• Emma Smith
Meu nome é Emma Smith, tenho 23 anos e trabalho há dois anos na empresa Park. Moro com minhas duas melhores amigas, Helô e Lívia, compartilhamos o mesmo lar há cinco anos desde que decidimos mudar de cidade e nos estabelecer em São Paulo. Sou uma pessoa extremamente competente em todas as áreas da minha vida, exceto na minha vida amorosa.
...
Capítulo 1
Estava me preparando para mais um dia de trabalho na empresa Park, eram 6:40h e eu sempre chegava 30 minutos antes para arrumar e ler alguns documentos.
Emma- Bom dia, meninas — disse sorrindo ao sentar para tomar café.
— Não sei por que sempre chega 30 minutos antes — Helô comentou.
Emma- Preciso rever alguns documentos, o senhor Thomas odeia desorganização.
— É mais fácil perguntar o que ele não odeia? — disse Lívia.
Olhei para ela com uma expressão de deboche.
— O senhor Park, de fato, confia muito na Emma. — comenta Helô.
Emma- Com razão, afinal, trabalho para ele há 2 anos, o que não é nada fácil.
— Deve ser realmente complicado, ter que lidar diariamente com aquele homem atraente — debocha Helô.
Emma- Tão bonito quanto arrogante e prepotente.
Emma- Ontem, ele chegou a me tratar mal só por conversar com o gerente da empresa.
— Como assim ele te tratou mal? — questiona Lívia.
Emma- Ele disse que não era apropriado para eu flertar nos cantos neste momento e neste lugar.
Lívia começa a rir.
Emma- Qual é a graça, Lívia? Eu não estava flertando, apenas perguntei a ele sobre a inauguração do restaurante.
Emma- E é claro que o senhor Thomas Park interpretou de outra forma.
— Sabe o que eu acho? — Helô pergunta.
Emma- O quê?
— Que seu chefe é gay.
— Eu penso o contrário... tenho certeza de que ele gosta de mulheres — Lívia diz, olhando-me de forma estranha.
Emma - Gay ou não, isso não é da minha conta, ele pode ficar com quem quiser, o problema é dele. Ele é rico, tem a vida aos seus pés, diferente de nós.
Levanto-me.
Emma - Tchau meninas, até mais tarde.
— Espera, você nem terminou o café! — Falam tentando me impedir de sair.
Não lhes dou ouvidos e saio rapidamente.
Pego um táxi.
Emma- Por favor, me deixe na empresa Park.
— Claro, senhora - diz o taxista.
Assim que chego, desejo bom dia à recepcionista e entro no elevador.
— Por favor, segure o elevador para mim.
Alguém responde.
Emma- Claro.
Ao ver quem era, recuei um pouco.
Emma- Bom dia, Sr. Thomas!
Thomas- Bom dia, Emma. — Ele sorri.
Emma- Não esperava vê-lo aqui tão cedo.
Ele deu um sorriso sério? - *Pensamento.
Thomas- Tive que chegar mais cedo porque irei viajar amanhã.
Emma- Não sabia dessa viagem, senhor.
Thomas- Planejei isso ontem à noite, estava tarde e pensei que estivesse dormindo, não queria te acordar.
Ele me observa com um olhar diferente, notei. O senhor Thomas não queria me incomodar, como assim? Ele nunca se importou com isso antes, qual o problema agora? - *pensamento
Emma- Compreendo.
Aperto o botão das nossas salas
Thomas- Vai ser apenas uma viagem de um dia então...
Emma- Passarei em sua casa para ajudá-lo com a mala.
Thomas- Obrigado, Emma!
Thomas- Sim, como iremos sair muito cedo, acho melhor você dormir em minha casa... não quero perder tempo.
Fico surpresa, mas não era a primeira vez que ele dizia isso.
Emma- Claro, senhor.
Thomas- Ótimo.
Assim que ele termina de falar, as portas se abrem. Caminho em direção à minha sala e, ao entrar, fecho a porta. Começo a ler alguns e-mails.
Emma- Qual será o problema dele? — Falo pensativa.
Emma- Como assim não queria me incomodar? O senhor Thomas nunca se importou com isso, sempre pensou apenas nele... Será que ele está namorando e por isso está de bom humor?
Emma- Se for isso, agradeço a essa senhora e desejo-lhe boa sorte, pois vai precisar.
Emma- Droga, vou ter que dormir na sua casa novamente. Lembro-me da primeira vez que estive lá, ele praticamente me humilhou ao dizer que o meu café era horrível.
Emma- Se ele não fosse o meu chefe, eu teria dado um tapa nele...
Após terminar de ler os e-mails, levo os documentos para o senhor.
Bato na porta.
Emma- Com licença, senhor, posso entrar?
Thomas- Claro, pode entrar.
Emma- Trouxe estes documentos para que possa dar uma olhada, senhor.
Thomas- Certo, muito obrigado!
Emma- Se precisar de mais alguma coisa, basta me avisar.
Thomas- Está bem — Ele sorri novamente.
Thomas- Emma?
Ele me chama.
Emma- Sim, senhor.
Thomas- Tenho uma dúvida.
Emma- Qual seria?
Thomas- Qual é a sua relação com o gerente da empresa?
Fico surpresa com a pergunta.
Emma- Senhor, somos apenas colegas de trabalho. Aquele dia foi um mal-entendido.
Thomas- Está dizendo que fui injusto com você?
Emma- De fato, estava apenas esclarecendo uma dúvida sobre a abertura do restaurante, senhor.
Thomas- Por que não me perguntou?
Emma- O senhor estava em reunião e não queria...
Ele se levanta.
Thomas- Você sabe que é proibido manter qualquer tipo de relacionamento com pessoas desta empresa, não é?
Suas palavras foram severas.
Emma- Sim, senhor, e garanto que esse não é o caso.
Thomas- Que bom!
Subitamente, alguém entra, quebrando toda a tensão do momento.
— Olá, irmão — Ian diz.
Thomas respira pesadamente enquanto Ian entra na sala.
Thomas- Essa é a forma correta de entrar na minha sala?
— Desculpe, a porta estava aberta.
— Olá, Emma! — ele diz, olhando para mim.
Emma- Olá, senhor Ian.
— Você está muito bonita hoje.
Emma- Obrigada.
— De nada — ele sorri.
Emma- Vou deixar vocês dois conversarem, com licença.
Thomas- Obrigado, Emma.
Percebo o olhar de desaprovação dele para Ian.
— Até mais tarde
Dou um sorriso e saio para minha sala.
...
• Thomas
Thomas- Por que você veio aqui? — questiono irritado.
— Vim conversar com você, já faz alguns dias desde a última vez que nos vimos... Você nunca mais veio em casa, o nosso pai está bastante preocupado com você.
Thomas- Estou muito ocupado, não posso ficar saindo o tempo todo como se fosse um desocupado.
— Calma - diz rindo.
— Ele está preocupado porque você ainda não está namorando.
— Vamos ser sinceros, irmão, já está na hora.
Thomas- Quem decide se já está na hora ou não sou eu.
Thomas- Não é nem nosso pai, nem você, nem Emma. Vou me casar quando sentir vontade.
— Você disse Emma?
Olho para ele confuso
Thomas- Eu?
— Sim, você disse nem Emma
Thomas- Não disse isso, você ouviu errado
— Não, eu não ouvi
Thomas- Você ouviu
Thomas- Por que eu falaria o nome da Emma?
— Não sei, me diga você?
Thomas- Você está blefando.
— Okay, se ouvi errado, deixa pra lá.
— Mas agora que começamos a falar sobre a Emma, poderia me dizer se ela tem namorado
Thomas- Por que você quer saber?
— Por que a Emma é linda
Thomas- Isso não é uma resposta.
— Tem ou não?
Thomas- Eu não sei e, mesmo se soubesse, não te diria.
— Por quê?
Thomas- Ela é minha funcionária, não quero que haja proximidade entre vocês.
— E qual o problema se tiver?
Thomas- Apenas não quero que a distraia. A Emma é uma mulher muito inteligente e competente e não quero que perca o foco.
Ian sorri
— Você esqueceu de mencionar que ela é bela.
— Irmão, não me olhe dessa forma, sei muito bem que a acha atraente.
Thomas- Ela é bonita, nunca disse o contrário.
— Às vezes me pergunto como você consegue ficar tão perto dela... Se fosse eu no seu lugar, já teria beijado...
Thomas- Isso não é algo adequado de se falar, Ian. A Emma é minha funcionária e merece respeito.
Thomas- Agora, por favor, saia da minha sala.
— Desculpe, achei estranho nunca te vir elogiando nenhum funcionário.
Thomas- Não posso mais afirmar que meus colaboradores são competentes?
— Claro que pode, apenas achei estranho.
Thomas- Agora saia da minha sala, por favor.
Thomas- Está me atrapalhando.
— Ok.
Ele se encaminha até a porta, mas, antes de sair, diz:
— Diga para a Emma que enviei um beijo — sorri.
Em seguida, fecha a porta.
Thomas- Imbecil.
Thomas- Ele tem o dom de me tirar do sério.
Thomas- Por que estou tão irritado?
Olhei para Emma, que estava organizando alguns papéis.
Aperto o botão no telefone.
Thomas- Emma, por favor, você pode me trazer um analgésico? Estou com uma dor de cabeça insuportável.
Ela levantou a cabeça imediatamente, com um olhar preocupado.
Emma- Claro, estou indo agora!
Após alguns minutos que pareceram uma eternidade, Emma bateu na porta.
Thomas- Pode entrar.
Ela entrou com um copo de água e o remédio na mão. A gentileza dela era reconfortante.
Emma- Com licença. Aqui está o seu remédio.
Ela colocou o copo ao meu lado e me entregou o analgésico, olhando para mim com aquele olhar gentil que sempre me fazia sentir melhor.
Emma- Se a dor não melhorar, posso ligar para o seu médico. Não quero que você sofra assim.
Thomas- Está tudo bem, realmente não será necessário. É só uma dor passageira.
Tentei transmitir confiança, mas não consegui ignorar o quanto me sentia vulnerável naquele momento.
Emma- O senhor recebeu o meu e-mail sobre o projeto?
Thomas- Sim, já estou verificando. Está tudo em ordem até agora.
Ela parecia aliviada com a resposta e isso me fez sentir um pouco mais relaxado.
Mas então, o celular dela começou a tocar. O som interrompeu nossos pequenos momentos de conexão. Ela hesitou antes de atender.
Emma- Desculpe-me um instante!
Thomas- Pode atender, não se preocupe.
Enquanto ela falava ao telefone, não pude evitar de ficar curioso sobre quem poderia ser do outro lado da linha. Quando ela disse "Beijo", meu coração deu um nó.
Thomas- Era seu namorado?
Houve uma pausa constrangedora antes dela responder. A expressão dela mudou ligeiramente; era como se estivesse analisando minha pergunta.
Emma- Meu namorado?
A insistência no meu tom deve ter soado mais intensa do que eu pretendia.
Thomas- Sim, quem era?
Ela desviou o olhar por um momento e tentou desconversar.
Emma- Não era… bom, como o senhor não precisa de mais nada, irei me retirar então — Ela hesitou novamente antes de adicionar — Com licença.
Ela se virou rapidamente para sair da sala. Fiquei ali parado, com os pensamentos girando na minha mente como uma tempestade.
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Por que isso me incomodava tanto?
Thomas- Ela não me respondeu... Por quê? Isso é segredo? Quem será esse cara?
Tentei sacudir esses pensamentos da minha cabeça; sabia que não era da minha conta. Mas quanto mais tentava ignorar, mais eu me sentia intrigado e confuso sobre meus próprios sentimentos.
O dia passou lentamente enquanto eu assinava documentos sem realmente prestar atenção no que estava fazendo. Minha mente estava longe, presa em questionamentos sobre Emma e aquele telefonema enigmático.
Olhei para o relógio na parede e quase pulei da cadeira ao ver as horas passarem rapidamente.
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Thomas- 12:10h! Droga! Estou atrasado para o almoço!
Levantei-me apressadamente, pegando minha pasta sem pensar duas vezes. Enquanto saía da sala apressadamente, ainda sentia aquele nó na garganta — uma mistura de confusão e preocupação que eu não conseguia entender completamente.
...
• Emma
Finalizava o envio dos compromissos do dia para o senhor Thomas. Ao concluir, peguei minha bolsa e dirigi-me ao elevador. Enquanto seguia em direção à saída, percebi que o senhor Thomas havia se comportado de forma estranha naquele dia.
Emma- O que será que aconteceu com ele?
Emma- Talvez ele tenha batido a cabeça, essa seria a única explicação plausível. — Eu me perguntava se deveria perguntar a ele, mas não queria parecer intrometida.
As portas se abriram e decidi caminhar para aproveitar um pouco do sol. Eu precisava de um pouco de ar fresco para clarear a mente. No entanto, fui surpreendida quando ouvi alguém me chamando pelo nome.
— Emma?
Virei-me para trás, reconhecendo a voz familiar.
Emma- Senhor Ian? — Uma mistura de surpresa e nervosismo tomou conta de mim. O que ele estaria fazendo aqui?
— Olá, gostaria de uma carona?
Emma- Não, obrigada. Estou bem. — A verdade é que eu estava hesitante. Ele era gentil, mas não queria parecer dependente.
— Eu insisto, venha.
Emma- Ok, obrigada. — Entrei no carro um pouco nervosa, tentando esconder meu constrangimento enquanto ele começava a dirigir.
Emma- Seu carro é muito bonito. — Tentei quebrar o gelo, admirando o veículo enquanto olhava pela janela.
— Obrigado, mas não chega aos pés do carro do meu irmão.
Emma- Para mim está ótimo. — Senti que ele estava tentando me deixar à vontade, e isso era reconfortante.
Ele me olhou e eu percebi uma intensidade no olhar dele.
Emma- O carro do senhor Thomas é esportivo, morro de medo. — Uma risada involuntária escapou dos meus lábios ao pensar nas vezes em que estive perto dele ao volante.
— Ksksks.
— Suponho que nenhuma mulher além de você tenha entrado no carro do meu irmão.
Emma- Sério? — Me surpreendi com a afirmação dele. Era estranho pensar que eu era a única mulher nessa situação.
— Sim, eu pessoalmente nunca entrei.
Dou uma risada nervosa. Isso é tão inesperado…
Emma- Desculpe, mas o senhor Thomas é estranho. — Falei isso sem pensar muito, mas era verdade. Havia algo nele que sempre me deixava intrigada.
— Você acha mesmo que não percebi? Em todos os meus 25 anos de vida, nunca vi meu irmão com uma mulher.
Emma- Sério? — A curiosidade aumentava em mim. O que será que havia por trás dessa história?
— Sim, você pode pensar que ele é gay, mas não é o caso. Meu irmão passou a maior parte da adolescência nos Estados Unidos, então não tive muita convivência com ele. A única mulher que já vi perto dele foi você.
Aquelas palavras me deixaram lisonjeada e confusa ao mesmo tempo.
— Pode não acreditar, Emma, mas meu irmão tem um grande carinho e respeito por você.
Emma- Sério mesmo? — Meu coração acelerou com essa revelação.
— Sim, acredito. Mas, convenhamos, quem não teria? Você é maravilhosa.
Emma- Não precisa exagerar, sou apenas uma mulher comum. — Senti um calor nas bochechas; estava constrangida e um pouco insegura diante do elogio dele.
— Talvez para você seja assim, mas para mim e meu irmão é algo mais especial...
Emma- Não precisa continuar. — Eu queria mudar de assunto antes que ficasse ainda mais envergonhada.
— Você mora por aqui?
Emma- Sim, em um daqueles apartamentos. — Falo apontando vagamente na direção dos prédios próximos enquanto tentava manter a conversa leve.
— Entendi.
Emma- Bem, obrigada pela carona, não precisava se incomodar. — Senti uma gratidão genuína por sua gentileza; era bom saber que havia pessoas assim por perto.
— Sem problemas.
Emma- Tchau.
Ele respondeu com um sorriso enquanto eu saía do carro. Olhei para ele mais uma vez antes de sair e acenei com a mão. Ao começar a caminhar para casa, uma mistura de pensamentos e sentimentos ocupava minha mente.
Ao chegar em casa, passei pela porta e subi as escadas...
Ao ouvir a porta se abrindo, levanto o olhar da revista que estava folheando e vejo Helô entrando.
Emma- Oi!
— Oi, amiga, chegou cedo. — Helô diz, tentando esconder a surpresa enquanto coloca a revista de lado.
Emma- Sim, vou viajar com o senhor Thomas amanhã de manhã... preciso arrumar as minhas coisas.
Dirijo-me à cozinha e pego um copo d'água.
Emma- Onde está Lívia?
— Trabalhando.
— Lembra que ela sempre se perde nas reuniões intermináveis.
Emma- Ah, é verdade, havia esquecido.
— E então, para onde vocês vão viajar dessa vez? — Helô pergunta, com um brilho de curiosidade nos olhos enquanto se senta no sofá.
Emma- Não sei muito bem para onde o senhor Thomas nos mandou. Ele é bem misterioso sobre essas coisas.
— Queria estar no seu lugar e viajar com aquele homem atraente. — ela diz com um sorriso travesso.
Sinto que meu rosto esquenta um pouco ao ouvir isso.
Emma- Heloiza, isso é uma forma apropriada de falar? Ele é o meu chefe.
— Parece que você concorda comigo, não é? — ela provoca, e percebo que está tentando me deixar desconfortável.
Levo um tempo para responder, pensando na situação.
Emma- Ele não é feio... — admito, deixando escapar um leve sorriso enquanto me levanto para arrumar algumas coisas na mesa.
— Admita logo que você acha o seu chefe muito atraente. — Helô insiste, e eu sinto a pressão das suas palavras.
— Só de pensar naquelas mãos grandes me tocando... eu fico nas nuvens. — diz em tom brincalhão, mas a verdade é que esse pensamento realmente me faz sentir algo diferente.
Emma- Ksksks realmente, é mais provável você voar alto do que o senhor Thomas se aproximar de você.
Acho graça da situação e não consigo segurar o riso.
— Você está sentindo ciúmes? — Helô pergunta provocando.
Emma- Claro que não! Só estou dizendo que o senhor Thomas deve estar interessado em uma moça muito rica... — respondo com um olhar desconfiado.
— E daí?! — ela retruca com indignação.
— Dinheiro não é tudo. — defende-se, tentando ser racional sobre a situação complicada em que se encontra.
Emma- Para você! — digo com uma pitada de ironia. A conversa já tomou um rumo divertido.
Emma- Vou tomar um banho e arrumar a minha mala... pode continuar aí sonhando com o seu príncipe encantado. Quem sabe ele não aparece?
Vou caminhando em direção ao quarto e não resisto em rir da situação.
— Está zombando de mim, Emma?
Emma- Eu? De forma alguma!
Ela ri e eu fecho a porta do banheiro atrás de mim, ainda pensando nas palavras dela.
Caio na risada ao imaginar como tudo isso soa.
— Vaca! — escuto-a dizer antes de entrar no banheiro.
Enquanto tomo banho, deixo os pensamentos sobre o senhor Thomas flutuarem na minha mente. A água morna relaxa meu corpo cansado e logo depois me visto e começo a arrumar minha mala... coloco apenas duas peças de roupa e meu pijama.
Estou tão cansada que decido tirar uma soneca antes de sair.
...
• Thomas
Após concluir o almoço com meus sócios, dirijo-me para casa. Eram 13:20 da tarde quando tomei um banho e fui até o quarto de hóspedes onde Emma ficaria hospedada.**
Thomas- Será que este quarto está adequado? Deixe-me verificar.
Thomas- Devo mudar a televisão de lugar?
Thomas- Não, acredito que Emma não se importaria com isso — digo, dando um sorriso nervoso.
Thomas- Por que estou tão preocupado com detalhes tão irrelevantes?
Thomas- Droga, estou perdendo o foco.
Thomas- Por que estou tão obcecado por essa mulher?
Thomas- É a terceira vez que penso nela hoje... O que está acontecendo comigo? — Meu coração acelera cada vez mais.
Decido ligar a TV.
Comercial: “Se você está sentindo seu coração acelerado e uma mulher está constantemente em sua mente, significa que está apaixonado.”
Thomas- Apaixonado?
Comercial: “Não guarde esses sentimentos somente para si, vá atrás do que deseja ou se arrependerá depois…”
Thomas- Que comerciais mais sem noção... quem criou isso?
Thomas- Vamos encarar, parece até piada.
Thomas- Um homem como eu correndo atrás de alguém... Nunca.
Thomas- Acho que é melhor descansar um pouco.
Dirijo-me ao meu quarto e, depois de alguns minutos, adormeço.
---
Depois de um tempo, ouço a campainha tocar e verifico o relógio: 5:30.
Thomas- Deve ser ela. — Levanto-me apressadamente, verifico se não há nada na minha boca e desço as escadas.
Ao abrir a porta:
Thomas- Olá.
Emma- Boa tarde.
Emma- Cheguei em um momento ruim? O senhor parece cansado...
Thomas- Não, imagina, pode entrar.
Dou um sorriso para ela, tentando esconder minha ansiedade.
Emma- Com licença.
Thomas- Sua bolsa está pesada?
Emma- Hã?
Thomas- Sua bolsa, precisa de ajuda?
Emma- Ah, não, não precisa se incomodar.
Ela parecia chocada com minha pergunta.
Thomas- Bem, se você diz...
Um silêncio desconfortável se instala.
Thomas- Ah! Acho que não comentei... vamos viajar para o Rio de Janeiro!
Ela pareceu surpresa.
Emma- Para o Rio? — ela fala animada.
Thomas- Estás Surpreendida?
Emma- Um pouco! Nunca estive lá.
Thomas- Já fui dezenas de vezes; para mim é sempre a mesma chatice.
Ela desvia o olhar para o chão, visivelmente desapontada.
Thomas- Bem... vou te levar para o quarto.
Emma- O quê?
Nos encaramos por alguns segundos intensos.
Thomas- Quero dizer... vou te mostrar o quarto...
Meu coração acelera.
Emma- Ah, claro, senhor.
Subimos as escadas e chegamos ao quarto onde ela ia dormir.
Thomas- Vou deixar você descansar. Se precisar... — Paro de falar abruptamente.
Sinto minha insegurança crescer.
Thomas- Com licença.
Vejo-a entrando e vou para o meu quarto.
Fecho a porta e me encosto contra ela.
Thomas- Por que estou tão nervoso?
Olho para a porta do quarto dela.
Thomas- Ela sorriu...
Sinto meu coração disparar novamente.
Thomas- Ahh, o seu cheiro...
Percebo o que estava fazendo e me esforço para me acalmar.
Thomas- Seu perfume é horrível...
Um momento de clareza me atinge.
*De repente, meu celular começa a tocar.*
Ligação📲
Thomas- Oi pai. — Atendo relutantemente
Uma voz familiar vem do outro lado da linha.
— Finalmente me atendeu! Já estava pensando em ir à sua casa.
Thomas- Não, não precisa vir até aqui. O que você precisa?
— Conheci uma jovem que tem a mesma idade que você, e ela é muito bonita.
Thomas- Então por que não se casa com ela?
— Porque ela se interessou por você!
Thomas- Por mim?
Saio do quarto e encosto na parede.
Thomas- Quantas vezes terei que dizer que não quero me casar?
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