NovelToon NovelToon

Te Amo Desde Sempre 3

Simplesmente feliz

Seis meses após o casamento...

Gabriel

*

*

Hoje acordei reflexivo, pensando em como a minha vida mudou em pouco mais de um ano.

Me vi apaixonado pela minha amiga de infância, que considerava como uma irmã e que ainda por cima, é filha do meu padrinho que considero como um pai. Me declarei e descobri que ela me amava em silêncio a anos...

A partir daí, foi tudo muito rápido, em apenas um ano eu namorei, noivei e casei, e eu posso dizer, com toda certeza, que não me arrependo de absolutamente nada. Me considero o homem mais sortudo e mais feliz desse mundo.

Estamos casados a seis meses, e tem sido maravilhoso, amo ainda mais a minha esposa. A Nina é minha cúmplice, minha companheira, minha amiga, minha amante... Fazemos de tudo para aproveitar cada segundo que passamos juntos, e sempre que possível, tentamos fugir da rotina.

Mas a nossa rotina não é tão ruim, pela manhã, a deixo na faculdade e vou trabalhar. Ela sai da faculdade e vai para o curso de confeitaria, onde passo para buscá-la e voltamos juntos para casa. Chego em casa e vou para o escritório estudar, estou fazendo MBA em Gestão, Empreendedorismo e Negócios, estou me preparando para abrirmos em breve o nosso próprio negócio e trabalharmos juntos.

Enquanto estudo, ela testa receitas que eu faço questão de experimentar, mas às vezes ela só trabalha, pois tem recebido algumas encomendas de bolos e tortas, o que a deixa muito feliz. E eu amo vê-la preparando seus doces, ela faz tudo com tanto amor e dedicação, que não restam dúvidas de que escolheu a profissão certa.

Claro que nem sempre ela consegue terminar uma encomenda ou uma receita sem que eu a interrompa, ainda mais quando está trabalhando com chocolate. E ela gosta de me provocar, sabe o quanto sou apaixonado por chocolate, e ainda mais por ela.

E não sou só eu quem a interrompo, por várias vezes já perdi a concentração nos estudos ao vê-la entrando no escritório trazendo algo para que eu experimente, é quase impossível resistir, uma coisa acaba levando a outra e... eu amo a nossa rotina!

Estou deitado ao seu lado na cama, a admirando dormir feito um anjo, da até pena de acordá-la, acabamos dormindo mais tarde do que deveríamos, mas é necessário, temos um longo dia pela frente.

— Amor... — Sussurro em seu ouvido, mas ela nem se mexe. Pelo jeito, terei que pegar mais pesado para que ela acorde... Distribuo beijos por toda a extensão de suas costas nuas e ela finalmente se mexe.

— Posso fingir que estou dormindo para você continuar? — Ela me pergunta com a voz sonolenta, me fazendo rir.

— Não precisa fingir, posso continuar com você acordada.— Ela se vira ficando de frente e eu coloco meu corpo sobre o dela, na intenção de dar continuidade ao que estávamos fazendo antes de dormir.

— Que horas são? — Eu a beijo para não responder, mas ela insiste e sou obrigado a falar.

— Sete e meia. — Falo sabendo que meus planos serão frustrados.

— Sete e meia? Por que não me acordou antes? — Me empurrando para o lado e levantando apressada.

— Vou tomar um banho rápido para tomarmos café.

— Posso ir junto? Assim polparemos tempo. — Não custa nada tentar...

— Não Gabriel. Conheço bem o meu marido, se entrar comigo no banho, a última coisa que faremos é polpar tempo. — Como pensei, não tive sucesso na minha tentativa, ela me conhece bem.

Tomamos um rápido café e entramos no carro para dar início a nossa rotina.

— Vou passar na casa da tia Isa na hora do almoço, vou ver a Júlia e aproveito para almoçar e pôr o papo em dia. De lá eu vou para o curso. — Júlia é a irmã do Guilherme, faz quase quatro meses que ela nasceu, e a família inteira está encantada.

— Se apaixonou por ela, não é? — Pergunto.

— Não só eu, acho que todo mundo, ela é muito fofa, e os últimos bebês que tivemos na família já estão com dezoito anos, tirando o Noah, que ainda vai fazer.

Não vejo a hora de ter o nosso próprio bebê!— Amo que ela queira isso tanto quanto eu.

— Já disse que estou a disposição para quando quiser começar a tentar. — Ela acha graça das minhas palavras.

— Eu sei que está, mas prefiro me formar primeiro, ainda tem o curso e os nossos planos para o nosso negócio... Quero poder me dedicar ao nosso filho, então é melhor esperarmos um pouco.

— Eu concordo com você, quero muito ser pai, mas quero ter tempo para ele. Podemos tentar assim que estiver tudo certo com a confeitaria.

— Fico feliz que isso não seja um problema na nossa relação.

— Nina, casamos jovens, ainda temos muito pela frente, não precisamos ter pressa para nada.

— Vou lembrar disso quando entrarmos em casa apressados arrancando a roupa um do outro. — Ela diz sorrindo.

— Eu retiro o que eu disse, não precisamos ter pressa para quase nada. — Rimos juntos!

— Mudando de assunto, tomara que a Laura volte a tempo para a festa deles. Achei tão legal comemorarem os dezoito anos juntos.

— Já era para estar voltando. Ela foi fazer esse intercâmbio mais por pressão dos meus pais do que por vontade própria.

— Eu sei, ela não queria ficar longe do Noah.

— E como ele está, já fazem quase seis meses que não se veem pessoalmente.

— Não está sendo fácil, mas ele disse que se falam todos os dias.

— Não é a mesma coisa, eu acho que se fosse com você, eu iria atrás.

— Ele disse que preferia dar esse espaço, não queria que ela se sentisse sufocada por ele ou pensasse em desistir de ir.

— O Noah é único! Espero que isso não atrapalhe o namoro deles, ficarei muito contente se se casarem futuramente.

— É o que ele mais deseja, se casar com a sua irmã.

— Assim como eu desejei me casar com a dele e consegui. — Estaciono o carro na porta da faculdade e me despeço da minha esposa com um beijo, já ansioso pelo fim do dia.

Continua...

Príncipe solitário

Noah

*

*

Sabe aquela expressão "fiquei sem chão"? Foi assim que fiquei quando soube da viagem da Laura logo após o casamento das minhas irmãs.

Mas não deixei que ela percebesse, sei que conhecimento nunca é demais, e quando vi que ela estava tão triste quanto eu com a ideia de viajar, eu a encorajei. Disse que passaria rápido e que estaria aqui esperando por ela. Mas no dia da despedida no aeroporto, minha vontade era pedir que não fosse, senti um aperto tão grande no peito que parecia que meu coração estava sendo esmagado.

Eu não menti quando disse que estaria aqui esperando por ela, mas passar rápido... Não está passando. Eu acordo desejando que chegue logo a noite para ser menos um dia no calendário.

Meu pai tentou me convencer a ir junto, mas não achei o correto a se fazer. Eu quero passar a vida inteira ao lado da Laura, mas tenho que deixar que trilhe seu próprio caminho e faça suas próprias escolhas, e se eu continuar fazendo parte de tudo isso, serei o cara mais feliz do mundo.

Pelo menos só temos duas horas de diferença no fuso horário, assim conseguimos nos falar todos os dias por chamada de vídeo. Mas nem de longe isso mata a minha saudade, tenho sua imagem e sua voz, mas não tenho seu cheiro e nem o seu beijo. Às vezes acho que vou acabar morrendo de saudade, mas o Gui diz que sou muito dramático e que ninguém morre disso.

O Gui e a Mari vivem me chamando para sair e se distrair, mas raramente eu vou. Sem contar que não tem a menor graça sair com um casal apaixonado enquanto se está com saudade da namorada que está longe. Acabo não sendo uma boa companhia, então prefiro ficar no meu canto esperando dar a hora da Laura poder falar.

Às vezes almoço ou janto com as minhas irmãs, gosto de ver a felicidade delas. Com a Alice eu me divirto, ela anima qualquer pessoa, com a Nina eu converso coisas mais sérias e consigo dizer tudo que estou sentindo, ela sempre tem algo a dizer que aquece o coração.

Esses últimos dias estão sendo os piores, já era para a Laura estar de volta, e eu estava ansioso por isso, mas devido alguns imprevistos, vai demorar mais alguns dias para voltar e nem mesmo sabe se chegará a tempo para a nossa festa de aniversário.

Nos quatro, eu, a Laura, a Mari e o Gui, nascemos com semanas de diferença, e quando crianças, adorávamos ter praticamente uma festa por semana para ir, mas combinamos que quando chegassem nossos dezoito anos, faríamos apenas uma festa, no dia do último a fazer aniversário, que sou eu.

A Mari e o Gui estão muito animados, pensando em decoração, música, convidados, combinando com a Nina como será o bolo… eu até estava aninado, mas com esse atraso na volta da Laura... não faz sentido sem os quatro juntos. Já não estava aqui no dia do próprio aniversário e agora corre o risco de não estar no meu também.

Semana que vem eu começo a trabalhar na empresa do meu pai, quem sabe me mantendo ocupado penso menos nela.

Ouço meu telefone tocar e estranho, a Laura me ligando sem ser em uma chamada de vídeo...

📱— Oi amor!

📱— Oi amor! Está tudo bem? — Pergunto preocupado, pois sua voz parece cansada.

📱— Está sim. E você, como está?

📱— Morrendo de saudade! Mas por que não fez uma chamada de vídeo?

📱— Estou um pouco bagunçada, fiquei com preguiça de me arrumar e não quero que me veja assim.

📱— Que bobagem princesa! Sabe que te amo de qualquer jeito.

📱 — Amanhã você vai me ver, eu prometo.

📱— Tudo bem. — Suspiro um pouco contrariado e me jogo na cama.

📱— Alguma novidade?

📱— Nenhuma, nada mudou desde ontem.

📱— Falei com a Mari mais cedo, ela está muito animada para a festa. Mas disse que você não anda muito participativo ultimamente. Que nem sai mais com eles.

📱— Não vou ficar saindo ao lado de um casal, e os dois andam meio... Deixa para lá. Mas com relação à festa, não consigo me animar sabendo que existe a possibilidade de você não comparecer.

📱— Príncipe, falta bem pouco para essa nossa agonia acabar. Não pense que está sendo fácil para mim, eu te via praticamente todos os dias desde que nascemos, e ainda estou longe da minha família e dos meus amigos.

📱— Desculpe, não quero que se sinta culpada por nada, como eu disse, estarei aqui a sua espera, não importa até quando.

📱— A Mari disse que vai fazer um passeio com o Gui amanhã e que vai te chamar. E eu quero que vá com eles, por favor, Noah, você precisa se distrair. Faz isso por mim?

📱— Prometo que vou pensar.

📱— Príncipe...

📱— Eu preciso saber para onde vão, depois eu decido se vou.

📱— Tudo bem, Noah, mas saiba que ficarei muito feliz se for.

Agora eu preciso desligar, amanhã nos falamos.

📱— Mas já? Vai sair, tem algum compromisso?— Eu luto contra isso, mas às vezes é mais forte que eu, o ciúme acaba aparecendo.

📱— Não, meu amor, não vou a lugar algum. Só estou cansada, preciso dormir para estar descansada amanhã.

📱— E o que tem de tão importante amanhã?

📱— Amanhã eu te conto.

Boa noite, príncipe, te amo!

📱— Também te amo!

Boa noite!

Assim que desligo o telefone, vejo que recebi uma mensagem do Gui me convidando para ir ao paintball no dia seguinte, e faço como a minha namorada me pediu, aceito o convite. Pelo menos no paintball, o Gui e a Mari não vão ficar se agarrando o tempo inteiro e pode ser divertido.

Continua...

Saudade

Laura

*

*

Quando os meus pais começaram a falar a respeito do intercâmbio, eu era apenas amiga do Noah, na época eu me animei, disseram que seria bom para a carreira que quero seguir, que meu inglês ficaria fluente, conheceria novas culturas...

Mas depois que começamos a namorar, eu não pensei mais nisso, não era mais uma hipótese. Só que a sete meses atrás, eles chegaram em casa muito felizes, dizendo que estava tudo certo e que eu viajaria logo após o casamento do meu irmão. Eu não queria desapontá-los, achavam que estavam realizando um sonho meu, mas não era, não mais.

Eu não queria me afastar do Noah, mas não podia dizer aos meus pais que esse era o motivo da minha falta de interesse. Eles amam o Noah, mas não permitiriam que eu desistisse de nada por um namorado.

Passei quase um mês sofrendo com isso, sem coragem de contar, ainda mais porque ele andava meio sentido por não ter mais as irmãs em casa, e o Noah é sensível, só tem bons sentimentos e é de uma pureza rara de se encontrar. É um verdadeiro príncipe, o meu príncipe.

Eu, ele, a Mari e o Gui, sempre fomos muito fechados na nossa amizade, mesmo quando a Mari e o Gui ainda se estranhavam, a Mari estava sempre por perto. E somos assim desde que nascemos e isso fez com que não dessemos muito espaço para outras amizades, até temos colegas no colégio, mas amigos mesmo, só nos quatro. Eu sabia que ele se sentiria sozinho, eu conheço o meu namorado, não se sentiria a vontade acompanhando o tempo inteiro um casal de namorados.

Quando tomei coragem para contar, já faltavam poucos dias para a viagem e foi bem difícil, mas ele se mostrou compreensivo e me deu força para ir, só não foi mais difícil que a despedida no aeroporto, cheguei a pensar em desistir dali, mas ele não deixou, disse que passaria rápido e que estaria a minha espera. Nos despedimos com um beijo e quando me distanciei para embarcar, olhei para trás e percebi que ele estava segurando as lágrimas, tive que respirar fundo para conseguir entrar naquele avião, acho que chorei até pegar no sono.

Por mais que eu tenha sido muito bem recebida, no início foi muito difícil me adaptar em um país estranho sem a minha família, meus amigos e o meu namorado. Com o passar do tempo eu fui me adaptando, me mantive ocupada, estudando, fazendo trabalho voluntário e me aprofundando no idioma.

Conheci algumas pessoas que me convidaram para dezenas de festas, mas raramente eu ia, porque tudo que eu queria era chegar logo em casa para conversar com o Noah por chamada de vídeo.

No início essas chamadas davam um certo conforto, matava um pouco da saudade que eu sentia dele, mas com o passar dos meses, o coração foi ficando cada vez mais apertado, ainda mais quando soube pela Marina que ele não andava muito participativo, que vivia no quarto sozinho e que ela e o Gui tentavam de tudo para tirá-lo um pouco de casa, mas ele se mostrava totalmente desinteressado.

A minha vontade era largar tudo e voltar, mas meus pais não permitiriam, já faltava tão pouco. Então, mesmo com o coração partido, eu aguentei firme, e tentei aumentar ao máximo o nosso tempo de conversa, mas tinha dia que eu estava tão cansada que dormia durante a chamada e quando acordava, já era outro dia e tinha que começar tudo de novo.

Completei meus dezoito anos lá, do jeito que eu nunca imaginei que seria, em um país distante e longe de todos que eu amo. Até comemorei com o pessoal daqui, praticamente obrigada por eles, mas comemorei.Até foi divertido em alguns momentos, mas quando eu olhava em volta e não via os rosto que eu queria ver em um dia tão importante da minha vida, sentia uma tristeza profunda.

Mas finalmente, todo esse sofrimento está acabando, eu estou voltando. Pedi aos meus pais que não contassem a ninguém, os únicos que sabem são a Mari e o Gui, que serão os meus cúmplices na surpresa que pretendo fazer ao Noah.

Ontem, quando nos falamos, eu já estava no aeroporto esperando para embarcar, assim que cheguei ao Brasil, fui recebida pelos meus pais e só passei em casa para tomar um banho e corri para o local combinado, o paintball.

Me escondi ao vê-los chegando, ele está tão lindo... E desanimado!

Parece que meu coração vai sair pela boca!

Mas pelo jeito vai dar tudo certo, vi que eles trouxeram um colega nosso do colégio, o Fabinho, então estará faltando um na equipe deles, que tem que ter no mínimo cinco pessoas. E é aí que eu entro!

Me aproximo por trás e só a Mari me vê, mas disfarça, já ouço o meu namorado resmungando de braços cruzados.

— Vocês sabem como funciona, não acredito que sai de casa atoa, esqueceram que a Laura não estaria aqui? — Noah, bem chateado.

— Relaxa Noah, vamos ver se tem alguém sobrando em algum grupo. — Guilherme

— Estou sem grupo, posso me juntar a vocês? — Falo e ele se vira ainda sério. Mas aos poucos sua expressão passa a ser de surpresa, me olhando dos pés a cabeça.

— Laura? — É você mesma? — Ainda sem acreditar no que está vendo.

— Eu disse que você ia me ver hoje!— Ele permanece estático me olhando.

— Vai ficar aí parado? Eu não mereço nem um abraço? — Ele finalmente se mexe e me dá um abraço tão apertado que perco o ar, e quando percebo, meus pés já não encostam mais no chão.

— Não acredito que você está aqui!

Por que não me avisou?— Sem me soltar do abraço.

— Se eu avisasse, não seria surpresa.

Eu não aguentava mais de tanta saudade!— Seu olhar desce até os meus lábios e eu já não me importo com quem está a nossa volta, só preciso beijá-lo, e é o que faço. Toco seus lábios com os meus e ele retribui com um beijo tímido de início, mas a saudade é maior que a nossa timidez, e o que era para ser um beijo rápido, se transformou em um beijo de cinema.

Continua...

Para mais, baixe o APP de MangaToon!

novel PDF download
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!