No dia seguinte acordei as 6:30am religiosamente, ainda que eu não precisasse me levantar para trabalhar, gosto
de fazer exercícios físicos e ainda mais depois do tanto de comida que eu comi ontem, dou risada sozinho quando penso no que a minha nutricionista iria achar se me visse comer daquele jeito.
Me viro de barriga para cima coloco os braços atrás da cabeça e me lembro de trechos do dia anterior, devaneio com seu lindo sorriso, o seu olhar, sua voz e de repente cinto minha circulação correr toda para uma parte única no meu corpo, olho em direção dos meus pés e vejo minha ereção lentamente forçar a calça de malha que estou vestindo, solto minha cabeça nos travesseiros e fecho os olhos apertando-os bem para lembrar mais dos detalhes, do som da sua voz e fico cada vez mais excitado, quando na confusão de pensamentos escuto.
_ Mamãe, mamãe!
- abro os olhos depressa\, chacoalho a cabeça para limpar tudo e sinto minha flacidez e o sangue que vai voltando a circular pelo corpo todo novamente.
Me levanto, caminho até o banheiro, enquanto ligo a ducha desço a calça com ajuda dos pés. Entro com tudo
debaixo da água que está quase fria e lá permaneço até limpar todos os pensamentos, fiquei na ducha por quase uma hora. Faz algum tempo que não fico com ninguém, mais ou menos uns 18 meses, é bastante tempo para um cara, a minha antiga namorada, ela só queria curtir e algumas coisas que ela gostava não eram minha praia.
Quando terminei o banho e lavei até os pensamentos desliguei a ducha e fui saindo, alcancei uma toalha limpa
que estava à disposição, me enrolei com ela na cintura e fui ainda pingando pela casa até o closet, comecei a resmungar.
_ ela não retornou, deve ser porque tem marido e filhos. Nossa, mas ela parece ser tão nova.
Mas pode ser que seja sobrinha dela. Mas a chamou de “mamãe”. Não pode ser isso. Será que ela está casada ainda? De verdade, tenho que parar de pensar nisso. Ela tem família e não vou ser eu a destruir isso. Mas por que será que se retirou para falar comigo? Ela saiba que era eu, falei meu nome, né? Falei!
Enquanto fiquei resmungando comigo mesmo fui me vestindo, escolhi uma roupa bem leve para correr no parque,
peguei minha braçadeira de carregar o celular e coloquei no bolso, arrumei meu cabelo teimoso e fui para cozinha preparar uma vitamina de frutas e por fim tomei terminando de arrumar as coisas para eu sair, já era por volta das 8:00am quando desci de escadas parei na portaria antes de sai para a rua ajeitando o celular na braçadeira e colocando os fones.
_ Bom dia!
- cumprimentei o novo porteiro enquanto passava pelo portão.
Minha corrida até o Central Park durou uns 30 minutos, fiz um percurso diferente do que faço para ir trabalhar
todos os dias, aproveitei para limpar minha mente, respirar um pouco de ar puro, escutando músicas.
Precisava tirá-la da minha cabeça antes que... Por um minuto pensei ter visto...
_ Nossa!
E era ela, passeando de mãos dadas a uma menininha de cabelos loiros, olhos bem verdes, voz meiga e a chamava de mamãe, não conseguia entender, mas quem sou eu?! Nem a conheço, como posso julgar pelas poucas informações que tenho.
Me sentei em um banco bem perto de onde elas estavam, então continuei observando as duas brincando, a menininha parecia ter entre 3 e 4 anos, ela se afastou um pouco e pude ouvi-la chamar.
_ Sophie, venha mais perto da mamãe, tem florezinhas aqui olha.
- ela falou estendendo a mão e mostrando onde estavam as flores.
Fiquei boquiaberto com toda a cena e perdi meu olhar na menina, quando voltei para a cena completa lá estava
ela, linda, me olhando e sorrindo, meu olhar congelou, sorri de canto arcando as sobrancelhas, me levantei e fui em sua direção. De longe ela fazia gestos a cada passo que eu dava ao seu encontro, mostrando que havia certa fragilidade na sua história com a linda menina. Então dei o meu famoso.
_ Oi!
- ela se aproximou mais\, me deu um beijinho no rosto e disse:
_ Oi! Como você está? Desculpa não te retornar ontem, foi complicado.
Balancei a cabeça como quem diz tudo bem, mas meu pensamento era.
- nem fiquei te esperando com bolhas no estomago por horas e acabei pegando no sono ainda no sofá. Mas olhei para a menina e ela me apresentou.
Sophie.
- chamando a menina.
Olha, esse é um amigo da mamãe, quer dizer oi para ele?
- e sem me olhar direito ela disse:
_ Oi! Meu nome é Sophie! Como é o seu nome?
- agora já me olhando nos olhos ela perguntou.
Respondi me abaixando ao nível do olhar dela.
Oi, Sophie, meu nome é Lucas. Posso ser seu amigo também?
- rapidamente ele começou a tagarelar muitas coisas.
E eu tenho um amiguinho que se chama Lucas, lá da minha escola, ele gosta de brincar de carrinhos e de bonecas comigo.
Perguntei a ela.
_ E quantos anos você tem Sophie?
- ela me mostrou com os dedos\, o indicador e o dedo do meio de cada mão formando o número quatro e falou.
_ Quatro, já sei contar até dez, você quer ver?
- e começou a contar bem lentamente\, desviei minha atenção para a Jullia que estava toda boba com o meu jeito de lidar com a criança\, isso deu a iniciativa para ela começar a me contar.
Sophie, é uma menina incrível, tem uma imaginação, fico muito impressionada como ela está crescendo rápido.
Ela é minha filha de coração sabe...
- assenti com a cabeça e soltei um pouco sonoro.
Aaahhh.
- e ela continuou.
_ Minha melhor amiga Sarah, engravidou de um cara muito babaca e logo que ficou sabendo da gravidez ele
sumiu, a Sarah e eu cuidamos de tudo da gravidez desde o início, até sou madrinha da Sophie.
- quando escutou seu nome correu até a Jullia e abraçou suas pernas olhando para cima\, como se aguardasse a mãe falar algo. Jullia colocou as mãos nas costas da menina e se balançou devagar como se girasse sem
sair do lugar.
_ Essa é minha princesa, a princesa Sophie.
- com o olhar mais terno e maternal do mundo.
_ Mas... o que aconteceu? Por que ela está com você?
- Jullia atenta a tudo viu uma borboleta pousando nas flores e disse:
_ Meu amor, vai lá, ver a dona borboletinha de perto.
- mostrando para Sophie onde ela pousara.
_ Bom... vou te contar como tudo aconteceu. A gravidez da Sophie foi muito complicada muito estresse e o cara, o
pai biológico dela em uma briga com a Sarah acabou empurrando-a contra a porta que estava mal fechada e se abriu, então a Sarah rolou uma escada de uns 6 degraus e pior caiu de costas para proteger a barriga e fraturou algumas vertebras.
- meu semblante foi mudando a cada palavra dita por Jullia.
_ A Sarah entrou em trabalho de parto prematuro, porque teve que fazer uma cirurgia muita grave na coluna.
- as lágrimas foram escorrendo pelo seu lindo rosto enquanto me contava e eu fiquei bem tenso com tudo o que estava ouvindo.
_ Antes dela entrar em cirurgia a Sarah me fez jurar que ficaria com a Sophie e que eu seria a mamãe dela.
- em meio as lágrimas vi um quase sorriso.
_ Assinamos os papeis da guarda e a Sarah foi para a cirurgia, mas não voltou com vida, e aí está minha menina
linda.
- todo o tempo de olho em Sophie enquanto me contava.
_ Então você tem a guarda...?
- olhando apreensivo
_ Não, sou a mãe no registro dela, ela tem meu sobrenome e o segundo nome mais lindo. Sophie Sarah Phypper!
- a menina olhou com desconfiança para a mãe que dissera seu nome completo\, logo pensou que teria feito algo de errado.
Oi mamãe. veio até próximo e com a barra do seu vestido verde água florido nas mãos para enxugar as lágrimas da mãe.
_ Você está chorando mamãe?
- dando pulinhos como se fosse alcançar os olhos da mãe para enxugá-los.
_ Não foi nada meu amor. Foi só o vento que trouxe uma poeirinha nos olhos da mamãe.
- falou isso se abaixando na altura de Sophie.
_ E sobre o pai dela?
- quando me ouviu dizer a palavra pai\, olhou procurando em volta.
_ Onde está o papai, mamãe?
- Jullia ainda agachada falou baixinho no ouvido da menina.
_ O papai está trabalhando, lembra? Para poder levar a Sophie para viajar.
- a menina sorriu e Jullia sorriu com ela\, se levantou e pegou a Sophie no colo que a abraçou forte.
Mamãe, quero ir embora para casa.
- Jullia então arrumou Sophie em seu colo.
Tchau Lucas amigo da mamãe.
- me jogou um beijinho e com a mão me deu um tchauzinho.
_ Tchau Sophie! Tchau Jullia!
- pisquei com os dois olhos e para minha timidez voltar muito rápido ela respondeu piscando com os dois olhos e Jullia fez o mesmo e sussurrou por trás das costas de Sophie.
_ Mais tarde te ligo e nos falamos melhor.
- e saiu caminhando por um longo trecho do parque com a menininha no colo até sumir do meu campo de visão.
Minha manhã tinha começado muito bem, então voltei a correr por mais um trecho e depois de uns 20km parei a corrida no portão de casa. Segui minha rotina de entrada no apartamento, deixei a carteira, o celular com a braçadeira no aparador, tirei os tênis na calçadeira e entrei descalço, fui até o closet peguei uma toalha limpa pois não havia tempo de secar a toalha usada pela manhã. Entrei para uma ducha rápida, depois só coloquei uma boxer e fiquei deitado no sofá de olhos fechados só pensando, repassando tudo na memória.
Acordei assustado em pleno dia, já passava da 1:00pm e nem tinha almoçado ainda, levantei-me fui a cozinha
procurar algo para comer, em frente a geladeira aberta me lembrei que não havia feito compra na noite anterior, então me vesti e sai, dessa vez desci pela garagem peguei o carro e quando dei por mim já estava no estacionamento olhando para a faixada do Wal-Mart, desci com minhas sacolas retornáveis a mão e fui
atrás de um carrinho. Dei de cara com uma moça com uma criança que me reportou a manhã de hoje, chacoalhei a cabeça e passei a mão entre os cabelos, como se fosse me fazer voltar aos corredores e compras.
Bom, as compras de um cara que mora sozinho são bem fáceis, só tem congelados e tudo pré-pronto, mas isso não se aplica a mim, gosto de cozinhar e fazer várias receitas, então, vamos começar pelo setor dos seco, hortifrúti e por último os gelados, vamos a lista:
-arroz integral 1kg
-macarrão integral 2pacotes
-açúcar demerara 500gr
-azeite
-leite zero lactose
-granola
-cereais
-cenourinhas
-batata
-aipo
-alho porró
-alface americana
-repolho
-tomates
-cebolas
-alho
-carne em cubos
-frango em filé
-bacon em fatias
-queijo fresco
-ricota
-salame
Compra toda feita, vou me encaminhando para os caixas, e para minha surpresa encontrei com uma colega de
trabalho, Penny, ela já deu em cima de mim algumas vezes, olho meio receoso.
_ Humm... compra especial? Vai rolar algum jantarzinho á dois?
- em meio as suas palavras\, havia um tom de risadinhas e sedução\, como se estivesse se insinuando para mim. Dou uma tossedinha de engasgo e constrangimento.
_ cof cof, runrun. Não, essa é só minha compra semanal mesmo, ontem não pude fazer e acabei sem nada na
geladeira.
- chega minha vez no caixa e Penny encosta logo atrás de mim\, vou tirando as compras para a esteira que leva até a operadora.
_ Ah sim, morar sozinho é isso né, se você tivesse alguém pra te fazer um mimo.
- falou olhando direto em meus olhos e ajeitou seu decote. Eu cada vez mais encolhido e vermelho.
_ Não, eu gosto de fazer essas tarefas, sou um verdadeiro dono de casa.
- risada de nervoso\, e me apresso em terminar de passar a compra.
_ Entendi. Lucas Seth, quem diria, um homem “pra casar-se...”
- me engasguei com o ar e a moça do caixa viu e foi em meu socorro.
_ Sr., é isso! Algo mais? Teve algo que não encontrou?
_ Somente, encontrei tudo o que eu precisava sim e o que não precisava também.
- fiquei olhando atento ao valor para pagar.
_ O total de $32,26, qual a forma de pagamento do Sr.?
- eu nervosamente abri minha carteira por sentir a Penny se inclinar próximo de mim.
_ débito, por favor!
- mostrando o cartão a ela\, que pedira para aproximar da máquina.
_ Pronto Sr., obrigada por comprar no Wal-Mart, volte sempre.
- me entregando o cupom. Peguei as sacolas e me inclinando para sair\, olhei para a Penny e dei um tchauzinho rápido.
Quando ela quis tentar ir atrás de mim a caixa rapidamente a segurou com o script da empresa, e assim Penny
desistiu de tentar me alcançar. Fui para o carro o mais rápido que pude, desligando o alarme e colocando as compras no porta-malas bem depressa para não ter que cruzar com a Penny novamente no estacionamento, já seria bem estranho encontrá-la segunda-feira na empresa. Já dentro do meu carro recebo uma ligação, ainda não reconheço o número, mas atendo.
_ Alô!
- esperando a voz do outro lado e só escuto uma respiração\, que em seguida desliga. Estranho\, mas quando me atento ao número vejo que é o de Jullia\, então\, retorno a ligação depressa. Discando... e antes que alguém dissesse algo.
_ Oi, me ligou? Está tudo bem?
- respiro bem tenso e aguardo.
_ Oi!
- com uma voz de choro e escuto um sussurro.
Mamãe, por que você está chorando?
- aquela voz tão meiga.
Nada meu amor, a mamãe só está triste hoje.
- nesse momento só escuto um resmungo abafado como se ganhasse um abraço.
Você está bem? Posso fazer algo?
- pergunto a Jullia\, e me lembro que ainda estou parado no estacionamento.
Quer me ligar mais tarde? Podemos conversar quando você estiver mais calma.
_ Não! Estou bem, só triste. Não quero falar disso agora, só não quero ficar sozinha, desculpa te ligar, era o
último número na minha lista. Você parece ser uma pessoa legal, por isso liguei.
- dou um sorrisinho ao escutar isso dela.
_ Bom, vou colocar o celular no viva voz, estou no carro e preciso sair do estacionamento do mercado.
- ouço um silêncio que só foi quebrado por uma profunda respiração. Faço o que havia dito
e coloco no viva voz, ligo o carro e começo o meu percurso de volta para casa.
Ok, vou te contar uma coisa sobre mim. Quando eu tinha uns dez anos tive que fazer uma cirurgia na cabeça.
- escuto a perguntinha de fundo.
O que aconteceu com a cabeça dele mamãe?
_ Desculpa coloquei no viva aqui também e a Sophie está comigo no quarto.
- continuei contando.
Eu caí de bicicleta e nessa brincadeira o poste ganhou de mim.
- dei uma risada lembrando do ocorrido e passei a mão na cicatriz logo acima da orelha direta.
Sabe Sophie, eu gostava muito de apostar corridas com meus amigos e um dia a roda da minha bicicleta entrou em um buraco e eu voei, bati a cabeça tão forte no poste de luz.
_ Você quebrou a cabeça?
- Sophie perguntou com tom de preocupação.
_ Sim, Sophie! Eu quebrei a cabeça, e tive que ir para o médico consertar.
- em tom de surpresa me preguntou.
_ Você teve que tomar injeção?
- e ficou esperando contar.
É...
- com hesitação\, procurando o melhor jeito de contar para não causar medo nela.
Tomei uma injeção para dormir e o médico cuidou da minha cabeça que estava quebrada e quando eu acordei, já estava bom, Sophie, ganhei até um pirulito.
- com ela já rindo\, falou que também queria quebrar a cabeça para a mãe.
_ Não meu amor, você não precisa quebrar a cabeça, é só pedir que a mamãe te dá um pirulito.
- senti em sua voz de medo e compaixão\, tanto comigo quanto com a filha e o seu choro já tinha ido embora.
Lucas, você gosta de criança né?! Leva jeito com elas.
- eu viajei por alguns segundos e pensei. "Posso ser o pai da Sophie se você quiser\, ou ter mais um monte de filhos com você".
- fui despertado pela buzina do carro de trás quando um dos semáforos até em casa abriu.
Lucas, está tudo bem?
_ Sim, Sim. É só a pressa do engraçadinho do carro de trás.
- encabulado pela buzina e ter me perdido no devaneio\, ri nervosamente e vi que já havia chegado.
_ Bom, cheguei em casa, preciso descarregar minhas compras. Podemos nos falar mais tarde?
_ Sim, desculpa te atrapalhar no meio da tarde.
- escutei sua voz ficar melancólica novamente.
_ Ah, vamos fazer assim, eu vou subir com as compras, guardá-las e te ligo depois, pode ser assim?
- fiquei esperando que ela respondesse e então ouvi um.
_ Não, vou te deixar descansar, outro dia nos falamos, ok?!
- eu realmente estava cansado da maratona da manhã e as compras\, mas eu queria falar mais com elas\, me faz bem ter alguém novo para poder falar. Desde que minha mãe voltou para o Brasil sinto falta disso e já tem uns quinze anos\, ela está sempre ocupada lá e nossos horários nunca batem\, só ligo para dizer um oi mesmo.
_ Eu estou bem e vocês não me cansam em nada, mas sei que quer desligar, então...
- ela me cortou dizendo:
_ Vem jantar comigo! Isso jantar?
- a sua voz mudou de tom e a pequena Sophie também pareceu animada.
Ok, só me manda a localização e que horas devo chegar?
- Sophie cantarolava ao fundo.
Meu amigo Lucas vai papar em casa, e eu soltei um sorriso ouvindo.
_ Pode ser as 8:00pm? É o horário do jantar da Sophie e depois ela vai dormir.
- ainda com um sorriso bobo no rosto e pensando. Jantar a dois e depois a Sophie vai dormir.
Ok, marcado.
- meu celular vibra\, é a localização.
Recebi a localização, então as 8:00pm estarei aí.
- não queria desligar\, mas ela foi mais rápida e desligou.
Fiquei olhando para o celular por mais alguns segundos já na porta do apê até a ficha cair, entrei deixando
as sacolas no chão e tirando os sapatos, fui até o banheiro lavei as mãos e coloquei as duas no rosto, passando por todo ele terminei o movimento das mãos na nuca, passando pelos cabelos e sentindo a cicatriz da infância que ainda era dolorida.
Bom, me restava a compra ainda para guardar, comecei pelos gelados, fazendo a ordem inversa do mercado, quando recebi uma ligação do meu chefe assim que terminei de guardar tudo.
_ Alô, Sr. Felix?
- esperando-o me responder.
_ Alô, Lucas, como está filho?
- com seu jeito carinhoso de me tratar sempre.
_ Estou bem e o Sr. e a Sra. Felix?
- ele sempre me presenteia com um bônus extra por fechar algumas contas importantes\, e a minha cordialidade sempre se estende a sua senhora.
_ Lucas está tudo muito bem, acabei de receber o fechamento da conta dos Phypper. Parabéns, filho!
- fico empolgado na ligação.
_ Obrigado, Sr.! Esse é meu trabalho.
- reafirmando minha capacidade no que faço.
Lucas, falei com a equipe e achamos que o seu bônus esse ano...
- fico esperando ansioso.
Na verdade, vamos precisar de você trabalhando por um mês ou mais.
- ouço e não consigo acreditar\, mas mantenho a empolgação na voz para ele não notar.
_ Mas claro Sr. Felix, o que a empresa precisar sempre.
- já pensando, que isso mudaria todos os meus planos de ir para o Brasil ver minha mãe e meu irmão, que aliás só conheço por vídeo chamadas.
Filho, estamos em contato, com uma empresa muito grande e se der certo e fecharmos a conta com eles, eu vou me aposentar e te promovo a gerente de projeto.
- sinto aquele gelo no estomago\, mas ainda me mantendo empolgado.
A Target Marketing precisa de um comando mais jovem e com ideias como as suas. Bom só que tem um detalhe filho, o escritório deles fica em São Paulo.
- meu coração dispara e me engasgo com a notícia surpresa de ter que ir para o Brasil e ainda trabalhar em São Paulo\, poder ver minha família e ficar lá com eles por um tempo.
Que me diz filho?
- minha pausa pensando dura mais do que o esperado para dar a resposta ao Sr. Felix.
Lucas? Você vai pegar essa conta?
- ele diz isso estalando os dedos no telefone para em acordar.
Sim, claro Sr.
- meus olhos se enchem de lágrimas.
Eu vou sim, quando é a viagem?
Você embarca na segunda-feira à noite, arrume suas coisas e passe no escritório para pegar a passagem e as
instruções.
- ouço ele falando e tudo parece impressionantemente surreal.
Ah, e Lucas, preciso saber se vai precisar de hospedagem ou se vai ficar com sua mãe.
- fico extasiado por ter essa oportunidade.
_ Está bem Sr. na segunda cedinho veremos todas essas coisas.
- espero ele se despedir para desligar.
_ É isso Lucas, na segunda-feira nos falamos melhor, no escritório as 7:00am. Tchau!
_ ok, Sr. estarei lá, tchau!
- desligo após escutar o som do termino da chamada encerrada.
Nossa, minha empolgação era muita e acabei ficando inquieto com vontade de ligar para minha mãe. Mas me
lembrei que nesse horário no Brasil ela estaria trabalhando e não poderia me atender, então resolvo deixar esse suspense por mais um tempo e me concentrar, pois hoje teria um jantar romântico.
Jullia adormeceu logo após terminarmos o amor, me levantei lentamente fui ao banheiro me limpar e voltei para
o quarto, puxei um lençol para cima de seu lindo corpo nu, corrigi a temperatura do ar no controle remoto, pois fiquei com medo de dar algum comando de voz e ela acordar, na cama me ajeitei colocando o braço por baixo de seu pescoço e deitei-me de concha com ela.
Por volta da meia noite Jullia acordou e me encheu de beijos para que eu acordasse também e entre um beijo e
outro.
Amor, acorda! Lucas.
- ela fala meu nome com manhã\, abro os olhos\, puxo o lençol dela e me cobro.
Ha, Há! Já vi tudinho aí, não adianta esconder e ficar tímido agora.
- deixo o lençol de lado\, me levanto pego a sua mão.
_ Vem comigo!
- não tem nem como esconder que estou muito feliz por tê-la nesse momento. Vou levando-a ao
banheiro. Escutamos um celular tocar, é o dela, ela vai até a sala e pega dentro do bolso do casaco.
Alô mamãe! Aconteceu algo com a Sophie?
- ela atende o telefone preocupada.
Aí que susto, eu estou com o Lucas, saímos para conversar um pouco.
- me olhou com cara de safada\, entrei no banheiro e deixei a banheira enchendo.
Mamãe, não se preocupe estou bem e logo vou para casa, fica de olho na Sophie para mim, por favor. Te amo! Tchau.
- ela veio até mim e me abraçou.
Banheira?!
_ Está tudo bem na sua casa? Você saiu e nem avisou aonde iria? Eles devem estar muito preocupados com você.
- falei em tom de preocupação e bronqueando também. Ela me olhou com deboche.
_ Lucas, eu sou maior de idade. Sabia? Trabalho e isso me dá independência financeira, tenho uma linda filhinha,
sou muito responsável, pare de bancar o machista.
_ Desculpa amor, não falei por mal, só não pensei direito para me expressar.
- olho para ela como cãozinho sem dono e desligo a banheira que já está cheia.
_ Estou amando você me chamando de “AMOR”.
- ela sorriu ao dizer isso. A pego pela mão ajudando entrar na banheira e vou entrando logo após.
Depois de muitas caricias na banheira e banho tomado, saímos de toalha para o closet. Fico olhando como ela
é ainda mais perfeita me olhando com carinho, pergunto sem hesitar.
Amor, quer uma camiseta minha?
- já puxando uma das minhas do Palmeiras e entregando a ela.
Hum, que coisa mais de namorados, né?!
- ela diz\, pegando a camiseta e vestindo\, que aliás fica grande nela\, mas linda.
_ Amei, é minha amor?
- enquanto coloco uma bermuda de esporte bem larga e sem boxer.
Essa não amor, tem um apelo sentimental muito grande. Minha mãe que me deu, mas prometo que te trago uma
quando voltar do Brasil.
- vejo que seu olhar mudar.
Amor é trabalho, você entende né?!
- a puxo para um abraço\, ela fica com o olhar triste e pensativo.
_ Você não pode passar essa viagem para alguém?
- balanço a cabeça que não e já falo.
_ Você sabe que não amor, te falei isso mais cedo e já tem uns 15 anos que não vejo minha mãe também, estou
com muita saudade da minha família.
_ Amor, eu nunca estive com alguém assim tão intimamente.
- com timidez ela me conta sobre sua virgindade até aquela noite\, que eu fui seu primeiro homem.
_ Então eu sou o seu homem!
- falo com tom engraçado\, mas ela fica brava e se afasta do meu peito.
_ Lucas, vai a merda! Não foi por isso que vim aqui. Na verdade, eu queria que minha primeira vez fosse
especial e estando apaixonada, e antes que você se arrume com uma vagabunda qualquer lá no Brasil, eu sei que lá tem mulheres muito bonitas.
- a trago perto novamente.
Amor para com isso! Primeiro que só estive no Brasil poucos meses logo que eu nasci, segundo que estou
completamente apaixonado por você.
- ela me olha com o brilho de volta.
Sua boba eu estou te amando desde que coloquei meus olhos em você no parque, te vi lá um pouco antes da reunião e fiquei louco por você, e são só um ou dois meses vai passar rápido.
- com minhas mãos puxo o rosto de Jullia e a beijo rápido.
_ Amor, vamos comer alguma coisa vai.
Jullia volta com o olhar pensativo do começo da conversa, com um pouco mais de empolgação pelo que me
ouviu dizer e isso ficou ecoando em seus pensamentos até que ela conseguiu externar as palavras.
Eu te amo garoto.
- entre um sorrisinho envergonhado e apaixonado.
Te amo mesmo.
- e quase arriscou.
_ Quero mais de nós, podemos ficar...
- interrompo a frase precipitada de Jullia.
_ Eu também quero, quero tudo isso e muito mais de você. Mas amor vamos pensar.
- enquanto toda essa conversa rolava comecei fazer um talharim ao molho branco para nós.
_Jullia, eu estou indo para bem longe a trabalho e não vai ser esse o maior problema, temos as nossas famílias, e tem a Sophie e o Paul na sua vida. Sei que minha mãe vai te amar, podemos fazer isso bebê e pode dar certo sim. Mas me espera? Me espera voltar? Juro que nos falaremos todos os dias, te ligo por vídeo sempre que der amor. A cada palavra que eu dizia Jullia ficava mais introspectiva e pensante. Assim que a água do macarrão ferveu abri a embalagem e despejei na panela.
Você jura? Jura mesmo que vai voltar para mim, porque vou te esperar, estou te esperando por tanto tempo e
isso me trouxe até aqui hoje e foi tão bom te amar essa noite e só me deixa com o gosto de te quero ainda mais Lucas.
- ela me olha fazendo o macarrão e comenta.
Não sei cozinhar nem um ovo.
- e ri muito. Eu cortando a cebola para o molho\, caio na risada também.
Eu juro que volto.
- digo em meio a risos e mexendo o molho que ferve em fogo baixo\, o deixo de lado e vou escorrer a água do macarrão.
Ichi, acho que vai ter que aprender hein.
- ela para de rir e me olha assustada e quem gargalha sou eu.
_ Estou brincando amor, imagina você toda princesinha cozinhando. Teremos uma governanta quando nos
casarmos e para cuidar das crianças.
- uso um tom brincalhão.
Bom, dali para o início da manhã do domingo nós comemos, conversamos, fizemos amor novamente e se repetiu até as 8:00am quando Jullia teve que ir para a casa. Mas antes nos despedimos, ela me passou os contatos de sua mãe e do Paul para qualquer emergência e eu passei o contato da minha mãe se precisar de algo.
Com a partida de Jullia comecei a arrumar as malas. Na bagagem de mão guardei só o essencial, o passaporte e os documentos, o note, hd externo. Já na mala grande, coloquei o resto. Bom, depois de mais de uma hora para arrumar tudo, fecho a mala com dificuldade. Vou para cozinha fazer um lanche leve, volto para a cama sentindo o cheiro que ela deixou nos lençóis, o final do dia passou logo e entre fazer as coisas e falar com a Jullia por vídeo já era noite, nos despedimos novamente e fui dormir por volta da 8:00pm.
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