Olá minhas queridas.
Estou iniciando mais uma história. **Um romance um pouco diferente, com um clima mais leve, mas claro, terá alguns B.O pelo caminho, e alguns 🔥.
De início, não terá um cronograma exato para postagem dos capítulos, mas acredito que seja semanalmente.
Estou no processo de construção, por isso tenham paciência. Espero que gostem, que curtam mais essa história e aproveitem os encontros e desencontros, risos e lágrimas e toda a aventura de uma linda história de amor que irá se desenhar no decorrer de cada capítulo.
Então...vamos acompanhar a história de Noah e Alessa❤**
...🔹️🔹️🔹️🔹️🔹️🔹️🔹️❤🔹️🔹️🔹️🔹️🔹️🔹️🔹️...
Noah Harrison
- Nossa! Tá caindo o mundo lá fora! - falo, assim que entro no prédio da minha empresa.
- Bom dia, senhor Harrison! - o porteiro me cumprimenta.- É, a chuva veio forte hoje!
- Bom dia, Claus! - aceno pra ele. - Já disse pra não me chamar de senhor. - ele apenas sorri, meio sem jeito. - Como vai a sua esposa? - pergunto, me recordando que sua esposa esteve adoentada esses dias.
- Está melhor, senhor. Obrigada por toda a ajuda e por me dar uns dias de folga para cuidar dela.
- Que é isso!?. Não tem nada que agradecer. Fico feliz que ela esteja bem, e se precisar de qualquer coisa, não exite em me procurar. - falo, apertando sua mão. - Bom, tenho que ir, o trabalho me espera.
- Sempre na correria, não é senhor!?
- Sempre! - falo, sorrindo e indo em direção ao elevador.
Eu sou Noah Harrison...
Fundador e presidente da Fênix, a maior agência de publicidade e marketing dos Estados Unidos. Tenho 28 anos e sou formado em Publicidade, Marketing e Administração.
Sou um homem muito tranquilo, um cara família, gosto de uma baladinha com os amigos, amo pegar ondas, correr e escalar.
Sou o único filho de Edgar e Stella Harrison. Meus pais são casados há 30 anos e eu acho incrível a forma como se completam, mesmo depois de tantos anos juntos. Eu segui caminhos completamente opostos aos dos meus pais,pelo menos profissionalmente, já que o Sr. Edgar é chefe de cozinha, e minha mãe é veterinária.
Mas uma coisa nós temos em comum, que é a valorização às pessoas. Nós não nos importamos com o que elas têm e sim com o que elas são! Meus pais me ensinaram, desde muito novo, a não discriminar, diminuir, julgar ou ofender alguém por ser diferente. Afinal, o que seria do mundo sem todas as diversidades, não é mesmo?!
Eu fundei minha empresa aos 23 anos, e no primeiro ano, conquistei meu primeiro milhão. De lá pra cá, não parei mais.
Foram várias campanhas e contas com números altíssimos e com a qualidade que só a Fênix oferece. Não é a toa que nossa agência está em primeiro lugar há anos seguidos, com uma vantagem bem grande em relação à concorrência.
Chego ao último andar, onde fica o meu escritório, e caminho até a parede envidraçada, de onde posso observar as ruas, os carros e a forte chuva que desaba em Nova York. Comprei esse prédio ainda na planta. Eu queria que a sede da minha empresa mostrasse toda a estrutura que podíamos oferecer aos nossos clientes, e eu consegui exatamente isso.
O prédio inteiro é extremamente luxuoso, imponente e muito sofisticado. Aqui funcionam todos os setores e departamentos da Fênix, além de salão de eventos, refeitório, e outros ambientes projetados para o conforto e bem estar dos nossos funcionários.
Somos uma empresa visionária, e o foco é descobrir e estimular o melhor de cada parceiro e colaborador. Os salários são acima da média e faço questão de recompensar com um bônus quando batemos metas, o que acontece com bastante frequência.
Eu mesmo faço questão de acompanhar o processo das campanhas. Mesmo as menores, nem que seja só uma supervisão rápida, mas tudo tem que passar por mim, afinal, esse é o meu legado, e tenho muito orgulho de tudo o que conquistei, pois lutei muito pra chegar onde estou hoje!
《••••》
IMPORTANTE
Estou aqui, olhando a cidade, a agitação nas ruas, o movimento começando, já que ainda são 8 da manhã e devido à chuva torrencial, tudo parece mais lento.
- Caiu da cama de novo, Harrison? - ouço a voz do Leonardo, meu amigo pessoal e diretor da empresa.
- Bom dia pra você também, Leo. - ele me olha e faz uma careta engraçada. - E não, eu não caí da cama. Só tenho o hábito de acordar cedo, o que você também deveria fazer. É um bom hábito, sabia?
- Nem pensar! Eu sou um ser noturno!
- Sei...por isso essa cara de zumbi há essa hora? - falo sorrindo e ele dá de ombros.
- Sou um zumbi muito satisfeito, se é que me entende.- ele ergue as sobrancelhas. - Melhor dormir tarde e estar aliviado, do que dormir cedo, como você, e acordar com as bolas doendo.
- Você é nojento! - me sento na minha cadeira e ele se acomoda na poltrona à minha frente. - Mas vamos falar de trabalho!
- Como sempre, estraga prazeres! - ele bufa. - O que manda, chefia?
- Como está a campanha do novo gloss?
- Está indo bem. Dá uma olhada. - ele me passa o notebook e eu começo a revisar tudo.
Essa campanha não é muito grande, mas é importante pra nós, assim como todas as outras. Só que essa em específico, será para uma antiga colega de faculdade, que abriu uma empresa de cosméticos e nos pediu pra fazer uma campanha bem diferente, pra lançarem uma nova linha de produtos.
- Eu gostei do layout, o texto ficou bom também, mas as cores...- pensei um pouco. - E se fosse em tons mais quentes?
- Estamos em Nova York, no inverno, você não acharia estranho? - ele questionou.
- Mas a marca não é só nacional. Eles exportam pra outros países. E a ideia é algo diferente, com um visual mais atrativo, mais leve...- pensei, analisando as fotos. - Como um pôr de sol naquela praia onde a gente surfou, no Havai.
- Nossa, foi longe hen!?- ele riu. - Faz o quê? Uns 7,8 anos?
- É, deve ser mais ou menos isso. Mas o que eu quero é o conceito, tá entendendo? A paleta de cores nessa vibe.
- Sei, acho que tô conseguindo imaginar. - ele pareceu pensar.
- Vou te ajudar. - comecei a mudar alguns tons, uns efeitos, e a coisa começou a ganhar novos ares. - Olha! - virei o notebook pra ele, que logo sorriu, satisfeito.
- Cara, você não é o melhor a toa né?! Como consegue sacar essas coisas assim? Ficou muito melhor.
- Eu disse! - falei e ele fez careta novamente. - Agora fala com o pessoal da criação e de imagem pra dar uma repaginada nisso. Vai ficar bem melhor com esses ajustes.
- Vou mandar pra eles agora. - ele digitou algumas coisas e depois fechou o notebook. - Prontinho. E aí, me conta como foi o jantar com a advogada?
- Foi bom. Nós saímos, jantamos, depois fomos pra minha boate, bebemos uns drinks, tivemos um momento gostoso num hotel, e eu a deixei em casa depois.
- Sério? E você não vai ligar? Chamar pra sair de novo? Ela é maior gata, cara.
- Eu sei, ela é realmente linda. Mas ainda não é a mulher certa.
- E como você sabe? Só saiu com a gata uma vez. E já faz o quê, quase uma semana? Ah, se fosse eu...
- Leo, eu não sou você! - falo, irônico.
- Eu aproveito a vida, meu amigo.E você deveria fazer o mesmo.- ele bufa.
- Existem outras formas de aproveitar a vida. - falo, me levantando e olhando novamente a chuva que ainda caía lá fora. - Eu estou bem assim, meu amigo.
- Eu só quero que você encontre alguém que te faça feliz. Mas pra isso, você precisa se permitir mais. Poxa, a tal advogada parecia bem interessante...- ele dá um sorriso cafajeste.
- Ela é interessante, e só pra você saber, é muito boa entre quatro paredes também. - falo e suspiro baixo. - Mas eu quero algo mais que química. Eu quero um sentimento de verdade, algo que me faça querer, ansiar estar com a pessoa.
- Você quer arrumar sarna pra se coçar, isso sim! - ele ri. - E a Litle Angel? - ele aponta o guarda chuvas, encostado num cantinho da minha sala.
Eu sorrio assim que pouso os olhos na peça que virou objeto decorativo no meu escritório.
Um guarda chuvas, com bolinhas coloridas, que eu fiz questão de colocar na minha sala, pra sempre me lembrar da moça que mudou minha vida apenas com algumas palavras...meu pequeno anjo.
Sorrio abertamente ao lembrar da dona do guarda chuva.
Uma menina loirinha, com o sorriso doce, o olhar terno e uma voz calma. Eu nunca entendi muito bem como ou porque, mas aquela pequena menina, me disse exatamente o que eu precisava ouvir naquele momento.
Depois daquele encontro, eu decidi sair do fundo do poço em que tinha mergulhado. Eu me levantei, me reergui, renasci...como uma Fênix!
É por isso que minha empresa tem esse nome. Pois foi depois desse dia, daquela conversa simples e das palavras daquela menina, que eu dei início ao meu próprio negócio. Fundei a Fênix, que começou em uma pequena sala comercial e, com muito trabalho, hoje se tornou a potência que é.
Se aquela moça soubesse o que suas palavras fizeram comigo. O efeito que tiveram sobre a minha vida...
Eu não sei nada sobre ela. Nome, telefone, nada!
Somente as iniciais, A.C que estão gravadas em uma pequena etiqueta, no cabo do guarda chuva, que ela gentilmente me cedeu, naquela tarde, há 6 anos atrás...
.
.
.
6 anos atrás...
Sentado num banco do Central Park, eu olho a pequena caixa em minhas mãos.
Um turbilhão de pensamento, sentimentos e emoções passam por mim, como um tornado, arrancando minha sanidade e minha vontade de viver.
Cansado, cabelos grandes e desgrenhados, barba enorme, olheiras, e um cheiro de álcool que parece já fazer parte do mim.
Há 2 meses minha vida era perfeita, ou pelo menos eu achava que sim...
Eu me formei em Publicidade e marketing, consegui montar meu pequeno escritório, comprei um apartamento modesto, mas bem confortável e finalmente, vou pedir minha namorada em casamento, depois de 4 anos juntos.
Eu e Megan nos amamos muito. Nos conhecemos no meu primeiro ano na faculdade. Eu cursando publicidade e ela moda. Nosso relacionamento é puro, calmo e verdadeiro.
Temos uma química e conexão incríveis e eu não vejo a hora de estarmos juntos pra sempre, compartilhando nossas vidas e sendo o apoio um do outro, torcendo e crescendo juntos.
Eu estou tão animado, que saí do trabalho e fui direto à uma joalheria comprar o tão esperado anel de noivado. Vou fazer uma surpresa e preparar um jantar romântico no apartamento que ela divide com uma amiga.
Cheguei ao prédio e o porteiro não estava lá, mas não tive problemas, porque a amiga dela está viajando e deixou a chave comigo, pra eu preparar tudo.
Entro no apartamento e coloco as sacolas na cozinha. Quando estou colocando as flores em um vaso, ouço o barulho do chuveiro e logo me animo. Eu e Megan sempre nos amamos no chuveiro e, se pudéssemos fazer isso antes da minha surpresa, que mal teria? Pensei, já tirando minha camisa e indo em direção ao seu quarto.
Mas foi aí que aquela desgraçada partiu meu coração em pedaços.
Eu entrei no banheiro e vi o uniforme do porteiro no chão e quando ergui o olhar, vi a cena nojenta da minha namorada, a mulher com quem eu pensei em me casar e construir uma família, sendo comida pelo porteiro. Aos gemidos ela elogiava os serviços do porteiro e se oferecia feito uma cadela no cio.
Eu quebrei o espelho do banheiro com um soco, o que chamou a atenção dos dois, e mesmo com o vidro embaçado do box, vi a cada de desprezo da Megan.
Eu saí dali, com os olhos cheios, ardendo pelas lágrimas de decepção. Ainda pude ouvir ela e o tal porteiro gemerem feito animais. Aquilo foi tão humilhante.
Porque? Porque ela fez isso comigo? Eu sempre fui fiel, leal, companheiro,apaixonado, presente. Mas ela não me deu valor. Sequer se preocupou comigo ou como eu estaria depois de vê-la com outro.
Eu saí dali arrasado, destruído, me sentindo um lixo, usado e descartado. Passei a beber incontrolávelmente, dia após dia.
Eu era apaixonado por ela. Eu a queria como minha esposa, eu a amei com todas as minhas forças e só o que recebi foi traição, decepção e tristeza.
Descobri que não era a primeira traição dela nesses 4 anos. Ela conseguia alguns trabalhos por fazer o teste do sofá com alguns empresários. Era conhecida como boca de veludo. Argh!
Eu mergulhei numa tristeza sem fim. Não era só por ter sido traído, mas por ter entregado meu amor, ter me dedicado, ter feito planos e no fim...ter sido um babaca, otário, corno!
Eu estava há dois meses sem aparecer na casa dos meus pais, sem coragem pra encarar meus amigos, só bebendo e bebendo.
Naquela tarde, eu estava sentado num banco, debaixo de uma chuva fina e gelada, quando senti as gotas pararem de cair, e só então, notei uma jovem parada, de pé ao meu lado, me protegendo com um guarda chuva.
Ela parecia não ter mais que 15 ou 16 anos, usava um uniforme escolar e tinha um copo de café nas mãos e uma mochila nas costas.
- Dia ruim? - ela perguntou, despretensiosa.
- Todos são! - respondi, desanimado.
- Ah, que é isso? Não é possível que você não tenha tido um único dia bom na sua vida. - ela falou, me encarando.
Fiquei olhando a menina parada ao meu lado. Ela não tinha medo de se aproximar de um estranho, com cara de poucos amigos, debaixo daquela chuva, num parque com poucas pessoas? Me perguntei.
- Não deveria se aproximar de estranhos assim! - a repreendi, bufando. - E eu não estou a fim de conversa.
- Você não é estranho. - ela disse e eu franzi o cenho. - Olha, eu passo por aqui quase diariamente e, te vejo sentado nesse mesmo banco, com a mesma caixinha nas mãos. Já te vi brincando com um cachorro que passava por aqui e até já te usei como modelo pra um dos meus desenhos, da aula de artes. - ela falou, naturalmente.
Encarei a menina novamente. Loira, olhos claros, sorriso doce, parecia um anjo.
- Sabia que usar minha imagem sem minha autorização pode ser considerado crime, não sabe? - perguntei, sério.
- Sei sim. Mas eu achei interessante ver um homem sempre no mesmo lugar, com a mesma expressão triste nos olhos...dei ao trabalho o título de moço triste.
- Pelo menos tirou uma boa nota? - perguntei, desanimado.
- Um 10, acredita!? - ela sorriu, satisfeita.
- Fico feliz que minha tristeza tenha servido pra algo bom.
Ela pareceu pensar um pouco, mas logo me olhou e começou a falar.
- Bom, eu acredito que ninguém fica assim, com esse olhar perdido, essa expressão triste, por uma coisa à toa. Mas, sabe, minha mãe sempre diz que quando passamos por determinadas situações, devemos avaliar tudo, absolutamente tudo. As vezes tem coisas que acontecem pra nos tornar pessoas melhores, mais fortes, abrir novas oportunidades, nos impulsionar a querer algo melhor, diferente, ou nos tirar da zona de conforto. Pessoas são passíveis de erros, e isso é natural. Mas o que fazemos com o que nos atinge, é que torna as coisas diferentes.
- Como assim? - pergunto, curioso.
- Se algo deu errado, se perdeu algo ou alguém, se sofreu uma desilusão...tudo tem um propósito. Mas, o que você faz com isso, é o que define como vai ser sua vida depois do furacão. As vezes precisamos nos reinventar, nos livrar das amarras, deixar o passado no passado, seguir em frente e renascer...como a Fênix. - ela sorriu e se virou para um carro que buzinava à nossa frente. - Bom, moço triste do parque, minha mãe chegou. Espero que fique bem.
Ela me olhou mais uma vez e me estendeu o guarda chuva.
- Pegue! - exitei um pouco, mas segurei o objeto. - Acho que vai precisar disso também. - ela pôs o copo no banco, ao meu lado, antes de sair correndo em direção ao carro e entrar em seguida.
Fiquei parado olhando aquele carro se distanciando e algo dentro de mim mudou.
Aquela menina poderia ter razão? Eu devia encarar essa traição como um certo tipo de impulso? Uma oportunidade pra melhorar? Fiquei ali, e logo me lembrei do copo que ela colocou ao meu lado.
Aspirei o aroma e, pra minha surpresa, logo no primeiro gole percebi que era um expresso sem açúcar.
Essa menininha deve saber mesmo das coisas. Sorri com esse pensamento.
Desde aquele dia, aquela conversa meio sem pé nem cabeça, me fez acordar e entender que eu precisava me erguer novamente...e foi exatamente o que eu fiz.
Para mais, baixe o APP de MangaToon!