Para evitar comentários desnecessários e preconceituosos como vem acontecendo no decorrer dos capítulos, estou deixando um aviso de que o livro se trata de um romance gay, caso não goste desse tipo de conteúdo, fiquem a vontade para encerrarem a leitura por aqui, aos demais que gostem, boa leitura. Obrigada.
Ao iniciar a leitura, tenha em mente que ela está em andamento e será postada regularmente.
Sul da Suécia (18 anos atrás)
— Sabe bem o que estou fazendo aqui, não sabe? Você não deveria ter me traído, era um dos meus melhores homens, eu confiei em você, e foi tudo por ganância — argumentou enquanto apontava uma arma para o homem à sua frente.
— Sei que não tenho direito a nenhum argumento, e nem mesmo tenho como me defender, aceito meu castigo, e sei que ele é a morte, só imploro misericórdia para minha família, eles não sabiam de nada, eu sou o único culpado — o choro do homem se intensificou depois daquelas palavras.
— Se preza tanto sua família, deveria ter pensado nela em primeiro lugar — foi em direção a mulher — Pensando bem, morrer não seria um castigo para você, mas acho que posso fazer você pagar de outra forma — tocou o rosto da criança que estava no colo da mãe.
— Não, minha filha não — a mulher implorou chorando.
— Quando sua filha completar dezoito anos, se casará com meu filho, mantenha a garota pura ou ela também vai pagar, e quanto ao seu filho, ele servirá com lealdade a organização, só irá se casar caso eu permita ou meu filho, como futuro líder, ele também poderá tomar esse tipo de decisão, tente fazer um trabalho melhor com eles, do que fez para mim, mantenha eles na linha, ou vai assistir as consequências e sua punição, será ver a tudo, sem poder fazer nada, vou preparar o contrato de casamento e volto aqui para ele ser assinado, e não se esqueça, o destino de seus filhos foi traçado por você.
Depois de dizer aquelas palavras, ele se virou indo em direção a porta, parou dando uma ordem a um de seus soldados.
— Vigie eles, se tentarem fugir me avise.
Ele saiu daquela casa, deixando um pai de família ajoelhado no chão, uma mãe desesperada por causa de seus filhos e um garoto assustado com tudo que presenciou.
Dias atuais...
O som de uma respiração ofegante se fez naquele quarto escuro, era outro pesadelo, que na verdade, se tratava de uma antiga lembrança e aquele pesadelo vinha se repetindo nas últimas semanas. A luz do abajur foi acesa e mesmo com aquela claridade, seu coração ainda estava mergulhado em escuridão.
Augusto se levantou e foi até a pia do banheiro, lavou seu rosto e se olhou no espelho, pensando em como iria conseguir livrar sua irmã daquela situação. Ele já estava com trinta anos e depois daquela experiência que teve quando tinha treze anos, nunca se esqueceu dos olhos e do olhar do filho do Don da máfia em sua direção, a qual ele era um subordinado, assim como seu pai foi quando cometeu aquele erro.
Augusto
O olhar daquele garoto, que tinha a mesma idade que a sua naquela época e que o deixou tão amedrontado, atualmente era ainda mais frio, e amedrontador, ele deixou de ser conhecido como o filho do chefe da organização, para ser reconhecido como o atual líder daquela máfia. Ele havia assumido com apenas vinte e dois anos quando seu pai adoeceu, ele tinha a fama de ser cruel e impiedoso, deixando passar somente mulheres inocentes e crianças, carregando um apelido de monstro por muitos dos seus inimigos, e até mesmo aliados.
O motivo de seus pesadelos, era que sua irmã Alice faria dezoito anos em uma semana, ele estava angustiado, pensando se conseguiria livrar sua irmã daquele castigo, de se casar com o monstro.
Durante aqueles anos, seu pai deixou que sua irmã tivesse certa liberdade, porque sabia que seria privada de muita coisa, depois que se casasse com o líder da máfia, ele deixou que saísse e se divertisse, mas sempre implorou com ela por uma coisa, que permanecesse pura.
Depois de se levantar, Augusto saiu cedo para correr, como era do seu costume fazer, precisava pensar e ter alguma ideia, do que fazer para ajudar sua irmã, decidiu ligar para seu amigo Mark, pensou que talvez os dois juntos, poderiam encontrar uma solução para aquele problema.
Mark era seu melhor amigo e ele o tinha como um irmão, assim como ele, seu amigo fazia parte do submundo da máfia, se conheciam desde o ensino fundamental, treinaram juntos na cúpula, e até perderam a virgindade no mesmo dia, com um esquema que Mark arrumou para eles.
— Alô, preciso me encontrar com você para conversar sobre aquele assunto novamente — seu amigo já sabia de sua preocupação.
— Claro, estou em casa, pode vir aqui, vou estar te aguardando.
Eles encerraram e Mark mudou sua expressão depois de ouvir que o amigo iria tratar do assunto de sua irmã novamente, respirou fundo e tomou uma dose de bebida, precisava criar coragem, para o que tinha que fazer.
Eles marcaram de se encontrar no apartamento de Mark, mas primeiro, Augusto voltou para a casa dele para tomar um banho, estava todo suado pela corrida e ao chegar em casa, encontrou uma certa comoção.
Quando entrou, encontrou Alice chorando e seu pai junto com sua mãe, tentava a consolar.
Alice
— O que está acontecendo aqui? — chamou a atenção de todos.
Sua irmã olhou para ele ainda em prantos e correu em sua direção o abraçando.
— Augusto, eles querem que eu me case com aquele monstro do Pietro — o abraçava forte, fora de si.
Ele olhou para seus pais, como que os questionando, mas eles só deram de ombros.
— Calma, vamos nos sentar e conversar, você precisa se acalmar — deu um beijo em sua cabeça.
Ele estava com o coração apertado, ao ver sua irmã daquela forma e a conduziu de volta para o sofá, foi quando viu uma caixa grande em uma poltrona, contendo um vestido de noiva dentro, colocou ela sentada e pegou o papel que havia por cima e leu.
“Espero que goste do vestido que escolhi para minha futura esposa, não vejo a hora de vê-la entrando na igreja, usando esse vestido. Obs: Segue um terno para seu irmão, acredito que ficará muito bem nele, o irmão da noiva também precisa estar impecável”
Ele notou que embaixo da caixa maior, havia uma caixa menor, e imaginou que fosse o terno que ele se referiu.
— Petulante desgraçado — sussurrou para que ninguém ouvisse.
— Eu não quero me casar com ele, eu prefiro morrer, a estar casada com aquele homem.
Ele ouviu a reclamação de sua irmã e saiu de seus pensamentos, deixou o papel de volta em cima daquela caixa e foi para perto dela, segurando seu rosto, que estava coberto por lágrimas.
— Nosso pai não teve escolha, mas eu vou fazer tudo que posso para tirar você dessa, mesmo que tenha que dar minha vida em troca da sua liberdade.
Depois de ouvir aquelas palavras, ela parou um pouco com seu choro, e cerrou as sobrancelhas, olhando incrédula para ele.
— Espera, você também sabia disso? Sabia de toda essa armação e não me contou?
Ele pôde notar a raiva no olhar de Alice, que o empurrou e saiu correndo em direção as escadas, subindo para o seu quarto, aquela situação não era fácil para ninguém daquela família, mas ele sabia que para ela, ainda era mais difícil, ter que se casar com alguém que não amava e que ainda por cima, tinha pavor, deveria mesmo ser um sentimento desesperador.
Augusto quis ir atrás de sua irmã, queria conversar com ela, tentar acalmar aquele coração, mas seu pai o impediu.
— Não adianta você ir lá agora, ela não vai querer te escutar, deixe ela digerir essa informação primeiro, depois vocês conversam — já estava meio emotivo.
Seu pai se sentou no sofá, colocando as mãos em seu rosto, começando a chorar.
— Se eu tivesse outra alternativa eu usaria, só para não ver minha filha naquele estado e ainda tendo que se casar com aquele homem, eu seria capaz de morrer se fosse preciso, só para não ver ela passar por isso — tentava segurar seu choro.
— Eu vou encontrar uma solução pai, eu prometo, vou subir e tomar um banho, vou me encontrar com o Mark, vamos pensar em alguma coisa.
— Leve a caixa que ele mandou para você — ela pediu ao filho.
Ele pegou aquele caixa ainda contrariado, mas era melhor não contrariar Pietro ou ele poderia criar problemas, somente pelo fato dele não usar aquilo. Ao chegar no quarto, jogou o pacote em cima da cama e foi para o banho, tomou uma ducha rápida e saiu para se vestir, ele olhou para caixa em cima da cama, decidindo abri-la.
Dentro, havia um esmoquem branco, muito bonito e elegante, ele ficou sem entender, por que Pietro havia mandado na cor branca, mas ao menos ele tinha bom gosto, era realmente impecável, ele o jogou de volta na caixa, indo se vestir, precisava ir logo ver seu amigo, pegou uma cópia do contrato e saiu.
Quando desceu, ainda encontrou seus pais na sala, que conversavam, ele se aproximou, avisando para onde estava indo.
— Vou sair para tentar achar uma solução, fiquem de olho na Alice, não deixe que ela faça nenhuma bobagem — estava preocupado.
Ele saiu, indo para o apartamento do Mark, chegou rápido, pois moravam perto um do outro, quando chegou, seu amigo o atendeu já um pouco sério, mas ele não estranhou, já que a situação era bem complicada.
Mark
— Aceita uma bebida? — seu amigo ofereceu.
— Aceito, vou precisar — tirou sua jaqueta, colocando no sofá.
Mark fez um drink para seu amigo, e foram para seu escritório, pegou a cópia que já tinha ali e ambos começaram a revisar novamente, depois de um tempo que estavam em silêncio e lendo aquele papel, ele quebrou o silêncio.
— E então, matamos ele? — deu de ombro ao falar.
— Estou tentando salvar minha irmã e não me suicidar — sorriu ao falar.
Augusto considerava aquela ideia realmente um suicídio, já que outras pessoas tentaram aquela façanha, mas acabaram mortas.
— Bem que ele merece — falou tomando de vez sua bebida.
Aquela fala de Mark, ele achou um pouco estranha, que ele não gostava de Pietro, já sabia, mas a forma com que ele falou, fez parecer que seu amigo tinha um ressentimento pessoal contra o líder, aquilo não era somente por causa de Alice.
Mark levantou, pegou outra bebida e foi para perto da janela, respirou fundo e falou.
— Ou vocês poderiam dar uma tia, uma prima ou até você, já que aí não cita o nome da Alice, só diz que é um membro da família Castro — bebeu novamente um gole do seu Bourbon.
Augusto sorriu e já estava prestes a repreender seu amigo, mas pensou por um instante no que ele disse, olhou novamente para aquele contrato e teve uma ideia bem maluca.
Mark voltou e se sentou novamente do seu lado, mas já notando que tinha um certo sorriso nos lábios de Augusto, era para ele estar feliz, mas naquele momento se sentia triste.
Augusto se virou para ele, segurando seu rosto e beijando sua bochecha, Mark ficou um pouco sem jeito por causa daquela proximidade, mas teve que fingir que aquilo não tinha nenhum significado para ele.
— Ei, eu sei que sou gostoso, mas não exagera — deu um sorriso forçado para Augusto.
— Você é um gênio! — estava eufórico.
— Eu sei, eu sei, mas o que foi que eu descobri mesmo?
— Você não entende que me fez ver algo, que até agora não sei como tinha passado despercebido? Realmente aqui só se diz que quando o integrante da família Castro tiver a maior idade, deve ser entregue em matrimônio ao Pietro Albertini, ou seja, não especifica quem é, então pode ser qualquer um da família Castro, que seja maior de idade.
Mark o olhava de um jeito, que Augusto não sabia decifrar, seu amigo desviou o olhar, olhando para frente e ele se perguntou o que poderia estar acontecendo com ele.
— O que pretende fazer? — perguntou ainda sem olhar.
— Primeiro preciso falar com um advogado da máfia, mas se for como penso, vou fazer o Pietro anular esse contrato.
Augusto se levantou pegando outra bebida, antes de continuar a explicar.
— O Pietro é um tremendo mulherengo, então eu vou me oferecer no lugar da minha irmã, alegando que a cláusula não é clara, ele sendo orgulhoso da sua masculinidade como é, não vai aceitar isso, nem mesmo seu pai vai permitir que seu filho se case com um homem — bebeu de uma vez, estava animado e com esperanças.
— Augusto, já pensou na hipótese de isso dar errado e ele aceitar? — daquela vez, falou olhando para ele.
— Não tem a possibilidade de ele aceitar isso, mas se eu tiver o azar de que isso de fato aconteça, então terei que conviver com essa escolha que fiz, mas o que me servirá de consolo, é que salvei minha irmã.
Depois que Mark levantou aquela possibilidade, acabou deixando seu amigo um pouco nervoso em pensar no que ele disse, afinal, se tratava de Pietro, um homem frio e cruel, ele poderia aceitar, somente com a intenção de humilhá-lo ou de torturá-lo, por estragar aquela união dele com sua irmã e tentou tirar aquela ideia da cabeça, ou ficaria angustiado ainda mais.
— Mark, pode marcar um horário com seu tio para mim? Quero falar com ele sobre o contrato.
O outro assentiu e pegou o celular, ligando para seu tio, prontamente ele atendeu e quando seu sobrinho disse que Augusto queria falar com ele, respondeu que poderia ir imediatamente.
Augusto ficou feliz que não precisaria esperar, queria logo tirar aquela dúvida.
— Então, vai comigo ver o seu tio? — perguntou pegando sua jaqueta.
— Não vai dar, tenho um assunto para resolver, não posso ir com você — arrumou uma desculpa.
Augusto não sabia se era coisa da sua cabeça, mas parecia que Mark tinha mudado de repente, depois que ele teve a ideia de se entregar no lugar de sua irmã.
— Então mando notícias, assim que falar com seu tio, espero que estejamos certo e eu possa fazer isso.
Ele saiu rápido em direção ao seu carro, Mark ficou observando ele ir embora, abaixou a cabeça e se desculpou, mesmo que o outro não pudesse o ouvir.
— Me desculpe, eu não posso te defender e me desculpe por eu ter sido tão covarde durante todos esses anos, em não dizer como realmente me sinto.
Mark pegou seu celular, limpou uma lágrima que tinha no rosto e discou um número, sua expressão era de raiva, enquanto esperava a pessoa do outro lado atender.
— Ele já sabe sobre a cláusula, já fiz a minha parte.
Ele encerrou a ligação, voltando para dentro da sua casa, foi novamente para seu escritório, colocou mais bebida e pegou uma fotografia que tinha sobre a mesa, que era dele e de Augusto juntos, passou a mão por aquela foto e não conseguiu mais se segurar, começando a chorar.
Mark ficou ainda por um tempo chorando e bebendo, sentia culpa e arrependimento naquele momento, ele estava mandando a pessoa que amava para a boca do lobo, enquanto nunca teve coragem de admitir que era apaixonado por seu melhor amigo.
Augusto foi até o escritório do tio de seu amigo, entregou a cópia do documento para ele e explicou qual era a dúvida que tinha.
— O que eu queria saber, é sobre a cláusula, onde estipula a entrega de alguém da família Castro, eles deveriam ter colocado o nome da minha irmã, nesse caso, não podem contestar se outra pessoa for entregue?
— Sim, você está certo, eles erraram feio nessa cláusula, eu não sei como o advogado que fez esse contrato, pôde errar dessa forma, ainda mais em um contrato de casamento, que é tudo bem meticuloso.
Ele ficou extremamente animado ao ouvir aquilo, o que importava, era que o documento tinha a assinatura do pai de Pietro, que na época era o líder da máfia, então aquele documento era válido e ele não via a hora de contar a sua irmã, sobre aquela novidade.
Pietro
Pietro havia acabado de terminar seu treino de defesa pessoal, ele estava todo suado, se despediu do professor, indo em direção a suas coisas, ao checar seu celular, sorriu da mensagem que tinha ali.
Pietro
“A encomenda foi entregue na casa da família Castro senhor”
Aquele dia para ele tinha começado bem, ele havia esperado dezoito anos por aquilo, o seu plano estava sendo colocado em prática e em breve, ele teria o que tanto tinha desejado por aqueles longos anos.
Pietro foi para o seu quarto tomar um banho, a academia ficava em sua casa, ele achava mais prático, tomou um banho rápido, mas seus pensamentos estavam em um só lugar, ou melhor, em um só pessoa, ele queria muito saber, o que tinha acontecido depois da entrega dos presentes.
Ele terminou seu banho, se arrumou e desceu para seu escritório, Diego já o estava esperando.
— Bom dia maninho — o cumprimentou sorrindo como sempre.
Diego
Diego era irmão mais novo de Pietro, ele era o total oposto do irmão, já que ele evitou que seu pai o transformasse em um homem frio como fez com ele, Pietro tentou preservar seu irmão o máximo que pôde, de toda aquela merda em que estava afundado.
— Bom dia — respondeu seu irmão se sentando em uma cadeira.
Com seu irmão, Pietro podia ser ele mesmo, não precisava usar uma máscara do monstro frio e sanguinário, Diego conhecia os segredos do irmão e até o ajudava quando era preciso.
— Então, é semana que vem? — fez aquela pergunta com um sorriso nos lábios.
Pietro abriu a gaveta de sua mesa, tirando uma fotografia lá de dentro, a foto era de Alice e Augusto, os dois estavam sorrindo, sentados no gramado da casa onde moravam.
Seu irmão se levantou e passou para o outro lado da mesa, se aproximando dele.
— Você tem muita sorte, ela é linda, quem me dera fosse eu a me casar com ela — suspirou, voltando a se sentar na cadeira em frente.
Na verdade, Diego sempre foi apaixonado por Alice, mas ela estava prometida ao seu irmão, apesar de saber que ele nunca encostaria nela.
— Você terá sua chance maninho, sabe bem meus planos para esse contrato de casamento.
Pietro pôde perceber, que uma ponta de esperança surgiu no olhar de seu irmão, que o questiona, tentando conseguir mais um pouco daquela esperança.
— Acha mesmo que esse plano vai dar certo? Vai conseguir dobrar o papai?
O maior impedimento dos planos de Pietro, era o seu pai, se ele soubesse o que ele já tinha feito, para deixar tudo preparado para aquele momento, ele definitivamente surtaria.
— Vou conseguir, você sabe que ele acredita em mim cegamente, ele acha que criou o substituto perfeito, ou melhor, o monstro perfeito.
Os dois sorriram daquela fala de Pietro, ele olhou novamente para aquela fotografia, passando o dedo por aquele belo rosto na foto e por aquele sorriso, que o desestabilizava todo.
Desde que Pietro entrou naquela casa com seu pai, a dezoito anos atrás, sabia o que queria e o que gostava, aqueles olhos e aquele olhar o prenderam de uma forma, que ele não sabia explicar, ele só tinha treze anos na época, mas quando saiu daquela casa, estava decidido que quando fossem adultos, aquele garoto com aqueles olhos, seria dele, não importava quem tivesse que subornar ou matar, mas o dono daquele olhar assustado iria pertencer a ele, já tinha decidido, Augusto teria que ser dele.
A partir do dia que tudo aquilo aconteceu, Pietro passou a acompanhar os passos de Augusto, mesmo ele não sabendo daquilo, sabia quem eram seus amigos, suas paqueras, sabia até mesmo o dia e com quem Augusto perdeu a virgindade.
Pietro estava com tanto ciúmes e inveja da garota com quem Augusto ficou, que quase matou o rapaz com quem treinava naquele dia, ele queria que fosse com ele o seu primeiro beijo, sua primeira transa, mas não podia, não até chegar a hora certa.
Na verdade, Pietro engoliu todo seu ciúme por ele, não poderia ser o monstro que seu pai queria, ao menos não com Augusto, ele não poderia interferir na vida dele, não até sua irmã fazer dezoito anos, deixou que ele se divertisse por aí, dormisse com quem quisesse, mesmo que isso o machucava por dentro.
A sua espera seria até a data estipulada naquele contrato, depois não esperaria mais, dezoito anos já era tempo demais, depois disso Augusto seria dele e jamais deixaria que saísse do seu lado novamente.
Sempre que o via nas reuniões, não conseguia tirar seus olhos dele, via algumas mulheres flertando com ele, mesmo que dentro da organização não fosse considerado um bom partido, pelo fato de ser filho de um traidor, além do mais, seu pai nunca permitiu que Augusto se casasse e quando Pietro ficou à frente, também nunca deu aquele consentimento.
A raiva que sentia por ver que era cobiçado por aquelas mulheres, ele descontava em seus treinos e em seus inimigos, inclusive em uma dessas reuniões, acabou vendo Augusto com uma mulher no jardim, eles se beijavam e ele acariciava intimamente aquela mulher, sua vontade era de o tirar de perto dela, subir com ele e mostrar o que poderia fazer com cada parte do seu corpo.
Pietro fingia ser um mulherengo, dormia com algumas mulheres para manter sua fama, fazia parte do seu plano, pois sabia que Augusto usaria aquele argumento contra ele e seu pai não poderia saber que ele o amava.
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