na justiça, sei que ela sofre muito com essa ausência. E eu acabo sofrendo junto com ela.. ela sempre me pede para eu terminar logo a faculdade de Direito para ajudar ela com a guarda do irmão.. mais eu canso de falar para ela, que uma assistente social com certeza iria fazer de tudo para tirar o irmão nas mãos daquele traste, principalmente se sofre de maus tratos. Ah, como eu queria ser assistente logo.. pois iria ajudar a minha amiga com muito gosto e prazer.. não só ela, mais como um monte de pessoas que se encontram assim, na mesma situação que ela.

Enquanto ouver injustiças, eu quero sempre fazer de tudo para mudar o lado dessa História.

— Bom dia, o Alberto está aí?

E eu endireito á minha postura e olho para o Laworran de forma discreta e sem dá muita confiança.

— Sim! O senhor quer que eu anuncio a sua entrada?

— Não precisa! Ele sabe que eu viria aqui falar com ele, antes dele viajar.

E eu aceno a cabeça e nada falo.

E ele me ignora e sai caminhando até a sala do seu Alberto.

Sim, o meu relacionamento com ele sempre foi seco e extremamente profissional. Na verdade eu me cobro em ser assim com tudo e com todos dentro do meu ambiente de trabalho, só a doida da Mary.. que me faz sair um pouco desse meu estado. Mais eu sei o quanto foi difícil eu conseguir esse emprego, então eu sempre exigo máximo de mim.

E a hora passa voando e só depois que o seu Alberto sai com o senhor Laworran para almoçar, que eu desço para almoçar na cantina junto com a Mary.

— Hoje até que a comida está gostosa. Lasanha de carne.. dias de lutas dessa vez né? E Camilla, você não vai comer não? Mal tocou na comida. Se não quiser, pode me dar! Que eu como por você sem problema nenhum.

— Não.. não é isso.

— Olha eu sei que você quer emagrecer, mais você não pode deixar de comer a alimentação principal do nosso dia.

— Mary.. eu apenas não estou com fome e mais eu prefiro não comer e guardar essa comida para levar para as crianças que moram lá perto do meu bairro. Vou até pedir para a Flora, se ela consegue por mais uma lasanha aqui. Depois que todos saírem, é claro.

— Camilla.. olha, eu sei que você tem um coração lindo e gigante.. mais você não pode se responsabilizar por essas crianças abandonadas, você sabe que elas precisam de um lar! E não, ficarem morando na rua. E você pode ainda carregar uma culpa por está acobertando isso..

— Mais eu não me responsabilizo por eles.. mais não posso.. não posso deixar eles sozinhos! E eu só contei para você Mary porque você me prometeu que não iria contar para ninguém.. eles também nem pode sonhar que eu contei para você.

— Camilla, você sabe que eu jamais contaria.. mais não posso também dizer que cedo ou mais tarde esse caso não irá cair tudo na suas costas, porque vai!

— Não irá Mary! Isso será até a irmã mais velha deles, Paulina procurar um emprego. Porque tadinha.. ela não tem documentos e nada. E ninguém quer dar um emprego para ela.

— E quantos anos ela tem?

— 17 anos Camilla.. E tudo que ela quer é poder cuidar dos irmãos e assumir a guarda deles.. ela estava até pegando flores escondidas de um jardim de uma mansão bem grande e toda sombria. Mais é claro, eu briguei com ela. Pois isso era roubo! Estou pensando em fazer uns docinhos junto com ela e ajudar ela vendendo aqui no trabalho.

E vejo ela com um semblante triste.

— Mary, o que foi?

— A história dela.. É bem parecida com a minha. Como eu luto até hoje para ter a guarda do meu irmão Camilla. Você sabe disso como ninguém.. mais pelo menos ela ainda tem eles perto dela! Quando completar á maior idade, poderá tomar conta deles. E eu? Nem isso eu tenho. Aquele advogado e juiz de merda.. não fazem nada para mudar a minha situação.

— Mary, não desanima e nem se entristece. Olha, não se esqueça que o homem é falho.. mais Deus é justo!E ele é o nosso melhor juiz e advogado, por isso que acima de tudo temos que ter a nossa confiança sempre restaurada nele.

— Ah Camilla.. queria ter essa sua fé de ver tudo com mil maravilhas! Mais não. Minha realidade é totalmente diferente!

— Mais á fé, é a certeza daquilo que não vemos, mais por acreditamos nela, ela se concretiza na nossa vida. Se você crer de todo o seu coração que ainda terá á guarda do seu irmãozinho, assim será! Nem que demore por mais um pouquinho.. mais você terá Mary. Não perde as esperanças! Coloca mais força e ânimo. Eu estou com você nessa!

Falo abraçando ela.

— Ah Camilla, o que seria de mim sem você?  Deus foi bom para mim em ter te colocado nos meus caminhos.

— Minha amiga, Deus é bom o tempo todo.

Falo sorrindo.

— Pense no que eu te falei!

— Tem razão Camilla.. podemos ajudar essa menina á vender os docinhos.. posso ajudar á você com alguns ingredientes.. isso até ela arrumar um um emprego.

E eu sorrio para ela e termino de comer a minha torta de morango que eu ganhei do seu Anthony. E está uma delícia..

— Hm Camilla.. eu acho que eu vou ao banheiro.

E derrepente a Mary se levanta e eu fico sem entender essa atitude dela.

E quando eu olho para frente, vejo o David e faço uma careta interna, mais aposto que a minha cara de nojo é notória.

E ele vem todo siníco e com aquela cara de bunda dele como se nada tivesse acontecido.

— Camilla... precisamos conversar. Você só tem me ignorado!

— E ainda vai continuar sendo por mim. Passar bem!

Me levanto e tento passar por ele, mais ele pega as minhas mãos e eu logo em seguida peço para ele soltar.

— Camilla, me desculpa.. eu pensei que você gostava de boate, por isso que eu te levei para lá naquela noite.

— Gostava? Você nem se quer me perguntou isso! Olha a minha cara e vê se eu por acaso sou mulher que frequenta aqueles tipos de estabelecimentos? Sabe David.. eu preferia mil vezes está com o meu cachorro do que com você, seu nojento.

Falo, elevando a minha postura e saio bem firme da presença dele.

Que cara mais idiota, affs.. e o pior ele não se manca e nem se cansa de ficar me pertubando!

E eu volto para a minha mesa e começo a fazer o que eu sou paga para isso, trabalhar!

E a tarde passa correndo, e o seu Alberto me deixou uma pilha de relatórios para eu terminar e já está tarde.. daqui a pouco não terá ninguém na empresa. Então eu me apresso logo! Minhas pernas clamam pelo meu sofá e minha barriga por um brigadeiro de panela e colher. Mais saindo daqui, tenho aquela bendita faculdade.

— Affs, que vida difícil..

Me levanto e ajeito o meu vestido, já que o mesmo vive subindo.

Entro na sala do seu Alberto que já não tem ninguém, assim como no corredor todo.

E eu coloco todos os relatórios organizados e bem definidos na sua mesa.

E eu pego á minha bolsa e desligo tudo.

Pego o elevador e em menos de um minuto já estou no Hall de entrada.

Mary já foi á tempos para casa e eu passo pelos seguranças e dou boa noite para ele.

E nossa, porque as ruas de NY, sempre tem que está deserta á essa hora? Não é a cidade que é conhecida pelo seu ditado popular. " Onde as pessoas não dorme?"

E que droga.. porque o meu ponto de ônibus tem que ser tão longe?

Coloco a minha bolsa na frente e aperto o meu passo.

E vejo um carro parar no meu lado e eu não sei o que é pior, esse carro ou dois garotos em uma moto.

Mais eu me finjo a plena e começo a caminhar.

— Camilla..

E quando eu ouço a voz do David, fico mais apavorada ainda. Era só o que me faltava.

— O que é?

Falo seca, mais nem olho para ele e eu continuo andando.

— Não quer uma carona até a sua casa?

— Se eu quisesse, pediria um Uber.

Falo grossa e continuo caminhando, pois a rua é deserta e eu não confio nem um pouco nesse cara.

Até que eu não ouço mais o barulho do carro dele e presumo que ele já foi.

Agora eu posso respirar um ar puro e não tóxico.

Até que eu sinto uma mão grande em mim.

E quando eu ia gritar, ele tampa a minha boca e me empurra para o canto de uma parede.

E eu mordo as mãos dele e tento me soltar.

— Me solta David! Ou eu vou gritar.

— Eu não quero te fazer nenhum mal.. mais não consigo mais resistir á você Camilla. Porque tinha que ser tão gostosa?

Ele fala passando as mãos na minha perna e eu fico com nojo e ao mesmo tempo com medo.

— Não me toca David! Ou não irei responder por mim..

— Sabe.. eu sempre adorei mulher marrenta! Se você se comportar direitinho.. quem sabe eu não sou carinhoso com você? Ain.. não vejo a hora me afundar em você.. até não aguentar mais.

E suas palavras me causa tanto enjoo que eu tenho vontade de vomitar no rosto dele todo.

— David.. me solta! Socorro..

E eu tento sair dos braços dele e grito por mais socorro, mais ele me pega com mais força e me empurra firme contra a parede e eu começo a chorar desesperada.

– Chega! Eu já fui muito paciente com você.

Ele fala pegando o meu rosto com agressividade.

E quando eu penso que não tem mais para onde eu fugir, um som de um motor de moto anuncia e eu tento ver quem é.. mais não consigo.

— Solta ela agora!

Mais quando ouço essa voz grossa e firme me arrepio.. pois é a voz do Fernando! É ele que está aqui.

Minhas lindas, aqui está o capítulo dois! Espero que gostem demais desse livro.🥰😍

E ah propósito essa é a Mary, amiga da Camilla.

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!