Helena tem 19 anos, uma estudante de arquitetura, linda e muito gentil, ela é filha do capo da máfia francesa, nasceu em berço de ouro, porém é destratada em sua própria casa e justo por aqueles que deveriam lhe dar amor.
(Helena Sales)
Daniel Medina de 25 anos, é formado em administração de empresas e é o CEO do grupo Medina, um gigante no ramo de construção civil e atua em várias outras áreas, fazendo com que o grupo seja um dos mais importantes da França
(Daniel Medina)
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__Onde está a feiosa desfigurada?-Perguntou um homem de voz grossa e assustadora.
Essas palavras ecoaram na mente de Helena, ouvir aquelas palavras horríveis realmente doeu, principalmente por ter saído da boca de seu próprio pai.
__Estou aqui senhor Elias-falou Helena chegando de repente.
Elias é o pai de Helena, uma linda jovem de 19 anos, mas ele tem vergonha de ser o pai dela porque Helena nasceu com uma grande cicatriz na testa,"aff que nojo", pensou Elias ao ver o rosto de Helena.
Elias tem 50 anos, é um homem frio e sem coração, ele é o capo da máfia francesa, um homem sem escrúpulos e que tem o prazer de ferir as pessoas, mas por quê ferir a sua própria filha? Helena não entende, na verdade ela nunca será capaz de entender tal coisa.
Ao constatar a presença de Helena na grande sala, Elias virou o rosto evitando olhar para a jovem enquanto apontava para o sofá, ele queria que Helena sentasse.
Muito receosa e sabendo do nojo que causa em seus pais, Helena sentou-se bem longe do casal Sales.
Após estarem acomodados, Elias temperou a garganta e logo falou:
__Você vai se casar em algumas semanas-disse o mais velho sem nenhuma emoção.
Vendo que Helena já estava chorando em modo silencioso, Elias deu um sorriso de zombaria e logo falou:
__Bem, nem adianta me perguntar quem é o louco porque eu não saberia te dizer, na verdade eu vou dar você como pagamento de uma dívida, não faz sentido eu dar o meu dinheiro suado tendo você como moeda de troca-Disse Elias e logo sorriu e a sua esposa fez o mesmo.
Nesse momento Helena sentiu uma pontada no coração, aquele casal a sua frente eram as pessoas que ela mais amava nessa vida, no entanto eles só sabem rir da cara dela.
__Mamãe, eu não quero me casar com um desconhecido, por favor me ajude-suplicou Helena enquanto olhava com esperança para sua mãe Consuelo.
A mais velha piscou para Helena e sorrindo ela logo falou:
__A decisão já está tomada, agora pensa pelo lado o bom: você não vai morrer virgem kkk.
__É só cobrir o rosto dela e o velho faz o serviço, embora eu ache que ele nem levanta mais-completou Elias e logo sorriu descontroladamente.
Estando ali presenciando aquele espetáculo de zombaria, Helena se sentiu desconfortável e por um momento teve vontade de morrer.
"Se a família e os amigos dão sentido a vida de uma pessoa, qual sentido tem a minha vida se eu não tenho amigos e a minha família me odeia?"Helena refletiu mentalmente enquanto olhava fixamente para os seus pais.
Vendo a filha em silêncio, Elias achou que Helena já tivesse aceitado a ideia do casamento, então ele logo começou a dar os detalhes da cerimônia.
O noivo é um homem misterioso, é o CEO do grupo Medina, um gigante no ramo de automóveis de luxo, é só isso que Elias sabe, ninguém sabia quem era ele, mas a conversar anda solta, as más línguas diziam que o tal senhor Medina é um velho ranzinza e ainda possui uma grande enfermidade.
O casal Sales não fez questão de esconder nenhuma informação e a cada palavra dita pelo casal deixava Helena ainda mais assustada.
__Papai, ser..
__Já disse para não me chamar de pai, eu sou o senhor Elias para você-interrompeu Elias fazendo Helena perder completamente as esperanças de um dias conquistar o amor de seus pais.
__Senhor Elias, eu quero saber se esse tal senhor Medina vai me deixar continuar com os meus estudos?-perguntou Helena enquanto esboçava um sorriso pequeno, “eu nunca vou casar com alguém indicado por você, tampouco pouco com um velho escroto “, pensou Helena enquanto aguardava uma resposta de seu pai.
Helena é uma estudante de arquitetura, uma aluna exemplar, na verdade ela usa a escola como refúgio, viver numa casa onde ninguém lhe suporta parece ser a sina de Helena.
Ouvindo aquelas palavras, Consuelo deu um longo suspiro e falou em seguida:
__Por que você ainda insiste em estudar? Você não cansa de nos fazer passar vergonha? Tomara que você se case logo e passe a carregar consigo o sobrenome Medina, daí os Sales ficam livres de você-disse a mais velha enquanto esboçava um sorriso de deboche.
Na semana passada, quando Helena voltava da faculdade ela foi atacada por um grupo de jovens, eles cortaram a franja que antes cobria a cicatriz em sua testa, “se vocês não fossem tão mesquinhos mandaria o motorista me levar e trazer todos os dias, ah lembrei, eu não sou nada para vocês", pensou Helena enquanto olhava com tristeza para a sua mãe.
Depois de conversar sobre assuntos relacionados ao bendito casamento, enfim Helena foi liberada por os seus pais, daí ela voltou para o seu quarto, ela fechou a porta, sentou-se em frente a uma penteadeira e se olhando no espelho ela logo começou a falar:
__Por causa disso a minha vida é um inferno, mas não vejo nada de mais, eu vejo apenas uma mancha meio avermelhada, nem sagra e nem fede, então por que todos tem nojo de mim?- se perguntou Helena enquanto acariciava sua testa, as lágrimas escorrem sem parar e nessa hora ela tomou uma decisão:
__Eu posso até morrer tentando, mas eu vou fugir desse maldito casamento, ah se vou-disse ela e logo secou às lágrimas já imaginando como irá fazer para fugir da mansão dos seus pais.
Já era noite, Helena ainda estava trancada no quarto, deitada de bruços e mexendo no celular, ela estava fazendo pesquisas de cidades próximas de Paris, quanto mais pequena melhor para Helena.
Amanhã é segunda-feira e o início das aulas traz novas esperanças,os pais de Helena, mesmo sendo muito ricos e sabendo que Helena pode correr algum risco de vida devido ao ofício do pai, mesmo assim eles permitem que Helena ande sempre sem proteção.
__O bom é que eu terei um dia inteiro para fugir desse inferno-falou Helena enquanto esboçava um sorriso esperançoso.
De repente Helena ouviu algumas batidas na porta, ela se levantou e logo abriu a porta, era Michele, a irmã mais nova de Elias.
___Boa noite tia, aconteceu alguma coisa-perguntou Helena enquanto olhava fixamente para Michelle, ela estar ali era verdadeiramente um milagre.
A mulher deu um sorriso falso e logo falou:
__Boa noite querida, os seus pais estão muito ocupados e me pediram para te acompanhar até o shopping para fazer umas comprinhas, você agora está de casamento marcado e precisa se vestir com roupas de qualidades-disse Michele e logo passou os seus dedos finos no vestido de Helena e em seguida limpou os dedos na cortina da janela, ela estava com nojo das roupas de Helena.
Helena continua a observando Michelle com curiosidade, até que Michele falou novamente:
__O problema é que eu tenho um compromisso inadiável e eu não posso ir com você, então você precisa ir sozinha, mas por favor não conte isso a ninguém-disse Michele e logo entregou um cartão a Helena.
__Fechado!-disse Helena e logo pegou o cartão.
No fundo Helena sabia que todos estavam evitando ir com ela, não por estarem ocupados e sim por terem vergonha.
“Depois não vão reclamar”, pensou Helena enquanto arquiteta um grande plano.
Michele saiu sorridente e logo Helena também saiu o do quarto e se dirigiu para a cozinha, ela não tinha permissão para comer à mesa na companhia de seu pais, então ela comia na cozinha, o seu lugar preferido.
__Boa noite senhorita Helena- falou Marta enquanto colocava um pouco de sopa no prato de Helena.
Sem dizer uma palavra Helena logo começou a comer, ela já estava acostumada com aquilo, mas como será viver sozinha? Será se ela encontrará alguém que a aceite e a ame de verdade algum dia? Essas perguntas ecoavam na mente de Helena.
Após terminar de comer, Helena ajudou a lavar a louça como de costume e logo foi para o seu quarto, após tomar um banho, Helena vestiu uma roupa leve, passou um pouco de perfume e daí se jogou na cama e pôs-se a pensar na vida.
Ela vasculhou as suas memórias procurando bons momentos com os seus pais, mas Helena falhou miseravelmente, Natal, aniversários, festas escolares, festas de fim de ano, todos esses momentos Helena passou sozinha, não foi por querer e, sim porque ela foi desprezada por seus pais a vida inteira.
__Se vocês não me amam, apenas me deixem ir-falou Helena enquanto olhava com tristeza para a tela do seu celular, onde havia uma foto de Elias e Consuelo.
Se sentindo sem esperanças, Helena não viu outra saída ao não ser fugir, embora Helena saiba que ela é muito odiada por os seus pais, ela ainda tem certeza de que terá dificuldades para se livrar do domínio de seu pai.
Lembrando de todos as humilhações vividas naquela mansão, Helena deixou escapar algumas lágrimas pesadas, e deitada na cama em posição fetal Helena chorou muito.
“Deus, por que o senhor permitiu que eu nascesse, se eu tenho meus pais, mas não posso chama-los de pai e mãe, se eu tenho vida e não posso viver, se sou um ser humano e no entanto sou tratada como um lixo pela minha própria família?
Já te pedi várias vezes que me ajudasse a conquistar o amor de meus pais, aluna estrela, campeã estadual de arquitetura juvenil, nada foi capaz de chamar a atenção dos meus pais, agora eu preciso de algo diferente, quero fugir desse inferno e que eu consiga seguir em frente e esquecer esse casal que só me humilhou”, ela refletiu mentalmente enquanto chorava sem vontade de parar.
Enquanto isso do outro lado da cidade, um lindo rapaz parece bastante agoniado, movido pela raiva que ele estava sentindo naquele momento, Daniel jogou o celular com força contra a parede fazendo um grande barulho.
Daniel é um jovem de 25 anos, ele é um CEO do grupo Medina e recentemente vem enfrentando problemas com o seu pai, que está doente e quer usar esse fato para obrigar o filho a constituir família.
Aquele barulho estridente vindo do interior do escritório, chamou a atenção de Hanna, sua secretária e também grande amiga.
__O que isso Daniel? Você está muito nervoso, beba um pouco de água-disse Hanna enquanto tentava uma aproximação com Daniel, mas o desejo não era recíproco.
__Saia, eu quero ficar sozinho-disse Daniel enquanto passava a mão pelos seu cabelos loiros tentando ficar calmo.
Vendo que estava sendo rude, Daniel sentou-se e logo começou a falar:
__O meu pai já resolveu tudo, eu vou me casar em algumas semanas Hanna, isso me parece o fim do poço. Eu sei que ele está doente e quer que eu construa uma família, mas eu não quero isso e também não quero machucar o meu pai, ele é tudo o que tenho-disse Daniel já com os olhos cheios de lágrimas.
O pai de Daniel, o senhor Guilherme Medina, possui um tumor inoperável no cérebro e quer que Daniel lhe dê um neto antes de sua partida, como Daniel não mostrou nem um interesse, então Guilherme arranjou a noiva, mas Daniel não viu graça nenhuma.
__Eu não sei nem o que dizer, mas se eu fosse você faria um esforço, você sabe que o senhor Guilherme abdicou de muita coisa por você, ele te criou sozinho e nunca te pediu nada em troca, até agora-falou Hanna e depois saiu deixando Daniel completamente perdido em pensamentos.
A mãe de Daniel morreu pouco depois do parto, desde então Guilherme tomou as rédeas da situação, cuidou de Daniel e sempre se esforçou para ser um bom pai.
Os pais de Guilherme morreram já faz alguns anos e a família da mãe de Daniel ninguém mais sabe notícias e sendo assim Daniel e Guilherme são os últimos integrantes da família Medina, pensando nisso Daniel deu um longo suspiro e com lágrimas nos olhos, ele pegou o telefone fixo e logo fez uma ligação para o seu pai, que atendeu a chamada rapidamente.
__Alô-disse o mais velho com uma vos fria talvez estivesse magoado.
__Oi papai, desculpe por desligar o telefone na sua cara, eu realmente estava muito nervoso-disse Daniel tentando ser gentil com o seu velho pai.
__E não está mais nervoso?-perguntou Guilherme e logo esboçou um pequeno sorriso.
__Eu sei que pareço dramático, mas não foi isso que eu sonhei para mim-disse Daniel com uma voz carregada de emoção.
__Eu também não sonhei isso para mim, sonhei estando sentado na varanda da minha casa, sua mãe ao meu lado e eu já velhinho de cabelos grisalhos, os meus netos correndo por toda parte, mas isso é apenas um sonho que eu nunca consegui realizar-disse Guilherme já com a voz embargada.
Afinal ele só tem 55 anos e está muito jovem para morrer, saber que esse dia não está distante, deixa Guilherme ainda mais triste.
__Para com isso papai, agora me diga, como é a minha noiva? Ah esquece, eu me caso com quem o senhor quiser, mas eu tenho uma condição-falou Daniel e logo mordeu os lábios tentando reprimir a animação antecipada caso a resposta seja positiva.
Guilherme soltou um longo suspiro e logo falou:
__Desde que esteja em meu alcance.
__Eu vou viajar para onde eu quiser, vou beber, namorar e conhecer pessoas novas, daí eu volto na véspera do meu casamento e após me casar com essa bendita mulher, prometo ser um bom marido e me esforçar para engravida-la rapidamente, o que o senhor me diz, temos um acordo?-falou Daniel e logo esboçou um sorriso esperançoso.
Do outro lado da linha Guilherme soltou um longo suspiro e após pensar por alguns segundos, enfim ele deu a sua opinião.
__Isso me parece um desrespeito com a jovem, que pelo que sei ainda é virgem, mas se é isso que você quer, faça como você achar melhor, agora por favor se proteja de doenças sexualmente transmissíveis, não quero que nada adie o meu sonho se ser avô-disse Guilherme e logo encerrou a chamada.
Estando sozinho no escritório, Daniel deu um sorriso de canto já imaginando como será a sua vida de casado, ele nunca pensou nisso, mas para tudo tem uma primeira vez.
Querendo fugir totalmente daquela realidade enfadonha, Daniel logo começou a planejar a sua viagem.
__É aqui que eu vou me esconder por um tempo-disse Daniel enquanto escolhia a sua primeira parada.
Ele pretende passear pelas cidades próximas de Paris, ele não quer deixar vestígio e por isso não dirá a ninguém o seu destino.
Depois de deixar quase tudo pronto, Daniel logo começou a trabalhar, leu muitos relatórios e analisou possíveis projetos a serem apoiados pelo grupo, ficou tão entretido que ele foi o último a deixar a empresa, isso já eram cerca de 22h horas.
Ao chegar em casa, Daniel acabou se assustando com o seu pai sentado no sofá parecendo uma estátua viva.
__O que o senhor está fazendo acordado uma hora dessas? O senhor já tomou os seus remédios?-perguntou Daniel e logo sentou-se junto ao seu pai.
__Conhecendo o filho que tenho, sei que você seria capaz de viajar sem nem se despedir de mim, e sim eu já tomei os remédios-disse o mais velho enquanto limpava os seus óculos de descanso.
Ouvindo aquelas palavras cheias de melancolia, Daniel abraçou o seu pai e logo falou:
__Desculpe por eu ser um filho tão complicado, eu te amo muito papai e não vou te decepcionar, agora vai descansar, que em breve eu vou providenciar um neto para puxar esses cabelos brancos que insistem em nascer-falou Daniel e logo esboçou um sorriso pequeno, daí subiu as escadas correndo e deixou Guilherme com um sorriso de orelha a orelha.
Quando Helena acordou naquela manhã ensolarada, os seus olhos estavam levemente inchados e a sua cabeça doía um pouco, então ela se levantou e logo correu para o banheiro, fez a sua higiene matinal e tomou um banho.
Como Helena planeja fugir dessa casa de loucos, ela vestiu várias roupas, uma por cima da outra, pegou a bolsa que costumava colocar o seu material escolar e também colocou algumas coisas, mas ainda deixou um pouco de espaço, pois ela possuía um plano.
Depois de pronta, Helena pegou os seus documentos e também o cartão dado por Michelle, como de costume, os seus pais ainda estavam dormindo, então Helena foi até a cozinha e tomou um pouco de café e em seguida deixou a mansão sem olhar para atrás.
Tudo parecia normal naquela manhã de segunda-feira, menos Helena, que no peito sentia um aperto sem fim. É difícil desistir das pessoas que amamos, mas era necessário e Helena não via outra alternativa.
Helena tinha pouco dinheiro para viajar, então ela se dirigiu até o shopping e procurou umas das lojas mais caras do lugar, chamou o gerente e após conversar com ele por quase uma hora, enfim ela saiu de lá com um lindo sorriso estampada no rosto.
Todos que ali estavam, ficaram intrigados, pois ninguém sabia o que Helena foi fazer naquela loja, já que ela não carregava consigo nenhuma sacola.
Ao sair do shopping, Helena pegou um táxi e logo se dirigiu para uma estação de trem, ao chegar no local, Helena pagou a corrida, pegou as suas coisas e adentrou a estação.
Objetivando despistar os seus pais, Helena comprou bilhetes para várias cidades próximas de Paris, Chantilly, Chartres, Provins e Giverny. Enquanto aguardava a saída do trem, Helena procurou pessoas que quisessem os bilhetes que ela comprou a mais.
Por volta das 10:00h da manhã enfim chegou a hora de partir, ela estava indo para Giverny, mas tinha a sensação que o seu coração estava ficando em Paris.
“Deus, por favor ilumine os meus caminhos e me proteja de todo mal. Peço também que cuide dos meus pais, no entanto nunca mais quero vê-los", pensou Helena.
Estando parada no meio da estação, aquela correria para entrar no trem acabou que alguém esbarrou em Helena e ela quase caiu.
__Segura menina!-disse um lindo jovem enquanto colava o seu corpo no de Helena evitando que ela caísse e fosse pisoteada pelos transeuntes.
Seus olhares se encontraram, Helena ficou com muita vergonha, abaixou o olhar e logo falou:
__Obrigada moço, que Deus te pague por tudo-disse Helena e logo entrou no trem e para sua surpresa o jovem também fez o mesmo.
Em nenhum momento Helena percebeu que alguém a observa, também pudera, o trem estava lotado, e ninguém estava nem aí pra ninguém.
Sentada numa cadeira qualquer, Helena estava distraída olhando pela janela, nesse momento alguém sentou-se ao seu lado e falou de repente:
__Oi, eu me chamo Daniel-falou o jovem que acabara de salvá-la de um grande vexame.
Helena conheceu a voz, mas nem se quer olhou para o jovem.
__Helena-respondeu ela em um tom baixo.
Não que Helena fosse mal educada, acontece que ela havia tirado o gorro que antes cobria a cicatriz e tudo que ela não queria era que o homem sentisse nojo dela.
O homem deu um pequeno sorriso e nada falou, apenas se ajeitou no banco e tratou de aproveitar a viagem.
Daniel é filho de um milionário e poderia fazer essa viagem de carro, no entanto ele queria aproveitar cada segundo de sua vida de solteiro, “sem rastros, sem explicações”, pensou Daniel.
Helena permanece estatística olhando pela janela do trem, a medida que ia se afastando de casa, Helena sentiu um misto de sensações estranhas, nessa hora ela começou a chorar, nem ela mesma seria capaz de apontar o motivo.
Daniel percebeu que ela estava chorando e antes que ele indagasse o motivo, o trem parou bruscamente, muitas pessoas acabaram caindo no chão, inclusive Daniel e Helena.
__Você está bem-perguntou ele enquanto a ajudava a se levantar.
__Sim, e você está bem?-perguntou Helena enquanto desviava o olhar, pegou as suas coisas e voltou-se a sentar.
__Eu já vi, não precisa ficar com vergonha, você continua sendo linda-respondeu ele enquanto pegava sua pequena bolsa.
Helena deu um pequeno sorriso, mas logo parou de sorrir pois achou que o rapaz só estava sendo gentil.
Nesse momento surgiu um grande alvoroço no fim do grande vagão, havia alguns homens armados e parecia estar procurando alguém, é desnecessário dizer que as pessoas gritavam muito e as crianças choravam sem parar.
__Ela está ali-gritou um deles, chamando a atenção dos outros.
Ao perceber que estavam apontando para ela, logo Helena começou a chorar, ela achava que aquilo era obra de seu pai.
Vendo o desespero no rosto de Helena, Daniel logo falou:
__Vamos fugir, esses homens não parecem amigáveis-disse ele enquanto apontava para a janela e sem pensar muito sobre o assunto, Helena logo pulou a janela e correu na direção do mato que havia por toda parte.
Daniel também fez o mesmo, ele correu muito e acabou sendo alvejado, um tiro de raspão no braço e um tornozelo machucado, foi isso que ele ganhou por tentar ajudar Helena.
Ao se encontrarem um pouco mais a frente, Daniel pegou na mão de Helena e daí correram juntos mata a dentro, a todo momento eles olhavam para trás e quando perceberam que conseguiram despistar os bandidos, Daniel e Helena suspiraram aliviados, sentaram-se debaixo de uma grande árvore e Daniel falou primeiro:
__Você me deve uma explicação mocinha..e uma camisa nova-ele falou ofegante enquanto verifica os seus ferimentos.
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