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O Segredo Do CEO

Capítulo 1. Na Rua

Melanie é uma jovem simples que veio de uma cidadezinha do interior, onde trabalhou ajudando os pais em seu escritório de contabilidade. Não fez amigos, pois seu foco era no estudo. Queria se formar, conseguir um emprego na contabilidade de uma grande empresa e crescer, mostrando a todos que a humilharam na escola, que era capaz e superior.

Estava terminando a faculdade, teve só um namorado, a guisa de ter companhia e não gostou de se relacionar com ele. o sexo não foi aquele boom que lia nos livros e preferiu ficar só. Tem uma altura mediana, cabelos castanhos com cachos largos e lindos olhos azuis, mas não gosta de atrair as atenções e por isso se veste com roupas discretas e baratas, nunca da moda, causando estranheza nos outros jovens.

No meio da noite, enquanto todos dormiam, ela terminou de estudar sua matéria para a prova final da faculdade. Era a apresentação de seu Tcc e tinha que dar tudo certo. Precisava passar naquela prova, para iniciar a carreira e realizar seu sonho, além de honrar seus pais. Levantou, saindo de seu quartinho de empregada, pois era a faxineira e se dirigiu à cozinha para beber água. Vestia só o seu baby doll e em um descuido esqueceu de vestir o roupão.

Estava parada de frente para a pia, terminando de beber sua água, quando um rapaz que ela fazia questão de manter distância, entrou na cozinha, andando com seu jeito de malandro, que na verdade, era cheio de segundas intenções. Foi se aproximando como uma astuta serpente, querendo dar o bote em sua vítima.

— Hora, hora, hora, se não é a ratinha da casa…

Mel imediatamente, lavou o copo, colocou no escorredor e tentou sair rapidamente, sentindo o cheiro de cigarro e Whisky, que emanava dele e lhe provocava asco. 

— Hei, ratinha, não vai, não. Agora que consegui ver você direito e descobri que é linda, você não pode ir embora. — disse ele, provocando-a.

O homem segurou seu braço e a puxou para si, mas ela com um puxão forte, conseguiu se soltar e correr para o seu  quartinho, trancando a porta, tentando ficar invisível, alí naquele cubículo escuro.

Ele percebeu que sua namorada, a dona da casa e quem bancava suas mordomias, estava vindo e recuou de seu ataque, deixando a jovem ir. Não sabia o nome dela, mas a silhueta daqueles seios e o bumbum redondinho, ficou gravado em sua mente e ele não desistiria dela, eram seus pensamentos, pura concupiscência.

— O que faz aqui, Jefferson? Vem pra cama, amor. — disse com voz melosa, a namorada.

— Oi, gata! — disse ele se aproximando dela, levando uma mão em sua nuca e fazendo uma carícia, do jeito que sabia que ela gostava. 

Depois que ele conseguiu tirar a atenção dela daquela que tanto o atraía, direcionou-a para o quarto, dando uma olhadinha para a área de serviço. Daí em diante começou a importunação dele a Melanie. Por várias noites ele foi até o quartinho e bateu insistentemente na porta, sem obter resposta e ela tinha que estar sempre atenta para manter a porta bem trancada.

Aquele apartamento de luxo, era da "colega" da faculdade. Na verdade, haviam se conhecido quando Mel pegou uma oferta de emprego em troca de moradia, em um quadro de anúncios na recepção da faculdade que cursava. O espaço que tinha direito de utilizar era pequeno e bem  simples, mas tinha cama de solteiro, um pequeno guarda-roupa e um banheiro anexo. Mel limpava o apartamento e punha a roupa para lavar em troca de moradia nas dependências da empregada e podia usufruir da cozinha, desde que comprasse sua própria comida.

Parecia uma exploração, pois não tinha salário e nem diária, mas Mel aceitou, pois faria uma boa economia nos recursos que tinha destinado para seus estudos. Seus pais não eram ricos, mas haviam economizado muito para dar a ela esse direito de cursar uma faculdade  e ela se esforçava para fazer jus ao investimento deles. Dessa forma foi vivendo e este ano, finalmente, terminaria seu curso e sairia com o diploma de contadora.

Mas agora, para atrapalhar, aquele patife, galinha, estava namorando com a dona do apartamento e perturbando sua paz e tranquilidade. Neste dia, depois que arrumou a bagunça que os dois fizeram e almoçou, foi para sua última aula de contabilidade empresarial, com quem ela considerava o melhor professor de todos, um senhor austero e muito rígido em sua disciplina e que não conversava muito com os alunos, mas que se dirigiu a Melanie, após a aula.

— Boa tarde, senhorita Fontes. — Era como sempre se dirigia aos alunos.

— Boa tarde, professor.

— Você foi a mais dedicada aluna, de todos que já tive. Então tomei a liberdade de dar seu nome a uma amiga que é chefe de departamento pessoal da Empresa Entertainment, de Propaganda e Marketing, pleiteando a vaga que está para surgir na contabilidade daquela empresa. Se você for bem, terá um emprego onde poderá mostrar seu potencial e crescer muito. O CEO de lá é muito humanitária e seus funcionários são muito bem tratados 

— Muito obrigada, professor — disse ela, admirada pelo imenso favor que ele lhe prestava e que abriria as portas para a realização de seu sonho —, eu não esperava por isso, mas confesso que é uma grande oportunidade, exatamente como eu queria ter e lhe serei sempre grata, fazendo o meu melhor.

— Apresente-se lá amanhã de manhã, aqui está seu cartão de apresentação, com o endereço. — passou-lhe um cartão e um folder da empresa em questão.

— Sim, senhor. Obrigada mais uma vez. 

Ele se despediu e foi embora, deixando ela parada no corredor próximo a sala de aula, ainda olhando para o papel. Foi para casa sonhando com o dia seguinte e não descuidou de trancar a porta do quarto. Pela madrugada, ouviu as batidas na porta e ficou quieta, mas se surpreendeu ao ver a porta se abrindo e ele entrando, o desgraçado fez uma cópia da chave da porta.

— Saia daqui! — ordenou ela se levantando da cama, já vestindo o penhoar.

— Dessa vez você não me escapa, pensou que era esperta, mas eu fui mais e fiz uma cópia da chave quando você não estava.

Ela sentiu o cheiro de bebida forte nele e tentou se manter distante, subindo na cama, já que o quarto era muito pequeno.

— Sai daqui, anda! Eu não lhe dou esse direito. — reclamou ela, pronta para chutá-lo, caso se aproximasse mais.

— Olha só, a ratinha tá mostrando os dentinhos… — ela o chutou e foi pior, pois ele não se afastou e ainda avançou mais.

Ele agarrou sua perna e a puxou com força, caindo  os dois, sobre a cama e neste momento a dona da casa chegou.

— Mas o que está acontecendo aqui? — gritou a proprietária, ao ver a cena.

Capítulo 2. Emprego

A imagem que ela viu não deixava dúvidas do que estava acontecendo, para quem não tinha visto o antes. Ele estava caído sobre Melanie, que tinha as pernas abertas, com ele no meio delas. Mel ficou calada, olhando para a face deformada de raiva e ciúme da mulher, enquanto ele se levantava dizendo, zonzo:

— Ela me tentou, amorzinho, cê sabe que só gosto de você. — mentiroso e covarde, não queria perder a mamata.

A namorada ciumenta, cega pela raiva, olhou para Mel e metralhou sua raiva em forma de acusações:

— Sua vagabunda, te abri as portas da minha casa e foi isso que recebi, sua traíra? Saia da minha casa, arrume suas trouxas e não quero te ver amanhã, quando eu voltar da faculdade. — disse e saiu, puxando o jovem bêbado pelo braço.

Mel olhou os dois saírem e dos males o menor, pelo menos não foi agredida ou violentada por um bêbado, como acontecia com várias jovens como ela. Levantou-se e arrumou suas poucas coisas rapidamente, quando saísse pela manhã, pediria a esposa do zelador, que era muito prestativa, para guardar, até ela encontrar um lugar e iria ver o emprego na empresa, seria sua salvação.

Assim que amanheceu, desceu pelo elevador de serviço e bateu na porta do apartamento do zelador, sendo atendida por sua esposa.

— Bom dia, Mel, o que houve para estar aqui tão cedo. — perguntou a mulher, com a cara ainda amassada pelo sono.

— Fui mandada embora e preciso de um favor seu. Até que arrume uma vaga, a senhora pode guardar minha mala? — pediu Mel, com jeitinho.

A mulher olhou para a pequena mala da jovem e se perguntou se era tudo que ela tinha, pois às vezes, era uma pegadinha, uma jovem com uma mala pequena podia estar escondendo um monte de outras malas atrás de si. Guardar as coisas para os outros era muita responsabilidade.

— É só essa mala, querida? — perguntou, sem acreditar que alguém pudesse viver com tão pouco.

— Sim, senhora, e não precisa se preocupar muito, pois eu já tenho em vista um lugar para ficar, então eu passarei aqui de tarde e pegarei a mala.

— Está bem, querida, fique tranquila eu a guardarei para você. — sorriu a senhora,  deixando as desconfianças de lado, pois aquela jovem sempre foi muito educada e prestativa.

— Muito obrigada, dona Elza, eu já vou, pois tenho uma entrevista.

— Vá com Deus, querida.

A mulher colocou a mala para dentro e deixou-a próxima da entrada, confiante de que a jovem viria logo buscar.

Melanie tomou um café pingado na padaria e foi para o lugar onde tinha visto a placa de vagas para moças. Não era um lugar feio, mas não dava para se ter idéia de como era pelo lado de dentro. Entrou por um corredor estreito e bateu na porta da primeira casa, como dizia a placa pendurada no poste, foi atendida por uma senhora, segurando um cigarro entre os dedos. Disse o que queria e foi levada a um quarto com vários beliches, eram seis vagas em um único quarto e um armário de metal com seis portas com cadeados, igual aos de escola ou aluguel de correio. Embora o local fosse precário e o banheiro, um só para três quartos com seis vagas em cada um, era o que cabia no seu orçamento, pois economizaria na condução.

Depois de ouvir a ladainha da proprietária, pagou, dando graças a Deus por ter recebido sua mesada no dia anterior, antes da confusão. Pegou as chaves e saiu. Não teria tempo de ir pegar a mala, foi direto para a empresa, se apresentar para a vaga de emprego. Admirou o imenso prédio espelhado, que possuía uma imensa tela acima da entrada e que passava uma propaganda colorida, da própria empresa e suas diversas áreas de atuação. Ela ficou uns minutos ali, admirando e uma voz falou, próximo a ela.

— Lindo, não é? Também gosto muito de apreciar, mas preciso tomar cuidado para não me atrasar. — terminando de falar, o homem elegante em um terno impecável e sapatos brilhosos, seguiu em frente e Mel só conseguiu vê-lo pelas costas.

Aproveitou a deixa do homem e entrou também, seguindo direto para a recepção e se apresentando com o cartão que lhe deu o professor. O recepcionista fez uma ligação, lhe entregou um crachá de visitante e permitiu que ela entrasse, indicando-lhe qual o elevador deveria pegar. Ela passou pela roleta e seguiu em direção ao elevador. Eram quatro elevadores dois de cada lado e ela deveria pegar o segundo da direita.

Mas ao passar pelo primeiro, a porta parou de fechar e se abriu novamente. Um homem lá de dentro, chamou-a:

— Venha por este.  — Ela obedeceu e apertou o sexto andar, tendo ficado de costas para o homem. — Departamento de pessoal?

— Sim, senhor.

— Boa sorte.

— Obrigada, senhor.

Ela abaixou a cabeça, envergonhada frente aqueles homens elegantes, quando se encontrava vestida de forma tão simples e vislumbrou a ponta do sapato brilhante e sorriu. Entendeu porque ele a chamou e ficou mais tranquila. Quando o elevador parou no sexto andar, ela agradeceu e saiu, continuando a olhar para frente, sem ver a face do homem que a ajudou.

Foi até a recepcionista do andar e perguntou onde era a sala da chefe de departamento e foi indicada que seguisse o corredor e entrasse na primeira porta da direita, sem precisar bater e foi o que ela fez. Quando entrou na sala, percebeu que era também uma recepção e já haviam ali quatro jovens. Se dirigiu a recepcionista e se identificou com o cartão, a jovem pediu que esperasse e falou algo ao telefone, sendo que Mel tratou de obedecer e sentou-se junto às outras jovens.

Ela foi chamada antes das outras e levada a sala da chefe do departamento, que a recebeu com um sorriso.

— Bom dia, então você é a Melanie, indicada pelo professor Gusmão. Meu nome é Keila Araújo, mas pode me chamar só de Keila.

— Sim, sou eu mesma e pode me chamar só de Mel. Trouxe meu curriculum. — passou-lhe o envelope com seus dados.

— Excelente, precisarei fazer algumas perguntas, coisa simples só para o cadastro.

Ela fez as perguntas de praxe, como registro, residência e telefone, pois os outros dados necessários estavam no curriculum. A jovem senhora, passou os olhos pelo curriculum e viu que Mel já tinha alguma experiência.

— Então você já trabalhou em um escritório de contabilidade? Ainda era nova, não? Fazia exatamente o quê? 

— Ajudava meu pai com os impostos de renda de pessoas físicas.

— Muito bom. Bem, Mel, a vaga é só para daqui a uns dois meses, mas você já está garantida para o cargo de assistente contábil.

— Puxa, eu precisava de algo agora, não tem outra vaga qualquer, em que eu possa ficar enquanto isso?

— Na sua área, não, sinto muito. — Keila informou com pesar, pois gostou muito da simplicidade de Mel.

— Aceito qualquer coisa,  até lavar privada, só até a minha vaga permanente chegar.

Ela investigou no computador e fez uma careta de desagrado.

— Tem uma aqui e é exatamente o que você sugeriu, faxineira. É um trabalho de seis horas, no turno da noite. Tem todos os direitos dos outros funcionários e o salário é um pouco melhor que o das outras empresas.

— Tá bom, serve. Quando começo?

Capítulo 3. Desavenças

Você é ligeira, menina. Pode começar hoje, já vou ficar com sua carteira de trabalho e você pode fazer o exame necessário, aqui mesmo no prédio. Seu horário é de 20 às 2 horas. Não se preocupe, o Marcinho vai te ajudar, é o outro funcionário da noite.

— Ótimo, então vou correr, tenho algumas coisas para resolver.

— Está bem, querida. Quando você vier para o trabalho, encontrará na recepção seu crachá e uma bolsa com o seu uniforme, dirija-se ao segundo andar e procure pelo Márcio, ele irá te ajudar. Boa sorte.

— Obrigada. Trarei o resultado do exame 

— Não precisa, eles mesmos me enviarão, é só você chegar lá e dizer o seu nome, é no terceiro andar na sala 3010.

— Uau.

Ela saiu, pisando nas nuvens. Nunca tinha trabalhado em um lugar tão importante, estava com 23 anos e era a sua primeira vez com carteira assinada e dali a dois meses, trabalharia em sua própria área. Desceu ao terceiro andar, fez os exames e foi embora. Quando o elevador parou, já tinham dois homens de terno, ela não olhou para eles, entrou e ficou de costas, verificando o andar.

— Vejo que conseguiu o emprego.

— Ah? Como sabe?

— Se não pelo sorriso, pelo andar de onde está vindo.

— Oh! Sim, consegui.

— Que bom e qual o setor?

— Limpeza. — Ela respondeu, mas continuou olhando para baixo e viu, de novo, a ponta do mesmo sapato brilhante.

— Ah… — resmungou ele.

Dali em diante, ele ficou calado, ela não via a expressão dele, mas parecia desagradado. Ele pensava que ela iria para um outro setor, mas aquele era o setor mais baixo da firma, foi se agradar justamente de uma faxineira? Ele tinha dado mais valor a ela do que o que ela merecia, então achou melhor ficar calado. Saíram do elevador e seguiram cada qual, seu rumo. Ela correu para pegar um ônibus e buscar sua mala, precisava se instalar e correr para a faculdade e logo mais, à noite,  encararia seu primeiro dia de trabalho.

**

— Conhece ela, Rafael? — perguntou o advogado, Dr. Getúlio, que estava com Rafael no elevador.

— Apenas a encontrei quando cheguei,  apreciando o painel.

— Mas a cara de decepção que você fez quando ela disse que vai ser faxineira, mostrou que você tinha outra impressão dela.

— Na verdade, nem sei o que pensei. Quando a vi admirando o painel, achei que ela tinha alguma experiência no assunto e fiquei feliz, mas agora, talvez ela só tenha apreciado o colorido.

— Você é uma figura, Rafael.

**

Mel correu até o antigo prédio onde morava, para pegar sua mala. Quando chegou, foi impedida de entrar pelo porteiro, então ela avisou que só veio buscar sua mala que estava Claro que tá com erro de digitação p com dona Elza. Enquanto o porteiro interfonou para a casa do zelador, o namorado de sua ex-patroa apareceu na portaria e saiu para importuná-la.

— Tava te esperando, parece que voltou a ser ratinha, né? — zombou o implicante.

— Me erra, cara, já não chega o que tu causou? — tentou ela, despachá-lo.

— Pois é, eu queria te compensar pelo transtorno… — disse ele, como se fosse bonzinho.

A aparência e maneirismo de falar dele, com a malemolência do corpo que nunca ficava de pé, ereto corretamente, causava em Melanie, uma aversão terrível. Ele não parecia um homem direito, tinha aparência e se comportava como um verdadeiro malandro assediador. Melanie não entendia como que sua colega foi se envolver com um cara tão baixo.

Viu que dona Elza vinha trazendo a mala e se aproximou da porta para pegá-la e atrás dela, vinha sua ex-patroa e colega. A porta de vidro se abriu e antes que Mel pegasse a mala, a ex patroa lhe  deu um tapa de mão cheia, no rosto, foi tão forte que a derrubou no chão, com o lábio rachado. Dona Elza, com pena da jovem, saiu rapidamente em seu socorro, colocando a mala, na frente da moradora e ajudando Mel a se erguer.

O namorado desqualificado se aproximou e com aquela maneira malandra de falar, tentou controlar sua namorada:

— Calma gata, cê acha que eu ia trocar você por essa ratinha feia?

— Ela que não se atreva a vir dar em cima de você de novo, eu tava bem vendo lá de cima, essa piranha falando com você.

Melanie se encheu de tanta ira por ter apanhado por causa daquele idiota, que não soube de onde veio a força que fez com que ela acertasse um soco no queixo do homem, de baixo para cima, que um dente dele voou longe e ele caiu para trás e depois foi a vez da mulher, que recebeu um belo tapa, sem nem ver de onde veio. Mel aproveitou a queda dos dois e dizendo um obrigado para dona Elza, foi embora correndo, abraçada a sua mala. Pegou o primeiro ônibus que passou, que coincidentemente era o certo e foi para a faculdade.

Não deu tempo de comer e nem de levar a mala, assistiu as últimas aulas do semestre, marcou sua monografia e foi deixar a mala na pensão. Aproveitou para tomar um banho, aproveitando que ninguém tinha chegado do trabalho, ainda. Se arrumou, trancou suas poucas coisas no pequeno armário de ferro, ainda dentro da mala e foi para o trabalho.

Precisou pegar um ônibus, mas não demorou muito para chegar, pois naquele horário, o fluxo maior era contrário ao que ela ia. Ela gostou, pois pôde relaxar um pouco e comer o cachorro quente que comprou no caminho. Não precisou se preocupar em sujar ou não a roupa, pois usaria uniforme e faria o serviço em um horário que o prédio estava vazio.

Desceu do ônibus e andou um pequeno trecho arborizado até o prédio. Novamente parou para observar a fachada e o colorido das propagandas a encantou novamente e deu graças a Deus por estar chegando cedo e poder desfrutar daquela beleza. Entrou no prédio e se identificou na recepção. O segurança a tinha acompanhado e quando viu o crachá que lhe foi entregue pelo recepcionista, sorriu e disse:

— Seja bem vinda, você vai gostar de trabalhar aqui. O patrão trata muito bem a todos e os benefícios são ótimos.

— Obrigada, já me disseram isso e estou muito feliz.

— Alguém bateu em você? Seu rosto está vermelho e seu lábio partido.

— Foi uma ciumenta descontrolada, mas também levou, não se preocupe, não sou tão desprotegida, não. — ela tentou sorrir, mas seu lábio doía. — preciso ir, obrigada aos dois e boa noite.

Eles sorriram e se despediram, desejando a ela um bom trabalho. Ela pegou o elevador de serviço, como lhe indicaram, e foi para o segundo andar. Não encontrou ninguém ali. Andou pelo corredor e viu uma porta com uma placa escrito despensa. Abriu a porta e encontrou os carrinhos de limpeza. Saiu e procurou o banheiro, entrou e trocou de roupa, dobrando sua roupa e colocando no saco onde estava o uniforme. 

Ao sair, encontrou um rapaz ainda mais baixo que ela, que não era alta.

— Boa noite, você deve ser o Márcio.

— Sim, sou eu, boa noite, estava te procurando, Melanie, não é?

— Sim, por onde começo?

— O serviço aqui é simples. Basicamente é tirar o lixo, passar o espanador, lustrar os móveis, aspirar o chão e limpar os banheiros. Nós dois somos responsáveis pelos andares mais altos, onde ficam o CEO, os diretores e o vice, no último andar e no penúltimo, são os advogados e o pessoal do marketing e mídia.

— São muitas salas, então.

— É mais fácil que as do povão. Vou deixar para você, o último andar, que é menos sujo. Vamos?

— Quanto mais rápido melhor?

— Não se esquece que nós não lavamos banheiro, só limpamos com produtos especiais e passamos uma espécie de guardanapo resistente e descartável. Qualquer coisa, tem as instruções no carrinho.

Márcio mostrou a ela como munir o carrinho com os produtos que tinha no quarto de despensa e depois levou um deles, mostrando a ela como ir até o elevador e entrando no elevador seguiram direto para o último e penúltimo andares. Ela limpou primeiro o que achou que fosse mais pesado, os banheiros e admirou o luxo dos materiais utilizados ali, mármores, puxadores de inox, piso de porcelanato e sanitários com descargas eletrônicas. 

— Coisa de primeiro mundo. Até as lixeiras são automatizadas. — terminou ali e seguiu para as salas e a sala de reuniões foi a pior delas, pois tinha uma mesa enorme para lustrar. 

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