...Volume 01...
O mundo sempre foi um mistério ao qual respostas para soluções precipitadas eram difíceis de encontrar. Não se acostumando ao escuro, nosso povo enfraquecia no ar frio, sem sermos capazes de fazer qualquer coisa. Nossa situação parecia ser insuperável, não havia saída e não estávamos capacitados o suficiente para escapar desse destino. Sem esperança, sem fé, era como se tivéssemos sido condenados a isso eternamente. O sentimento de dor era constante todos os dias, mas nada fizemos para passar por isso. Nossos pecados rastejavam pelas nossas costas, enquanto a desesperança humana ganhava vida nos soluços e lamentações. A humanidade estava morrendo, e a única escolha que tínhamos era enfrentar o problema com um tom jocoso.
A causa de toda essa confusão foi a queda do Sol, mergulhando cada vez mais fundo na cratera mais profunda da Terra. Com seu declínio, vimos amigos, familiares e conhecidos afundarem junto com a grande estrela e, com ela, nos encontramos aqui. Os que sobreviveram ficaram na superfície, vivendo como verdadeiros párias, sem saber o que fazer. O sol caiu, o mundo morreu, a humanidade quase foi exterminada e os poucos que restaram estavam se matando. No entanto, ainda tinha que haver esperança. Uma chance de criar algo novo, de redefinir o mundo. Em nosso desespero coletivo, encontramos a centelha de determinação que nos fez continuar. Ficamos juntos, enfrentando cada infortúnio e medo com força, recusando-nos a deixar a escuridão nos dominar. Prometemos nunca esquecer o Sol ou o mundo que ele deixou para trás e começamos a fazer algo novo. Embora a escuridão ainda persista, seu domínio sobre nós nunca será tão forte quanto a luz da esperança que levamos adiante. A principio não conseguimos descobrir o que poderia estar por trás daquilo, então foi como um mistério. Ninguém esperava algo assim acontecer.
No entanto, alguns alegam que foi um castigo dos céus, pois havia descontentamento com a humanidade. Eles sabiam que a humanidade amava e idolatrava o sol, e que por essa razão, nos privar disso teria devastadoras consequências.
Algumas pessoas afirmam que a blasfêmia foi a origem de tudo isso: Quando a humanidade se sentiu satisfeita e encontrou um sentido de autoconfiança, eles decidiram ignorar os deuses e deixar de adorá-los, pois acreditavam que já haviam alcançado seu objetivo. Há quem argumente que isto foi tudo o que era necessário para nos levar aos tempos de hoje. Ao mesmo tempo, outros acreditam que esses homens são pouco sensatos, possuindo ideias e crenças duvidosas. Se houvessem deuses por aí, por que não os teríamos visto? Para a humanidade que vive na superfície, algo produziu os eventos apocalípticos. O que era? Ninguém tinha certeza.
Com o decorrer do tempo, fomos nos fortalecendo e tornando-nos cada vez mais sábios, construímos nosso próprio país e melhoramos nossas forças armadas. Aqueles com talento para fabricarem armas para uso tanto defensivo quanto ofensivo eram muito procurados pelos povos da superfície. Isso porque em uma de nossas explorações, encontramos uma passagem para dentro de um buraco de minhoca, que nos guiou para um cenário completamente diferente do habitual. Havia uma linda floresta ali, com animais exóticos que você nunca poderia imaginar em nossa realidade. Maravilhados com isso lá estávamos nós, caçando comida juntos no mesmo toco de minhoca que descobrimos. Era amigável e divertido!
Até que o dia tão aguardado chegou, quando as pessoas da superfície começaram a se movimentar para este novo mundo com a intenção de começar uma vida melhor. Todavia eles estavam morrendo mais rapidamente do que se pensava, e nenhum de nós era capaz de explicar o que estava acontecendo. Era como se fosse uma maldição. Envelhecíamos e éramos deteriorados à medida que nos aproximávamos da volta para casa, como se fôssemos acompanhados pela morte.
Mas haviam também, aqueles que foram chamados de compatíveis. Pois eles conseguiam passar mais de sete dias dentro do enorme buraco, ao qual, nomearam de masmorras. Com isso uma esperança cresceu, a fé perdida retornou e o nosso foco agora não era mais apenas caçar alimento, tínhamos outro objetivo mais ambicioso. Sabendo que existiam humanos compatíveis com as masmorras, as nossas armas que outrora serviam para caça, agora também serviriam para exploração. Pois determinamos que já não daria mais para viver em um mundo sem luz. Então começamos a explorar as masmorras em busca da luz do sol.
Acreditávamos que encontrando-a poderíamos retorná-la para a superfície, e assim viver como costumávamos viver. Ano após ano foi passando, e nosso povo já tinha uma certa ideia de como as masmorras funcionavam. Nossas armas foram aprimoradas de acordo com os relatórios dados pelos nossos exploradores. E assim, começamos nossa caça pela luz do sol, com a esperança de que o mundo retornasse a ser o que um dia foi antes. Aqueles que tiverem coragem de enfrentar às camadas subterrâneas mais profundas enfrentem. E tragam de volta aquilo que todos mais anseiam, tragam de volta, a luz do sol.
...Volume 01...
Já fazia algum tempo desde que os povos compatíveis estavam se preparando para uma nova viagem para as masmorras, durante muito tempo aprimorando a superfície e renovando o mundo ao seu tempo, as pessoas pareciam felizes e satisfeitas com suas vidas por aqui. Todavia, mantinham a crença na profecia que dizia que chegaria o dia em que o escolhido traria de volta para todos a luz do sol. Então alavancando a coragem dos exploradores, eles partiram ainda cedo, entre eles, encontrava-se Emily Durand: Uma garotinha de sete anos de idade de pele clara, longos cabelos loiros que eram radiantes como o sol—usando como penteado um rabo de cavalo—e olhos azuis ciano das cores do mar cristalino. Levando consigo uma bolsa com itens valiosos para os exploradores.
A garota pertencia a uma família de ferreiros renomados, e era a jovem prodígio dentre eles. Sua capacidade e intelecto para com criações de armas e armaduras eram bastante elogiadas entre os povos. E por conta disso ela estava ali como um suporte, somente para reparar os equipamentos caso fosse necessário.
Ela costumava se vestir com roupas bem simples, como uma camisa branca e um short lycra preto, acompanhada de seus sapatinhos das cores azul e branco. Entretanto, o que mais se destacava na garota eram suas manoplas. Eram as únicas armas dentre todas que não era cortante, e servia tanto para defesa quanto para ataque. Mas ela só o usava para lhe dar um reforço a mais na hora de forjar. A garota também tinha um colar em formato de Ruby polido que pertencia a sua mãe, além de um diário escrito por ela. Emília Durand era seu nome. Uma mulher forte, vigorosa e destemida. Era assim que ela era conhecida. Todavia, Emily nunca chegou a conhecê-la ou sequer ter uma ideia de como ela poderia ser, apesar das pessoas alegarem que elas duas eram extremamente parecidas.
A única família que a garota tinha era seu avô, que faleceu devido a uma forte doença no peito. Como a medicina no mundo da superfície ainda era muito primitiva eles nada puderam fazer para salvá-lo. O que resultou na garota ficando sozinha. Claro, todos se comoveram com a situação mas não podiam simplesmente adotá-la. Segundo eles, estavam com dificuldades até mesmo de alimentar seus próprios filhos, e uma boca a mais só tornaria a situação ainda mais complicada.
Porém, dentre todos ali, houve alguém que estendeu a mão para a garota quando ela mais precisou. Seu nome é Otto Kallen: um jovem rapaz de nove anos de idade com longos cabelos negros tão escuros quanto a noite, olhos azuis que parecem cintilar como o reflexo da lua no mar, e uma pele tão alva quanto a de um albino. Ele era bastante maturo para sua idade, e usava isso como pretexto para ensinar a Emily tudo o que ela precisava saber para seu amadurecimento.
Era muito protetivo e não permitia que a garota fizesse algo que a machucasse no processo. Mesmo sabendo que era difícil segurá-la quando estava animada ele ainda tentava seu melhor. O que resultou na garota se apegando tanto a ele ao ponto de não conseguir mais ficar sem sua presença, pois ele querendo ou não, era sua única família. Otto também se vestia com roupas simples como uma camisa branca e um jaleco preto, uma calça Jogger também preta e sapatos da mesma cor que os da garota.
Ele era como um irmão mais velho, sabia exatamente quando ela precisava dele e sabia exatamente o que fazer quando era necessário. Foi ele quem a ensinou a ler e a escrever, e foi ele quem a ensinou a falar. Sua família adorava a garota, e a tratavam como sua filha de sangue. Mas nem isso foi o suficiente para saciar o desejo dela de reencontrar seus verdadeiros pais.
Que haviam saído para explorar as masmorras mas simplesmente não retornaram. Seu avô ficou anos e anos esperando por eles mas nenhuma notícia era dada. Mas era impossível afirmar que estavam mortos uma vez que eram compatíveis, então o que poderia ter ocorrido? Ninguém sabia. Quando Emily aprendeu a ler a primeira coisa que fez foi dar uma olhada no diário de sua mãe. Lá ela encontrou registros sobre as masmorras que remetiam a criaturas gigantes, animais hostis, cidadelas e até mesmo humanos.
Entretanto somente ela e Otto sabiam disso, eles até cogitaram falar para mais alguém mas sabiam que se o fizessem poderiam causar uma baita confusão, uma vez que os povos da superfície se consideravam únicos, saber que outros humanos existiam poderia acarreta numa procura por eles, e talvez estes mesmos seres pudessem ser hostis, já que o diário não especificava como exatamente eram esses humanos que viviam nas masmorras.
E havia uma lenda que rondava os moradores da superfície que dizia que aqueles que caíram com o sol se transformaram em monstros deformados que se disfarçavam de humanos para devora humanos reais. Mas isso era só uma lenda, e todos tiravam sarro dela. Então mesmo que dissessem algo a respeito do que leram ninguém acreditaria.
Mas Emily não estava no grupo de exploradores há muito tempo, ela teve que provar seu valor, provar, que realmente sua presença valeria a pena. Por ser uma criança não era permitida fazer parte do grupo de exploração, e mesmo que fosse a ferreira mais experiente dentre todos ali, era sempre negada quando pedia para participar. Até mesmo Otto não aprovava a ida dela para as masmorras, mas a garota estava focada até demais em ir para lá. Ela sempre tentava convencer o pai do menino a deixá-la ir, mas como líder até mesmo ele negava, sabia que era arriscado e não poderia simplesmente permitir a ida dela.
Mas o motivo pelo qual ele a permitiu ir, foi pela existência do minério Mileinea, que era extremamente difícil de ser utilizado, não era algo que se usava para fazer armas, armaduras ou escudos. Era um minério que se fundia a estes materiais, e por ser um minério de fusão, dava muito trabalho para os ferreiros conseguirem fazer esse processo. Somente Emily conseguiu, graças ao seu avô, ela tinha a capacidade de trabalhar com qualquer minério, até mesmo um de fusão.
Por conta de sua brilhante mente todos os viajantes a queriam na equipe, até mesmo chegaram a fazer uma votação para ver quem estava de acordo com aquela proposta, e surpreendentemente 97% dos exploradores estavam. Todos a queriam, a equipe precisava de um ferreiro experiente e Emily já tinha provado que era uma. Assim, seu primeiro e longo trabalho foi pegar as armas e armaduras de todos e fazer essa fusão. Um trabalho que levou dois longos meses para ser terminado.
Nesse meio período de tempo, Emily percebeu que também precisava de algo para usar e se defender. Todavia não gostava de nada cortante pois tinha pavor de sangue, mesmo que vesse diariamente exploradores voltando feridos e até mesmo mortos, ela não havia se acostumado. Sempre vomitava quando via o líquido vermelho. Pensando nisso ela ficou se perguntando o que poderia fazer para usar, até encontrar a grande luva de seu avô que ele usava para não machucar as mãos.
Então pensou que talvez uma arma que poderia ser usada somente para empurrar, bater, segurar ou se defender, tudo ao mesmo tempo, poderia ser como uma luva. E foi a partir desse momento que ela passou mais dois meses projetando seu primeiro protótipo de manopla, que recebeu esse nome pois na linguagem dos povos da superfície “Mano” que vem de “Manovi” quer dizer: mãos ou punhos. E “Pla” que vem de “Plavka” quer dizer: fúria ou caos. Unindo esses dois nomes ela obteve o Manovi Plavka. Mas o abreviou para Manopla que quer dizer: Punhos da fúria.
Uma armadura ao mesmo tempo uma arma, em forma de bracelete banhada a ouro e forrada de couro. Era grossa e bastante pesada, mas nas mãos de Emily a manopla era extremamente leve, pois ela havia posto um pouco do seu sangue na arma, como um pacto para que a manopla fosse usada somente por ela ou por alguém de seu sangue. Com isso a garota estava pronta, mas Otto ainda parecia inseguro a respeito daquela decisão precipitada da garota. Ele afirmava que ela nem mesmo tinha experiência com aquele tipo de ambiente então o que faria caso precisasse lutar? Mas quando ela lhe mostrou as manoplas ele ficou surpreso, ao mesmo tempo, não botou tanta fé na arma, pois segundo ele, como ela usaria aquilo para se defender?
—Isso é simples, é só eu empurrar a pessoa pra longe, minhas manoplas tem um mecanismo que pode engrossá-las. Com isso, basta eu apenas empurra qualquer coisa que tente me machucar.—Ela explicou inocentemente.
—Por favor, me fala que isso é apenas uma brincadeira.
Suas palavras só deixaram o garoto ainda mais recluso, tanto que ele decidiu que iria com ela, pois não poderia deixá-la ir sozinha sabendo que o pensamento da garota não era nada hostil. Como apenas empurraria? Se em um caso de confronto a defesa e o ataque são a primeira opção. Se algo grande ou forte viesse com tudo para cima dela, somente empurrar não garantiria nada. E ele estava certo, ela entretanto ainda permaneceu com sua ideologia. Mas já estava esperando ele dizer que iria junto. Sabia que ele o faria de um jeito ou de outro. Por isso havia preparado para ele a katana de seus sonhos. Com uma lâmina branca com detalhes dourados nas laterais e uma empunhadura que também era banhada a ouro. Porém tinha cores variando de um preto a um verde lima. Com uma caricatura de dragão com olhos azuis.
Ele ficou extremamente chocado, era idêntica com a do livro que ele costumava ler. Emily havia o feito pensando nisso, ela sabia que Otto ficaria extremamente feliz quando o visse. Mas ainda havia mais uma coisa. Ela pegou uma pequena agulha e furou o dedo do rapaz, assim quando o sangue coagulo entre o rosto do dragão, se fundiu a Katana. Segundo Emily, agora o dragão estava alimentado, igual o herói do livro fazia. Ela disse também que a katana viria até ele sempre que chamasse por ela, mais ainda era uma fase de teste, não sabia o quão longe poderia chegar, então sua primeira tentativa seria ali mesmo.
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Ela pediu para que ele largasse a katana e fosse para bem longe dela. Assim tudo o que ele precisava fazer era levantar a mão direita e abri-la bem, dessa forma a katana viria em direção ao rapaz de uma forma que não o machucasse. Ele só precisava pegar na empunhadura a tempo. Como seu sangue estava na Katana ambos estavam interligados. O motivo de ser somente a mão direita se dava ao fato de ter sido dela o sangue tirado. Então ela era o ímã que puxaria a Katana de volta para seu mestre.
E quando o teste foi feito o deixou ainda mais surpreso, pois realmente funcionava, ela realmente veio até ele. Tudo o que ele sentiu foi apenas uma leve pressão na hora do encontro entre a mão e a empunhadura, que quase o fez cair para trás. Entretanto era tudo questão de adaptação. Ele a agradeceu e ela o perguntou se agora estava pronto, e o mesmo afirmou que sim. Todavia antes de partirem Emily deveria primeiro procurar pelo pai de Otto, para entregar as armas e armaduras para ele. Mas estava tão cansada que quase desmaio. Se não fosse pelo reflexo rápido do garoto ela teria caído com tudo no chão.
Foram longos quatro meses trabalhando arduamente e sem descanso. Dava para ver no seu semblante o quão fadigada a menina estava. Mesmo assim ela ainda precisava fazer o seu serviço completo. Mas o garoto a interviu, ele não permitiu que ela o fizesse mesmo que precisasse, ao contrário, ele a levou para casa, para comer, tomar um bom banho e finalmente dormir, dormir bastante. Quando estivesse recuperada da fadiga e realmente 100% aí sim, ela poderia voltar e concluir o seu trabalho. Emily sabia que tentar ir contra Otto era perca de tempo e que ele não a ouviria mesmo se ela insistisse. Então apenas obedeceu o rapaz e foi para casa.
Onde após banhar e comer, dormiu por longos cinco dias, até finalmente acordar disposta. Era chegado a hora de entregar para os exploradores seus pertences. Eles não pareciam irritados, essa demora deu a eles tempo suficiente para ficarem com suas famílias, e eram gratos a ela por isso. Depois de concluir seu trabalho, Emily não só estava dentro da equipe como também foi presenteada com uma linda bolsa para guarda seus pertences. Aos quais ela pegou somente o diário, algumas de suas reservas alimentícias que ela guardava perto da forja e seus materiais de trabalho.
E agora lá estava ela em marcha junto a Otto e todos os outros exploradores. A caminho da grande entrada para as masmorras. Após todos se despedirem, passaram por uma entrada na montanha que levava para o buraco de minhoca. Passando por lá, um por um foram adentrado a camada subterrânea. Neblinada, com um rio de água escura e um grande barco. Podiam ver também árvores de pinheiro com aspectos enegrecidos devido a neblina, como se tudo ali, não tivesse mais vida. Subindo no barco eles partiram em viajem para a verdadeira entrada das masmorras. A garota estava ansiosa e nervosa, mas se sentia completamente segura. Não só os adultos estavam de olho nela tomando o devido cuidado, mas também Otto, seu melhor amigo. Que compartilhava dos mesmos sentimentos que ela.
Era frio e o sol estava dificilmente visível, embora fosse a primeira vez dela olhando cor, não eram cores tão atraentes, mas não deixava de ser novidade. Ela podia ver peixes que acompanhavam a embarcação, entretanto não conseguia segurar o vômito devido ao fato do barco balançar muito.
Infelizmente, ela teria que suporta este fardo até finalmente atracarem no porto. A sua resistência já estava sendo posta em prática ali, se fosse difícil demais para ela aguentar, já não daria mais para voltar atrás. A viagem de barco levaria por volta de quatro horas, até finalmente chegarem no destino, até lá, tudo o que podiam fazer era admirar a vista que finalmente ficava não só visível, como também belíssima devido ao fato das neblinas desaparecerem.
Regiões montanhosas e mais árvores de pinheiros podiam ser avistadas, tomavam conta de literalmente tudo, era como um grande bosque, não dava para ver o que tinha por dentro, era coberta por árvores e mais árvores. Os exploradores até podiam estar acostumados com aquela vista mas Emily e Otto não esconderam a surpresa e a admiração ao presenciarem algo tão novo. Todavia o céu ainda estava nublado, então a paisagem não era 100% bela. Porém, já era o suficiente.
Todos ali, tinham uma função, ao menos até chegarem no porto era essencial que ambos ajudassem uns aos outros. Tinham os cozinheiros, os faxineiros, os médicos, engenheiros, aventureiros e etc. Eles aproveitavam que ainda estavam embarcados para organiza tudo o que realmente iriam levar. Além de se prepararem vestindo suas armaduras e preparando suas armas. Eles sabiam da existência de animais hostis, não foi atoa que tiveram que começar a procurar pessoas com dons para forja. Desde o começo, lá nos primeiros exploradores, humanos eram almoço e jantar de várias espécies de animais. Forçando o povo da superfície a tomar certas medidas protetivas.
Isso também era o porque de estarem tão de olho em Emily. Eles sabiam que a garota era muito agitada e só ficava ainda pior quando estava animada. Então ver algo novo podia simplesmente fazê-la ir de frente para o perigo sem pensar duas vezes. Mesmo que ainda no barco o pai de Otto tenha alertado eles sobre esses mesmos perigos, ainda sim toda atenção deveria ser voltada para a garota. Perder uma criança, ou deixá-la morrer, era um fardo que eles não queriam carregar consigo. Não se preocupavam tanto com Otto por saber que o rapaz era bem experto e maturo o suficiente para saber que não deveria sair correndo por aí.
Após finalmente chegarem nas docas, foram recebidos pelos exploradores que já estavam montando acampamento por ali há meses. Eles sempre faziam essa troca quando era necessário voltar, claro, não tinham como se comunicar então era questão de sorte ou paciência. Esperar por um novo grupo de exploradores era como esperar pela chuva mesmo que o clima não fosse condizente com o tempo. E nas docas não era diferente, tal como todo o resto, tinha aquele singelo aspecto escuro, envelhecido e apodrecido.
Após desembarcarem, deram permissão para aqueles exploradores de voltarem para superfície e finalmente descansarem. Eles até ficaram surpresos ao ver duas crianças na embarcação mas não entraram muito no assunto, só queriam mesmo era ir embora. Após mais uma despedida, o grupo de exploradores ao qual Emily faz parte começou sua expedição. Saindo das docas eles começaram sua longa caminhada, através daquele chão de terra em meio a mais neblinas. Era apenas questão de tempo até que descessem o subterrâneo ainda mais. Segundo Nicolau Kallen, que era o pai de Otto. Era comum que aquela neblina estivesse por ali, alegou que sempre foi assim, mas quando se chega no ante braço do subsolo as coisas começam a mudar.
O que ele queria dizer com isso, era que assim que chegassem no meio do centro da camada zero do subsolo, finalmente poderiam apreciar o grande e luminoso Sol Das Masmorras. Isso só deixou Emily ainda mais eufórica, ela nunca tinha visto o sol antes, e seria a primeira vez que ela veria a reluzente estrela laranja, brilhando no subterrâneo.
Mas até que chegassem lá eles teriam que caminhar, saberiam que estavam chegando perto quando vissem uma grande montanha que barrava qualquer um de passar para o outro lado. A Grande Muralha De Pedra. Era como se chamava. Não tinha meio e nem fim e não tinha como escalar pois era lisa. Entretanto do seu lado esquerdo havia o que podiam se chamar de Portal. Um enorme buraco em forma de porta que levava para a entrada do primeiro andar das masmorras.
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