"Lembrando que essa é uma história fictícia e apesar existir coisas reais, algumas foram inclusas apenas para complementar a história"
***A três meses atrás***
Meu nome é Giulia Souza Moore tenho 19 anos, minha mãe é Janaina Souza, uma brasileira e meu Pai Steven é americano além de fuzileiro, apesar de ter nascido aqui nunca me adaptei a esse lugar, minha vontade sempre foi morar no Brasil.
Sempre escutei as coisas que minha mãe falava e sonhava com o dia que pudesse conhecer esse lugar que parecia tão lindo.
** Giulia**
Desde os cinco anos fiz aulas de balé e depois comecei a frequentar outras modalidades de dança, pois meu sonho sempre foi dar aulas de dança para crianças.
Como meu pai era fuzileiro, insistia em me ensinar a atirar, eu não curtia muito mais, não custava nada agradá-lo um pouco, né? Já que ele fazia muito das minhas vontades.
Mas um dia os dois resolveram sair para fazer um passeio, eu não quis acompanhá-los, preferi ficar em casa, e no final do dia recebi a notícia que os dois haviam sofrido um acidente, eu estava sozinha. E pela primeira vez tive que tomar uma decisão que mudaria toda minha vida.
Após dois meses, liguei para minha tia que morava em São Paulo para saber se poderia ficar uns dias com ela, com a ajuda do nosso gerente e amigo abri uma conta no banco, transferi o dinheiro para o Brasil, não era muito, mas era o suficiente para me manter por um tempo.
E foi nesse dia que descobri que meus pais haviam feito aquela viagem para conseguir a vaga na escola que eu tanto desejava estudar para me fazer uma surpresa e aquilo realmente me fez sentir muito mal. Eles sempre fizeram o melhor por mim, e por minha causa eu acabei os perdendo, E agora eu precisava correr atrás do meu sonho para que a morte deles não fosse em vão e com certeza não seria.
Eu estava indo para uma vida nova, numa cidade totalmente desconhecida, mas uma coisa eu tinha em mente, nada faria eu mudar de ideia, eu iria continuar a estudar balé e ensinar aulas de dança para outras pessoas.
Depois de algumas horas de voo cheguei no aeroporto de guarulhos, estava totalmente perdida, mas logo escutei alguém me chamar.
- Giulia?
Olhei para todos os lados e logo avistei minha tinha Vivian.
Gulia: Tia!
Vivian: Oi filha, que saudades. Uma pena a gente ter que se encontrar nessas condições né?
Giulia: Saudades também, tia, realmente a senhora tem razão, mas vai se fazer o que não é?
Vivian: Me perdoa, não poder ir ao velório, mas como sabe não tenho condições, e me separei de seu tio e o Ricardo depois de conto.
Giulia: Isso, não tem problema tia, está tudo bem.
Vivian: Vamos para casa, você deve estar cansada né?
Giulia: Tia, prometo que será só por alguns dias até eu conseguir um trabalho e um lugar para ficar tudo bem?
Vivian: Não se preocupe com isso, fique o tempo que precisar, sobre o emprego, acho que posso te ajudar, mas em casa conversamos, como foi de viagem?
Giulia: Foi tranquilo, só estou um pouco cansada.
Durante o trajeto eu observava a cidade, era muito diferente do que estava acostumada, mas sentia dentro de mim, ao mesmo tempo um medo também esperança. Passamos por um local cheio de casas bem grudadas umas as outras, pessoas com umas roupas esquisitas, olhei para minha tia e logo ela me explicou.
Vivian: Não se assuste filha isso é a uma grande comunidade aqui chamada Heliópolis. Tem muito bandido mas também muita gente boa.
Demoramos um certo tempo mas logo chegamos, minha tia morava num bairro chamado Ipiranga, a casa era bem simples, eu realmente estava bem cansada, apenas queria tomar um banho e dormir. O marido dela ainda não tinha chegado, então ela me mostrou um quanto bem pequeno com apenas uma cama de solteiro e uma comoda.
Acomodei minhas coisas, peguei um pijama, tomei um banho e dormi, pois amanhã seria um novo dia.....
Meu nome é Rodrigo, tenho 29 anos, mais conhecido como Verdade, fui batizado pelo primeiro comando da capital como irmão e responsável pela comunidade de Heliópolis.
Verdade
Estou nessa vida desde os meus 14 anos, meu irmão era um viciado, nossa casa foi denunciada como barraco bomba e ele acabou preso, como sempre fui muito inteligente na escola, acabei me oferecendo para ajudar o grupo, comecei sendo aviãozinho, depois comecei a vender as drogas, depois fui para a contabilidade, tomei gosto pelo crime, me formei administração graças a facção e graças as minhas ideias conseguimos dobrar os lucros da organização.
Hoje sob meu comando tenho seis olheiros e um disciplina, tudo que acontece aqui na comunidade passa por mim e no final eu tomo a decisão como uma espécie de juiz.
Nunca me envolvi com nenhuma mulher pois tenho a que eu quiser, basta estalar os dedos e elas vem correndo, essa é a vantagem de ser o dono da porra toda.
O que mais dá trabalho é cuidar dos pontos de drogas, o que tem de nóia devendo não está escrito, fora as pessoas que pedem dinheiro emprestado e depois não pagam, mas aqui não damos moleza não, fazemos a contabilidade todos os dias e coloco os moleques para cobrar geral sem dó. Para isso tenho um homem de confiança em cada um deles.
Aqui a gente impõe nossa própria lei, senão vira uma verdadeira bagunça, existe muito empresário louco para investir dinheiro em outras palavras "lavagem de dinheiro" com isso a gente consegue as apoios culturais e cursos profissionalizantes para a garotada.
Aqui na comunidade temos tudo, escola, creche e posto médico 24 h.
Quase todos os finais de semana temos os bailes para a diversão, afinal de contas somos todos filhos de Deus.
Fora isso tenho minha irmã Jessica que se envolveu com meu disciplina Zoio então preciso estar sempre de olho nesses dois.
Zoio: E aí chefia, tô vazando morô?
Verdade: O Zoio, tá ligado que se vacilar com minha irmã tu tá ferrado né? Seu pau no cú.
Zoio: Que isso chefia, sabe que tô ligadão na dela.
Verdade: Acho bom mesmo.
Zoio: Falando nisso, tá sabendo que a associação vai contratar uma professora nova?
Verdade: E para quê isso? Já não tem um monte lá?
Zoio: Professora de balé, mas ainda estão vendo sobre a verba, com a questão do espaço. Pelo que me parece o espaço é pequeno.
Verdade: Tomara que dessa vez seja uma bem gostosa kkkk
Depois que todos iam embora eu sempre dava um tempo, revia os livros, conferia os valores, pois sempre Sabrina uma das piranhas da vila passada por lá, a gente dava uma boa trepada, não tinha compromisso mas a mina mandava bem, sem contar que era boa no boquete e isso me relaxava.
Sabrina: Poxa Verdade, já faz mô tempão que a gente fica nessa.
Verdade: E o que tem?
Sabrina: Bem, quem que tu podia me assumir né?
Verdade: Tá loka, eu assumir puta, onde isso?
Sabrina: Também, não precisa ser grosso assim.
***De volta a narradora***
Verdade: Vai se fuder, Sabrina. Não sou homem, de me marrar em mulher não, ainda mais uma puta como tu, nem preciso disso. Está para nascer a mulher que vai colocar cabresto em mim, eu heim. Quer saber, acho melhor tu vazar, tenho mais o que fazer.
Como era tarde, Verdade nunca saia sozinho, sempre saia acompanhado de seus seguranças, sempre duas motos com dois caras armados, assim que ele chegava em casa eles iam embora e só retornavam no outro dia na frente ficavam apenas dois.
Sua mãe Cristina ficava angustiada até o filho chegar todos os dias.
Cristina: Ai graças a Deus filho que chegou.
Verdade: Mãe, você já deveria ter se acostumado com isso. O pai passou a vida assim já sabe como é.
Cristina: Por isso mesmo, seu pai morreu exatamente por causa dessa vida de merda, e ainda acha que vou me acostumar com essa vida que você leva Rodrigo? Anda vai tomar um banho para jantar.
No dia seguinte, Giulia levanta logo cedo, toma um café da manhã, pega a mochila e avisa a sua tia que vai sair para procurar emprego.
Vivian: Mas filha você nem chegou, nem conhece a cidade direito, sai desse jeito pode acabar se perdendo por aí.
Giulia: Tia, eu preciso voltar para minhas aulas urgentes, olhei na internet vi que tem uma escola por aqui perto, mas não posso usar todo meu dinheiro né, além disso preciso procurar um local para morar. Faz assim eu vou salvar seu endereço aqui, qualquer coisa peço um uber, não é assim que vocês fazem aqui?
Vivian: É, até que você é bem esperta heim? Por que não fica aqui conosco até se firmar no emprego sei lá?
Giulia: Não, tia, eu preciso aprender a me cuidar e uma hora vou precisar fazer isso né? Então vou indo, me deseje sorte.
Nesse momento quem entra na cozinha é Ricardo, marido de Vivian, que ao ver Giulia fica encantado com a menina, principalmente pelos belos olhos azuis que nem ao menos disfarça, causando um grande desconforto em ambas.
Ricardo: Uau que gatinha, essa que é sua sobrinha Vivian? Não me disse que era tão gostosinha assim?
Vivian: Ricardo, pelo amor de Deus isso é jeito de falar com as pessoas? Desculpa Giulia, esse é Ricardo meu atual marido.
Giulia: Bom, prazer, Ricardo, como disse, estou indo tia.
Vivian: Está bom, filha qualquer coisa me liga.
Assim que Giulia sai, Vivian, irritadíssima com Ricardo, claro vai para cima dele cobrando respeito, mas não esperava dele uma reação grosseira.
Vivian: Ricardo, acho bom você respeitar minha sobrinha ouviu, não vou permitir que você faça esse tipo de coisa…
Mas ele se levanta indo para cima dela segurando seus braços e a encosta na parede a surpreendendo e a deixando completamente assustada.
Ricardo: Pois Fique sabendo que se ela morar embaixo do meu teto vai fazer exatamente o que eu mandar entendeu? E você também, não venha querer levantar a voz para mim, não porque aqui quem manda nessa porra sou eu.
Em seguida, Ricardo se levanta e sai, deixando Vivian apreensiva e apavorada, como ela poderia proteger a própria sobrinha, sabendo que Ricardo também seria um perigo para ela.
Enquanto isso, na rua, Giulia andava em busca de oportunidade de qualquer tipo de emprego, o mais modesto que fosse, passou em frente a Heliópolis e viu alguns rapazes com armas penduradas no pescoço e eles a encaravam, ficou curiosa para entrar mas ao mesmo tempo com medo e resolveu passar direto.
Já estava cansada de tanto andar resolveu sentar numa praça, logo uma moça se aproximou, Giulia quase sem ar se dirigiu a ela.
Giulia: Moça? Por favor, será que pode me ajudar? Acho que estou perdida. Me desculpe, meu nome é Giulia.
— O meu é Jessica, prazer Giulia.
Giulia: Sério, não aguento mais andar rsrsrsrs, sabe onde posso comprar água, refrigerante, alguma coisa?
Jessica: Vem comigo.
Jessica vai caminhando e pelo que Giulia vê para dentro de Heliópolis, mas logo ela para e Jessica olha para trás.
Jessica: Algum problema?
Giulia se aproxima dela e fala ao seu ouvido.
Giulia: Minha tia disse que aí tem bandido.
Jessica: Tem sim kkkkk mas tem gente boa também, pode vir estando comigo, nada mal vai te acontecer, eu moro aqui também.
Então elas caminham e Giulia claro vai andando e observando tudo ao ser redor, fica surpresa com tudo que vê até chegarem numa lanchonete, onde Jessica pede refrigerante e açaí.
Jessica: Você não é daqui né?
Giulia: Não, cheguei dos Estado Unidos tem dois dias rsrsrs
Jessica: E fala tão bem português?
Giulia: Minha mãe era brasileira.
Jessica: Está fazendo o que aqui?
Giulia: Preciso arrumar emprego urgente.
Jessica: Pelo que sei, a Dona Aurora está precisando de uma pessoa para ajudá-la a servir as mesas.
Giulia: Sério? Você pode me levar lá?
Jessica: Ela é dona de uma restaurante do outro lado da avenida, se quiser amanhã te levo lá.
Giulia: Quero sim.
Giulia olha para o relógio, já era tarde, se levanta de pressa, se despede de Jessica e trocam numero de telefone.
Giulia: Me desculpa Jessica, mas preciso ir, tenho que fazer minha matrícula, não posso me atrasar, a escola fecha daqui a pouco, amanhã nos vemos, então blz?
Jessica: Combinado, até!
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