Oliver Almeida, um homem de meia idade, que se importa com a mídia, bem-sucedido e estiloso; porém parece que a sua descendência não liga muito para isso.
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Bia é uma jovem que acabou de completar dezoito anos. Sempre foi considerada a 'ovelha perdida' da família. Às vezes os simples fatos de você não se enquadrar em um padrão que foi criado e questionar o porquê dele existe faz você se tornar um membro morto em uma família.
O seu corpo era esbelto e a sua pele lisa e bronzeada; porém, era sempre escondida por baixo de panos e panos, por isso muitos duvidavam da sua sexualidade, causando ainda mais raiva no seu avô preconceituoso. Embora na mídia Oliver se mostrava aberto para minorias fazendo até uma linha de maquiagem cintilante inédita com a participação de alguns negros e uns dois gays, em compensação de noventa por cento das modelos loiras, ele por trás das câmeras e no famoso "off" não curtia muito nada disso.
Sabendo disso, Bia ficava mais energética de afrontar o preconceito de seu avô e ainda se afastar dos pretendentes que arrumavam pra ela.
No fundo, Beatriz amava ver o seu patriarca se corroer de raiva. Isso era agradável.
Ela tem um gênio forte e não é para qualquer pessoa que ela abaixa a cabeça, nem mesmo seu avô!
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- Bia... Bia acorda!!!- Clarice entra no quarto com um alvoroço gritando mais alto do que um feirante vendendo banana numa banca de domingo.
- hmm.. que? que que foi?- Bia, sua irmã responde sonolenta e tentando a todo custo não abrir os olhos para não perder o sono e continuar ali, fazendo o que mais gostava, dormir.
- Você sabe que horas são?!- questionou puxando sua coberta e fazendo uma corrente de luz natural que atravessava a janela do quarto bater na cara de sua irmã.
- Ahgh Clarice!! Que que tem? - Ela murmura tentando puxar a coberta de volta para si.
- O vovô vai vim hoje. Levanta.
- E o Kiko?
-Kiko?
- Kikoeutenhohaver com isso - Bia zomba.
- Idiota, não sei como eu caio nisso - indagou consigo mesma tentando abafar sua risada sem graça.
- Poisé, não quero ver nada e nem ninguém. Tô com sono, por favor se retire.
- Nem mesmo seu avô? - questionou ironicamente
- Meu avô preconceituoso que vive implicando comigo querendo me obrigar a namorar e se casar e acha que dinheiro é tudo?
Clarice revira os olhos.
- Vai Bia, ele está doente e mesmo assim veio de Nova York para cá nos ver. Esse pode ser a última vez que vejamos ele antes dele voltar. - Cogitou com pesar
Bia reflete por alguns segundos e bufa se sentando e puxando seus cabelos bagunçados com a mão para não espantar mais ainda sua irmã.
- Tá bom, tá bom! Mas fique sabendo que é só porque ele tá doente. - Ressaltou enquanto se levantava de sua confortável cama box.
- Tá bom, só... - Clarice pausa por alguns instantes, analisando sua irmã de cima a baixo. - se puder usar roupas mais sociais. O vovô não curte muito esse seu estilo.
Bia indaga.
- oxi, eu não tô na minha casa?
-Beatriz... - Clarice inspira não querer inicia logo cedo uma discussão por motivo bobo com sua irmã. Isso sua mãe já sabia fazer muito bem e não precisava de ajudante.
- ok, ok.
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O Sr.. Oliver com o seu terno Giorgio Armanina cor azul-marinho numa elegância acompanhada por seu perfume Bleu de Chanel que corria antes mesmo dele chegar aos lugares, nunca se imaginou com uma bengala servindo-lhe de acessório extra, mas via que era necessário.
Ele chega até a casa do seu filho, Léo, pai de Clarice, Beatriz e Luísa no seu Aston Martin preto, um carro bem humilde no valor de 3,6 milhões de reais, e seu motorista, Cesar, um senhor de meia idade sai para abrir a porta do veículo para que seu patrão saísse em segurança. Logo, um guarda costa que sentava no banco carona também sai do automóvel e se posiciona atrás do Ceo que respira fundo encarando a residência de seu filho.
Léo embora tentasse não ser tão ganancioso. Digamos tentar porque deve ser muito difícil ser um poço de humildade e se sentar com os pobres quando se tem um pai rico e é casado com uma mulher extremamente ambiciosa.
Carolina, mãe das meninas, sempre almejava chegar no êxtase do luxo e da grandeza financeira. Talvez para compensar toda a dificuldade financeira que já passou na vida, Carolina tentava repor o seu vazio com joias, viagens, Lamborghini, Ferraris e tudo que lhe desse o direito de riqueza e ostentação.
.Ela também não curte o estilo de sua filha. Para ela era estranho ver a princesa que ela criou não ser nada da forma que ela imaginou que a jovem seria agora. Isso também alimentava o ensinamento que a tia de Carolina ensinou para ela e ela tentou ensinar a suas filhas, que esse estilo não era adequado por não ter "feminilidade para encontrar um bom pretendente" pois segundo Carolina, homens renomados e de "boa índole" não iriam querer levar uma "Maria Macho" para ser apresentada como esposa para a sociedade.
Porém Bia não se importa. Lógico que ouvir essas asneiras deixava ela irritada de vez em quando e sua língua afiada fazia igual um chicote: Plac Plac!
Mas ela não vai mudar o seu jeito e a sua forma de poder se expressar para agradar ninguém. A mídia, seu avô, seus pais, nada vai mudar ela. Ah, e sobre relacionamentos, Bia ainda era jovem e não tinha motivos nenhum para casar... Se bem que mesmo se houvesse M motivos para ela cogitar se relacionar com alguém, isso morreria logo, pois Bia não quer nem sequer flertar com um cara... ou uma mulher.
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— Olá, vovô. Como anda? — Bia se aproxima com sarcasmo e os seus olhos examinam a bengala nas mãos do mais velho — Ah, não andam direito. Sinto muito - o deboche na voz dela deixava tudo mais pesado.
(Descrição do estilo de roupa usado pela personagem citada)
Oliver arregala os olhos entendendo de primeira a brincadeira nada engraçada - ou talvez um poucda sua sua neta nada adorável.
- Beatriz, Beatriz. Você...
- Vovó... você também está lindo. Gostoso como sempre. - debochou dando leves palmadas no ombro dele
Seu pai, Léo, se achega para mais perto dos dois e para evitar um confronto pela frente com direito a gritos e acusações fora de hora, estende um convite ao seu pai.
- Pai, vamos entrar. - ele olha para Bia com um olhar de reprovação se mostrando nada alegre com as brincadeirinhas dela.
Os três caminham pelo corredor da mansão com um trilho de riacho ao lado e o solo na cor marfim, cor essa escolhida a dedo por Laian, irmão de Léo que era designer, e entram na sala um cômodo grande e repleto de móveis e um armário transparente coberto de cima a baixo de taças de vinho, champanhe e mais. Léo e Oliver se sentam no grande sofá luxuoso, tom pastel que se situa entre o branco e o marrom; localizado no centro do espaçoso cômodo.
Carolina toma a palavra para si quando nota a presença do seu sogro, que nunca foi com a cara dela por acha-la uma oportunista interesseira que se aproveitou da carência de Leonardo para se dar bem -se bem…
- Bom, ao que devemos a sua ilustríssima presença, meu sogro querido?
Oliver a olha com desdenho para a mulher de cabelos avermelhados e vestido verde justo ao corpo e, a ignorando, olha para Léo.
- Filho, eu vim aqui me... - suspirou como se falar isso fosse um fardo para ele - me despedir. Vou morar definitivamente em Nova York.
Bia bufa e indaga sarcasticamente quando ouve algo tão sem emoção e surpresa nenhuma. Aquilo era tão entendiante para ela.
- Mas tu já não morava lá? Passava mais tempo lá do que aqui.
- Negócios Beatriz...negócios. Se algum dia você tomar juízo e mudar de atitude, você saberá disso.
- Xiih, vai começar de novo?
- Olha você tem tudo de mão beijada, não sabe como lidar com dinheiro. - começou a se exaltar.
- Eu não tenho culpa de nascer nessa maravilha de família, fui o espermatozóide mais rápido, então sim, eu sei lidar com negócios. - debochou com sua sombrancelha arqueada e seus braços cruzados. A rebeldia dela tirava qualquer um do sério, e isso não era motivo de se orgulhar, mas se destacar.
- Ok Beatriz, não vim aqui discutir com você.
- Eu sei, veio aqui pra se "despedir" - ela inclinou seus dedos como se toda essa cena fosse um farsa no seu ponto de vista - Não sei pra que tudo isso.
- Eu vim aqui porque pretendo não voltar por tão cedo - justificou ele mesmo sem se importar com o que Bia pensava ou deixava de pensar.
Clarice, a neta exemplar, do outro lado da sala só observava a ousadia da sua irmã e a reação do seu avô enquanto a isso. Sempre tentando ver o lado bom da vida e com sua simpatia e alegria, ela tentava acalmar as situações, exceto quando se tratava de Bia e seu avô, quando era sobre os dois ela somente se sentava e assistia aos conflitos.
Luísa, a cópia mais nova da sua mãe, achava a afronta de sua irmã do meio uma forma vulgar e deselegante de agir. Com um olhar sedutor demais para uma garota de quinze anos, uma perna cruzada sobre a outra e vendo se a sua unha não estava com o esmalte azul água descascando, Luísa só tentava focar em ser totalmente diferente de sua irmã.
Deus é mais, parecer com ela.
- Beatriz, é melhor parar - Léo pediu, mas não como se fosse um pedido, mas sim um chega para lá e um cala boca para ela.
Mesmo que o clima não estava nada contente para ela, Bia tentou fingir se importar de ser uma família bacana por pelo menos um dia. Não estou falando que ela com a sua com a sua família e bateu altos papos divertidos. Não. A colaboração de Bia foi se manter em silêncio enquanto os outros iam conversando e ela ficava assistindo. O máximo de interação dela era rir quando eles diziam algo sério ou desdenhar com os olhos e em silêncio quando comentavam sobre projetos, trabalho e futuro.
- Vou indo. - Oliver se levanta do sofá e, mesmo com um pouco de dificuldade, fica de pé novamente.
Léo questiona
- Mas já?
- Sim, tenho que ir. - ele ajeita seu terno abotoando os botões.
- Tchau vô, não me leve a mal viu. - Beatriz sorri ironicamente
Ele revira os olhos
- Você é extremamente chata.
Ela abre ainda mais seu sorriso
- Também te adoro, vovô.
Oliver da uma breve despedida e vai embora.
Estava frio, caia um leve garoa rasa e a sensação térmica era de 15°c.
Beatriz se levanta, mais ou menos meio-dia, e faz a sua higiene pessoal. A jovem não é muito afim de acordar cedo, então para ela era apenas mais um dia comum. Não precisava trabalhar e já tinha acabado os estudos em seu colégio privado perto de sua casa, então agora era só alegria pra ela.
Ela desceu até a cozinha e lá estava Carlotta, a funcionária da casa, levando alguns pratos brancos de porcelana enquanto o almoço cozinhava. Carlotta tinha mais ou menos uns cinquenta anos. Cuidadosa e zelosa, ela cuidava da família de Beatriz como se fosse sua própria família, e tratava Bia como se fosse sua filha que nunca teve.
(Descrição da roupa/ estilo utilizado pela personagem citada.)
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— Bom dia fofa, comida está cheirosa, hein. - Bia cumprimentou na maior naturalidade como se o fato de acordar na hora do almoço todos os dias fosse tranquilo. Enquanto pegava uma maçã da fruteira em cima da mesma, esfregava na t-shirt ela mordia saboreando a fruta.
— bom dia?- indagou Carlotta - É boa tarde já Bia.- falou ela com a sua voz fina e suave como sempre de costume.
— Eu sei disso, mas você sabe que para mim o dia está começando agora, né? - afirmou balançando os seus ombros e dando outra mordida na fruta
— Eu sei amorzinho, mas você tem que começar a se levantar mais cedo. Criar maturidade. - Carlotta se importava com Bia e tinha se tornado praticamente uma mãe para a jovem. Já que Carolina não se importava e muitas vezes nem via o horário que sua família acordava por sair cedo de casa, Carlotta fazia isso.
- ihh, vai querer roubar o lugar do meu avô agora, é?
- Não, mas saiba que isso vai te afetar mais para frente. - ela demonstra está realmente preocupada com Bia.
- Tá, mas eu vou acordar cedo para que? - falou enquanto apreciava o sabor da maçã a qual comia que parecia bem suculenta para a jovem faminta.
— Sair, aproveitar a vida, ficar mais tempo com os seus pais...
— Deus me livre - bradou interrompendo - Para minha mãe querer ficar arrumando homem para mim toda a hora? Não, obrigada dispenso.
- Ah Bia. - suspirou - utiliza esse tempo para curtir mais sua juventude menina.
Bia sorri de canto, deixando essas palavras entrar por um ouvido e sair pelo outro.
- Tá bom Carlotta, vou tentar.
Mas era mentira.
Bia odiava sair de casa, e quando saia, sempre aparecia em brigas e confusões.
Logo em seguida ela sobe para o seu quarto novamente se joga com tudo sobre o colchão confortável de sua cama King e põe seus fones sem fio no ouvido escutando músicas de seu estilo através de seu Galaxy S23 Ultra, um celular que ganhou de seu pai
Cantores como James Arthur, Billie Eilish e Zoe Wees dominavam sua playlist musical.
Ela se perde no seus pensamentos ouvindo suas canções, deitada sobre sua cama com a mão sobre seu peito e seus olhos, castanhos claros, fechados ela se desliga das coisas do seu interior. Tudo some e apenas imaginações sem sentido estão ao lado dela.
Mas de repente Clarice bate na porta desesperadamente.
- Bia! - Ela grita chamando pelo nome de sua irmã, estática, os brados agudos de Clarice era como se Rihanna tivesse acabado de lançado um álbum.
Bia se levanta confusa.
- O que foi Clarice?
- O vovô...o vovô....ele morreu!!! - Ela revela a notícia assim, na cara dura, sem nem mesmo uma cerimônia. Talvez para contar algo, principalmente se fosse uma notícia ruim, Clarice era a pessoa menos indicada para isso.
- O quê?!- Bia exclama, com os olhos arregalados não acreditando no que acabou de ouvir.
É alguma piada? Hoje é primeiro de Abril?
Mesmo se fosse primeiro de Abril e não vinte e dois de março, isso não era algo para se dizer nem de brincadeira.
Mas estava estampado na cara de Clarice que isso não era brincadeira e nem um blefe. Quem é que acordar um dia de repente pensando: vou trolar todo mundo dizendo que meu avô está morto?
- Sim... o papai está te chamando. - sua voz nervosa e trêmula entregava a verdade e a sinceridade sobre todo o ocorrido.
Ela se levanta ainda incrédula, tira o fone de seus ouvidos colocando-os em cima da cama e foi o mais rápido de encontro com os restante da família que a aguardava no escritório de seu pai.
Bia chega lá, mas por um motivo bem conhecido, somente seu pai se mostra entristecido. Clarice estava surpresa e nervosa como qualquer neta ficaria, Léo triste e desolado por perder seu pai dessa maneira, para uma doença que estava sendo tratada e sua mãe ansiosa pela herança que seria distribuída, mas tentando evitar ao máximo demostrar isso, por mais que seus olhos gritavam para ler o testamento.
Bia aproximou-se ainda extasiada, e com os olhos cabisbaixo o questionou:
- É verdade isso, é verdade que o Oliver morreu?
Seu pai segura em seu ombro e a jovem pode sentir a mão dele tremer levemente como se estivesse se controlando para não cobrir seus olhos que cairiam aos prantos.
- Sim filha, infelizmente é verdade, ele não...está mais entre nós.
Bia se afasta para trás surpresa.
-A gente não se dava bem, mas... fico meio confusa sobre a partida recente dele. Ele veio aqui semana passada e agora ele morreu?
- Pois é filha, por isso que temos que valorizar cada momento, porque cada momento é único - afirmou.
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.Quando se passou se mais ou menos 3 horas já estava tudo pronto para o funeral. Como ele era um homem importante e querendo ou não sua morte no fundo já era de se esperar por conta da resposta lenta que o corpo dela dava ao tratamento, seus acessores e auxiliares organizaram o velório contatando o cemitério mais luxuoso e seguro que há no Brasil, o cemitério São João Batista. Embora o real desejo do homem seria ser enterrado no Père-Lachaise em Paris, tudo isso pegou a todos de surpresa, então não tiveram muita escolha.
Beatriz desceu do seu quarto, ainda pensativa e no fundo extasiada com a partida de seu avô, já pronta para ir para o sepultamento e Luísa já revirou os olhos.
Ela então os olhos de cima a baixo e prossegue
- está frio oxi, se quiser eu nem vou.- retrucou
Sua mãe, Carolina, com um perfume olfativo de aroma impregnante, achegou-se com uma Black Baccara em mãos, uma flor rosa negra, típica para funerais.
- Tá tudo bem querida, vamos logo.
A mulher de belas curvas e largo quadril vestia um vestido preto, mas não tão bom para a ocasião. Super justo e coladinho ela arrancaria toda tensão do velório.
- É querida mamãe, também nem daria para você reclamar da minha roupa né. - Beatriz falou encarando de cima a baixo.
Seguiram todos os parentes, sócios e amigos de Oliver até seu sepultamento.
Do lado de fora, haviam alguns repórteres e paparazzis tirando fotos e comentando sobre a morte repentina de um dos grandes CEO's nacionais e internacionais.
Bia evita ao máximo aparecer em fotos e vídeos feitos pelos importunos; mas era quase difícil.
Sua mãe pelo ao contrário, fazia um rosto triste mas deixava- o a mostra para aparecer ao máximo na mídia, como a nora chateada pelo morte de seu querido e adorável sogro.
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Depois, quando eram aproximadamente nove horas da noite, todos voltaram para suas casas. Alguns repórteres questionavam a causa da morte do avô de Bia, mas nem mesmo Léo, seu filho, sabia o motivo da partida inesperada.
Ao chegarem em casa, Carolina mal entra e já questiona seu marido.
- Querido, e a partilha de bens?
Léo fica indignado.
- Carolina! Acabei de enterrar meu pai e você quer sabe do dinheiro?
- Você sabe como seu irmão é... ele vai pegar tudo Leonardo!
Léo suspira.
- Olha querida, amanhã nos vemos isso lá no cartório.
O semblante de Carolina se resplandece ao ouvir isso.
- Ah, já vão partir? Mais rápido do que eu imaginei amor!
Bia enquanto isso vê toda essa discussão e, já acostumada com o ego de sua mãe, ela sobe para o seu quarto e toma um banho gelado, embora fosse de noite e estivesse frio.
A água gelada cai por cima de seus cabelos ondulados pretos ,com algumas mechas roxas, e escorrem lentamente sobre seu corpo umedecendo sua pele clara e bronzeada.
Depois Beatriz desliga o chuveiro e se enrola sobre sua toalha preta de algodão.
Ela passa um creme corporal hidratante de lavanda com hortelã sobre seu corpo, penteia seus cabelos e logo veste seu pijama e se deita para dormir.
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Quando o dia seguinte amanhece está calor, diferente da manhã passada. Lá fora a sensação estava de 21° C.
Quem entra no quarto para chamar por Bia não é Clarice como de costume.
- Filhaaa!!!- Carolina entra eufórica no quarto gritando por Beatriz.
Bia acha estranho e fica confusa.
- Carolina? - falou com sua voz ainda falhada.
- vamos levantando amorzinho. - insistiu enquanto abria a janela e arreganhava as cortinas escuras.
- Pra quê?
- A gente vai ir receber a herança do seu avozinho querido meu bem.
- Meu Deus Carolina, você só pensa em dinheiro - Bia exclamou enquanto se sentava sobre a cama.
- chiuu, depois você reclama. Agora levanta e se arruma, bora!
Bia, então, aborrecida se levanta e vai ao banheiro lavar seu rosto com água fria.
Ela sai, vai até seu closet e separa a roupa a qual vai usar.
Beatriz toma seu banho e se veste.
(Descrição da roupa UTILIZADA PELA PERSONAGEM Citada)
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Ela desce e Clarice, Luísa, sua mãe e seu pai estão prontos para irem até o tribunal.
- Tá calor não? - sua mãe a questiona
Bia bufa e sai andando batendo os pés.
Eles entram no carro e chegam lá.
O advogado e o outro filho de Oliver estavam lá aguardando a chegada dos parentes.
- Bom dia- cumprimenta o advogado.
. Já irei direto até o ponto.
O senhor Oliver Albuquerque Garcia tinha um patrimônio de milhões de reais e dólares. O testamento não possui muitos detalhes. Ficará cerca de 70% dividido entre os dois filhos e os cinco netos; 20% ele optou de deixar exclusivamente para sua neta Beatriz Fernandes Albuquerque.
Todos, absolutamente todos arregalaram os seus olhos e ficaram chocados e surpresos.
Bia ficou também totalmente paralisada.
Seu avô e ela não se dava muito bem e isso a deixou totalmente confusa.
Por que ele deixaria 20% do seu patrimônio exclusivamente para ela?
O advogado então retoma a palavra e revela as condições impostas por Oliver.
-Bem, mas também não é assim. Sr. Oliver impôs uma cláusula que Sra. Beatriz só terá direito a essa parte da herança caso esteja casada, com uma união civil e estável.
Beatriz então começa a gargalhar descontroladamente.
- Esse véio me persegue até do outro lado.
Todos viram os seus olhos para ela e com olhar surpreso.
Sua mãe também com um grande ego e amor por dinheiro, se aproximou por ela abraçando com o seu braço por trás de pescoço Bia.
-Você tem noção do quanto é 20% de toda a herança que seu avô te deixou ? Pare de fazer chilique - sussurrou bem próximo do seu ouvido e depois se afastou, com um sorriso forçado em seus lábios cobertos pelo seu batom vermelho.
Beatriz percebe então a seriedade de tudo isso e questiona sobre se é verdade ou não ao advogado.
- Isso é sério? É piada não é?
O advogado então prossegue
-Não Senhorita, isso é totalmente verídico, o Senhor Oliver propôs uma cláusula que a senhorita tem que estar casada e, só conseguirá resgatar essa sua parte da herança após 6 meses da sua união no cívil.
Beatriz então anda de um lado para o outro desacreditada e começa a gaguejar.
-Não eu não vou me casar... eu nunca vou me casar nunca vou entrar num vestido de noiva.... nem uma igreja...para me casar.
A sua mãe então, se aproxima para lhe acalmar.
- Relaxa meu amor, você é de menor ainda, eu e seu pai podemos pegar...
- Eu tenho 18 anos Carolina, esqueceu? - exclamou - Quer saber, nem faço questão desse dinheiro. Pode ficar aí, pode dar para quem quiser, porque eu não vou cumprir essa cláusula, eu não vou me casar com ninguém.
Carolina arregala os olhos
- Beatriz!
Bia se vira e a olha irada.
- O que mamãe? Quer mais e mais dinheiro?
- cala a boca - ela a repreende sem graça olhando em volta.
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Beatriz tomada de fúria se retira da sala e caminha até o banheiro.
Carolina então tenta convencer Clarice de ir atrás dela até lá, e como Clarice gosta muito de sua mãe, a moça a obedece e vai ao encontro de sua irmã do meio.
Ela entra lá e vê Beatriz se olhando em frente ao espelho afirmando para si mesma que nunca vai se casar.
-nunca, nunca vou me casar. Deus me livre depender de homem para alguma coisa- afirmou consigo mesma.
Mas de repente, parou quando avistou Clarice atrás dela.
- Bia você tem que entender, você não é obrigada a se casar. Mas pensa, você vai receber 20% de toda a herança do vovô e você não precisa ficar casada para sempre, depois de 6 meses você pode separar e voltar a viver sua vida merda de sempre, mana.
Boas palavras.
Beatriz se aproxima totalmente atordoada.
- Eu não me importo com dinheiro Clarice você, a Carolina, o papai todo mundo tem que entender isso. Eu pouco me importo com dinheiro que vou receber, eu estou chateada porque ele sabe que eu não quero isso, sabia melhor dizendo, que ele tá morto agora, eu não quero me casar, eu não quero nem namorar você imagina me prender desse jeito. "
Clarice interrompe, pondo a mão em seu ombro.
- Tá bom Bia se você não quer tudo bem, mas pensa, a mamãe vai querer te colocar para fora de casa, você vai ficar com esse dinheiro aí que você vai receber, que pode até ser
muito, mas logo vai acabar e aí eu quero ver como é que você vai lidar com as coisas lá fora.
"Pensa bem nisso menina, você pode receber essa parte do vovô e morar fora em outro país e fazer sua vida, montar sua empresa sei lá! mas não faz essa burrada de negar receber essa parte.
Bia então reflete por alguns segundos na fala de sua irmã e toma finalmente a sua decisão.
- Quer saber, você tem razão eu não posso perder 20% do patrimônio do meu avô que eu odiava e que ele me odiava por causa disso. Eu vou me casar, mas convicta do meu divórcio. Vou deixar os advogados prontos. Pela honra dele, vou mostrar que Beatriz Fernandes, nunca... mas nunca vai ficar com ninguém.
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