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Amor Através Das CORDAS

Divórcio

Eu me chamo Pedro Gonçalves Dias Neto, sou casado e tenho uma filha de apenas 4 anos de idade, me casei muito jovem mas por medo de engravidar minha esposa por conta da época em que nos conhecermos ser bem difícil decidi respeita-la até que estivesse pronta, meu sonho sempre foi me casar e ter filhos com a mulher da minha vida, então acabou acontecendo claro, tenho um emprego de engenharia da construção, tenho minha própria casa que desenhei e construir, ela é uma bela casa toda amarela com janelas e portas brancas sem esquecer de mencionar que era em cima e embaixo, muitas pessoas a cobiçava pensando que a casa era para alugar, com vergonha eu dizia sempre que não, minha esposa era linda, morena olhos castanhos e sempre agindo toda devota ao nosso casamento, durante a gravidez no período onde ficam estáveis e  bastante vulnerável ela acabou com um problema, mas , nunca pensei que mais tarde iria piorar, o meu erro foi achar que ela estava daquele jeito por conta da gravidez e assim que minha filha nascesse o comportamento dela também retornaria ao normal, ela se chama Angélica e por conta desse nome coloquei o nome em minha filha que se chama Angela, ela tinha apenas 4 anos de idade quando aconteceu a tragédia que mudou minha vida simplesmente total, perdi tudo naquele dia, minha dignidade, minha casa e anos de planejamento foram tudo por água abaixo, em uma certa manhã eu saí cedo para ir trabalhar pois é bastante corrido e muitas das vezes chegava tarde em casa, era raro mas eu confiava plenamente e  cegamente em minha esposa para cuidar de tudo enquanto eu estivesse fora de casa, esse foi outro erro que cometi pois estava tudo ali em minha frente e eu não queria enxergar, acho que não fazia questão de enxergar na verdade, então nesse dia trabalhei bastante, esse meu emprego é bastante corriqueiro e cansativo para mim mas vale a pena porque se não fosse ele também não faria a menor diferença e não teria praticamente nada do que tenho hoje, muito bem, a partir daí tudo estava normal, o dia foi passando e meu chefe pediu para que eu fizesse hora extra e acabei cedendo pois ele sempre me pagava e isso me ajudava mais ainda, fiquei de cinco horas da tarde até as sete da noite, assim que acabei fui para casa após um longo dia cansativo, gostaria de mencionar também que tenho um hobby bem interessante, gosto de criar maquete de casas com palitos de picolé, me sinto feliz fazendo isso, pois bem ao chegar quase na quadra de minha casa vi uma fumaça gigante subindo aos céus sem me dar conta de onde estava saindo, corri como um louco ao perceber que a fumaça estava saindo de minha casa, assim que me aproximei do local, vi minha esposa no lado de fora de frente para nossa casa encarando-a enquanto queimava, a fumaça era tanta que chamava atenção de todo mundo, eu puxei minha esposa pelo braço e perguntei a ela onde estava nossa filha mas ela continuava fascinada pelo fogo e não me respondia, eu gritei intensamente novamente e ela apenas estava com lágrimas caindo em seu rosto e trêmula apontou para o quarto de cima onde nossa filha estava, sem pensar duas vezes corri para dentro da casa que estava sendo consumida pelo fogo, meus vizinhos ligaram para os bombeiros pois o fogo estava se alastrando rapidamente, em meio a fumaça fui até a escada que não estava ainda atingida pelas chamas e ao me aproximar do corredor já estava em condições precárias, dei um enorme pulo afim de evitar a chama e quase queimei minha calça, abri a porta do quarto dela e já  estavamos sem fôlego, mas por sorte havia um jarro de agua e molhei um pano para tapar meu nariz e conseguir sair dali, enrolei a minha filha com seu lençol e seu ursinho favorito a levei para fora mas já estavam caindo algumas madeiras do teto e quase me acertando, mesmo assim não quis ficar parado ali e corri com minha filha em meus braços e a levei para fora, atordoado e me tremendo bastante comecei a prestar os primeiros socorros a ela imediatamente, minha esposa continuava ali parada olhando para o fogo com um sorriso estranho em seu rosto, como se estivesse admirando-o e feliz com aquelas chamas, eu fazia massagem cardiaca em minha filha e por um triz quase a perdi, mas, graças a Deus ela deu sinal de vida sendo  " Papai" sua primeira palavra, sentado na calçada eu a coloquei em meu colo e disse a ela:

- Papai está aqui querida\, papai está aqui\, vai ficar tudo bem minha princesa\, tudo ficará bem. Ao dizer aquelas palavras ela acabou dormindo novamente agarrada ao seu urso\, os bombeiros chegaram e conseguiram conter as chamas apagando o fogo e outros prestando socorro tanto a mim como a minha filha\, após algumas perguntas serem feitas e eu responde-las eles ficaram assustados e me dera alguma orientações\, tudo estava bem entre minha filha e eu\, eles foram embora me deixando um papel para um endereço de um apartamento para que eu pudesse ficar até o outro dia\, assim que foram embora minha esposa começou a agir estranho\, ela ficava andando em circulos e puxando seu próprio cabelo batendo suas mãos em sua cabeça diversas e diversas vezes\, um momento ela parou e se ajoelhou de costas para a casa ficando parada e se manifestou chorando como se não quisesse que o fogo fosse apagado\, então ela olhou para mim de um jeito estranho com lágrimas jorradas e me encarava como se estivesse com ódio de mim e após uns segundos arregalou um sorriso de orelha a orelha para mim\, fiquei com medo e ela estava irreconhecivel. Bastante irritado com ela eu a perguntei:

- O que você fez? Foi você quem jogou fogo na casa? Apontei meu dedo indicador para a casa e com raiva a questionei.

- Você não tinha nada que ter se intrometido\, o fogo é lindo e você acabou irritando mais ainda ele ao mandar aqueles homens apagarem ele. Te odeio! Te odeio!  Ela repetia diversar vezes como um sussurro e batia em sua cabeça andando novamente em circulos.

- Você quase matou a nossa filha sua louca! Não pensou nisso não? Quer saber? Eu vou embora com ela e vou te deixar aí\, vou logo avisando que quero divórcio e os vizinhos terão provas de que você foi a causadora e te mandarei para um manicômio\, sua louca. A partir dali saí com minha filha no colo e fui dormir no endereço que me deram já que ela se adentrou na casa após me ouvir.

[ Continua...]

Se tudo fosse diferente

Chegando ao endereço logo me desloco para dentro dos apartamentos e entrego o papel a pessoa responsável por ele, elas olham o papel e depois para mim, me entregam uma chave me dizendo qual o quarto devo ficar hospedado, sigo em direção a ele olhando de porta em porta até encontrá-lo, cansado de tanto trabalhar e exausto de carregar minha filha logo acabo batendo de frente com o quarto e adentro rapidamente ao  mesmo, deito minha filha em uma das camas e a deixo dormindo tranquilamente, me agacho até ela acariciando o cabelo dela e emocionado repito algumas palavras:

- Por um triz eu acabei te perdendo\, acabei não querendo enxergar sua mãe da forma que ela estava apresentando\, me perdoa minha filha\, desculpe o papai imprudente\, fico mais aliviado em saber que não presenciou o estado critico de sua mãe\, sinto muito por tudo isso\, sinto muito e de uma forma sincera o papai aqui se encontra completamente arrependido. Após dizer todas aquelas palavras beijo a testa de minha filha devagarinho e desligo o abajur da cama dela correndo até o banheiro não conseguindo mais aguentar o choro acabo me debruçando em prantos\, ajoelhado puxando com força a minha roupa passo a me lamentar bastante olhando para cima me perguntando o que exatamente fiz para que aquilo acontecesse comigo\, após passar várias horas chorando me recomponho e tomo um longo banho na esperança de conseguir dormir sem ter nenhum tipo de pesadelo\, desligo o chuveiro e me enxugo com o roupão\, tomar um banho foi como um alivio dado a mim por passar por momentos de terror\, talvez se eu não estivesse feito hora extra\, aquilo não teria acontecido\, nada disso teria acontecido com ela\, ela não estaria naquele estado critico e deprimente\, me culpo por parte daquilo tudo ter acontecido\, por não conseguir enxergar a tempo\, penso logo me deito em minha cama\, levo minha mão em meu rosto como se estivesse pensando sendo que estou tentando processar tudo aquilo mas não consigo imaginar o pior\, minha mente não para de trabalhar nem me deixa em paz em nenhum segundo não me deixando dormir\, fico me mexendo o tempo todo da um lado para o outro até que finalmente acabo caindo de sono.

O dia amanhece e sou acordado por minha filha:

- Papai\, acorda papai! Acorda! Ela me cutuca em meu peito e assustado dou um salto da cama.

- O que houve? O que foi? Após perguntar ela puxa minha camisa e pergunta:

- Onde estamos papai? E cadê a mamãe? O ue aconteceu? Ela me pergunta olhando ao redor do quarto estranhando o ambiente\, me agacho a fim de alcança-la e a respondo após suspirar pesadamente:

- Ontem enquanto você estava dormindo nossa casa foi tomada por chamas\, ainda não se sabe o que causou o incêndio e os policiais irão investigar\, por isso quero que você tome um banho para voltarmos em nossa casa para verificar se temos algo que tenha restado lá\, assim que terminar nós iremos tudo bem? Eu seguro nos ombros dela\, dou um sorriso a ela e  a abraço por um pouco. Ela corre até o banheiro e espero ela  sair de lá.

Estou sentado novamente chorando no pé da cama ainda sem acreditar no que aconteceu, tentando processar tudo com calma e resolver pois sei muito bem o caos que vai ser daqui para frente, perdi minha casa e munha dignidade, por parte culpa minha mas o importante foi ter conseguido tirar minha filha mesmo que por um sufoco daquele lugar, ainda me pergunto de onde tirei tudo aquilo aquela coragem para me jogar naquele fogo em prol de tirar meu bem mais precioso de lá, a maçaneta da porta do banheiro se mexe e percebo que ela já esta saindo dali, me levanto do chão e enxugo minhas lágrimas e olho para aquele pequeno botãozinho de pessoa pequeno e frágil me olhando.

- Papai\, estou com fome! Diz ela coçando seu olho ainda sonolenta.

- O papai aqui vai te levar para tomar café em um lugar bem bacana e depois iremos para casa e resgatar o que tem por lá\, tudo bem? Após propor aquilo para ela e receber sua autorização saimos do quarto e descemos até o primeiro andar\, levo a chave até uma das recepcionistas e agradeço a hospitalidade.

- O senhor não vai retornar essa noite? Ela me pergunta.

- Não\, planejo resolver algumas coisas e assim que acabar vou embora dessa cidade. Eu a respondo e logo sigo em frente segurando essas mãozinhas fofas que ela tem.

- Papai\, minhas pernas estão doendo. Ela diz fazendo beicinho apertando com força o seu ursinho.

- Papai vai te levar no braço então.

Ela abre os braços e eu a pego e seguimos novamente em frente até chegar a pequena lanchonete quase próxima a creche que ela estuda.

Peço um lanche para ela e para mim também afim de recuperar minhas energias já que não jantei nada, novamente acabo me lembrando da noite passada pensando na atitude de minha esposa,no olhar assombroso que ela me deu, parecia que estavamos em um filme de terror ainda me perguntando como ela ateou fogo na casa, no jeito que ela ficou sua forma desperada ao notar que as chamas estavam contidas, seu olhar de ódio e aquele sorriso que ela deu, foi bizarro demais e chocante, ainda mais vindo dela para mim estava irreconhecivel.

- Papai! Terminei. Grita minha filha ao mesmo tempo que cutucando.

- Perdão meu botãozinho! Estava pensando em algo e te ouvi agora. Respondo a ela.

- Você esta muito aereo hoje papai\, me assustou\, termine logo que quero ir para casa e ver a mamãe! Ela me diz fazendo uma cara brava fechando seus braços e batendo o pé no chão.

- Ta bom! Já vamos. Coloco parte do lamche que não comi em uma sacola e faço o pagamento da conta e volto a caminhar com ela. Assim que chegamos em casa caminho olhando para o chão a fim de encontrar alguma coisa\, fotos ou documentos importantes que coloquei em uma caixa preta que não se queima em chamas.

- Não consigo achar\, chuto os escombros a fim de encontrar e acho algumas coisas incluindo  a caixa que tanto procuro. Olho para minha filha que esta paralisada e procuro encontrar a mãe dela que já não esta mais ali.

De repente escuto uma voz bastante furiso vindo de trás de mim:

- Como você ousa fazer uma coisa dessas? Pergunta a voz misteriosa.

[ Continua...]

Estado deplorável

Assustado olho para trás e vejo uma mulher, minha vizinha de quintal furiosa e repetindo a pergunta:

- Como pode fazer uma coisa dessas?

Olho para ela e me aproximo e sem entender nada a pergunto:

- Como assim?

- Eu vi o que você fez ontem a noite\, deixou sua esposa sozinha e foi embora com sua filha no colo sem olhar para trás. A mulher se aproxima de mim como se fosse me estapear apenas puxando o meu braço. Com raiva de ser questionado eu a respondo:

- Você viu quando o incêndio começou? Reparou onde ela estava? Escuta aqui ontem quando cheguei do trabalho e encontrei ela em frente as chamas com os braços cruzados apenas admirando o fogo e minha filha estava la dentro dormindo\, eu a questionei várias vezes para saber onde minha filha estava e enfrentei as chamas a fim de pegar ela\, o único bem preciso que tenho\, eu a deixei aqui pois ela estava me assustando bastante\, sim\, eu agi de maneira errada mas saiba que isso foi por culpa dela\, por culpa dela quase perdi tudo\, quase perdi minha filha então não venha aqui como se fosse autoridade querendo me dar lição de moral sobre como tratar aquela mulher que não sei o que acontece ou se passa na mente dela.

Rapidamente puxo meu braço para trás me soltando daquela mulher, olho para trás e vejo que minha filha não escutou nada do que acabei de dizer por estar distraida.

- Com tudo isso\, saiba que a policia já esta sabendo disso e em breve irá bater aqui para conversarem com você. A mulher me diz enquanto aponta seu dedo indicador em minha cara.

- Quando eles chegarem estarei aqui esperando\, os bombeiros já me disseram isso ontem por isso voltei para cá. Eu a respondo com um tom sarcastico em minha voz e retorno para onde estava.

- Pois bem\, ela está em minha casa\, com pena dela abri minha porta para que ela dormisse lá\, espero que vocês se resolvam logo. A mulher diz aquilo e em seguida vai embora e antes que ela suma de vista eu grito em direção a ela:

- Cuidado para ela não atear fogo em sua casa também.

Vou até onde estava para buscar o que queria e retorno para minha filha.

- Deu certo papai? Ela me pergunta.

- Sim! Agora a gente vai até a sua mamãe para que possamos vê-la. O brilho nos olhos dela retornam e seguimos até a casa da mulher que me questionou\, aperto a campainha e em seguida tanto ela como minha esposa atendem a porta.

Elas veem até nós dois e Angela corre para abraçar sua mãe.

" Ela pode ter feito o que fez mas jamais irei proibir ela de abraçar sua mãe." Penso comigo mesmo.

- Entra também\, não precisa ficar fora feito planta. Diz a mulher.

Entro na casa dela e me sento no sofá, minha esposa olha para mim com seu olhar normal e calmo, constrangida de vergonha ela procura sentar no sofá ao meu lado lentamente e apoia sua cabeça sobre meus ombros, estaria mentindo se não dissesse que a quero empurra-la para longe de mim e a deixo fazer o que quer.

- Vamos Angela\, vou te dar uma roupa da minha neta que acho que servirá em você. A mulher leva Angela para outro local na casa a fim de me deixar sozinho com minha esposa. Assim que as duas saem ela me ataca me beijando com força como uma selvagem desesperada e se senta em meu colo bastante trêmula\, com medo dela eu a empurro e enxugo meu lábios com raiva dela e a pergunto:

- Acha que sentar em meu colo e me beijar assim vai fazer alguma diferença? Eu quero que você me diga o que exatamente aconteceu ontem. Seguro firmimente os braços dela com força e olho para ela fixamente.

- Eu tive um surto psicótico\, ouvi umas vozes e com medo acabei colocando fogo na casa\, sai para fora e fiquei o observando\, e agi daquele jeito por causa do surto e prometo a você que isso não vai mais acontecer\, eu não quero divórcio\, eu quero você\, preciso de você agora. Ela tenta se soltar mas apenas continuo apertando seus braços mais ainda.

- Eu não vou continuar casado com você não\, nós iremos nos divorciar e cada um seguirá sua vida e como te falei você irá para um manicômio e receber ajuda necessaria. Após dizer tudo aquilo eu a retiro de cima de mim e me levanto deixando- a sentada no sofá.

- E nossa filha? Como acha que ela vai ficar longe de mim\, a mãe dela? Com uma voz bem tristonha ela me pergunta.

- Eu irei explicar tudo a ela bem direitinho com o tempo e com certeza um dia ela entenderá o motivo pelo qual escolhi fazer isso. Respondo a ela apertando minha cabeça com minhas mãos tentando segurar o choro.

" Apesar de tudo eu a amo muito, mas, acabou colocando nossa filha em perigo e isso só me afasta mais ainda dela." Digo para mim mesmo e viro em direção a ela.

- Então não tem realmente nenhuma esperança para nós dois não é? Ela me pergunta.

- Sinto muito\, eu não quero que isso aconteça novamente e para isso precisamos nos afastar\, prometo que você com certeza vai poder ve-la pois irei te visitar constantemente. Explico a ela calmamente mesmo que ainda apreensivo com sua atitude\, ela começa  a se coçar toda e fica se balançando no sofá como se estivesse em uma cadeira de balanço\, começo a me assustar com ela e meu corpo paralisa. De repente alguém bate a porta e vou até ela atender\, são dois policiais acabam pesenciando a atitude de minha esposa.

- Viemos para fazer algumas perguntas pelo ocorrido de ontem. Eles me avisam.

Peço para que entrem e se acomodem imediatamente. Após uma longa conversa e questonarem minha esposa eles me aconselham ao que mais temia, interna-la em um  lugar para se reabilitar pois não podiam prende-la naquele momento por conta de seu estado deplorável. Eles vão embora em seguida e me deixam sozinho com ela novamente. A mulher aparece com minha filha e pergunta quem tinha acabado de sair  e a respondo:

- Foram os policiais que você chamou.

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