A minha vida não tem sido muito fácil desde que a Malu tornou-se adolescente. Ela não conversa muito comigo, sobre as coisas dela. Eu nunca tive uma amiga na minha adolescência, na verdade, ficar trancada em casa, sendo chamada de bruxa por todos nunca foi uma escolha minha. Eu queria observar o mundo, fazer amigos, queria ter aproveitado a minha vida. Mas só comecei a aproveitar depois que conheci o Jasper. Hoje faz 15anos que estamos casados. E eu não me arrependi nenhum momento de ter casado com ele.
Jasper é um ótimo pai, é amigo, companheiro, muito dedicado a nossa família. Eu o amo tanto, que toda a vez que chego perto dele, e beijo aquela boca. É como se fosse a primeira vez. O meu casamento é o sonho de qualquer mulher. Não é para menos ter um homem como esses diariamente ao meu lado, é perfeito.
Estamos às três no salão, Malu, Lívia e eu. Ela conversa com a tia até sobre a cor do esmalte que vai usar. São poucas as vezes que ele pergunta algo para mim. É como se não existisse na vida dela. Eu soube que não era assim tão importante para ela quando estava numa festa da escola, e ela insistiu para a Lívia ir. Ela escolheu ela como a mulher mais inteligente, e legal que ela conhecia. Sempre fiz tudo pela Malu. Eu levava na escola, levava na aula de natação, levava ao parquinho, para tomar sorvete, na empresa do pai. Sempre procurei cuidar bem dela, dar amor, carinho e atenção. Mas nada do que fiz por ela é reconhecido, nada disso serviu para podermos criar um vínculo afetivo de verdade. Apenas observo as duas pelo espelho.
A minha vida mudou muito nesses quinze anos. Fiz vários cursos sobre desenho e pintura. Jasper era muito atento a isso, ele sempre escolhia os melhores. A casa que eu morei por alguns meses, antes de ir morar com o Jasper, agora era minha. Ele havia passado para o meu nome. As minhas telas agora estavam numa exposição. Mas nesses últimos dias vinha trabalhando em uma, ninguém a viu. Ficava horas trabalhando nela. Jasper passava a manhã na empresa, a Lívia também. A Malu estudava na parte da manhã e a tarde fazia um curso. Jasper sempre que podia, ia em casa almoçar comigo. Mas as vezes ele trabalhava direto para poder chegar mais cedo em casa e ficar comigo.
Recebi uma mensagem no celular. Era do Jasper.
"Oi amor da minha vida. Espero que não tenha esquecido do nosso compromisso hoje. Não vejo a hora de estar com você. Espero que tenha gostado do presente que enviei a você. Só quero agradecer por estar comigo esses quinze anos. Eu amo você vida minha, não sabe o quanto. "
Respondi à mensagem.
"Oi meu amor, eu não esqueci o nosso compromisso, mas não vi o presente que mandou, estou no salão. Mas assim que chegar em casa eu vejo. Eu também amo muito você, e sou muito feliz ao seu lado. Te amo. "
Já sabia que ele iria mandar algo para mim. Ele sempre mandava, até quando não era uma data especial. E nesse quesito ele era craque. Lembrava de absolutamente tudo. Ainda lembrava de quando ele me viu pela primeira vez. Detalha até a roupa que eu estava usando. Depois de algum tempo, terminamos. Como sempre a minha filha preferiu a tia. Voltei para casa, ficava muito chateada com isso. Se não era a tia, era o pai. Na verdade, parecia que ela era filha deles e não a minha. Quando parei o carro em frente a casa, peguei a bolsa e desci. Quando olhei para a porta ele estava ali parado, apenas me observando. Notei que ele vestia bermuda e camiseta. Já deveria ter chegado algum tempo.
— Não acredito que exista alguma mulher nessa vida que seja mais linda que você. — Oi meu amor. — O que foi? — Nada. Já faz muito tempo que chegou? — Um pouquinho.
Jasper abraçou-me e beijou a minha cabeça.
— A Malu não estava com você? — Estava no mesmo local, mas não foi e nem voltou comigo. — E onde ela está? — Com a Lívia, com quem mais ela estaria. — Eu vou conversar com ela. — Não precisa, ela não se importa comigo. — Meu amor ela importa-se sim. — Você sabe que não. Ela mais parece ser filha da Lívia e sua, do que a minha. — Não fica assim, ela ama você. — Eu vou subir, e arrumar-me. — Eu vou com você.
Quando entrei no quarto ele estava repleto de flores, balões, presentes em cima da cama, e uma mesa com coisas que nós dois gostamos.
— Parabéns meu amor, e obrigado por fazer-me o homem mais feliz desse mundo. Eu jamais encontraria palavras perfeitas, para descrever a mulher incrível que você é, espero passar o resto da minha vida com você. Obrigado por todas as vezes que ficou do meu lado, obrigado pela filha linda que você me deu e obrigado por ser a mulher maravilhosa que você é. Te amo muito vida. — Eu que agradeço por você ser esse homem maravilhoso, amigo, companheiro, um pai maravilhoso, um marido espetacular, obrigado por estar sempre me apoiando, obrigado por cuidar de mim, por estar sempre preocupado em fazer-me feliz, por sempre vir almoçar comigo, por deixar de fazer o seu trabalho e passar a maior parte do tempo comigo. Você realmente é um marido que todas as mulheres queriam ter, mas você é todo meu. Obrigada por fazer de mim a mulher mais feliz desse mundo. Eu te amo mais do que tudo nesse mundo. — Vem, estava esperando por você para tomar café.
Sentamos para tomar café. Jasper teve o cuidado de colocar somente os salgados que eu gosto no meu prato. Ele era bem detalhista em relação a isso. Serviu café para nós dois. Aproveitamos aquele momento juntos.
Jasper pegou a minha mão e ficou brincando com os meus dedos.
— Posso pedir uma coisa para você? — Claro que sim meu amor. — Coloca uma roupa confortável, daquelas confortáveis mesmo. Eu quero levar você para fazer uma coisa diferente esse ano. — Comprida, curta? — A que você quiser. — Pode ser vestido? — O risco quem vai correr vai ser você. — E é aquele risco que eu gosto? — É sim. — Vai ser somente nós dois? — Somente nós dois. — Ninguém por perto? — Ninguém. — Eu já sei o que vou vestir. — Ansioso para saber. Mas eu quero que você abra os seus presentes antes.
Terminei o café, e fomos até a cama. Jasper entregou-me a caixa maior. Abri, era um vestido lindo. Ele entregou-me uma sacola, tirei um estojo, abri e era um conjunto de colar e brincos. A próxima era uma caixa redonda, cheia de rosas brancas pequenas. Um envelope entre as rosas. Peguei e abri, duas passagens de avião.
— O que é isso? — Uma viagem somente para nós dois. — Sério meu amor? — Sim, eu quero passar um tempo sozinho com você. — Quando nós vamos? — Depois de amanhã. — Obrigada. Eu amei tudo, você é um marido muito atencioso, e incrível. — Sou incrível é? -Muito o meu amor, é por isso que amo você.
Jasper beijou-me.
— Eu tenho um presente para você. — Meu amor, você é o meu presente. — Eu espero que você goste.
Peguei a caixa e entreguei a ele. Jasper abriu, e tirou o relógio.
— Que lindo meu amor, muito obrigado. — Você pode abrir ele, aqui. — Uma foto minha e da Malu? — Sim. — Deveria ser uma foto nossa, pois quem está me dando esse presente é você. — Mas vocês são muito amigos, e você é um excelente pai. — Mas eu vou trocar essa foto, eu quero a nossa foto. — A Malu vai gostar de saber que você tem uma foto dela. — Você sabe que eu amo a nossa filha, mas também amo muito você. Eu vou usar o relógio se tiver apenas uma foto nossa. — A decisão será sua.
Jasper guardou o relógio na caixinha, colocou com os outros.
— Eu vou descer e ver se já arrumaram tudo o que pedi. — Eu vou arrumar-me e já desço. — Está bem, vou esperar você lá em baixo. Não vai comer muito, se não você não vai conseguir aproveitar a noite. — Tudo bem.
Jasper beijou-me e saiu. Arrumei os meus presentes, comi mais uns salgados. Fui ao banheiro, tomei banho, sequei-me, e sai enrolada na toalha. Peguei um vestido tubinho, alças finas, e uma jaquetinha, coloquei um tênis, prendi o cabelo, e desci.
Quando desci as escadas, a Malu e a Lívia estavam na sala conversando.
— Onde você vai vestida assim? — Vou sair. — Vestida assim. — Sim, qual problema? — Mãe é aniversário de casamento, não pode ir para um restaurante vestida assim. Vai fazer o meu pai passar vergonha. — Não sei porque teria vergonha da sua mãe. Ela está maravilhosa como sempre. — Pai eu não vou sair com a minha mãe vestida assim. — Mas não convidei você para ir a nenhum lugar. Vamos sair somente nós dois. — Pensei que nós fossemos jantar juntos. — Pensou errado, a noite vai ser somente minha e da sua mãe. Vamos meu amor? — Vamos.
Fui beijar a Malu antes de ir, mas ela levantou e saiu. Jasper ia sair atrás dela. Mas não deixei. Saímos, e entramos no carro, já estava tudo pronto. Jasper levou-me para um lugar que ele já havia levado-me antes. Parou o carro, e descemos.
— Viemos observar a vista daqui? — Não, hoje nós vamos relembrar algo. Lembra quando foi no meu quarto aquela vez, quando nos reencontramos na praia? — Sim. — Lembra qual foi o nosso jantar? — Bife, e estavam uma delícia. — Faz tempo que não comemos. — Faz um bom tempo. — Hoje o nosso jantar será bife, para lembrar todas as vezes que sentamos, rimos, e comemos bife. — Que delícia meu amor. Já estava com saudade dos seus bifes. — Eu mesmo temperei, sabia que você iria gostar. — Você sempre me surpreende com algo. — Você sabe que faço qualquer coisa por você.
Beijei-lhe o rosto. Realmente ele fazia. Ajudei a tirar as coisas do carro. E enquanto ele preparava tudo, sentei e fiquei observando. Adorava quando ele fazia bife, e hoje não trocaria aqueles bifes por nada. Peguei duas cervejas, estavam geladinhas. Entreguei a dele, abrimos e bebemos. Fiquei na volta dele, abraçando, beijando.
— Quer queijo? — Não meu amor, obrigada. — Então aqui está o seu bife. — Obrigada.
Após comer, ajudei ele a arrumar tudo. Deixamos apenas a caixa com as bebidas. Jasper colocou uma manta sobre o chão, e sentamos escorados no carro.
— Um brinde a nós, são quinze anos juntos, e nada mudou. Algumas coisas melhoraram, mas nada retrocedeu. — No seu ponto de vista o que melhorou? — Digamos que eu me sinta mais preenchida. — Preenchida como? — Antes você negava-me seu corpo, mas depois que casamos você não fez mais isso. Exploramos outras áreas. — Áreas, piscina, cozinha, banheiro, labirinto, jardim, varanda. — E desses todos qual você mais gosta? — Qualquer um deles, pois em todos eu preciso de você para sentir-me satisfeito. — Como enrola. — Então diz-me você, qual desses lugares você mais gostou? — Do hotel onde ficamos depois do nosso casamento. Aquela para mim, foi a noite que eu mais gostei. — Quer dizer que as outras não foram iguais aquela? — Claro que foram, mas eu estava desejando tanto você naquele dia. Eu ainda desejo muito você, mas aquele dia era diferente. — Já entendi, aquela noite também foi importante para mim, pois a partir daquele dia você seria a mulher, a minha amada esposa, e a pessoa que eu vou amar para o resto da minha vida. Você é a mulher que eu sempre quis, desejava tanto uma pessoa perfeita aos meus olhos, que tive sempre em mente que quando encontrasse essa pessoa eu faria de tudo para fazer ela feliz. Iria agradá-la em tudo, amá-la acima de tudo, proteger contra qualquer coisa. A minha vida se resume em você, e na nossa filha. — Eu amo muito você, e você sabe que no começo eu nunca imaginei que você fosse pedir a minha mão em casamento. Mas com o passar do tempo percebi que você é tudo aquilo que qualquer mulher queria num homem, e eu tive muita sorte por estar com você. Eu nunca imaginei como seria dividir a vida com alguém, apenas imaginava como seria o mundo fora daquela casa. Mas você me mostrou como esse mundo é incrível quando estamos do lado de alguém que amamos. Obrigada por tudo isso. — Aí meu amor, queria ter descobrido você muito antes.
Jasper colocou a mão sobre a minha coxa. Beijei o rosto dele, e desci para o pescoço, sentei sobre as pernas dele. Terminei com a cerveja e coloquei no lado da caixa. Beijei ele, e coloquei as mãos em torno do pescoço dele. Enquanto beijava a sua boca, e o pescoço. Ele ia acariciando as minhas pernas. As mãos entraram no meu vestido, quando subiu ele percebeu que não havia nada além do vestido. Ele mordiscou o bico do meu seio por cima do vestido. Soltei um gemido. Jasper tirou a camiseta. Introduziu dois dedos na minha intimidade, e começou a masturbar. Ele beijou o meu pescoço. Colocou as duas mãos no meu corpo e deitou-me sobre a manta. Tirou a parte de baixo da roupa, e se posicionou entre as minhas pernas. Entrou aos poucos e depois começou a se movimentar. Beijava os meus seios, e mordiscava. Gemia, e adorava ver ele gemer. Mas eu queria mudar de posição.
— Amor, vamos mudar de posição? — Que jeito você quer? — De quatro, no carro, e atrás. — No banco de trás? — No banco de trás, e eu quero que você enfie atrás. — Amor você está me dando um belo presente de aniversário.
Tirei o vestido e larguei em cima na manta. Ele encostou-me contra o carro e seguiu beijando-me. Agora com o meu corpo nu, ele pode beijá-lo de uma forma melhor. Ele beijou a minha orelha.
— Vamos fazer em pé, aqui do lado de fora? Assim terei um acesso melhor. — Eu quero no carro, adoro quando puxa o meu cabelo e da tapa na minha bunda. E dessa forma posso sentir você todo em mim. — O que eu fiz com a sua inocência mulher. — Eu estou preferindo a perversidade. — Vamos entrar, estou louco para meter o meu pau em você.
Entramos no carro, já fui logo empinando para ele. Jasper voltou a tocar-me, e introduziu um dedo para abrir caminho. Gemi. Ele bateu na minha bunda. Brincou um pouquinho mais, queria enlouquecer-me. Ele posicionou-se atrás de mim. Ele sabia que eu só sentia quando entrava depois relaxava e ficava tudo bem. Ele colocou lentamente. Conforme ia entrando, ele falava.
— Delícia é tão apertadinho. Mexe no meu pau gostosa, quero ver ele todo dentro de você.
Comecei a movimentar o quadril aos poucos, ele apenas ficou parado. Quando senti ele todo dentro de mim, fiquei parada um pouco. Ele beijou as minhas costas. E abriu a minha bunda com as mãos. Eu podia ver o suor na testa dele. Comecei a me movimentar, aquele homem começou a gemer. Gostosa foi a palavra mais bonita que ouvi. Ele agarrou o meu quadril, e começou a fazer movimentos. Já estava mais relaxada. Ele enrolou os meus cabelos na mão, e começou a puxar. Eu gemia feito uma verdadeira puta dando para o seu macho. Quando ele notou que estava quase gozando, ele começou a tocar-me. Aquele homem gemia gostoso, fazia gostoso, e eu estava ali totalmente entregue a ele novamente. Gozamos, ele ficou por um tempo ainda dentro de mim. Beijou as minhas costas, e abraçou-me. Ele saiu lentamente. Olhei para ele e o suor corria pelo seu corpo.
— Você está bem? — Estou muito bem.
Ele beijou-me e abriu a porta do carro. Saímos do carro. Ele abraçou-me, e encostou-me contra o carro novamente. Seguiu beijando-me.
— Amo muito você. — Eu também amo você.
Vestimos as nossas roupas, e ficamos sentados abraçados, olhando as luzes da cidade. Nada era diferente, ele era carinhoso de mais.
Voltamos para casa na madrugada. No dia seguinte estava arrumando a nossa mala. A Malu entrou no quarto.
— Mãe eu vou sair com a Olivia. — Tudo bem, onde vocês vão? — Sair por aí, não tenho curso hoje. — Vai voltar tarde? — Qualquer coisa eu aviso o meu pai. — E, porque não liga para mim? — O meu pai resolve. — Se quiser posso levar você. — Não precisa. — Filha toma cuidado tá bom. — Não sei com o que. — Com as pessoas minha filha, nem todos são o que aparentam. — A Lívia vai encontrar a gente mais tarde. — Você convidou a Lívia para ir com vocês? — Sim,ela dá-se super bem com a Olivia. — Tudo bem Malu, se precisar de algo, e não existir mais nenhum ser na face da terra, eu vou estar aqui. — Fui, você sempre faz drama por tudo.
Não entendo, como a gente cria uma pessoa com tanto carinho, para ser tratada assim. Essa menina só pode ter puxado o pai dela, não é possível. Isso deixava-me muito triste, pois ela me isolava de tudo. Até para sair com as amigas era a Lívia. Arrumei a mala, e deixei num canto do quarto. Fui pintar para esquecer a tristeza que a Malu plantava em mim diariamente. Esqueci do tempo enquanto pintava aquela tela. Jasper foi procurar-me lá.
— Oi minha vida. — Oi. — A empregada disse que você não comeu nada. — Estou sem fome. — O que aconteceu? — Nada o meu amor. — Está pintando lobos? — Sim. — Porque três? — Fazem parte da minha vida de alguma forma. Seja positiva ou negativa. — Tem medo deles? — Não mais. — Meu amor, o que aconteceu? — Já disse que não aconteceu nada. — Foi a Malu outra vez?
— Não foi nada, sobe, toma o seu banho, eu já vou até lá. — Meu amor, eu conheço você. Está triste, fala o que aconteceu. — Sobe, daqui a pouco eu vou. — Eu vou tomar banho, e descer para tomar café com você. — Tudo bem.
Jasper beijou a minha cabeça, e saiu. Não queria contar nada a ele. Comecei a limpar os pincéis, e arrumar as minhas coisas.
Jasper
Quando cheguei em casa, perguntei pela minha esposa. A empregada informou que ela estava há horas na sala dela, e que não havia almoçado. O fato dela passar horas sozinha deixava-me preocupado. Mesmo saindo mais cedo da empresa para ficar com ela, não era o suficiente. A Luna sempre fez de tudo para a Malu, mas ela não dava tanta importância para a mãe. Isso talvez seja minha culpa, nunca coloquei limites nela. Na verdade, ela sabe em parte a nossa história. Lívia e eu sempre ensinamos ela a controlar o lobo dela. Quando notei que a transformação dela ocorreria antes do tempo, eu comecei a conversar com ela, e a Lívia também. A Luna não saberia ensiná-la a ter o controle necessário. Acredito que a partir daí, ela apegou-se muito mais a nós. Ela não sabe que a mãe é um lobo, não sabe a história por trás da sua concepção. Ela não conhece a história da mãe. Mas isso não justifica a forma com que ela a trata. A Luna vem ficando cada vez mais triste, e eu não suporto ver a dor nela. Pois, também sinto, tudo que a faz sofrer, faz-me sofrer junto. Ela estava a trabalhar numa tela. Aproximo-me dela. Tanta tristeza por trás daqueles olhos lindos. Ela estava muito chateada, acabou a falar até o que não deveria falar para ninguém. Saí de lá, e peguei o celular.
— Oi pai.
— Eu quero você em casa agora.
— Mas pai...
— Malu agora, e não traz ninguém junto.
— O que aconteceu?
— Quando chegar você vai saber.
Desliguei e subi para o quarto. Tomei banho, e quando estava saindo do banheiro, a Luna vinha entrando no quarto.
— Meu amor vai sair. — Eu não quero, não estou indisposta. — Eu queria tomar café com você em algum lugar. — Desculpa meu amor, mas hoje não vai dar. — Eu vou pedir para buscar café para nós aqui no quarto. — Você iria ficar chateado se eu não quisesse tomar café. — Vida você não comeu nada. — Meu amor eu prometo que como algo no jantar. — Nem se eu buscar os salgados lá daquela padaria? — Meu amor, você faz demais por mim, e eu estou sem fome. Não fica preocupado, eu vou descansar um pouco. — Tá bom meu amor, eu não vou ficar a incomodar você. Vou colocar uma roupa, ficar aqui com você um pouquinho, e depois eu desço para comer algo. — Eu vou tomar banho, e depois vou sei lá. — Enquanto você toma banho, para depois sei lá. Eu vou descer e comer algo. — Tá bom, mas pode comer tranquilamente. — Quer um chá? — Faz muito tempo que não tomo chá. — Imagino, essa era a sua refeição. — Não era só chá. — Tinha ovos e bife. Se quiser preparo chá, ovos e bife. — Não meu amor não precisa, eu quero que você tome o seu café tranquilamente, depois eu desço e sentamos lá na varanda, ou caminhamos pelo jardim. — Esta bem, vou esperar você na varanda. Quando quiser descer estarei lá. — Tá bom meu amor.
Beijei a testa dela, e dei um selinho. Enquanto via uma roupa ela foi para o banho. Saí e desci para esperar a Malu. Sentei na sala e olhei o horário. A Malu já devia estar chegando.
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