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Sequestrada

Nossa História

Sinto um calor vindo da janela do meu quarto, pela intensidade já deve passar das 10:00 da manhã, sinto um gosto horrível na boca, puta merda acho que exagerei na bebedeira ontem.

Me levanto e sento na cama, uma pontada se instala na minha cabeça, sim é efeito da ressaca, preciso de um banho urgente.

Ao sair do banho vou até a cozinha, minha mãe está passando um café fresquinho. - Hum que delicia de cheiro de café, ela me passa um olhar de reprovação e me entrega uma xícara bem cheia.

- Bom Dia dama da noite\, mais uma balada ontem não é? melhor beber esse café bem forte. Ela fala tirando sarro da minha situação.

Ela não gosta muito da ideia de me ver saindo a noite assim, mas sabe que eu trabalho tanto que preciso me divertir um pouco.

- Oi mãe\, estou bem\, onde está Alice?

Antes dela responder vejo minha pequena vindo correndo da sala, ela corre para meu colo e me dá um abraço apertado.

- Que bom que acordou Mamãe\, achei que iria dormir o dia todinho.

Ela fala sorrindo com seus olhinhos redondinhos e meigos, seus cabelinhos pretos e longos a deixam a minha cópia perfeita, ela é tão esperta e só tem 3 aninhos, me encho de amor toda vez que olho para ela.

Minha filha é minha paixão, engravidei do meu namorado aos 20 anos, que desapareceu assim que soube da gravidez, me deixando sozinha, nunca fui atrás dele, acho que quem está perdendo é aquele canalha.

Sempre fomos muito pobres, minha mãe não teve estudo, sempre trabalhou muito com limpezas e faxinas para nos sustentar, mas ela fez de tudo para que eu pudesse estudar. Desde a adolescência eu trabalhava e ajudava em casa,  mas sem descuidar dos estudos. Quando completei 18 anos e terminei o ensino médio consegui entrar em um programa de estágio de um banco conhecido da minha cidade, graças a minha mãe que fazia a limpeza do banco há muitos anos e conhecia o pessoal de lá. O salário não era muito, mas consegui ingressar em uma graduação na área de financias, minha mãe ajudava a pagar o curso e assim fomos levando a vida.

Quando minha mãe soube da gravidez ela me apoio muito, sempre fomos só nós duas. Ela também passou por um abandono, foi deixada grávida pelo meu pai e teve que me criar sozinha, por isso ela me entendeu e me acolheu. Ela disse que essa criança não iria atrapalhar nossos planos, viria para somar em nossas vidas, esse apoio me deu forças para continuar.

Consegui levar minha gestação tranquilamente trabalhando na agencia, enquanto estudava. Após o nascimento da minha filha fui efetivada no banco e meu salario melhorou, assim concordamos que minha mãe largaria o serviço pesado de limpeza e ficaria com minha bebê, eu levaria o sustento para a casa.

Quando concluí meu curso ganhei uma ótima promoção e um bom cargo, agora sim estamos conseguindo levar uma vida mais confortável, havíamos comprado um apartamento na planta e nos mudamos recentemente para cá, é tudo tão maravilhoso aqui, me sinto completa.

Dia de rotina no trabalho

Trabalho a tantos anos no mesmo local que tenho uma boa amizade com todo mundo, tenho um amigo que trabalha comigo e é maravilhoso, estudou comigo desde o jardim de infância, sempre fomos muito grudados, todos diziam que iríamos acabar nos casando um dia, mas para surpresa de todos o Eduardo é gay, e isso me rende ótimas histórias e boas gargalhadas todas as vezes que nos juntamos. Trabalhamos muito a semana toda e aos finais de semana aproveitamos para sair, dançar e curtir as noitadas.

O Edu é um cara lindo, moreno claro e alto, corpo bem torneado, tem uma barba bem feita e recortada em seu rosto, que parece que foi esculpida. Parece tão másculo que a mulherada cai matando em cima dele, mas ele nem quer saber do sexo oposto, ele as vezes da corda só para depois morrer de rir das investidas sacanas das clientes do banco, eu tenho que me segurar para não rir quando vejo as cenas.

Combinei com a minha mãe que os domingos são dela, já que ela cuida da Alice durante a semana, eu saio sexta e sábado para curtir e ela tem o domingo para fazer o que quiser, e também as noites durante a semana. Normalmente ela só gosta de sair aos domingos, vai a missa pela manhã, depois vai a feira e a tarde vai na casa das amigas tomar chá, Eu fico encarregada de cuidar da casa e sempre faço o jantar de domingo para comermos juntas e bater papo, ela é muito animada e sempre tem histórias fresquinhas para me contar sobre a vila, sempre acabamos tomando uma taça de vinho e dando boas risadas antes de dormir, acho que apesar de um começo difícil posso dizer que hoje somos felizes, sim, somos!

Tomo o café super forte da minha mãe, nossa acho que ela se superou em fazer o café forte desta vez, pego minha pequena e vou para sala brincar com ela. Minha mãe já está pronta para sair, me da um beijo e avisa que deixou pão de queijo fresquinho para nosso café da manhã.

Fico parte da manhã ali com minha filha, depois saímos para ir ao shopping passear um pouco, faço algumas comprar e voltamos para casa. Logo fazemos nosso jantar e terminamos mais um domingo perfeito como tantos outros.

O celular desperta, já é segunda feira e estou em cima da hora, corro para tomar um banho e me arrumar. Coloco uma saia preta social até os joelhos, uma camisete branca e saltos finos e vermelhos para dar uma descontraída no look sério que coloquei. Seco meus cabelos longos e pretos, nossa que trabalho que da ter cabelos tão cumpridos. Faço uma maquiagem leve, pego minha bolsa para sair, mas antes tenho que dar um beijinho na minha doce Alice que dorme tranquilamente no cantinho da minha cama.

Logo chego no trabalho, o dia vai ser cheio hoje, temos reuniões e mais reuniões, metas para cumprir e atendimento a muiitos clientes, mas estou feliz, amo meu trabalho.

Ao chegar cumprimento meu chefe e minhas colegas de trabalho, olho para os lados procurando o Edu, mas não vejo, ele não costuma se atrasar, pego meu celular e mando uma mensagem.

Onde você está senhor Eduardo? a reunião já vai começar e nada de você chegar.

Guardo o celular e sou chamada para sala de reuniões, nossa o Edu vai se encrencar desta vez. Recebo uma mensagem.

Amiga, chego ja já, avisa ai que tive um problema qualquer, quando chegar te explico.

Nossa quero matar ele, penso em uma desculpa rápida, quando entro na sala meu chefe já está aguardando.

-  Sara, sabe onde está o Eduardo? ele sabia que temos reuniões importantes hoje e está super atrasado.

Respiro fundo.

- Sr. Cláudio, acabei de falar com ele, o carro dele teve um problema a caminho daqui, o pneu furou. E já está em uma borracharia resolvendo o problema e logo logo chega, ele pediu desculpes.

- Ah tudo bem, imprevistos acontecem. Vamos começar.

Dou um suspiro de alívio, espero o Sr. Cláudio se distrair e mando uma mensagem falando sobre a desculpa para o Eduardo, precisamos combinar o álibi. Aposto que ele estava aprontando, ah ele me deve uma.

Ele chega após uns 30 min do início da reunião, pede desculpas a todos e diz que estava trocando o pneu do carro, olha para mim e da uma risadinha sem graça, balanço a cabeça e ele se senta, continuamos de onde paramos.

A manhã corre como de costume, trabalhamos muito e com a correria mal conseguimos conversar, chega o horário do almoço e conseguimos uma pausa para comer algo, estou ansiosa para saber da fofoca.

Ao sair do trabalho vamos a um restaurante próximo dali, ele não se aguenta e já começa a rir no caminho.

- Vai logo Eduardo, desembucha tudo, o que você aprontou que não conseguiu chegar a tempo no trabalho?

Uma bela surpresa no almoço.

Nos sentamos para comer enquanto Eduardo começa a contar a história.

— Sara do céu, você lembra do meu vizinho do apartamento em frente né? aquele cara maravilhoso bateu na minha porta bem na hora que estava saindo para trabalhar, pediu para usar meu telefone fixo para fazer uma ligação, pois o dele havia caído no chão e não estava ligando. Ele estava de cabelo molhado, parecia ter acabado de sair do banho, pele bronzeada, de shorts e chinelos, bem a vontade e mesmo assim parecia um semi Deus. Convidei ele para entrar e após a ligação ofereci um café, ele tomou e começamos a bater papo. A conversa foi ficando boa até que ele perguntou se eu não tinha ninguém, respondi que nada serio, aí ele me surpreendeu com um puta beijo kkkkk amiga nem no meu maior sonho eu poderia esperar aquilo.

Olho chocada para ele, que vizinho ousado.

— Eduardo, aposto que essa ligação foi desculpa para ir até lá, que cara astuto hein.

— Ah Sara, nem quero saber se foi desculpa ou não, o que importa é o desfecho que isso teve.

— Não vá me dizer que vocês...

— Claro que sim, você acha que eu me atrasei porquê?

— Eduardo, e aquele papo de se fazer de difícil?

— Coisa de adolescente, esquece isso. Se eu quero eu faço, nada de se fazer de difícil. A vida passa depressa demais.

Ele fala e caímos na gargalhada, ele sabe mesmo como alegrar um almoço.

Eu pedi um peixe com purê de batatas e salada, estava maravilhoso. Ele pediu um bife a cavalo e fritas. Comemos e papeamos, nada mal para uma segunda-feira.

Já estávamos se levantando para ir embora, o garçon me traz um bilhetinho, e aponta para um rapaz sentado próximo, ele me da sorrisinho e acena, minha nossa que gato, fico sem graça dou um sorriso singelo e saímos do local.

Um rapaz branco, aparentemente alto, loiro, com olhos azuis e boca vermelha está dando em cima de mim, caramba não esperava por essa. Olho para o papel e tem um recado.

Oi, sempre te vejo almoçando aqui, queria te conhecer melhor. Me liga, deixa eu te pagar uma bebida? Beijos William.

Ao ler o bilhete dou um sorrisinho de canto, mas já foi o suficiente para o Eduardo dar pulo de alegria.

— Uau Sara, está arrasando corações hein, você vai ligar não é?

— Não sei Edu, o cara mandar um bilhete tão direto assim, achei ele meio folgado.

Eduardo faz cara de decepcionado para mim.

— Para de ser chata Sara, o cara é direto ué, homens são assim. Vocês mulheres que são chatas demais.

Ele fala me provocando.

— Não é bem assim, eu posso até mandar uma mensagem depois, porque ele é lindíssimo, mas vou esperar alguns dias para valorizar meu passe hahaha, caso ele tenha realmente gostado de mim ele vai esperar.

— Nossa, ainda bem que não saio com mulheres, vocês são complicadas demais.

Mostro a língua para ele e entramos no trabalho, chega de conversa e vamos ao trabalhar.

A tarde foi corrida, muito trabalho a fazer. Passamos do horário para dar conta de tudo. Quando acabamos já são 19:00, estou exausta, só quero ir para casa, dar um beijo na minha gatinha e dormir.

Despedimo-nos do pessoal e saímos do banco, no caminho do estacionamento vamos conversando, Eduardo não esqueceu do bilhete.

— Amiga, estava pensando em uma coisa, no bilhete dizia que ele sempre vê você no restaurante, mas eu nunca vi aquele cara ali.

— Verdade, nunca vi ele pela região, deve ter passado despercebido por nós.

— De jeito nenhum, um homem lindo daquele não passa despercebido jamais kkkk ainda mais pelos meus olhos de falcão, eu avisto uma belezura daquela de longe. Eduardo fala rindo para mim.

Não resisto a gracinha dele e começo a rir também.

— É verdade Edu, um cara assim não passaria despercebido, e pelo que ele falou já me viu mais de uma vez. Amanhã quando formos almoçar vou perguntar para o dono do restaurante ou para o garçom se ele é cliente de lá.

Eduardo gosta da ideia, nos despedimos e cada um entra no seu carro, não vejo a hora de chegar em casa e descansar um pouco.

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