Sofia
Mais um dia frio, acordo, são 06 da manhã, vou para o banheiro faço a minha higiene, troco-me, devido ao frio coloco uma calça e blusa de manga longa.
Desço para o café da manhã, os meus pais já saíram para o trabalho, o meu pai é chofer e a minha mãe governanta para uma família tradicional e riquíssima.
Pego o meu sobretudo e a minha bolsa para encarar o dia.
Vou para faculdade, estou no último semestre, a minha amiga Alice desde o primário estuda comigo, isso traz-me conforto, entro no meu carro e passo buscá-la.
Alice entra no carro tremendo.
Sofia: Oi! Alice, tudo bem?
Alice: Oi! amiga, tudo bem e você? Frio demais hoje.
Vamos a ouvir rádio o resto do caminho e cantando juntas.
Chegando na faculdade todas as aulas ocorrem como habitual, encontro Alice na saída,pálida, vou até ela.
Sofia: Alice,o que houve?
Alice: Sofi, sua mãe me ligou pois não conseguia falar com você, seu pai sofreu um acidente,está no hospital central.
Meu estômago embrulha,tudo começa a girar,procuro a minha chave na bolsa, mas tremendo do jeito que estou vai ser impossível encontrar, Alice então pega minha bolsa e encontra as chaves.
Alice: Não vai encarar isso sozinha, eu dirijo, respira Sofia!
Dou-me conta de que não estou respirando,puxo fundo o ar,entro no banco do passageiro e Alice arranca com o carro, fui o caminho todo apertando minhas unhas nas mãos.
Chegamos ao hospital, entro e pergunto pelo meu pai na recepção.
Sofia: Preciso saber sobre um paciente...(não me deixou terminar a frase).
Enfermeira: Emergências são atendidas no piso inferior.
Desci pelas escadas mesmo e Alice me seguindo.
Sofia: Preciso saber sobre o paciente Marcus Mackenzie!
Enfermeira: A senhorita é?
Sofia: Filha dele Sofia Mackenzie.
Enfermeira: Me acompanhe por favor, seu pai está no CTI para tratamento, quadro dele é delicado, o médico irá explicar melhor.
A cada passo em direção ao CTI meu coração parecia que ia parar a qualquer momento.
Alice: Respire Sofi... ( segura minha mão)
Agarro me a mão de Alice como se fosse minha âncora de salvamento.
Entramos no quarto e vejo meu pai,todo machucado, cheio de aparelhos, meu mundo gira,meu estômago dói, minha mãe está ao seu lado,lágrimas escorrem pelo seu rosto.
Joceline: Sofi,filha...( vem em minha direção e me abraça)
Retribuo o abraço, não consigo segurar e deixo as lágrimas caírem.
Joceline: Calma filha, o seu pai vai sair dessa, ele está em boas mãos família Palmer está a cuidar de tudo, o seu pai estava a ir buscar o nosso patrão, quando foi "atropelado" por um caminhão, tenha fé, ele vai se recuperar.
O médico entra na sala, conversa comigo e minha mãe e nos informa que o trauma que o meu pai sofreu na cabeça foi grave, o cérebro está inchado, ele está com sedativos e Demais medicamentos para podermos aguardar mais exames e esperar que o inchaço melhore.
Alice chama a minha atenção.
Alice: Amiga vamos para casa, você toma um banho e volta para ficar com o seu pai, assim a sua mãe pode descansar.
Joceline: Não Alice, leve Sofi para casa fique com ela se possível, eu ficarei com Marcus e mantenho vocês informadas.
Acato as ordens da minha mãe, Alice dirige até em casa, avisa a sua mãe o que houve e que ficará comigo essa noite, entramos e vou direto para meu quarto, Alice é de casa, vai para cozinha preparar algo.
Subindo as escadas, sinto um cheiro diferente, parece terra molhada, deve ser todo o “stress”, entro no meu quarto, vou para o banheiro, tomo o meu banho, escovo os meus cabelos e vou para cozinha.
Alice fez o meu prato favorito, macarrão com queijo, mesmo com o estômago dando voltas obrigo-me a comer um pouco, Alice olha-me preocupada.
Alice: Amiga vai ficar tudo bem...
Faço sinal de agradecimento, termino a minha comida, lavo o meu prato.
Sofia: obrigada amiga, por estar aqui e cuidar de mim, desculpe-me por não ser uma boa companhia hoje, vou deitar-me.
Alice: imagina amiga, estou aqui para o que precisar, vou lavar o meu prato e já subo.
Subo as escadas no automático, entro no meu quarto e jogo-me na cama, adormeço sem perceber.
Era inverno,o frio rasgava minha pele,mas era bom, a sensação do vento gelado contra meu rosto me trazia uma sensação boa.
Decidi continuar minha caminhada,as ruas não eram as mesmas da minha cidade, eram diferentes, menores, cheia de neve, já era noite, eu caminhava, não sabia pra onde estava indo,no final da rua vejo um homem alto,paro imediatamente e viro para o outro lado, para minha surpresa mais a frente, outro homem,alto e grande esta de costas, olho para o outro lado, só vejo um par de olhos azuis....
Acordei num pulo, Alice estava a sair do banheiro.
Alice: desculpe,não queria te acordar...
Sofia: imagina, foi bom estava tendo um pesadelo,então obrigada.
Alice se deitou e dormimos.
Acordo com sede, resolvo ir tomar um copo de água,olho o meu celular há uma mensagem da minha mãe:
Joceline: Filha está tudo bem, fique tranquila e durma.
Acordei com Alice abrindo as cortinas, o dia estava cinza, nevava lá fora.
Alice: Bom dia! Sofi, como está?
Sofi: Bom dia! Alice, parece que não dormi nada...
Alice: Você disse-me que teve um pesadelo ontem, quer me contar?
Sofi: não me recordo bem, eu estava em um lugar que nunca vi,estava frio,eu estava andando pela rua,vi duas silhuetas grandes, quando me viro vejo um par de olhos que não saem da minha cabeça, eram azuis,os mais lindos que já vi...(passo a mão no rosto).
Alice: Nossa que sonho estranho....
Sofia : E ontem quando subia para o quarto senti cheiro de terra molhada,deve ser o stress por tudo que está acontecendo...
Alice: sim, vou descer preparar nosso café da manhã, algum pedido especial?
Levanto-me, vou até Alice e a abraço:
Sofia : Obrigada amiga, obrigada por ajudar-me e cuidar de mim...
Alice: imagina amiga, somos irmãs, tenho certeza que se fosse ao contrário faria o mesmo.
Alice sai do quarto, vou até o banheiro, faço minha higiene, vou tomar café da manhã( não tirei o pijama).
Chegando na cozinha Alice fez ovos mexidos e café.
Alice: Espero que esteja bom.
Pego uma porção dos ovos e uma xícara de café, sento a mesa.
Sofia :Hum..(esboço com um bocado de ovos mexidos) , está uma delícia, e você dormiu bem?
Alice: Sim,como uma pedra, você está mais calma hoje?
Sofia : sim, quer dizer,parece que estou anestesiada, precisamos ir até o hospital...
Alice:sim, vamos terminar nosso café e iremos até lá.
Conversamos um pouco mais durante o café, sobre a faculdade,sobre o professor que Alice acha lindo, terminamos o café e subimos nos arrumar. Estava muito frio,terei que colocar muita roupa(rs).
Alice se vestiu também,emprestei algumas blusas a ela, ela era pequena e magra,rosto delicado, cabelos loiros até o ombro e olhos verdes.
Alice já estava pronta, me ajudando a encontrar um casaco...
Encontrei...
Descemos,pegamos as nossas bolsas e fomos até o hospital.
Chegando no hospital vejo alguns homens na porta do quarto do meu pai,minha mãe estava falando com eles,bem brava,me aproximo e a discussão acalorada cessa.
Sofia :Oi Mãe, tudo bem?
Joceline : Sofi , filha,venha ver seu pai...
Diz ela me pegando num meio abraço e me levando para dentro do quarto,Alice nos segue. Dentro do quarto meu pai está pálido existem mais alguns aparelhos ligados a ele,essa cena me destrói...
Sofia: Mãe, qual o quadro do pai?
Joceline: Filha a situação não é boa,seu pai não está reagindo aos medicamentos, os exames estão com resultados bem ruins, não sei mais o que esperar ou o que pensar...(ela diz com lágrimas nos olhos)
Alice: Tia,quem são aqueles homens na porta?
Olho para minha mãe, ela fica tensa,me olha nos olhos,segura minhas mãos.
Joceline: Filha,precisamos conversar...
*********JOCELINE**********
Eu não posso acreditar que Marcus aceitou esta cláusula no acordo,não foi isso que havíamos combinado.
Eramos tão jovens,tínhamos uma vida toda pela frente,não imaginávamos que por conta deste acordo nosso anjo teria que ficar longe de nós, ah Sofi, se soubesse o quanto eu e seu pai te amamos...
Joceline: Marcus,meu bem,por favor,acorde,não podemos perder você, se eu te perder o que será de nós? Sofi precisa de você, por favor acorde...(debruça na cama e deixa as lágrimas rolarem soltas)
Batidas na porta...
Me levanto e vou em direção a porta do quarto,quando abro vejo 3 homens de terno preto.
Homem 1: Senhora Joceline Mackenzie?
Joceline: Sim,pois não?
Homem 2: Senhora Joceline, estamos aqui por conta do estado de saúde de seu marido, fomos enviados para checar a situação.
Homem 3: Não podemos deixar a menina em perigo com apenas 1 tutor,diante a situação de saúde do Marcus.
Joceline: Ok, ele está em estado grave,mas vai se recuperar, ele estará bem logo,por favor avisem os Honorários, ele ainda tem chances( meu coração congela).
Homem 1: Avisaremos aos honorários da situação, já nos informamos com o médico responsável, temos o laudo, a senhora tem 24 horas para tomar as providências.
Vejo Sofi chegando, pego a pelo braço e levo até o leito onde Marcus está.
Enquanto informo ela sobre a saúde de seu pai Alice questiona sobre os homens a porta, vou ter que conversar com Sofi,mas não aqui e não agora.
Joceline:Filha,precisamos conversar...
Sofia: Sobre o que mãe?
Joceline: Sobre o seu pai,mas antes preciso resolver uma situação, pode ficar aqui com ele por favor?volto logo.
Sofia: Claro mãe.
Saio do quarto,os 3 já não estão mais no hospital,pego meu celular e ligo para Orfeu.
Orfeu: Joce? Há quanto tempo! Espero que não sejam mas notícias!!
Joceline: Orfeu, é o Marcus!
Orfeu: Onde te encontro?
Chegando ao encontro de Orfeu, vejo 2 homens nos observando, entro no café, vejo Orfeu sentado.
Joceline: Orfeu....
Orfeu: Joceline...o que houve?
Joceline: Marcus sofreu um atentado enquanto trabalhava, estão tentando tê-la de volta, o que faço?
Orfeu: Calma Joceline, me explique qual o estado de saúde de Marcus....
Joceline: Marcus estava a serviço, e um caminhão atropelou o carro em que ele estava, o motorista não foi encontrado...ele está em estado grave no hospital...Sofia está com ele agora. Preciso da sua ajuda, não posso entregá-la!
Orfeu: Certo,calma, vamos pensar com calma, existe o vilarejo Wolfgang, longe daqui,mas é o único jeito de tirá-la do radar,teremos que oculta-la,precisarei dos materiais, você ainda tem não é?
Joceline: Sim, podemos fazer isso!
Orfeu: prepare tudo para está noite, me encontre no cemitério às 23:30.
Joceline: Ok,obrigada Orfeu!
Saio do café os dois homens ainda estão do outro lado da rua me observando, entro no carro e vou para o hospital.
***********SOFIA************
A minha mãe deixou eu e Alice aqui com o meu pai, fico a olhar as feições dele, está tão pálido, frágil,ligado a esses aparelhos.
Chego perto dele.
Sofia: Papai, por favor, reaja, preciso de você, seja forte, lute,eu estou aqui, ainda não estou pronta para ver-te partir...
Alice segura a minha mão.
Alice: Amiga, preciso ir para casa,desculpe-me não ficar mais, preciso resolver algumas coisas com a mamãe e pegar a matéria na faculdade.
Sofia: Obrigada Alice.
Despedimos-nos, Alice se vai, fico sozinha com o meu pai, o quarto é silencioso a não ser pelo barulho do monitor cardíaco ligado ao meu pai, sento na cadeira ao seu lado e apoio a minha cabeça na cama perto da sua mão.
Estou no meio da floresta, é úmida como se tivesse acabado de chover, as árvores são muito altas,estou a caminhar quando avisto uma clareira, tem fumaça, chego mais perto, vejo uma casa, 2 casais, 1 casal lembra os meus pais, o outro casal elegante com a pele tão clara que parece porcelana, não reconheço, o casal elegante chama uma senhora com um...bebê, ela tem um bebê nos braços e está a entregar a meus pais… os olhos da mulher elegante ficam brilhantes e violeta quando a senhora entrega o bebê para minha mãe, ela aproxima-se e diz algo que não consigo ouvir, as pessoas desconhecidas saem da clareira.
Um som agudo e continuo tira-me do meu sonho, abro os olhos e vejo enfermeiras e médicos entrando no quarto, a minha mãe chega e tira-me do quarto, estou meio confusa com o que está a acontecer, a minha mãe leva-me para a sala de espera do hospital.
Sofia: Mãe o que está a acontecer?
Joceline: o seu pai precisou ir para cirurgia de emergência, o seu cérebro está muito inchado. Filha vá para casa, preciso que me ouça com atenção, faça uma mala, pegue algumas roupas, e espere-me lá, assim que terminar aqui encontro-te em casa.
Sofia: Mas porquê? Como vamos viajar com o papai neste estado? Não estou a entender mãe!
Joceline: a noite explico-te.
Saio zonza do hospital, mas faço o que a minha mãe pede, vou para casa, tenho que dirigir com cuidado, pois nevou muito, o chão está muito escorregadio, ligo a rádio e nas notícias diz que a noite haverá nevasca forte, em seguida começa a música,consigo desligar-me por alguns minutos de tudo que está a acontecer e somente focar na música e nas ruas.
Chego em casa,algo está estranho, vou com cuidado em direção a porta, está aberta,entro com cuidado e verifico o andar de baixo,nada, subo e sinto o mesmo cheiro,terra molhada,olho o andar se cima e nada,vou para meu quarto.
Começo a ver as roupas que tenho e separar algumas para colocar na mala, pego algumas roupas de calor, muitas roupas para inverno, pego algumas botas e sandálias, começo a pegar os meus itens de higiene pessoal, lembro que um dos meus cremes está no quarto da minha mãe, vou para seu quarto,procuro o meu creme não encontro, vou olhar no armário, abro e começo a procurar, encontro algo que eu nunca vi, uma caixa com entalhes de folhas em toda a sua volta, no centro da tampa há uma estrela e duas luas, junto a essa caixa há um livro, também com enfeites de folhas e ao centro a estrela é as luas, quando toco o livro,sinto a minha mão formigar, preciso de algumas respostas.
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