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A Procura Da Liberdade

Capítulo 01

Ashley uma jovem de vinte e seis anos, estatura mediana, pele clara, com cabelos e olhos castanhos. Assumiu os negócios da família aos dezoito anos, após terminar a faculdade de administração.

Seu irmão Jimmy, vinte e cinco anos, alto, pele clara, cabelos castanhos e olhos verdes. Trabalham juntos para manter os negócios em família. Aventureiro, adorava esportes e se divertia com os amigos na noite.

Ashley era o oposto do irmão, não gostava de muito agito, seu trabalho é que mantinha sua mente ocupada e no seu tempo de folga, preferia ficar em casa. 

Peter, trinta e um anos, alto, pele clara, olhos e cabelos castanhos. Trabalhava como modelo e namorado de Ashley, há três anos.

Se conheceram num evento realizado na sua empresa e saíram algumas vezes, com Peter a pedindo em namoro. Com um empurrão de seu irmão Jimmy, resolveu viver o romance, sendo seu primeiro namorado oficial. 

Peter foi aos poucos mudando para casa da sua namorada, pois como o trabalho de Ashley era muito puxado, com reuniões e viagens, quase não tinham tempo para ficarem juntos.

Após um ano morando juntos, Peter começou a ter um comportamento estranho, que foi notado por Jimmy, que via seu cunhado não parar em casa, dando desculpas de muito trabalho na agência de modelos.

Moravam em Austin no Texas, com sua governanta Nany, de quarenta e seis anos, que teve a guarda deles até completarem maioridade, após a morte de seus pais, num acidente de carro.

Além da empresa têxtil, tinham uma fazenda em Dallas, na região de Fort Worth, também no Texas. Administrada por Álvaro, cinquenta anos, um velho amigo de infância de seus pais.

Henrique, moreno claro, alto, vinte e nove anos, olhos e cabelos castanhos. Filho de Álvaro, que ajudava na administração e estava se especializando em agronomia, terminando sua faculdade.

Após chegar de uma viagem de negócios, Ashley foi informada por sua governanta, de que seu namorado não aparecia em casa fazia dois dias. Ela estranhou, pois Peter não tinha dito nada de estar fazendo algum trabalho fora.

Foi para a empresa, onde passou o dia todo ocupada com o trabalho. Tentou contato com Peter, mas seu celular estava desligado.

Sua secretária, avisou que tinha uma ligação da agência do seu namorado e atendeu, onde foi informada que por vários dias estavam à procura de Peter e não sabiam onde encontrá-lo, pois há alguns meses, faltava aos compromissos, deixando a agência numa situação difícil com os clientes.

Chegou em casa a noite, exausta, encontrando sua governanta na cozinha.

— Boa noite, minha filha! - disse Nany, ao lado do fogão.

— Boa noite, Nany!  - disse Ashley, a abraçando.  – Que cheirinho bom…  - disse ela, sentindo o aroma da comida.

— O jantar está quase pronto.

— Ótimo. Vou tomar um banho e desço em seguida.

— Filha… Peter está no quarto. - disse ela, com um olhar preocupante.

— Até que enfim… tentei localizá-lo o dia todo.

— Chegou a tarde, indo direto para o quarto e lá ficou.

— Obrigada, Nany!  - ela a beijou, saindo.

Ashley foi para o seu quarto, abrindo a porta, vendo tudo escuro. Acendeu as luzes e viu Peter largado na cama, sem nem ao menos ter tirado os sapatos.

Se aproximou o chamando, vendo-o cobrir a cabeça com o travesseiro.

— Não grita e apaga essa luz.  - disse ele, irritado.

— Não gritei e sabe que não gosto de lugares escuros. - disse ela, puxando o travesseiro.

— O que está fazendo?  - perguntou ele, a encarando.

— Muito obrigada, pela recepção calorosa… - disse ela, irônica. – Oi amor, como foi a viagem? Está tudo bem? Estava com saudades…

— Você mal para em casa, que às vezes nem sei mais se está chegando ou saindo.

— É mesmo?! Pois estou sabendo que sua vida não está sendo diferente. - disse ela, sentando na cama.

— Do que está falando?! - disse ele, sentando ao lado dela.

— O que anda fazendo, que não vem pra casa já tem uns dias…

— A fofoqueira da sua babá, já foi fazer reclamação... - comentou pondo a mão na testa, sentindo dor de cabeça.

— Não fale assim dela. Não tem o direito…

— E que direito os outros têm de se meter na minha vida?! - ele levantou, irritado.

— Ligaram da agência… tem meses que está faltando aos seus compromissos. Tentei falar contigo o dia todo… O que está acontecendo?

— Nada. - disse ele, sem paciência.

— Nada?!... Olha como está… todo desleixado, cheirando a bebida e cigarro. - disse indo até ele.

— O que é agora… virou minha mãe?!

— Não entendo seu comportamento… Só quero saber o que está acontecendo, pois você nunca foi de fazer essas coisas. Me preocupei, apenas isso.

— Finalmente chamei a atenção da grande empresária Ashley MacLean… - ele ergueu as mãos, irônico. – ... que vive a maior parte do tempo, para o seu trabalho.

— Você me conheceu assim. Sabia da minha rotina. - disse ela, sem entender.

— Mas achei que com o tempo mudaria…

— Depois de três anos, agora que vem reclamar!? Estamos morando juntos, para ter mais tempo ao seu lado…

— Que tempo, Ashley?! Se não te vejo…

— Olha eu aqui.

— Agora sim, amanhã quem sabe…

— A questão aqui não é essa. Quero saber o que está fazendo… por que está faltando com os seus compromissos e nem em casa está ficando?

— Vai começar a me controlar agora?! - disse ele, alterado.

— Está distorcendo as coisas.

— Não me meto na sua vida… então, me deixa em paz!  - ele saiu, batendo a porta do quarto.

Ashley ficou sem compreender a reação de Peter, que nunca tinha falado com ela daquela maneira.

Resolveu tomar um banho para relaxar, logo depois foi para sala, encontrando seu irmão que havia acabado de chegar.

— Boa noite, irmãzinha!

— Boa noite, Jimmy! Não nos vimos na empresa… - disse ela, o beijando.

— Fiquei fora o dia todo. Fui me encontrar almoço com alguns clientes no almoço e tive outras reuniões a tarde… estou cansado. - disse ele, sentando no sofá.

— Desculpe, ter te deixado sozinho para resolver tudo isso. - disse ela, vendo-o sobrecarregado.

— Sabe que não me importo. E você tinha viajado a trabalho. Divisão de tarefas, sempre. - ele sorriu para sua irmã.

— Desde pequenos, sempre dividiram tudo.  - disse Nany, entrando na sala.

— Aprendemos graças a você.  - disse Jimmy, se levantando. – Estou morrendo de fome, Nany. - ele a abraçou.

— Já está tudo pronto. Vim chamá-los, para jantar. - ela lhe deu um beijo.

— Peter não está?  - perguntou Jimmy.

— Saiu batendo a porta. Parecia irritado. - respondeu Nany, intrigada.

— Nem mal chegaram e já brigaram?!  - disse ele, encarando sua irmã.

— Não briguei. Só tentei saber o que está se passando e ficou nervoso, saindo em seguida. - ela se justificou.

— Também estou achando estranho, por isso, estou investigando.

— Te conheço, Jimmy… quando fala assim, quer dizer que já está sabendo de alguma coisa.

— Por enquanto, são só suspeitas. Vou lavar as mãos e já volto para jantar.  - disse ele, subindo para o quarto.

Capítulo 02

Dias se passaram, quando Ashley chegou em casa, encontrando Peter no quarto, revirando as gavetas, com as roupas todas espalhadas pelo chão.

— O que está procurando, Peter? - ela perguntou ao abrir a porta.

— Aquele relógio que me deu de aniversário, onde está? - perguntou sem nem olhar para ela.

— E pra quê essa bagunça toda, por causa de um relógio?! - ela caminhava, tentando não pisar em nada.

— Eu preciso desse relógio.  - disse a segurando pelos ombros, agitado.

— Está tudo bem?! Onde esteve... - perguntou ela, tentando manter a calma.

— Não começa com interrogatório. Só quero a porcaria do relógio. Se sabe onde está, me diz...

— Não faço ideia.  - disse ela, se afastando.

Ashley notou que o seu namorado estava descontrolado, sem entender sua atitude nos últimos dias.

O relógio estava no cofre que tinha no escritório da casa, pois era valioso e como ele quase não usava, resolveu guardá-lo.

— Me diz o que está acontecendo, Peter? Deixa eu te ajudar…

— Quer me ajudar?! Encontre o relógio… 

— Por que está tão desesperado?

— Chega. Estou de saco cheio de tudo e todos ficarem me controlando. - disse ele, com a voz alterada.

— Está fazendo algo errado?!  - perguntou ela, vendo os olhos dele vidrado.

— O que é isso agora?!  - ele a segurou.  – Enlouqueceu!?  - disse apertando o rosto dela.

— Só estou tentando entender, porque está agindo dessa maneira...

— Não tem nada o que entender... O que eu faço ou deixo de fazer, não é da sua conta.

— Juro que não estou te reconhecendo, Peter… - disse ela, assustada.

— Ah não?!  Vou te mostrar quem eu sou…  - disse a beijando.

Peter jogou sua namorada na cama, enquanto Ashley tentava se desvencilhar dos seus beijos.

— Para com isso, Peter! - dizia ela, temerosa.

— Estava com saudades do seu cheiro, sua pele... - dizia ele, acariciando o seu corpo.

— Você não está bem… - ela se esquivava.

— Estou ótimo, coração! E como sempre, louco de desejo por você.  - disse beijando seu pescoço.

— Me deixa, Peter!  - disse ela, vendo-o encará-la.

— Não sente mais desejo por mim?!  - disse ele, com a mão no pescoço dela.  – Por acaso, arrumou outro nessa sua viagem?

— Você é quem está viajando.  - disse ela, sentindo ele apertar seu pescoço.  – Está me machucando…

— Há quanto tempo não temos relações? Percebeu o quanto anda me evitando... Eu te procuro e sempre diz estar exausta. - disse ele, desconfiado.

— Não estou tendo tempo, nem pra mim mesma. Mas prometo, que vou conseguir uns dias…

— Promessas que nunca são cumpridas.  - disse ele, tentando tirar o vestido dela.

— Não faça nada que vá se arrepender depois. Não vou te perdoar.  - ela o empurrava.  – Não pode me forçar…

— Sou o seu namorado. - ele sorria, malicioso.

— Mas não tem nenhum direito sobre mim.

— Me diz, com quem está trans@ndo? - ele a encarou.

— Ficou maluco!?  - disse ela, ouvindo seu celular tocar.  — Me solta!

Peter a soltou, indo pegar o celular pra saber quem estava ligando.

— Quem é Robert?  - perguntou ele, desligando.

— É o assessor, de um cliente. - respondeu de imediato.

— E por que ele está te ligando, a essa hora da noite? - perguntou ele, estranhando.

— Não sei. - disse ela, levantando. – Me passa o celular, deve ser importante.

— Acha que sou idiota?…  - disse ele, jogando o celular no chão.  – Seu amante te ligando e você vem com essa desculpa.

— Você está completamente fora de si.  - disse ela, indo até a porta.

— Aonde pensa que vai?  - perguntou a puxando pelos cabelos.

— Me larga!  - disse ela, sendo jogada em cima da cama.

— Você só sai daqui, quando eu quiser.  - ele trancou a porta.  – Vai aprender que não precisa procurar fora, o que se tem em casa.

— Chega. Estou cansada… não dá mais. - disse ela, levantando.

— O que está querendo dizer?!

— Acabou, Peter. Há muito tempo, nossa relação não é mais a mesma. E essas atitudes que anda tendo, me assustam. - disse vendo-o se aproximar.

— Acha que é tão fácil dizer que acabou e pronto. - disse ele, segurando seu rosto.

— Não temos vínculo… nada nos prende. - ela sentia as mãos trêmulas.

— E o que sinto por você, não conta? - perguntou incrédulo.

— Não sei o que sente, agindo dessa forma… Nem sei mais, o que está fazendo da sua vida.

— Está querendo me deixar, porque já tem outro. Sua…  - disse ele, levantando a mão para ela.

— Não se atreva!  - ela o encarou.  – Perdeu o juízo, Peter!

Jimmy chegou em casa, indo direto para o seu quarto. No corredor, passou pelo quarto da sua irmã, ouvindo eles discutirem.

— Acha que pode me descartar… - dizia Peter.

— Ashley…  - seu irmão a chamou, vendo a porta trancada.  – Está tudo bem?!

— Abre essa porta, Peter… agora.  - disse ela, ouvindo seu irmão chamar.

— E se eu não quiser?!  - disse Peter, cruzando os braços.

— Responde… Ashley!  - disse Jimmy, batendo na porta.

— Jimmy…  - disse ela, sendo calada.

— Pensa bem, no que vai fazer.  - disse Peter, com a mão na boca dela.

— Por que trancou a porta? Peter está com você? Pode abrir?… - disse Jimmy, forçando a maçaneta.

— Oi cunhado…  - disse Peter, abrindo meia porta.  – Algum problema?

— Cadê minha irmã? - perguntou desconfiado.

— Está no banheiro. - falou sorrindo.

— Eu a escutei agora…

— É que estamos conversando, enquanto ela toma banho.

— Diz a ela, que temos uns documentos para serem revisados e que precisam ser assinados.

— Eu passo o recado… não se preocupe. - disse Peter, vendo-o se distanciar.

Peter fechou a porta e viu que Ashley havia se trancado no banheiro. 

— Por quanto tempo acha que vai conseguir ficar aí, coração?  - perguntou ele, se divertindo com a situação.

— Até você me deixar em paz!  - disse ela, encostada do outro lado da porta.

— Vamos, não seja medrosa… - disse ele, debochado.

Peter abriu uma gaveta, pegando a chave extra do banheiro e ao lado, encontrou algo que o deixou muito feliz.

Ashley não entendeu a atitude do seu namorado, que nunca tinha agido daquela maneira. Ficou apavorada quando ele ergueu a mão para ela, mas se manteve firme. Resolveu tomar um banho para tentar relaxar, pois estava cansada e toda aquela conversa, a deixou tensa.

Ao sair do chuveiro, vestiu um roupão e foi até a porta, não ouvindo nenhum barulho do outro lado. Mesmo assim não arriscou sair, esperando um pouco mais. Como seus cabelos estavam molhados, resolveu secá-los, já que não tinha o que  fazer para passar o tempo.

Ligou o secador e pelo espelho viu a porta se abrir, se assustando. Peter entrou sorrateiro, com um olhar sombrio.

Capítulo 03

Ashley desligou o secador, tentando não demonstrar seu pavor, o encarando através do espelho.

— O que você quer?! - perguntou ela.

— Pensei que soubesse.  - disse Peter, a encarando pelo espelho, enquanto a abraçava.

— Me deixa, Peter…  - disse ela, vendo-o afastar seus cabelos.

— Eu preciso de você. Seu cheiro me enlouquece, coração. - ele falava, enquanto beijava seu pescoço.

— Por favor… o que está acontecendo com você? - perguntou ela, ficando desesperada.

— Só estou desejando minha namorada.  - disse ele, a virando de frente.

— Seu olhar não…  - disse ela, sendo calada com um beijo selvagem.

Quanto mais Ashley tentava se afastar, mais presa ficava nos braços de Peter, que a levava para o quarto, se jogando na cama com ela.

— Que saudade de te sentir…. - dizia ele, acariciando seu corpo.

— Por favor, Peter!  

Ele não a deixava falar, a silenciando com seus beijos, enquanto abria seu roupão, deixando o corpo dela exposto.

Ashley sentiu que Peter estava agindo por instinto e não tinha amor, nem tão pouco paixão nas suas carícias.

— Sente como te desejo, coração.  - disse ele, fazendo-a sentir seu corpo contra o dele.

— Olha pra mim… não faz isso.  - disse ela, suplicante.

Peter a encarou, tirando a roupa, vendo-a tentar levantar e ele a empurrando. Quando ela foi tentar gritar por ajuda, ele pôs a mão sobre a sua boca, prendendo seus braços para trás. 

Mesmo ela se debatendo, Peter conseguiu afastar as pernas dela, a penetrando e ouvindo o som do seu grito abafado. Enquanto suas lágrimas rolavam, Ashley sentia seu corpo sendo invadido, machucado.

Peter terminou, se jogando na cama e Ashley se encolheu, virando para o lado, cobrindo seu corpo com um lençol. 

Após chorar por um tempo em silêncio, Ashley olhou para o lado e viu Peter adormecido. Levantou da cama e foi para o banheiro, tomar um banho. Deixou a água escorrer pelo seu corpo, enquanto chorava e se esfregava, se sentindo suja. 

Vestiu a sua roupa, pegou seu celular que estava jogado no chão e saiu do quarto. Ao descer as escadas, deu de cara com o seu irmão.

— Aonde vai, a essa hora?  - perguntou Jimmy, vendo que ela não o encarava.  – Está tudo bem, Ashley? Olha pra mim…

Jimmy viu os olhos da sua irmã inchados e vermelhos, com lágrimas que não cessavam. Ashley o abraçou e não conseguia dizer uma única palavra.

— O que aconteceu? Vocês brigaram?  - ele estava angustiado, em ver sua irmã naquele estado.

— Me leva daqui, Jimmy!  - disse ela, o encarando.  – Por favor, sem perguntas.

— Está bem! - disse ele, a levando para o carro.

Jimmy a levou até um mirante, onde avistava toda cidade. Seu irmão sabia que era o local preferido dos dois, pois sempre que tinham algum problema, iam até lá e ficavam por horas.

— Acabou.  - disse Ashley, quebrando o silêncio.  – Não quero vê-lo, nunca mais.  - disse com ódio.

— Descobri que Peter está frequentando um cassino clandestino, onde está devendo uma grande quantia em dinheiro, além de estar consumindo drogas.  - revelou Jimmy, vendo-a sem reação, com o olhar vazio.

No normal, Ashley ficaria desesperada, querendo saber tudo e tentar ajudar o seu namorado, no que fosse preciso. Mas, depois do ocorrido daquela noite, não se importava com mais nada.

— Então, devia por isso que estava tão desesperado, à procura do relógio que dei a ele de presente. - comentou ela.

— Com certeza, ele queria para abater na dívida que tem. Aquele relógio, é muito valioso.

— E sabe quanto ele está devendo?

— Não faço ideia. Só espero, que não queira pagar a dívida dele. - disse ele, reprovando.

— A partir de hoje, não movo um dedo para ajudá-lo.  - disse ela, encarando seu irmão.  – Quero ele fora da nossa casa, o mais rápido possível.

— Acha que ele vai sair de boa? Ainda mais com uma dívida enorme, que ele corre o risco de ter que pagar com a vida.

— Por mim, que o enterrem vivo. - disse ela, com desprezo.

— Não vai me dizer o que aconteceu? Por que esse ódio repentino? - perguntou Jimmy, estranhando.

Ashley sabia que se contasse o que Peter fez, seu irmão o mataria. Não poderia contar naquele momento, pois tinha medo da reação de Jimmy.

— Quando saí do banho, o vi usando droga. Então, discutimos e ele levantou a mão pra mim... - disse ela, passando a mão entre os cabelos.

— Ele queria te bater?!  - disse Jimmy, incrédulo.

— Só ameaçou. Mas o fiz recuar. Por isso, eu quis sair um pouco. - disse ela, vendo a fúria nos olhos dele.

— Se ele encostar um dedo em você… eu acabo com a vida dele. - disse ele, saindo do carro.

— Não se preocupe. - disse vendo-o bater a porta. – Ele não vai ficar naquela casa. - disse ela, indo até ele.

— E nem você.  - disse vendo sua irmã sem entender.  – Não vou te deixar ficar no mesmo lugar que ele.

— E vou ter que deixar minha própria casa, até que ele saia!? - disse indignada.

— Será melhor assim. Também não acho uma boa ideia, que fique na cidade… ele pode querer ir atrás de você.

— Pronto. Agora vou ter que ficar fugindo?! - ela sorriu, de nervoso.

— Só quero que se afaste por um tempo. Até tudo se resolver.

— Não posso deixar a empresa, Jimmy. Tenho muito trabalho…

— Vamos dar um jeito. - ele a abraçou. – Vou pensar numa solução.

Voltaram para casa e Ashley ficou no quarto do seu irmão. Jimmy entrou no da sua irmã, vendo que Peter não estava, encontrando um pino de entorpecente no chão, comprovando o que Ashley havia dito.

Mesmo o seu namorado não estando em casa, achou melhor dormir no quarto do seu irmão, para evitar surpresas desagradáveis.

Na manhã seguinte, não tiveram sinais de que Peter houvesse voltado. Então, se arrumaram e seguiram para a empresa.

O administrador da fazenda ligou para Ashley, mas como estava em reunião, foi Jimmy quem atendeu a ligação.

— Bom dia, senhor Álvaro!

— Bom dia, Jimmy! Desculpe atrapalhar…

— Imagina. Algum problema? Minha irmã está em reunião, mas se eu puder resolver…

— Queria avisar que daqui uma semana, viajo para a formatura do meu filho.

— Como passou rápido. O senhor deve estar muito orgulhoso?!

— Muito. Henrique é muito focado, no que se propõe a fazer.

— E Ashley, já está sabendo?

— Sim. Ela me pediu, para avisá-la uma semana antes. E tenho um assistente, que poderá ficar no meu lugar, se não tiver nenhum inconveniente.

— Se o senhor confia, não vejo problema. Assim que terminar a reunião,  peço para ela entrar em contato com o senhor.

— Obrigado, garoto. Vou ficar no aguardo. Um abraço.

— Um abraço, senhor Álvaro. Lembranças à todos.

Jimmy terminou a ligação e ficou pensativo, olhando a vista da cidade, pela janela.

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